terça-feira, 26 de junho de 2018

Pílula de Aborto e as Escolas de Economia


Um farmacêutico da Walgreens se recusou a prescrever um droga abortiva, porque ele é pro-vida, mesmo que a criança no ventre da mãe, segundo os medicos, não irá sobreviver.

Estou escrevendo um livro sobre ética católica para economia, estou finalizando, mas ainda não acertei o nome do livro com o editor Diogo Chiuso.

Vou aproveitar esse fato para imaginar, qual seria a posição das escolas de economia.

1) Escola Clássica, geralmente atribuída a Adam Smith, David Ricardo e Alfred Marshall.

Bom, em geral, se diria que eles condenariam o farmacêutico. Mas não é assim tão fácil responder, pois Smith era professor de moral e condenou a usura, por exemplo. David Ricardo nao era tão clássico assim, não acreditava em desenvolvimento tecnológico, por exemplo, ele não tem muito a falar sobre moral. Alfred Marshall respeitava posições religiosas, creio que defenderia o farmacêutico dizendo que a economia não se mete em questões morais. Os clássicos eram muito influenciados pela posição da religião crista.

2) Comunistas.

Bom, em termos do comunismo tradicional, sem a influência do comunismo cultural, há desprezo a argumentos religiosos ou éticos. E também desprezo à posições privadas. Creio que pediriam pelo estado definir o que é melhor para o "poder do povo".

3) Comunistas modernos culturais.

Claramente, apoiam o aborto livre. Prenderiam o farmacêutico.

4) Keynesianos

Em geral, os defensores do keynesianismo fogem de questões morais. Procuram um meio termo entre o comunismo e a Escola Austríaca, pendendo mais para o comunismo, em termos de intervenção estatal. Acho que eles ficariam calados, mas talvez defenderiam um estado leigo e pediriam que o estado condenasse o farmacêutico.


5) Escola Austríaca de Economia

Condenariam o farmacêutico, pois ele se intrometeu em uma decisão individual.

5) Anarquistas.

Se assemelham ao defensores da escola austríaca, neste aspecto.

6) Distributismo

Bom, esse pensamento econômico católico de Chesterton e Belloc valoriza a posição do farmacêutico, pois a moral está acima de questões econômicas e o direito à vida é o mais importante direito.


7) Teologia da libertação

Pensamento que tenta misturar misericórdia católica com comunismo, tende a silenciar ou a condenar o farmacêutico.

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Em suma, difícil encontrar economista que defenda o farmacêutico. Eu, também como economista, o defendo.



3 comentários:

Emanoel Truta disse...

Olá Pedro, também fico com o farmacêutico, sou contador.
Interessante, estava pensando o que é o estado? Sem as pessoas o Estado existe?
Bem o seu livro será muito bom, economia e ética, uma visão católica,algo que necessitamos.
Viva Cristo Rei e Maria Santíssima
Abraço

Pedro Erik Carneiro disse...

Amém, meu caro. Falo muito sobre a relação com o Estado na Igreja e nas diversas escolas de economia.

Abraço.

Isac disse...

Evidente que estamos com o farmacêutico seguidor à risca dos preceitos pois as Leis de Deus têm preferencia ao politicamente correto atual e mesmo à misericordia desvinculada da justiça, que tanto estaria desencaminhando as pessoas para o relativismo e apatia para com seus deveres!
Afinal, aquela da A laetitia "ninguém pode ser condenado para sempre", para os incautos, não seria um excelente incentivo para cair no erro "sem culpa"?