Tenho um amigo que não acredita no Diabo. Eu o respondi que não se pode ser cristão sem acreditar no Diabo, pelos simples fatos que Jesus expulsou demônios e a primeira recomendação de Jesus aos apóstolos foi que eles expulsassem os demônios, vejam nas seguintes passagens do Novo Testamento: Mat 10:1, Mat 10:8, Mc 6:7, Lc 9:1, Lc 10:17. Os demônios obedecem quando ouvem o nome de Cristo (Lc 10:17).
Ontem, eu descobri o padre José Antonio Fortea. E foi incrível ver que ele escreveu muitos livros (como o livro acima) e há muitos vídeos dele na internet (coloquem nome dele no youtube ou no google). Ele tem inclusive um blog. Padre Fortea é especialista em exorcismo, é um dos cinco padres exorcistas na Espanha. Ele tem muita experiência em exorcismo, já deu entrevista nos Estados Unidos e fala com muita tranquilidade sobre seres malignos
Descobri o padre porque ele escreveu um artigo no site Catholic Spiritual Direction sobre o que é o demônio. Vou traduzir aqui, em azul:
Um demônio é um ser espiritual de uma natureza angelical que foi condenado por toda a eternidade, devido à sua rebelião contra Deus. Como puros espíritos, demônios não são feitos de matéria. Porque eles não têm corpos, os demônios não estão dispostos a qualquer "pecados da carne" (isto é, é impossível para eles cometer os pecados da luxúria ou da gula). Os pecados dos demônios são exclusivamente espirituais. Mas eles podem seduzir os seres humanos para o pecado em matéria da carne.
Demônios não foram criados mal. (Na verdade, é impossível para Deus, que é a própria bondade, criar o mal em qualquer coisa.) Lembrem-se: Demônios são apenas "anjos maus". Depois que Deus criou os anjos, ele testou a sua fidelidade a Ele antes de admiti-los à visão beatífica, à visão de Sua essência. Para os seres puramente espirituais, este "ver" da essência de Deus seria uma visão puramente intelectual. Alguns anjos obedeceram o teste divino, outros não. Aqueles que desobedeceram foram irreversivelmente transformados em demônios e expulsos do céu.
Pode parecer surpreendente que alguns anjos escolheram a odiar a Deus. Mas precisamos entender que aqueles que se rebelaram viu Deus não mais como um bem, como o Bem. Mas como o opressor da liberdade. O ódio nasceu em suas vontades de resistir ao chamado de Deus e manteve-se firme a decisão de deixar a casa do Pai.
A guerra surgiu no céu, Miguel e seus anjos lutando contra o dragão, e o dragão e os seus anjos batalhavam, mas foram derrotados e não havia mais lugar para eles no céu. E o grande dragão caiu, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, caiu na Terra, e seus anjos foram lançados com ele (Ap 12:7-9 ).
Como os seres puramente espirituais lutaM entre si? Que armas que eles usam? Os anjos são espíritos, suas batalhas são puramente intelectuais. As únicas armas que podem usar são argumentos intelectuais. Os anjos deram razões para os rebeldes para por que eles deveriam voltar para a obediência a Deus. Os anjos rebeldes contra-atacaram com suas razões para apoiar a sua posição e espalhar sua rebelião entre os anjos fiéis. Nesta batalha épica angelical, alguns que estavam inclinados a se rebelar voltaram a obediência, enquanto alguns dos anjos fiéis foram seduzidos pelos argumentos do mal dos rebeldes.
Na arte, os demônios são retratados como seres deformados e grotescos. Isto parece adequado, já que os demônios têm definitivamente decidido sobre um destino longe de Deus. A solidão interior em que se encontram para sempre e a sua inveja dos fiéis, que desfrutam da visão beatífica continuamente leva-os a visualizar seus pecados. Eles odeiam a Deus, a si mesmos, e todos aqueles que procuram servir a Deus.
Mas nem todos sofrem as mesmas dores. Alguns demônios foram deformados mais do que outros na batalha. Aqueles que foram mais deformados sofrem mais; menos deformados sofrem menos. Os intelectos dos anjos rebeldes foram deformados e escurecidos pelas mesmas razões que eles usaram para justificar a rebelião de suas vontades contra Deus.
Sua situação é semelhante à degradação moral que os seres humanos podem sofrer por causa do pecado. Precisamos lembrar que somos criaturas de composição composta de alma e corpo. Além dos pecados que são apropriados para o organismo, o processo psicológico interno que leva uma boa pessoa para acabar na máfia ou como guarda em um campo de concentração ou um terrorista é essencialmente o mesmo que a seqüência de atos de inteligência e vontade que levou à queda dos anjos maus.
Apesar de sermos corpo-alma, nós, como seres humanos temos apenas de olhar para nossa própria vida interior para entender como podemos cair em pecado. A esta luz, o pecado dos anjos torna-se mais fácil de compreender.
Abaixo, um dos vídeos do padre Fortea encontrados no youtube, no qual ele fala sobre como demônio se comporta dentro do corpo das pessoas.
(Agradeço o texto do padre Fortea ao site New Advent)
8 comentários:
Bem interessante essa questão que as armas dos demônios são argumentos intelectuais. Um padre que eu conheço, já tinha me recomendado ler o livro Suma Demoníaca do pe. Fortea. Obrigado, por traduzir o texto e ter indicado o vídeo no youtube.
Pois é, avmss, e eu nunca tinha ouvido falar do padre.
Acho, pela minha pesquisa, que o livro que indico é um versão em inglês da Summa Demoníaca, mas não tenho certeza.
Abraço,
Pedro Erik
O problema, meu amigo, é que mesmo hoje em dia há padres que fazem de tudo para não falar do Demónio, como que dando a entender que ele realmente não existe. Também há padres como o "nosso" padre Anselmo Borges, que até é professor de filosofia na universidade de Coimbra, e que diz que o Inferno também não existe, que é um estado apenas, que é relativo, etc. Mais umas modernices paridas pelo Concílio Vaticano II?
Pois é, Firehead. Outro dia fui a uma missa e o padre fez a loucura de dizer que Jesus não expulsou demônios. Pode?
Sobre o inferno, o padre Fortea acha que o inferno é a ausência de Deus, não é um lugar.
Abraço,
Pedro Erik
Esse tal padre que vá falar com o padre Gabrielle Amorth...
Já agora, diz o que é que achas disso:
http://seibonokishi.blogs.sapo.pt/67235.html
O problema não está no Concílio Vaticano II, está na má interpretação que tiraram dela, a Igreja não começou em 1962. Eu por exemplo, li o documento da "Lumen Gentium" e achei excelente, ela mostra a grande importância que os leigos tem para evangelizar o mundo. Na semana passada, o Papa Bento XVI fez a homilia para o Ano da Fé e acho muito importante que os católicos leiam (http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=287574) e também tem a Carta Apostólica Porta Fidei (http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20111011_porta-fidei_po.html), o Sucessor de Pedro fala da nova evangelização que tem que ser feita no mundo, mas que isso não significa ferir a Doutrina Católica.
Tendo a concordar com você, avmss. Acho que o problema com o Vaticano II é gerado mais com o que fizeram dele que com o que ele defendeu. Mesmo porque o Vaticano II não defendeu nenhum dogma novo, não atacou nenhuma heresia.
Apesar de eu achar que o pensamento de João XXIII de "aggiornamento" (modernização) da Igreja não foi adequado, e isto trouxe e traz grandes problemas. A Igreja não precisa se aproximar do mundo, se tornar mundo, a Igreja tem apenas (o que é muito) de levar Cristo ao mundo.
Abraço,
Pedro Erik
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