O comediante, Beppe Grillo, recebeu o maior número de votos nas eleições italianas e colocou o país em um impasse político e a Europa em mais turbulência política e econômica.
Beppe Grillo propôs a entrega de 1000 euros para desempregados e pessoas sem rendimentos, corte nas despesas militares, saída da zona euro, diminuição dos salários dos políticos ou a redução da semana de trabalho a 20 horas. Natural de Génova, ficou rico e fundou seu próprio partido. Não poupa os políticos e é particularmente crítico do actual primeiro-ministro, o Mario Monti, a quem chama Rigor Montis, e de Silvio Berlusconi, o seu antecessor, que trata como “cadáver” ambulante.O seu partido Movimento 5 Estrelas conseguiu 25,5% contra os 25,4% do Partido Democrático, de Pier Luigi Bersani. Olhando as coalizaões de partidos, no entanto, Grillo fica atrás tanto de Bersani e de Berlusconi em número de votos. Berlusconi também ataca a União Européia e não quer se coligar com Bersani, mas pode ter que fazê-lo para manter o país governável. Apesar disso, Grillo terá o maior partido na Câmara dos Deputados e o segundo maior no Senado.
O resultado deixou a coalizão do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, de Bersani, com a maioria dos votos, mas sem cadeiras suficientes no Parlamento para formar um governo.
Em Roma, líderes admitem convocar novas eleições diante de uma Itália "ingovernável", mas o vácuo político na terceira maior economia da UE pode ser ainda mais profundo. Pela Constituição, o presidente Giorgio Napolitano não pode convocar novas eleições por estar nos últimos seis meses de mandato, o que deixa o país em um impasse.
A organização Open Europe vê três alternativas na Itália agora:
1) Bersani, Berlusconi e último primeiro-ministro Mario Monti se undem e formam uma coalizão. Mas Berlusconi já declarou que não se une a Monti.
2) Grillo vai contra o que já disse e se une com Bersani.
3) Uma nova eleição.
Os italianos enfrentam a pior recessão em décadas e com um índice de desemprego recorde. A eleição marcou também a derrota da agenda da União Européia. Mais de dois terços dos eleitores escolheram partidos contrários ao receituário ditado por Bruxelas e Berlim. O eleitorado votou contra os planos de austeridade.
Austeridade é uma palavra muito desgastada na economia. No mundo moderno, as pessoas estão cada vez mais propensas a trabalhar menos, mas receber cada vez mais benesses do estado. Nada reflete mais isto que o atual momento da Europa.
As eleições italianas, são um claro sinal disso. A região vive assolada em dívida combinado com baixíssmo crescimento econômico, qual é a solução mais popular? Manter a trajetória, mais do mesmo remédio, mais dívida.
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