Os xiitas são maioria no Irã (quase 100%), Iraque, Bahrein e Azerbaijão. Enquanto, entre os muçulmanos, os sunitas são a grande maioria. Diz-se que 80% dos muçulmanos são sunitas e 20%, xiitas.
A diferença mais básica entre sunitas e xiitas é que os xiitas procuram seguir líderes religiosos considerados descendentes de Maomé, enquanto os sunitas seguem os líderes religiosos que entendem que têm conhecimento da tradição islâmica. Mas há várias correntes, nas duas facções. Por exemplo, o jornalista Glenn Beck está desde o início da semana no seu programa da Fox News mostrando que Ahmad Ahmadinejad do Irã é um xiita da vertente dos Duodecimalista (clique no vídeo Rumors of War). Essa vertente aguarda a vinda do 12º Imã (chamado al-Mahdi) que viria depois de uma grande guerra que destruiria Israel e o mundo cristão, e o islamismo dominaria o mundo. Ahmadinejad sempre que faz um discurso diz que quer "apressar a vinda do 12º imã, o prometido".
O Egito é sunita, o grupo terrorista Hamas da Palestina também, mas o grupo Hezbollah do Líbano é xiita. A proximadade entre o Hamas, Irmandade Muçulmana e o Hezbollah é conhecida, então ser sunita não quer dizer que os grupos não queiram a mesma coisa, domínio islâmico contra os infiéis. Mas, como Saddam Hussein, que era sunita em um país de maioria xiita, o Rei do Bahrein sofre pela sua distância religiosa em relação a maioria da população. Imaginem se o Brasil fosse dominado há muito tempo por um evangélico. A população reza Ave Maria, mas o rei ou presidente do Brasil discordaria dos dogmas de Nossa Senhora. A população tenderia mais facilmente a se levantar contra o soberano. É o que acontece no Bahrein.
A população que se revolta contra o Rei dificilmente está atrás de democracia. Eles gritam "Morte ao Khalifa" e não por democracia. O principal grupo de oposição é o grupo xiita Al Wefaq.
Pelo menos cinco pessoas morreram até o momento, na violenta resposta do governo, e os revoltosos levam os corpos dos mortos para as passeatas.
A Arábia Saudita está receosa, pois está próxima do Bahrein e também tem uma monarquia de longa data que domina o país, apesar de não ter maioria da população xiita. O mundo ocidental também deve se preocupar, perderia um aliado importante e um Bahrein xiita abriria as portas para o Irã, em uma região que é considerada um barril de pólvora.
Um mundo não deve pensar que as diferenças entre sunitas e xiitas sejam empecilhos para que grupos terroristas islâmicos das duas facções não se unam. Por exemplo, na tríplice fronteira do Brasil, Argentina e Paraguai, várias fontes já mostraram que o Hezbollah (xiita) e a al-Qaeda (sunita) estão juntos para financiar o terrorismo na região. Mas também deve-se considerar que um sunita terá muita dificuldade de dominar uma população de maioria xiita. Mesmo entre a mesma facção há ódio, o Hamas, por exemplo, odeia o Fatah que é do mesmo país, querem, supostamente, a mesma coisa (Estado Palestino) e também é sunita.
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