terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Grande Pergunta de Nossa Era - Egito e Reino Unido


Qual é a pergunta de nossa era? Salmam Rushdie sabe:

This is the question of our time: how does a fractured community of multiple cultures decide what values it must share in order to cohere, and how can it insist on those values even when they clash with some citizens’ traditions and beliefs?” (Essa é a questão de nossa época: como uma comunidade fraturada por múltiplas culturas decide quais valores ela deve seguir para permanecer unida, e como ela mantém esses valores quando eles se chocarem com as tradições e crenças de alguns cidadãos?) .

Todos os países terão de responder essa questão. Mas vou usar os casos de Egito e Reino Unido. 

No Egito, no final de semana passado, durante as celebrações do ano novo na igreja ortodoxa copta (que é cristã, mas não é católica, nem ortodoxa, grega ou russa, mas local) al-Qiddissin (Todos os Santos) na Alexandria, um terrorista matou 21 e feriu 79 pessoas. No ano passado, nessa mesma época, seis coptas foram assassinados depois de uma missa de Natal.  

O grupo al-Qaeda convocou ataques terroristas às igrejas cristãs no Egito, para vingar, segundo eles, a prisão de duas mulheres que seriam casadas com coptas, mas que teriam se convertido ao Islã, e, por isso, estariam presas. A Igreja nega a conversão delas e grupos feministas dizem que elas querem se separar de seus maridos e, por isso, teriam se convertido, mas não se sabe se ao Islã ou a outra denominação cristã que aprove o divórcio.

Que loucura, depois da matança, por que essas mulheres não aparecem? Mas seria cômico se não fosse trágico ver muçulmanos defendendo mulheres que querem se divorciar. Como se elas fossem muito livres em terras islâmicas. Na verdade, al-Qaeda procura justificativa para perturbar o governo do ditador Hosni Mubarak que controla com mão de ferro os radicais islâmicos do seu país. Diante dos ataques da semana passada, Mubarak, procurou desvinculá-lo da religião muçulmana, dizendo que feriu também muçulmanos, e também dos egípcios, dizendo que é coisa de estrangeiros. Ninguém acreditou muito nisso, ele agiu politicamente apenas. Os coptas estão indo às ruas para protestar. 

O Egito tem apenas 10% de sua população como cristã. Mas o pior é que o Natal copta é na próxima sexta-feira e as autoridades policiais até agora têm sido inaptas para conter os atentados. 

No Reino Unido, Praveen Swami escreve um artigo no The Telegraph dizendo por que Londres é conhecida como Londonistão:

"UK had the greatest concentration of active al-Qaefa supporters of any Western country" (Reino Unido tem a maior concentração de apoiadores da al-Qaeda do mundo ocidental) 

Por que isso ocorre no Reino Unido, qual são as condições políticas, econômicas, ideológicas e migratórias que permitiram isso no país de John Locke, Thomas More, Edmund Burke, Gilbert Chesterton, Winston Churchill?

Apesar de Salman Rushdie ter mostrado qual é a pergunta de nossa era, Rushdie não tem a resposta. Em uma entrevista para a Veja em 2003, ele pareceu valorizar o ateísmo.  

Os princípios têm base na religião. A retirada de Deus da sociedade já foi tentada na história e gerou recordes em cadáveres. Nada gerou tanta matança como o comunismo. 

Nenhuma religião é mais atacada no mundo do que a religião cristã.  O mundo cristão não precisa se tornar ateu, ao contrário, precisa sim defender sua fé em Jesus Cristo, que é amor e paz, mas sempre se mostrou pronto para dizer quem é Ele. 

Certa vez, eu vi um padre brasileiro dizendo que quando Cristo disse para darmos a outra face, era para sermos passivos. O padre está errado. Cristo estava argumentando para não repetirmos o ato do agressor. Não é atacando as igrejas muçulmanas que venceremos. Nem sendo passivos. Mas defendendo a verdade de Cristo e procurando levá-las para todos:

"Eu sou a Luz do Mundo. Quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida." (João 8,12)

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