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Eu tive a felicidade de conhecer Liverpool no Reino Unido, quando estive lá procurei os lugares frequentados pelos Beatles, como o Cavern Club, mas nesta semana, eu descobri que Liverpool, além de ser sinônimo de Beatles, é sinônimo de morte, milhares de mortes no Reino Unido.
O professor Patrick Pullicino (foto acima), consultor para questões de saúde, disse ao jornal inglês Daily Mail que os médicos do sistema de saúde do Reino Unido (NHS - National Health System) estão "acabando com a vida" (em português claro, matando) de forma prematura milhares de idosos hospitalizados, porque eles são difíceis de lidar ou para liberar leitos.
Ele afirma que os médicos estão fazendo uma "trajetória da morte" (death pathway) para idosos, como se fosse uma eutanásia.
No Reino Unido, quando os médicos acreditam que o paciente é irrecuperável, eles inicam o que se chama Trajetória de Cuidados Liverpool (LCP - Liverpool Care Pathway), que significa retirada de medicamentos ou outros procedimentos que provocam a morte do paciente em 33 horas, em média.
Existem cerca de 450.000 mortes a cada ano na Grã-Bretanha de pessoas que estão no hospital ou sob os cuidados do sistema de saúde. Cerca de 29 por cento - 130.000 - são de pacientes que estavam no Liverpool Care.
Professor Pullicino afirmou que, com muita freqüência pacientes idosos que poderiam viver mais são colocados no LCP e que isto tinha se tornado em um "caminho de morte assistida em vez de uma via de cuidados especiais".
Ele citou a pressão sobre leitos e dificuldade de enfermeiros e médicos para lidar com idosos, como incentivos para que os mortes provoquem as mortes.
Professor Pullicino revelou que ele pessoalmente interveio para tirar um paciente do LCP, e o paciente, saindo do LCP, teve um tratamento de sucesso.
Ele disse que a avaliação dos médicos de que o paciente tinha apenas dias ou horas de vida muitas vezes são claramente falsas.
Como exemplo, ele revelou que um idoso de 71 anos, pobre, italiano que mal falava inglês, com pneumonia e epilepsia foi colocado no LCP para ser morto em uma semana. Mas, por Deus, o paciente foi retirado do LCP, e depois de viver mais 14 meses, ele foi admitido em outro hospital e colocado novamente no LCP, quando morreu em cinco horas.
O professor diz que a falta de evidência para que se inicie o LCP torna o procedimento em uma morte assistida (eutanásia) ao invés de cuidados médicos. Pacientes são colocados no LCP sem uma avaliação adequada da sua situação.
O LCP foi desenvolvido no Reino Unido durante a década de 1990 e recomendado aos hospitais pelo sistema de saúde nacional em 2004.
Já faz tempo que o LCP sofre críticas de médicos.
Especialistas, incluindo Peter Millard, professor emérito de geriatria da Universidade de Londres, e Dr. Peter Hargreaves, consultor de assistência no centro de São Lucas câncer em Guildford, Surrey, advertiu de "eutanásia backdoor" e o risco que os fatores econômicos foram sendo trazidos para o tratamento de pacientes mais vulneráveis.
E no Brasil? Deixamos ou provocamos mortes de idosos nos hospitais? Certamente, sim, e pela situação do nosso sistema de saúde, não são apenas idosos que são levados a morte por maus procedimentos intencionalmente feitos.
O caso do Reino Unido é mais um exemplo, deixa-se a morte entrar (eutanásia) e ela sai dominando tudo, reduzindo o valor da vida humana, especialmente dos mais pobres.
(Agradeço a notícia do Daily mail ao site Pewsitter)
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