Politicamente, em 2012, os atuais líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) devem se aposentar e a quinta geração de líderes vai assumir. A mudança vai alterar profundamente o principal orgão de governo na China, o Politiburo. Sete dos noves membros do Politiburo serão trocados. A transição política chinesa acontece nos bastidores, ninguém sabe o que acontece, há muita incerteza, não há uma sistema institucional para mudança de comando, nem Mao Tse-Tung, nem Deng Xiaoping, nem Jiang Zemin, nem o atual Hu Jintao conseguiram estabeler um processo político para eleição de um líder, assim as lutas internas são intensas.
O site Straffor estabele duas principais facções na China. A primeira é liderada pelo líder do PCC, Hu Jintao, que tem uma posição centralizadora, concentração do poder em Beijing, e um viés mais social de distribuição de renda, com desejo de manter o controle social. A segunda facção é liderada pelo antecessor de Jintao, Jiang Zemin, que é mais elitista (com a presença de filhos de ex-líderes), mais regionalista, que procura dá mais liberdade para as diversas regiões chinesas (há 33 províncias governamentais, além de Taiwan) se desenvolverem mesmo com apoio internacional, reduzindo o controle do poder central em Beijing. Mas, não há expectativa de que a próxima geração de líderes reduza o poder do PCC, todos se juntam no compromisso de manter o poder do Partido. Isto é, a ditadura, para qualquer facção, deve continuar.
Deng Xiaoping (fot abaixo), que foi líder de 1978 a 1992, depois do desastre da Revolução Cultural chinesa de Mao, realizou a reforma econômica chinesa com base em três pilares: 1) pragmatismo econômico, permitindo o comércio internacional; 2) Negociação com países de diversas matizes políticas desde que eles reconhecessem a China como nação; 3) Primazia do PCC. Não haveria reforma política. Manifestações políticas seriam suprimidas cruelmente.
O modelo econômico liderado pelas exportações com base em crédito barato de Xiaoping chegou ao ponto de saturação, mas Hu Jintao não consegue desvencilhar a China disso. A sua política de favorecer o consumo interno para ter uma economia mais equilibrada não deu resultado. O alto nível de investimentos na China não se reflete no consumo, a economia é voltada para o exterior, as famílias chineas não consomem o nível desejado pelo governo no mercado interno. Há ainda fortes disparidades regionais na China, com Beijing, Xangai e Tianjin (áreas vermelhas do mapa do Stratfor, acima) se destacando, mas o interior do país ainda muito pobre (áreas verdes do mapa, acima).
Os problemas econômicos e políticos da China têm quatro fontes: 1) Queda na demanda internacional; 2) aumentro do custo do insumos e da mão-de-obra; 3) Aumento do poder dos militares que procuram uma atitude mais ativa para aumentar a influência chinesa internacionalmente; e 4) Falta de reforma política, o que favorece a corrupção e as disparidades regionais.
As opções da China, segundo Stratfor são: a) continuar empurrando com a barriga as mudanças necessárias; b) fazer reformas políticas e econômicas que podem arruinar o regime comunista; e c) sacrificar a economia para manter o poder do PCC.
Para mim, a opção b está fora de possibilidade no médio prazo.
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