Amanhã, faz 50 anos que John Kennedy, então candidato a presidência, fez um importante discurso (escrito por Theodore Sorensen ) em Houston.
Kennedy foi o primeiro e até agora o único presidente católico dos Estados Unidos. No discurso, ele tenta refutar os ataques dos protestantes que diziam que a Igreja Católica não reconhecia separação entre Igreja e Estado, que Kennedy iria administrar os Estados Unidos monitorado pelo Papa, que ia transformar o país em América Latina, etc.
O candidato não podia ignorar esses ataques e marcou um discurso para um grupo de clérigos protestantes no Greater Houston Ministerial Association em 12 de setembro de 1960.
No discurso, Kennedy diz:
I believe in a President whose views on religion are his own private affair, neither imposed upon him by the nation or imposed by the nation upon him as a condition to holding that office….
Whatever issues may come before me as President, if I should be elected – on birth control, divorce, censorship, gambling, or any other subject – I will make my decision in accordance with these views, in accordance with what my conscience tells me to be in the national interest, and without regard to outside religious pressure or dictate. And no power or threat of punishment could cause me to decide otherwise.
(Eu acredito em um presidente em que suas posições religiosas são uma questão particular, nem impostas sobre ele pela nação ou impostas pela nação sobre ele como uma condição para mantê-lo na presidência...
Quaisquer problemas que cheguem a mesa presidencial, se eu for eleito – seja sobre aborto, divórcio, censura, jogo ou qualquer outro assunto – eu decidirei com essas posição, em acordo com o que minha consciência me diz ser o melhor para a nação, e sem considerar pressões religiosas ou ditames. E nenhum poder ou ameaça de punição pode me fazer decidir de outra forma)
Até hoje esse discurso é matéria de debate. Kennedy só queria ganhar a eleição, nada mais do que isso.
No entanto, eu concordo com alguns analistas católicos que o resultado do discurso foi pernicioso para os próprios católicos e mesmo para os crentes em geral. Hoje, políticos católicos como John Kerry votam a favor do aborto, dizendo que são contra na “vida privada” mas são a favor na “vida pública”.
O que é uma idiotice. A crença na vida não tem limites, não tem separações entre vida pública e privada. A fé no que é melhor para o ser humano, inclusive os não crentes, não deixa de existir ao entrar em um Congresso. Como disse, o periódico católico Ave Maria: “To relegate your conscience to your ‘private life’ is not only unrealistic, but dangerous as well.” (Relegar sua consciência para sua vida privada não é apenas não relatístico, mas também perigoso).
Além disso, enquanto a igreja não deva nunca coagir políticos, ela é livre para instruir os católicos como decidir publicamente sobre questões morais.
Como já falei neste blog, durante as eleições na Inglaterra, a Igreja Católica do país divulgou um panfleto dizendo como o católico deveria votar seja como cidadão ou membro do Congresso. Os católicos deveriam honrar sua fé também nos seus votos.
O discurso de Kennedy, apesar de ter ajudado a eliminar o fanatismo contra os católicos nos Estados Unidos, justifica hoje as decisões políticas erráticas dos católicos.
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