Alan Greenspan, ex-presidente do Banco Central norte-americano (recordista de permanência no cargo, de 1987 a 2006) diz hoje no Wall Street Journal que os Estados Unidos devem fazer uma "mudança tectônica" na sua política fiscal, conter os gastos abruptamente, para evitar rápida elevação das taxas de juros motivadas pela percepção que o país está exageradamente endividado.
Greenspan discorda da opinião de muitos analistas (Noriel Roubini ou Timothy Geithner, por exemplo) de que uma retração na política fiscal agora traria riscos para a economia.
Greenspan argumentou que a crise na Europa atualmente tem facilitado o refinanciamento norte-americano, os juros para um título americano de 10 anos paga no momento por volta 3,2%, em abril o retorno era de 4,0%, apesar da dívida federal americana ter passado de $5,5 trilhões para $8,6 trilhões apenas nos últimos 18 meses. Esta dívida representa agora 59% do PIB. Antes da crise, estava por volta de 38%. Mas essa situação na Europa não deve perdurar, segundo Greenspan.
Apenas cortes no orçamento politicamente penosos, racionalização no sistema de saúde ou inflação podem fechar a conta do déficit. Greenspan não considerou a possibilidade de aumento nas taxas de juros, pois isso enfraqueceria a economia e reduziria a receita governamental.
Parece que a "irrational exuberance" (exuberância irracional), termo criado no passado por Greenspan para definir a irracionalidade do mercado em investimentos como os da bolha tecnológica da década de 90, também está presente no governo. Concordo com ele e acrescento que não é apenas os Estados Unidos que estao em risco, se o país mais rico do mundo sofrer pressão para aumentar os juros, o mundo todo sofrerá. Talvez seja isso que salve o país.
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