Quando eu era aluno, costumava muito ouvir isso especialmente em aulas de sociologia, filosofia, marxismo I e marxismo II. O cara acha que não precisa ler para entender. Certa vez, li que Claude Lévi-Strauss disse que os alunos e professores brasileiros gostam de resumo, detestavam ir à fonte original. Somos prequiçosos, gostamos de atalhos. Acho que o filósofo belga está certo, mas eu acrescentaria que temos uma preguiça exaltada, pois é muito comum o "não li, mas eu aho"
Pois é, mas parece que não é só no Brasil, ontem eu li que o Eric Holder, advogado-geral do Obama, passou um mês criticando a nova lei de imigração do Arizona, mas não tinha lido. A nova lei tem apenas 10 páginas. O deputado republicano Ted Poe perguntou a ele como ele estava criticando desde o mês passado tão veemente a lei, dizendo que ela trazia possibilidade de crimes pela polícia do Arizona e que ele estava pensando em acionar a constituição se ele não tinha nem lido o texto da lei. O cara teve a coragem de responder que tinha apenas passado o olho e que o que sabia era baseado no que tinha vista na televisão e nos jornais!!!
A lei tem apoio de 60% do povo americano e visa conter a imigração ilegal no Arizona. Mas o Eric Holder quis se apresentar como defensor do povo latino. Está do lado da grande maioria dos políticos. A meu ver, os EUA deveriam realmente aprimorar o controle para evitar os ilegais, o contrabando de drogas usa bastante as fronteiras porosas, mas deveriam também reavaliar a imigração legal, tornar mais palatável a entrada de imigrantes, no país em que a sua história é plena de boas vindas a imigrantes. O Lema da Estátua da Liberdade, inclusive, é de boas vindas a esses: “Give me your tired, your poor, Your huddled masses yearning to breathe free” (mandem-me seus cansados, seus pobres. Suas massas oprimidas que buscam respirar liberdade.) de Emma Lazarus. Além disso, um combate mais eficiente à demanda por drogas dentro dos EUA seria extremamente importante.
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