sexta-feira, 17 de abril de 2020

Plano de Reabrir Economia de Trump, Enquanto Diz Não Existe "Otimista" Projeção para Mortes



Por volta do minuto 3:40, Trump diz no vídeo que não existe essa coisa de "otimista perspectiva para mortes, uma morte é morte demais". Bom, isso deveria estar na cabeça de todos, neste momento.

Mas seria contradição ele falar isso no momento em que apresenta um plano para reabrir a economia?

Isso vai depender do plano que ele apresenta. A vida é o elemento fundamental,  o plano deve ser estabelecido a partir desse ângulo.

Deve-se buscar um equilíbrio entre vida e economia? Esse equilíbrio deve mostrar um desequilíbrio em favor da vida. Acho que quase nada na vida é 50%/50%, há sempre uma assimetria, em linha com meu post de ontem.

O plano de Trump é na verdade apenas diretrizes (guidelines) para abrir a economia em três fases, cada fase é ultrapassada a partir de dados sobre a incidência e mortalidade do vírus chinês.  Conforme cai a incidência, passa-se de fase, as escolas são abertas, mais viagens são liberadas, mais negócios voltam ao trabalho. Sendo diretrizes não se trata de lei rígida, sujeita-se a avaliação de governadores e da população. O plano dar liberdade para que líderes estaduais avaliem. A ocorrência do vírus é também muito desigual entre os estados.

Claro que essa desigualdade tem efeito. Se um estado reabre a economia, isso tem efeito nos outros estados, as populações se movem entre eles, com impacto na distribuição da doença. Alguns já anunciaram a abertura da economia até maio ou no início de maio.


Qual vai ser o resultado disso?

Até lá o vírus já retrocedeu?

Encontramos um remédio eficaz que evita completamente ou bastante as mortalidades?

Os EUA já atingiram o pico?

Não se tem resposta definitiva para isso ainda.

Também acho que as pessoas também são capazes de avaliar se podem ou devem voltar ao trabalho. Não se pode esperar que o governo tenha respostas para sua vida.

Você pode ver o arquivo sobre a descrição do plano clicando aqui.

Em todo caso, sim, me parece ótimas diretrizes do governo Trump.


4 comentários:

Horácio Ramalho disse...

Saudações. Esse cenário econômico pós pandemia realmente é difícil de prever. Provavelmente, vários países adotarão planos de normalização da atividade econômica em etapas, como esse explicado na matéria. Contudo, penso que seria uma ótima oportunidade para a implementação de modelos econômicos que não o capitalismo corporativista, que em minha visão junta o pior de todas as teorias econômicas. Mas com a ilusão do 'sucesso' do modelo da China vermelha e mais uma 'crise do capitalismo' quase tornando-se realidade, acho que vai ser difícil. Especialmente no Brasil, onde a preocupação dos políticos é derrubar Bolsonaro; ingênuo é aquele que acha que os presidentes da Câmara e do senado, os ministros do STF, governadores e prefeitos se importam com a saúde do povo. Eu mesmo tenho minha utopia sobre como um país deveria funcionar, política e economicamente, mas como minha visão tira poder dos políticos e entrega aos cidadãos, dificilmente haverá uma escola de pensamento baseado no que penso. Afinal, quem tem poder, sempre vai querer manter o que tem e aumentar ainda mais e lógico, às custas da perda por parte dos outros. Portanto, acredito que em todo o mundo haverá uma maior ação estatal na economia, infelizmente.

Pedro Erik Carneiro disse...

Talvez você tenha que ler mais sobre Distributismo, meu caro Horácio. Uma abordagem econômica mais Católica. Ou ler sobre Familiarismo, a minha própria abordagem econômica.

Tudo isto está no meu livro, Ética Católica para Economia.

Abraço,
Pedro Erik

Horácio Ramalho disse...

Com certeza Professor. Eu já pesquisei sobre Distributismo e sobre a Doutrina Social da Igreja, mas nunca me aprofundei. Ao terminar a graduação, que está próxima do fim e por isso demanda mais tempo, irei comprar seu livro e outros que abordem a visão católica da economia.

Pedro Erik Carneiro disse...

Você escreve muito bem, seus comentários, meu caro. Tenho certeza que completará com louvor sua graduação.

Abraço,
Pedro Erik