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Para que a Grécia conseguisse entrar na Zona do Euro, o país mentiu sobre seus números de déficit público e de evolução da dívida pública. Quem colaborou com a fraude foi o banco Goldman Sachs. O mundo já sabia disso, no entanto, hoje mais detalhes da fraude foram revelados pela Bloomberg. A transação feita com a Grécia foi bem lucrativa para o banco e a manipulação de informação usada exibiu um país que apresentava queda na relação dívida/PIB e assim podia ingressar na Zona do Euro em 2001.
A transação é bem complexa, o assunto exige muito conhecimento técnico, e o texto da Bloomberg não explica em detalhes. Mas a Bloomberg diz que a transação entre o Goldman Sachs e a Grécia trocou dívida emitida pela Grécia em dólares e ienes para euros utilizando uma taxa de câmbio histórica, um mecanismo que implicava uma redução da dívida. E também usou um swap (troca) de taxa de juros que não tinha base no mercado para pagar o empréstimo. Esses swaps permitiram às contrapartes trocar duas formas de pagamento de juros, como as taxas fixas ou flutuantes, referenciados a um valor nominal da dívida. Os custos de negociação sobre o swap subiu porque o negócio tinha um valor nocional de mais de 15 bilhões de euros, mais do que o montante do empréstimo em si. O negócio significou que o Goldman Sachs cobrou taxa de serviços proporcionalmente mais altas do que para negociações mais elevadas e complexas.
Interessante também foi que hoje o jornal The Telegraph explicou o histórico da crise da dívida na Grécia por meio de figuras, como esta abaixo,vale a pena clicar no link. O texto é bastante didático:
Voltando ao Goldman Sachs, é a velha história do que é chamado nos Estados Unidos de "crony capitalism" (falso capitalismo). Nós brasileiros conhecemos isso muito bem, a relação espúria entre o mercado privado e o governo.
O Goldman Sachs é conhecidíssimo nos Estdos Unidos, por sempre fornecer pessoal do seu quadro para fazer parte do Banco Central (Federal Reserve) ou do Tesouro norte-americanos. Os atuais presidente do Federal Reserve e o secretários do Tesouro têm relações íntimas com o Goldman Sachs. O banco que mais contribuiu (e o segundo maior contribuidor de todos) para a eleição do Obama foi o Goldman Sachs. Aqui vai um texto da relação Obama e Goldman Sachs de Michelle Malkin. No governo Bush, eles também estavam no governo. O ex-secretário do Tesouro no governo Bush, Henry Paulson, foi presidente do Goldman Sachs, e por aí vai.
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