quinta-feira, 3 de junho de 2010

Alemanha

Um assunto que passou completamente despercebido no Brasil foi a renúncia na segunda-feira do presidente alemão Horst Köhler. A renúncia ocorre no primeiro ano do segundo mandato de Köhler. A sua saída foi motivada por uma entrevista que ele deu depois ter ido visitar as tropas alemãs no Afeganistão.  Ele disse na entrevista (traduzido do inglês): "Um país com nosso tamanho, com o nosso foco em exportações e confiança no livre comércio, deve estar ciente que ações militares são necessárias em uma emergência para proteger nossos interessses, por exemplo, quando ocorre em rotas comerciais, ou, quando são feitas para prevenir instabilidades regionais que poderiam negativamente influenciar o comércio, o emprego e a renda".

Não é uma fala explosiva e a relação guerra e comércio não é nova nem é relacionada apenas a Alemanha. Mas a imprensa reagiu fortemente, em um país ainda marcado pelas dores da segunda guerra mundial.

A Alemanha sofreu por anos os efeitos da segunda guerra, ficou dividida, se reunificou, mas ainda sofre pela divisões e medos provocados pela guerra. A palavra guerra tem um estereótipo muito marcado, não se costuma mencionar a palavra, apesar do país estar no Afeganistão desde 2001, sempre se remete à OTAN para justificar a presença alemã.

As lembranças são pesadas, quando estive em Berlim, tentei visitar alguns pontos que lembravam a guerra, mas as pessoas não respondem, você tem de procurar na internet. É uma cidade linda, mas ainda está em construção para melhorar a Berlin oriental que foi consumida pelo comunismo. Eles mantiveram a ex-belíssima catedral da cidade como ficou depois da guerra (aos pedaços) para lembrar o passado. Há também grupos neo-nazistas. Tudo isso. Mas o politicamente correto asfixia o debate político. O país precisa se rearfirmar mostrando sua defesa da democracia, dos direitos humanos e sua luta contra o terrorismo.O país é o maior da Europa e é uma potência econômica e comercial.

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