quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

As Freiras Vítimas do Padre Rupnik Falam e Mostram o Rosto

 


Esse aí na foto sorridente com papa Francisco é o padre jesuíta Marko Rupnik que é acusado de abusar sexualmente terrivelmente dezenas de freiras e que é pintor de quadros e mosaicos que Francisco adora e elogia, tendo inclusive quadros no santuário de Nossa Senhora Aparecida no Brasil.

Pela primeira vez desde que o caso eclodiu, uma freira que durante anos foi vítima de abusos sexuais e espirituais aparece em público hoje numa conferência de imprensa em Roma, conta a sua história e o que aconteceu. Ela encontrou coragem junto com outra mulher, uma ex-freira, que sofreu durante anos o abuso de poder por parte de Rupnik. Na conferência de imprensa, ambos explicam que relataram os acontecimentos aos jesuítas no início dos anos noventa, mas nada mudou. Ambos pertenciam à comunidade religiosa co-fundada por Rupnik no final dos anos 80. 

Padre Rupnik foi acusado, expulso e excomunhgado, mas depois foi retirada a sua excomunhão e ele se mantém como padre. Muitos dizem que ele é protegido pelo próprio papa Francisco. O jornal Il Messagero diz que  o caso Rupnik explodiu internacionalmente há alguns anos, passando por fases alternadas, até a famosa excomunhão do Dicastério da Fé. Foi-lhe imposta há dois anos, embora alguns meses depois tenha sido cancelada por outra medida vinda de cima. Permanece um mistério quem poderia ter decidido isso, até porque tais atos graves e extraordinários geralmente dependem apenas do pontífice.   

O Papa Francisco tomou duas vezes medidas públicas em aparente apoio a Rupnik. Primeiro concedeu uma audiência ao teólogo que dirige o Centro Aletti em Roma e que defende firmemente Rupnik. Depois permitiu que a diocese de Roma divulgasse uma declaração que, por sua vez, pareceu reabilitá-lo. Até agora, o Papa Francisco nunca se encontrou com as vítimas de Rupnik no Vaticano, nem respondeu às suas cartas ou apelos.

Rupnik, porém, continua sendo sacerdote da Igreja, nunca tendo sido reduzido ao estado laico.

Não se sabe o que realmente aconteceu no Vaticano, nos bastidores, mas o fato é que o Papa Francisco decidiu no ano passado reabrir um novo caso contra Rupnik. Das poucas informações recolhidas, parece que o caso já não está a ser tratado pelo Tribunal do Dicastério da Fé - onde a violência e os abusos são geralmente avaliados - mas pelo Dicastério dos Religiosos, notoriamente bastante misericordioso e brando ao ponto de ser apelidado na cúria de “porto dos nevoeiros”. As vítimas de Rupnik dizem que sofreram violência duas vezes. Primeiro com os abusos sexuais, espirituais ou de poder do sacerdote e depois, posteriormente, com o silêncio por parte das hierarquias que repetidamente rejeitaram as suas queixas. 

Pedirão também à Igreja que estabeleça um fundo dedicado às mulheres religiosas abusadas sexual e espiritualmente pelo clero. Com eles estará Anna Barrett Doyle, codiretora de longa data do BishopAccountability.org, o grupo de pesquisa com sede nos EUA que documentou a crise global de abusos no caso Boston Globe. “Este caso representa não apenas a proteção contínua da Igreja aos abusadores poderosos, mas a sua particular indiferença ao abuso sexual de mulheres adultas”, disse ela. As freiras serão defendidas pela advogada Laura Sgrò.

Os Jesuítas, depois de expulsarem Rupnik no ano passado, fizeram um apelo a todas as vítimas para que se apresentassem e denunciassem a violência. Muitos têm medo, outros têm vergonha. Em Fevereiro de 2023, anunciaram que tinham ouvido 15 mulheres cujas acusações foram consideradas credíveis. .
Apesar de toda a controvérsia – explicam os organizadores da conferência de imprensa –

Ao lado da vítima abusada sexualmente pelo infame artista jesuíta, também fala outra mulher, uma ex-freira, que sofreu durante anos o abuso de poder por parte de Rupnik. Na conferência de imprensa, as mulheres explicarão que relataram os factos aos jesuítas no início dos anos noventa, embora nada tenha mudado. Eles vão pedir justiça, para ter a verdade. Ambos pertenciam à comunidade religiosa co-fundada por Rupnik no final dos anos 80.

O processo judicial de Rupnik continua aberto apesar das repetidas reclamações em vários níveis da hierarquia durante vinte anos, sem nunca ter produzido qualquer redução  para o estado laico do sacerdote.

Há um vídeo da conferência a imprensa da vítima Gloria Branciani,  ex-religiosa da Comunidade Loyola abusada pelo ex-padre jesuíta Marko Rupnik, junto com outros 20 religiosas da comunidade . Vejam abaixo:


Gloria Branciani falou que Rupnik a abusou sexualmente no atelier que ele pintava seus quadros, e disse:

 “Queremos que a verdade seja conhecida e que tenha visibilidade para existirmos, não é mais aceitável ficarmos desacreditados. Queremos que a verdade inclua também essa dimensão, que também tomemos conhecimento dos documentos de como está indo encaminhar o julgamento no dicastério da vida religiosa. Quando relatei em 1993 tudo foi abafado, nunca consegui falar pessoalmente com representantes da Igreja, por exemplo não pude falar com os superiores jesuítas, apenas quando trouxe minha demissão ao arcebispo. Todos disseram que o relatório, por ser muito sensível, tinha sido mal interpretado, suavizaram o golpe para proteger a Comunidade Loyola e o Centro Aletti". 

Vários jornalistas católicos estão presentes na conferência, como Diana Montagna, que perguntou a freira se no momento de sua confissão com Rupnik confessava o próprio abuso sexual com Rupnik,  e se ele dava absolvição. A ex-freira foi impedida de responder por sua advogada, mas disse que para Rupnik o abuso sexual era sagrado.


Michael Haynes diz que a pwergunta que ronda é sobre a participação do papa Francisco.


Thomspon e Montagna celebram o fato que depois de tanto tempo as vítimas estão finalmente vindo a público de cara aberta para denunciar os procedimentos do Vaticano sobre o caso.





2 comentários:

Anônimo disse...

Eita!

Sendo Francisco da mesma mentalidade liberal dos molestadores e estrupadores de batinas, acho já passou da hora dos jornalistas usarem manchetes como "as "igreja" dos "padre" gays pedófilos e "igreja" dos "padres" estupradores" são protegidas pelo Vaticano". Simples assim.

É preciso expor esses animais de forma contínua e contínua, de preferência em conferências internacionais.
Quero ver quando isso vai acontecer no Brasil.

Stan disse...

Que lástima!

Misericórdia, meu Deus!!!

Dai-nos bons e santos sacerdotes, Senhor!