Pois é, o assunto é realmente estranho, mas atesta como está a cultura mundial pelo reflexo das universidades.
A Universidade do Arizona chamou um médico chamado Carlos Gonzalez (foto), que tem mãe mexicana e pai Yaqui (tribo indígena), para oferecer uma benção aos mortos pelos tiros de Jared Loughner, que matou seis pessoas e feriu gravemente uma deputada. A Universidade não chamou nenhum padre, rabino, ou pastor para fazer uma oração ou uma benção, apenas o tal Carlos Gonzalez.
Na benção, o cara não citou Deus, apenas o que chamou de criador e homenageou os pontos cardeais (ou algo parecido, ele chamou de sete direções) e a "mãe terra" e o "pai do céu".
Ao final, o cara deu uma explicação para a CNS News dizendo que na verdade ele é católico. Pois, supostamente a tribo dele tinha se convertido há muito tempo. E se você pensa que ele iria pelo menos exaltar a religião indígena, ele falou que na verdade a benção dele não deve ser vista como uma religião, é apenas "espiritualidade".
O que é o cara, então? Por que uma Universidade se presta a um papel tão ridículo?
Convida uma cara que não se pode dizer com certeza que ele é mexicano, indígena, americano, xamã ou católico. O cara é "fake" em qualquer aspecto. Não tem qualquer cultura nacional, nem religiosa.
Será isso que queremos para o mundo? Um "melting pot" (mistura) sem qualquer vínculo cultural ou religioso.
Para mim, isso é o caminho para a escuridão.
Estou lendo um livro de um dos maiores especialista em inquisição do mundo, Edward Peters. O livro se chama Inquisition e acho que até o momento não há versão em português. Ainda não acabei de ler, mas já passei da metade. É um livro difícil, pois é bastante técnico e exige pesquisas para entender, mas recomendo fortemente.
Inquisição é um assunto bastante complexo, envolve várias seitas teológicas que remontam séculos, além de teorias jurídicas, política nacional e internacional, poder, moral e cultura. O autor fala sobre os fatos e também sobre os mitos da Inquisição. Peters diz que o fim da Inquisição trouxe um novo princípio humanista, a tolerância religiosa. Mas fico pensando o que Voltaire, que era um dos grande críticos mais ácidos da Inquisição, pensaria ao ver o suposto índio, suposto mexicano, suposto católico, suposto xamã...
E o pior, como não havia ninguém nem remotamente indígena entre os mortos, fico imaginando o que os parentes das vítimas acharam disso.
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