No festival de Cannes do ano passado foi apresentado o filme libanês "Et Maintenant, On Va Où?" (E Agora, Para Onde Vamos?) da diretora Nadine Labaki. O filme fala sobre mulheres muçulmanas e cristãs que tentam evitar de toda forma que os maridos entrem em conflito por causa das diferenças religiosas, em uma cidade que sempre conviveu pacificamente.
O Jornal L'Observatore Romano falou muito bem do filme. Diz o texto do Jornal (em azul).
A busca das mulheres de Nadine Labaki, por sua vez, pode ser comparada à de um canal pacífico e vital entre a comunidade e um céu infinito, a ponto que até eventos graves sejam minimizados ou ignorados por elas para evitar vinganças em espiral e desenterramentos de armas e munições. E até uma caravana de mulheres de cabaret desinibidas pode ser desviada para distrair os homens... As mães-coragem não retrocedem diante da ficção de um milagre mariano, no qual quem chora presumidas lágrimas de sangue é a mesma estatuazinha devocional da Virgem decapitada por causa de um despeito da parte adversária.
Contudo uma lágrima verdadeira – mesmo se ninguém o saberá – escorre daquela mesma face, quebrada e pacientemente reconstruída, após a irrupção da mãe à qual um bala perdida matou o filho de modo absurdo. Se ela está disposta a não desabafar com ninguém enquanto pode, até com as amigas, para não desencadear as rixas temidas, será a porta da igreja a abrir-se de par em par com um gesto tão violento que apaga uma vela e será diante da «Nossa Senhora quebrada» que a mãe corajosa explode sem temor: «Por que não falas? Não és mãe também?»
Entre as linhas, além dos pormenores contingentes, a parábola de Nadine Labaki parece sugerir que seja este desarmante reflectir-se de mulher para Mulher, também e sobretudo hoje, «a aparição» da qual o mundo tem grande necessidade.
Vejam trailer do filme abaixo:(Agradeço a indicação do filme ao site Catholic Culture)
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