Ontem, o New York Times mostrou a estrutura de contágio financeiro que vem da Europa, vejam parte da apresentação acima, em que quanto mais colorido mais problemático é o país no momento. Quanto mais grossa é a seta mais o país carrega risco financeiro para o outro. Por exemplo, uma crise na Itália derrubaria a França pois muitos bancos franceses compraram títulos provenientes da Itália. Mas o Japão não seria tão prejudicado diretamente.
O acordo financeiro fechado ontem, para pelo menos resolver a dívida grega, ainda carece de detalhes e isto tem trazido muita apreensão no mercado financeiro. Hoje, a Itália vendeu títulos, mas o mercado pediu uma taxa de juros muito alta, a mais alta para títulos italianos desde 2000, isto reflete esta apreensão.
O site EU Referendum traz importantes textos de críticos ao acordo. Como este de Ambroise Evans-Pritchard, este de Simon Heffer, e este do Mail On line. Um que gostei muito fala a opinião do executivo Simon Henry, da Shell, a maior empresa da Europa. Ele disse (traduzo em azul):
“Europe’s macroeconomic position can only recover, and the sovereign debt crisis can only be addressed, through underlying economic growth and we do not see the European Union creating the conditions for that - in fact quite the opposite.
Most moves made by the [European] Commission, one way or the other, tend to almost, either directly or indirectly, reduce competitiveness of European industry. So that’s more of a concern to us in the medium and long term than the sovereign debt crisis.”
(A posição macroeconômica da Europa pode apenas se recuperar, e a dívida de crise soberana pode apenas ser resolvida, através do crescimento econômico e nós não vemos a União Européia criando condições para isto, pelo contrário. A maioria das políticas econômicas que provém da Comissão Européia, de uma maneira ou de outra, tendem para, direta ou indiretamente, reduzir a competitividade da indústria na Europa. Assim esta é uma preocupação que nos preocupa no médio e longo prazo muito mais do que a crise da dívida).
Para mim, assim como para Richard North do site EU Referendum, a Europa não se sustenta enquanto tentar manter países tão diferentes com uma moeda única. A idéia de resolver isso por meio da criação de uma Federação de Estados Europeus gerida por um governo único para todos os países, no entanto, irá acabar com o resto de democracia da região, gerará um gobverno autoritário e não trará paz. A única chance é a União Européia soltar os controles sobre os países e eliminar o euro. Entregando de volta os poderes políticos e finaceiros aos países.
Do jeito que está, a Europa sempre será um grande risco de contágio financeiro, até o ponto em que não terá mais importância para o mercado mundial, porque perdeu completamente a competitividade.
(A posição macroeconômica da Europa pode apenas se recuperar, e a dívida de crise soberana pode apenas ser resolvida, através do crescimento econômico e nós não vemos a União Européia criando condições para isto, pelo contrário. A maioria das políticas econômicas que provém da Comissão Européia, de uma maneira ou de outra, tendem para, direta ou indiretamente, reduzir a competitividade da indústria na Europa. Assim esta é uma preocupação que nos preocupa no médio e longo prazo muito mais do que a crise da dívida).
Para mim, assim como para Richard North do site EU Referendum, a Europa não se sustenta enquanto tentar manter países tão diferentes com uma moeda única. A idéia de resolver isso por meio da criação de uma Federação de Estados Europeus gerida por um governo único para todos os países, no entanto, irá acabar com o resto de democracia da região, gerará um gobverno autoritário e não trará paz. A única chance é a União Européia soltar os controles sobre os países e eliminar o euro. Entregando de volta os poderes políticos e finaceiros aos países.
Do jeito que está, a Europa sempre será um grande risco de contágio financeiro, até o ponto em que não terá mais importância para o mercado mundial, porque perdeu completamente a competitividade.
4 comentários:
a china é muito importante no mercado de dívida soberana e ficou de fora do diagrama....
segue um link (em alemao) de um austríaco que acerta tudo.
o passo a passo das medidas, causas e efeitos ele antecipa com muita competência.
http://hartgeld.com/
Mudando de assunto, qual a sua opinião sobre o Orlando Fedeli da Monfort? Bento XVI conseguiu reunir os tradicionalistas e acabar com os sedevacantistas. Grande Papa.
ab,
LECM
Este Papa, LECM, é o melhor Papa do século XX para mim. Cada discurso dele é simplesmente fantástico. Ele está trazendo de volta a missa tradicional, algumas congregações conservadoras e mesmo alguns importantes padres e bispos de outras religiões cristãs (anglicana e episcopal) para Roma.
Ele enfrenta grandes problemas, como a China, a Austria, a Venezuela, mas ele sabe qual é o camimho certo. Sem falar na islamização da Europa.
Deus o abençoe com muita vida e saúde para continuar.
Não conheço a opinião que você fala, mande para mim.
Abraço,
Pedro Eri
A falência não é algo importante no mercado? Por que não deixar os bancos falirem? Seria uma crise pior?
Li um artigo que aponta o começo do problema atual para a regulação do sistema financeiro (um nome com B, que me esqueci). Já que essa regulação é desatualizada ao não considerar ferramentas fiscais. Ainda diz que 2008 também causou problemas por erros nas ações.
Afinal, de onde veio essa crise? De má interferência dos governos ou incompetência dos capitalistas?
Caro Eduardo, tem uma coisa chamada em ingles de crony capitalism. Eh um capitalism que usa favores do governo, em resumo, corrupcao do governo. No caso, a crise financiera atual eh uma combinacao de ganancia de politicos com ganancia de capitalists.
Entao, como em geral temos sempre crony capitalism, a culpa eh dos dois.
Abraco,
Pedro Erik
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