A política econômica do Obama está falhando e isto tem incitado muitos analistas a rediscutir qual deve ser o tamanho do estado, uma vez que nunca o governo norte-americano esteve tão presente na economia dos Estados Unidos quanto agora. Críticas a isso são diárias. A charge acima de Steve Kelley do site Townhall mostra uma garçonete dizendo que depois que o peixe foi cheirado por um representante do governo ele já pode ser servido.
Hoje, li um texto de Martin Wolf, destacado articulista do Financial Times, que discute o assunto. Já fui mais fã de suas análises, agora as acho por vezes simplórias e politizadas. Em relação ao texto de hoje, dicordo da posição que ele demonstra no seu artigo (http://blogs.ft.com/martin-wolf-exchange/2010/08/08/what-is-the-role-of-the-state/).
Ele defende a presença do estado em muitos aspectos econômicos, com base na idéia de que o estado precisa "proteger" o cidadão.
A idéia de proteção está na fonte de justificativa do estado, é verdade. Basicamente em qualquer análise filosófica desde Platão ou Confúcio, como mostra o próprio Wolf, a busca por proteção justifica a criação do estado. Mas o problema é que essa justificativa pode ser usada para tudo.
Recentemente, vi um debate sobre um livro de Cass Sustein chamado Nudge, no qual ele sugere que, como as pessoas não podem saber tudo racionalmente, o estado tem de guiar as decisões delas em qualquer assunto. Seria o estado protegendo as pessoas de si mesmas.
Essa análise de Cass Sustein a que o Wolf dá certo suporte é completamente equivocada, pelo simples fato que o estado é formado por homens. Não é um ente acima da racionalidade comum. Reconheço a importância da idéia de racionalidade limitada nas decisões dos indíviduos, mas dizer que o estado terá melhores soluções é um salto equivocado.
Por esses dias, eu li um texto que explicava a evolução da teoria da segurança internacional. Neste texto, os autores diziam que a teoria surgiu nos Estados Unidos, após o fim da Segunda Guerra, e era usada para discutir a guerra, seus armamentos, orçamentos e estratégias. Mas atualmente dentro dessa teoria de segurança se discute fome, meio ambiente, AIDS, feminismo, etc. Os autores então definem a teoria de segurança internacional como teoria que deve cuidar daquilo que nos ameaça. Ora, tudo nos ameaça. A vida é um risco.
Então, tudo pode ser visto como propenso a ser analisado dentro da teoria de segurança, como também, se formos definir estado como quer Wolf, o estado também não terá limites.
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