Os dois são "príncipes da Igreja", estão a um passo de se tornarem papas. Mas o que eles pensam é especialmente destrutivo. Isto não é novidade na Igreja. O filósofo Dietrich von Hildebrand em sua autobiografia relata cardeais e padres apoiando Hitler, a ponto de considerarem Hitler a "encarnação do corpo de Cristo". E quantos padres, bispos e cardeais quiseram destruir o que Cristo representa durante a história da Igreja? Podemos lembrar facilmente de Arius, mas existiram milhares.
Eu já falei aqui do cardeal Kasper, na oportunidade, ele foi pego mentindo, ao negar que tinha atacado os bispos africanos, considerando-os atrasados por não aceitarem os gays. Um réporter gravou a entrevista e provou que eles estava mentindo.
Kasper, para preocupação de milhares de pessoas no mundo, é considerado o téologo do Papa Francisco.
Por conta dessa força sobre o Papa, foram ler o que Kasper escreveu.
Daí surgiu completas aberrações e tentativas de destruir muito do que Cristo fez e disse.
Vejamos o relato de Joe Sparks, do site The Catholic Household, que leu o livro de Kasper, chamado Jesus the Christ.
Kasper não acredita em muitos milagres de Jesus, acha que foram invenções. O milagre da multiplicação dos pães, o Jesus caminhando sobre as águas, ou da transfiguração são todos lendas, invenções.
“A number of miracle stories turn out in the light of form criticism to be projections of the experiences of Easter back into the earthly life of Jesus, or anticipatory representations of the exalted Christ. Among these epiphany stories we should probably include the stilling of the storm, the transfiguration, Jesus’ walking on the lake, the feeding of the four (or five) thousand and the miraculous draught of fishes. The clear purpose of the stories of the raising from the dead of Jairus’s daughter, the widow’s son at Naim and Lazarus is to present Jesus as Lord over life and death. It is the nature miracles which turn out to be secondary accretions to the original tradition.
“The result of all this is that we must describe many of the gospel miracle stories as legendary. Legends of this sort should be examined less for their historical than for their theological content. They say something, not about individual facts of saving history, but about the single saving event which is Jesus Christ. To show that certain miracles cannot be ascribed to the earthly Jesus does not mean that they have no theological or kerygmatic significance…The probability is that we need not take the so-called ‘nature miracles’ as historical.” (Jesus the Christ, p. 90-91)
Mesmo a Ressurreição é posta em dúvida por Kasper. Ele deveria estudar mais, eu sugeriria William Craig sobre a Ressurreição, para ele parar de falar bobagem. Mas vejamos o que ele diz:“[Mark 16] begins with a definite improbability. The wish to anoint a dead body, which has already been put in its shroud in the tomb, three days later, is not given any explanation, such as being a custom of the time, and is unintelligible in the climatic conditions of Palestine. The fact that the women do not realize until they are already on the way that they would need help to roll back the stone and enter the tomb betrays a degree of thoughtlessness which is not easy to explain. We must assume therefore that we are faced not with historical details but with stylistic devices intended to attract the attention and raise excitement in the minds of those listening….” (Jesus the Christ, p. 127)
Kasper também não acredita que Jesus profetizou sua própria morte, descrito em Marcos 10:
“The almost universal opinion today is that in their present form at least these passages are prophecies after the event. They are post-Easter interpretations of Jesus’ death and not authentic sayings. That applies particularly to the third prophecy, which gives very precise details of the actual course of the Passion. If Jesus had foretold his death and Resurrection as clearly as that, the flight of the disciples, their disappointment and their initial refusal to accept the evidence of the Resurrection would have been completely incomprehensible.” (Jesus the Christ, p. 114-115)
Kasper também não acredita na sucessão apostólica, que forma a Igreja, dos apóstolos aos papas.
“[It] is not a question of apostolic succession in the sense of an historical chain of laying on of hands running back through the centuries to one of the apostles; this would be a very mechanical and individualistic vision, which by the way historically could hardly be proved and ascertained.
“The Catholic view is different from such an individualistic and mechanical approach. Its starting point is the collegium of the apostles as a whole; together they received the promise that Jesus Christ will be with them till the end of the world (Matt 28, 20). So after the death of the historical apostles they had to co–opt others who took over some of their apostolic functions. In this sense the whole of the episcopate stands in succession to the whole of the collegium of the apostles. To stand in the apostolic succession is not a matter of an individual historical chain but of collegial membership in a collegium, which as a whole goes back to the apostles by sharing the same apostolic faith and the same apostolic mission. The laying on of hands is under this aspect a sign of co-optation in a collegium.” (Keynote address to Society for Ecumenical Studies, May 17, 2003)
Tudo isso, como mostra Joe Sparks, é uma ofensa a Cristo, a Bíblia, a toda a história da Igreja e às encíclicas dos papas. Em suma, é um ataque a tudo.---
Temos também o caso do cardeal Baldisseri, que é simplesmente o Secretário Geral do Sínodo sobre a Família.
Ele quer que os cristãos procurem meios de ajudar "aqueles que não vivem plenamente o casamento cristão". E disse que foi o próprio Papa Francisco que quis manter os parágrafos sobre gays e comunhão para recasados no civil, mesmo depois dos parágrafos terem sido reprovados pelos bispos.
O grande especialista em direito canônico Edward Peters atacou a expressão "aqueles que não vivem plenamente o casamento cristão".
Peters se pergunta quem poderia ser "aqueles que não vivem plenamente o casamento cristão" na cabeça de Baldisseri.
Serão os padres, freiras ou crianças? Serão os judeus, muçulmanos ou budistas? Ou serão os cristãos que usam anticoncepcionais ou não passam a fé para suas crianças?
Todos estes "não vivem plenamente o casamento cristão".
Peters sabe que ele se refere aos divorciados casados novamente e aos homossexuais casados. Mas estes não cabem na expressão "casamento cristão". Simplesmente porque o "casamento" deles não existe para a Igreja.
Nas palavras de Peters:
But, I fear, the wider context of the cardinal’s remarks suggests that the primary referent for his phrase ‘those not living the fullness of Christian marriage’ was not as above, but rather, that he meant Catholics who are divorced-and-civilly-remarried—if so, then a very serious error has slipped in.
Setting aside a few hypothetically possible scenarios, the vast majority of Catholics who are divorced-and-civilly-remarried are not ‘failing to live the fullness of Christian marriage’, as they are not married at all. Such persons are, of course, in obvious need of pastoral outreach, but to describe them as being in “Christian marriage” at all is to speak as if a tertium quid (middle option) existed between single Christians and married Christians, as if, in other words, “sort-of married” Christians were doctrinally possible. But, they aren’t.
Peters conclui brilhantemente, como sempre (traduzo em azul abaixo, pois merece que todos entendam).Too many married Christians fail to ‘live the fullness of Christian marriage’, but to approach those who are not married and who do not have the sacraments as if they were in essentially the same pastoral condition as those who are married and who do have the sacraments, is to try to build, of all things, a pastoral plan on a seriously mistaken foundation.
Muitos cristãos casados não conseguem 'viver a plenitude do matrimônio cristão ", mas tentar se aproximar daqueles que não são casados e que não têm os sacramentos como se vivessem essencialmente nas mesmas condições pastorais que aqueles que são casados e que possuem os sacramentos, é tentar construir, de todas as coisas, um plano pastoral sobre uma fundação seriamente errada.
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Lutemos pela Igreja e por Cristo, até contra os príncipes da Igreja. Isto não é novidade histórica.
Rezemos por Santa Catarina de Siena.
(Agradeço o texto de Sparks sobre Kasper ao site Big Pulpit)
4 comentários:
POR OUTRO LADO, ACREDITO NOUTRA, DISCORDANDO DELES:
Na crença de que sejam agentes da régua e compasso atuantes dentro da Igreja a serviço deles, de igual forma de todos os que os avalizam, porque não?
É um comportamento escandaloso ao extremo; bem diziam D Gabrielle Amorth e D M Pestana que o diabo esta à vontade dentro do Vaticano, triunfalmente cruzando seus umbrais!
Lembra do caso sucedido com o papa PI0 XII que era uma antevisão desses futuros fatos, mais as previsões de N Senhora em Quito e La Salette?
Henoc
É realmente assustador ver as palavras destes cardeais que têm apoio do próprio Papa, caro Henoc. Como não lembrar de Nossa Senhora?
Abraço
Pedro Erik
Daí, Pedro!
Bueno, certa vez uma senhora me contou que um teólogo havia visitado a sua cidade (aqui no interior do RS) para fazer palestras. E nas palestras o dito cujo pregava as mesmas bobagens que este Kasper prega. O tal teólogo "ensinou" aos fiéis daquele pequeno município que Jesus não havia multiplicado os pães; na verdade cada pessoa foi botando o seu pouquinho até que formou um montão que deu pra alimentar todo mundo.
Claro que me senti na obrigação de orientar a senhora e corrigir o erro do ilustre teólogo. Porém - pensei - talvez para o resto do povo que ouviu a baboseira não haverá correção.
Sabes, esta teologia me parece uma teologia sem Deus, isto é, uma teologia que o é só no nome. Nega-se a ação de Deus no mundo. Nega-se a possibilidade de Jesus operar milagres. Daqui a pouco negarão a divindade de Cristo.
É assustador que este cara seja cardeal. Assustador mesmo.
Exsurge Domine!
Como tu sempre dizes: rezemos pelo Papa e pela Igreja.
Grande abraço!
Jonas
Eu mesmo, Jonas, ouvi um padre dizer em homilia que Cristo não tinha expulsado os demônios.
Interessante também é que São Tomás de Aquino usou justamente a importância dos milagres para atacar o Islã e Maomé no capítulo 6 da Sumna contra os Gentis.
Rezemos para São Tomás continue iluminando a Igreja.
Abraço
Pedro Erik
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