Em minhas respostas, eu lembrei que eu não era especialista em lei canônica, que estava esperando o que os canonistas iriam dizer, especialmente Edward Peters.
Não achei o comentário de Peters ainda, mas sim de outro canonista também chamado Edward, Edward Condon (foto acima).
Condon tem muito experiência em lei canônica, colabora em tribunais eclesiásticos de várias dioceses e escreve para o jornal inglês The Catholic Herald.
Condon não gostou nada das palavras usadas pelo Papa na questão do aborto.
Segundo ele, o Papa trouxe muita confusão (de novo?) e essa confusão poderia ter sido evitada pela Cúria.
Vocês podem ler o comentário dele clicando aqui, em resumo ele diz:
1) 99% dos padres já podiam antes do texto do Papa absolver o pecado do aborto, pois quando um bispo dá a faculdade de perdoar pecados a um padre, ele pode perdoar qualquer pecado;
2) Aqueles que não podiam perdoar era porque tinham a faculdade de perdoar revogada pelo bispo, por conta de algum problema sério;
3) Quem tinha sido perdoado antes continua perdoado. Muitas mulheres acham que precisam se confessar de novo para conseguir perdão, lendo o que disse o Papa;
4) O que o Papa parece querer dizer é que os padres agora podem também liberar as mulheres da penalidade do aborto, que é a excomunhão. Pois é comum que só bispos podem liberar a penalidade, por vezes o bispo também delega isso a padres;
5) Um padre que pode liberar da excomunhão, só pode fazer isso na sua diocese. Talvez o Papa queira estender a faculdade para que o padre libere em qualquer lugar.
Bom, repito que eu não sou especialista em lei canônica, mas o texto de Condon vale o debate.
Condon está bem chateado com o assunto, com o descuido do Papa e a inação da Cúria para corrigi-lo.
Que confusão!!
Leiam o artigo de Condon.
2 comentários:
TUDO INDICA QUE EM BREVE O CALDO ENTORNARIA...
Os 4 cardeais que não foram atendidos pelo papa Francisco deveriam passar para a próxima etapa, que constaria de uma notificação de erro e pedindo que se corrija e, se não se prontificar em se reconsiderar...
Basta ler a última entrevista do Cardeal Burke: A Amoris Laetitia, diz ele, “não é o Magistério, pois contém graves ambiguidades que confundem os fiéis e pode induzi-los ao erro e pecado grave. Um documento que apresenta esses defeitos não pode ser ensinamento perene da Igreja“.
Noutras oportunidades relatou o mesmo: o documento do papa Francisco é uma “mistura de opiniões pessoais e doutrina”.
D Gehrard Müller, que é o atual Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé também discordou de certos conteúdos da Amoris laetitia, fez pessoalmente uma releitura do texto e relatou varias observações a respeito de certos pontos que considerou inadequados...
Aguardemos.
Olá, meu nobre.
Obrigado por trazer minha questão à esta postagem. Fiquei muitíssimo feliz. O mundo realmente está cada vez mais tenebroso, e me parece que os inimigos da Igreja perceberam que a confusão é a maior das armas, como você mesmo nos traz. Certamente, essa arma foi ainda mais potencializada com o advento das ciências sociais e das psicologias modernas, verdadeiros presentes para os construtores deste mundo que aí está em construção. É tempo de rezarmos.
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