Esse assunto é complexo. Mas se tiverem paciência talvez eu consiga explicar o que eu aprendi.
Aqui, apresento as semelhanças étnicas relevantes entre Paquistão e Afeganistão. Estas semelhanças não ajudam no cenário de guerra. Muitos grupos étnicos desejam se separar dos países que se encontram, para formar um outro país supostamente mais homogêneo.
O Paquistão foi criado em 1947, a partir de uma divisão da antiga Índia que era colônia britânica. A criação do Paquistão respeitou um Linha estabelecida entre essa antiga Índia e o Afeganistão, chamada Linha Durand, que foi formada em 12 de novembro de 1893 entre o líder do Afeganistão, Abdur Rahman Shah e Sir Mortimer Durand, secretário do exterior do governo da colônia britânica na Índia, que deu nome a Linha. Hoje, o Afeganistão não aceita essa demarcação com o Paquistão.
Por que eu expliquei isso? Por que essa linha separa os países, mas não os povos. O Afeganistão tem maioria da população formada pela etnia Pashtuns que é o segundo maior grupo étnico do Paquistão. A etnia Pashtun por sua vez tem duas grandes tribos: os Durrani e os Ghilzai, esta última é muito relacionada ao Talibã. Além dos Pashtuns, há ainda outras tribos e povos.
Um desses povos é o do Baloquistão (ou Baluchistão ou Baluquistão), que está presente também tanto no Paquistão como no Afeganistão. Acima mostro a bandeira da região do Baloquistão no Paquistão.
Eles são o assunto desse post porque o presidente do Partido Nacionalista do Baloquistão, Sardar Akhtar Mengal, denunciou ontem para o chefe da União Européia em Bruxelas que está ocorrendo limpeza étnica, tortura e eliminação de líderes políticos e estudantis na região do Baloquistão. Uma descrição dos problemas também foi enviada ao Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.
Richard North discute, de forma bem detalhada, os movimentos nacionalistas dos Pashtuns e dos do Baloquistão. Se os Pashtuns desejarem formar um novo país tomarão boa parte do Afeganistão e do Paquistão. E a região do Baloquistão é a maior do Paquistão, os povos desssa etnia também atravessam para o Afeganistão. Se eles também desejarem formar um novo país, será praticamente o fim tanto do Afeganistão quanto do Paquistão. Obviamente, os comandos políticos e militares dos países não querem nem ouvir falar do assunto, mas também costumam não respeitar a Linha Durand. E os países da região certamente reagirão a qualquer movimento brusco nas fronteiras.
Em suma, a OTAN ainda não conseguiu estabelecer um calendário, mas quer deixar o Afeganistão o mais rápido possível. No entanto, se o mundo esperar que a derrota do Talibã signifique paz, estará sendo ingênuo em excesso. Qual é a solução, então? Os militares, políticos e membros da ONU que estão lá parecem não saber, quem sou eu, então, para ter alguma idéia.
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