segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Custo das Políticas de Combate à Mudança Climática


É muito comum, no Brasil, para quem acredita em mudança climática antropogênica (gerada pelo homen), se considerar a energia hidrelétrica como limpa e renovável. Diz-se que ela é limpa por não emitir dióxido de carbono. No entanto,  a hidrelétrica emite muito metano ao inundar áreas de vegetação. O  metano é 23 vezes mais poluente do que o carbono. Além disso, a hidrelétrica pode prejudicar a fauna e a flora nativa, além das populações próximas a usina. O fato de ser renovável é relacionado ao regime de chuvas, mas o regime de chuvas é instável, como sabemos ao ver todo ano as preocupações com a falta ou o excesso de chuvas nas hidrelétricas.

Em todo caso, o Brasil deve perseguir o uso de hidrelétrica pois esse é o seu maior potencial de geração de energia.

O meu argumento é que todo país deve valorizar o potencial mais barato de obter energia, observando os custos ambientais entre todos os custos, mas, em primeiro lugar, observando o custo social (desemprego, queda na qualidade de vida).A preocupação com as pessoas deve ser a prioridade.

Christopher Booker (recomendo o site dele na minha lista abaixo) é um dos ativos escritores e articulistas que escrevem contra as medidas governamentais que procuram incentivar a chamada energia renovável sem observar os custos delas. Eu, assim como ele, não sou contra a adoção de fontes de energia que poluem menos o meio ambiente, mas temos de olhar o custo dessa polìticas para evitarmos a bancarrota dos países com seus elevados custos sociais.

Booker geralmente escreve um texto sobre isso nos fins de semana no jornal The Telegraph. No dia 18, escreveu um artigo mostrando os custo das energias renováveis para o Reino Unido. O artigo se chama
Britain's energy policy is in crisis (A Crise da Política Energética na Grã-Bretanha). Ele discute a meta da União Européia de gerar 1/3 de sua energia por fontes renováveos até 2020.

Vejamos alguns exemplos dados por Booker:
1)  O custo dos subsídios de painéis solares é altíssimo em relação a energia gerada. Os consumidores têm de pagar de três a oito vezes mais pela energia gerada;
2) Os carros elétricos até agora têm sido um desastre de vendas e de consumo de energia. O Nissan Leaf, próximo lançamento, custará 23 mil libras e fará apenas 100 milhas (260 km) antes de precisar recarregar as baterias, e esse carregamente depende da geração de energia por meio de combustíveis fósseis (petróleo), diminuindo a redução de emissão de carbono;
3) O custo de estabelecer 2 milhões de bombas de calor para produzir energia ultrapassará em 13 milhões de libras os benefícios em 2030, e pouquíssimas dessas bombas podem ser realmente consideradas renováveis;
4) O governo desistiu da geração de energia por ondas porque seu custo é 10 vezes maior do que uma usina nuclear, que é livre de carbono.

Em um outro artigo, Booker falou sobre a energia eólica (The Thanet wind farm will milk us of billions ), o governo dará 1,2 bilhão de subsídios a um empresa sueca que produzirá energia eólica, quando  uma estação de usina nuclear, que é limpa, poderia produzir 13 vezes mais de energia com muito maior confiabilidade (os ventos são erráticos).

O Reino Unido promete cortar 80% do seu carbono até 2050, a um custo de 80 bilhões de libras por ano, ou 734 bilhões no total. Para cumprir a meta, provavelmente a economia britância teria de parar.

O país deve rever suas metas, para o bem de sua população. Os outros devem observar os erros britânicos para não rasgarem dinheiro.

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