Hoje o jornal inglês The Daily Mail traz uma reportagem que nos fala que a dívida de Grécia, Espanha e Portugal (países enfrentando séria crise financeira) é tão alta que talvez nem uma reestruturação seja possível. A dívida externa desses países alcança 2,16 trilhões de euros. Esse valor é maior do que o previamente previsto e se concentra em empréstimos bancários fora do país. O caso mais grave, pelo tamanho do país, é o da Espanha.
O Euro continua frágil, por volta de 1,23 por dólar e não há perspectiva de que a moeda se fortaleça no médio prazo.
David Landes, em "The Wealth and Poverty of Nations" (A Riqueza e Pobreza das Nações), compara a formação histórica das civilizações e mostra por que a Europa foi superior no seu desenvolvimento econômico, tecnológico e político frente às civilizações islâmicas e chinesas. O autor mostra que a força da Europa na história vem em grande parte de sua fragmentação e não de sua união. A fragmentação permitiu a competição entre as regiões (cidades-estados) por mercadores, favoreceu o avanço tecnológico, deu liberdade de movimento e de credo, reduziu o poder do rei e evitou a dominação por forças externas. A União Européia (EU) avançou nas decisões políticas domésticas, reduziu a competição, aumentou a burocracia e dificultou a solução de problemas locais.
Há, políticos dentro da própria União Européia que pregam o fim dessa estrutura, como Daniel Hannan. Na Inglaterra, há forte pressão por um referendum pedindo a saída do país da UE e o país nem faz parte do Euro. Na França e na Alemanha (países que financiam a zona do euro) há grande frustração. Por outro lado, existem aqueles (mais silenciosos atualmente) que dizem que a solução é aprofundar, pois a UE ainda não tem um ministro de finanças.
O atual momento parece ser crucial para o futuro da União Européia. Aqueles que desejam o avanço da União Européia costumam lembrar que no passado houve muitas guerras entre os países europeus por causa da fragmentação. Mas eu recomendaria a leitura dos argumentos de David Landes. As guerras não nascem só por ataques externos, problemas internos também podem gerar grandes perdas humanas. A história das civilizações chinesas e islâmicas mostram isso.
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