No blog The Sacred Page, que é escrito por três PhD em teologia, há um interessante análise da arqueologia da cruficação da época de Cristo. O texto diz muitas coisas que não devem ser esquecidas quanto se trata deste tipo de morte e quais são os achados arquelológicos. Vou resumir os pontos aqui:
1) O mundo de hoje tenta "higienizar" a crucificação, reduzindo todos os aspectos mais cruéis da cruficação. Na verdade, baseado na arqueologia aquilo que vemos no filme "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson já é uma versão higienizada, a morte de Cristo foi ainda mais cruel;
2) Os historiadores antigos, Flavio Josefo e Cícero por exemplo, relatam que a crucificação era mais cruel das mortes;
3) A Cruficação era usada para os marginais mais perigosos, escravos e também para os revoltosos, inimigos políticos de Roma. Então, ela tinha um aspecto de chacota para aqueles que queriam ser líderes de seu povo, era a morte mais humilhante;
4) No ano 71 a.C, 6 mil revoltosos que seguiram Spartacus foram crucificados. Era uma morte para inimigos e também era um tipo de morte muito conhecida;
5) A mais antiga evidência de crucifcação encontrada é da morte de "Yohanan Ben Ha'galgol" que tinha entre 24 e 28 anos quando foi crucificado. A crucificação dele foi a do tipo descrito na imagem colorida acima. As pernas deles estavam quebradas e os pregos atravessaram o calcanhar.
6) A idéia de chacota era tão forte para aqueles que eram crucificados que os cristãos do início do século tinham dificuldade de lidar com a morte de Cristo. São Paulo disse em 1 Coríntios 1:23:
"nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo, para os gentios é loucura".
Eu gosto mais da versão em inglês: “we preach Christ crucified, a stumbling block to Jews and folly to Gentiles”. Gosto ad idéia de "stumbling block", pedra no meio do camimho.
7) Assim os cristãos sofriam chacota da morte de Cristo. Do tipo que vai abaixo, que se lê "Alexamos adora seu Deus", e o cruficado aparece com cara de burro.
Por isso, os cristãos demoraram a ilustrar Cristo cruficado, as mais antigas ilustrações que se conhece nas quais Cristo é mostrado na cruz são do século 5.
8) São Tomás e Santo Agostinho exaltaram a Crucificação de Cristo, como liberdadora do ser humano. E a importância dela para demonstrar o amor de Deus por nós. A Crucificação de Cristo é também o exemplo máximo de obediência e deve ser muito observada em uma época em que tantos padres querem fundar sua própria igreja.
Abaixo, o trailer do filme "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson.
(Agradeço a indicação do texto ao site Notes on the Culture of Wars)
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