São Tomás de Aquino, o "Doutor Angélico", certa vez, diante de um crucifixo em Nápoles, ouviu estas palavras de Jesus: “Bem tem você escrito sobre Mim, Tomás, o que devo te dar em recompensa?" São Tomás respondeu: “Nada senão a Ti mesmo, meu Senhor". Em latim, São Tomás disse: Nil, Nisi Te, Domine. Em inglês: Naught save Thyself, O Lord.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Economia Iraniana - Fundo do Poço
Hossein Askari professor da Universidade George Washington fez um excelente texto sobre economia iraniana, ontem no jornal Asia Times. Ele mostrou o resultado, em termos econômicos, da revolução islåmica de 1979. Quem desejar ler o artigo no original acesse: http://atimes.com/atimes/Middle_East/LI15Ak01.html
Desde a revolução islâmica, o Irã teve principalmente dois problemas para se desenvolver: a guerra contra o Iraque (que provocou mais mortes no lado iraniano e destruiu parte de sua infra-estrutura) e as sanções norte-americanas, que está relacionada à política externa da revolução. Porém, Askari resume seu texto dizendo: "To say that Iranian economy has underperformed since the Shah's overthorw em 1979 would be an understatemet" (Dizer que a economia iraniana se desenvolveu abaixo do esperado desde a queda do Xá em 1979 seria uma subestimação).
Vamos aos números:
1) Em 1970, a economia iraniana era a 27a do mundo, em 1980 era a 19a, mas em 2005 ficou em 31a;
2) De 1980 a 2005, o crescimento da renda per capita foi de 0%;
3) Depois de 2005, a renda per capita cresceu movida pelo grande aumento dos preços do petróleo, mas isso foi insignificante diante de 30 anos após a revolução;
4) Em 1975, Irã produzia 5,35 milhões de barris por dia (mbd) e a Arábia Saudita, 7,1 mdb. Em 2009, o Irã produziu 4,0 mbd e a Arábia Saudita, 8,3 mdb.
5) Para gás natural, Irã e Catar têm o mesmo nível de reservas, mas enquanto o Catar é líder em exportação de gás natural liqüefeito (LNG), o Irã não exporta nada;
6) De acordo com o FMI, o Irã é o primeiro entre os países em desenvolvimento em fuga de cérebros. Pelo menos, 150 mil iranianos deixam o país todo ano, aproximadamente 25% de todos os iranianos com educação secundária vivem no exterior;
7) A receita tributária do governo central é quase exclusivamente sobre petróleo e gás (80%);
8) Hoje, 65% dos empregos estão no governo.
Depois da revolução de 1979, o governo iraniano realizou uma série de nacionalizações e colocou associados ao novo regime para gerir as indústrias. O resultado foi a destruição das indústrias que o governo respondia com mais proteção tarifária.
No regime do Xá a corrupção estava presente no país, mas muito limitada aos membros da família real e oficiais do governo. Hoje, a corrupção é generalizada.
Na administração Ahmadinejad, a Guarda Revolucionária Islâmica foi reforçada e está em todos os ramos da atividade (com vários casos de corrupção). Ahmadinejad faz uma política populista com as receitas do petróleo, aumentando os gastos públicos e mantendo taxa e juros negativas e taxa de câmbio praticamente fixa. Mesmo assim a taxa de desemprego deve estar por volta de 25%. Para aliviar a pressão da queda no desenvolvimento, o governo também usa subsídios para alimentos e petróleo, que hoje representam de 25 a 30% do PIB. Esses gastos prejudicam os aportes para educação e saúde.
Quando mais carente, mais o povo tem dificuldade de eleger um representante, as necessidades de sobrevivência são mais prementes do que a defesa das instituições, e isso é reforçado pela fuga de cérebros. Por isso tenho bastante dificuldade de ver solução interna para o Irã.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário