sábado, 9 de julho de 2011

Por Que a Teologia da Libertação É uma Desgraça?

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A bandeira acima é do grupo guerrilheiro esquerdista da Argentina Montoneros. Este grupo foi fundado por radicais da Igreja Católica. O símbolo XP acima não deixa dúvida. XP é o símbolo de Cristo, só que obviamente não é feito com armas. XP são as duas primeiras letras da palavra Cristo em grego (Χριστός).

Mas a ação dos Montoneros não foi nada cristã, como as armas na bandeira indicam. Os Montoneros mataram dezenas de pessoas durante sua existência, incluindo o ex-presidente da Argentina Pedro Aramburu, o ex-ministro das Relações Exteriores Arturo Roig, executivos de multinacionais e sindicatlistasAlém de fazerem sequestros, roubos de armamento e explosões. Tudo pelo causa revolucionária identificada com Juan Perón, que na verdade nada tinha de esquerdista (tava mais para fascista), mas usava esses movimentos guerrilheiros de esquerda para voltar ao poder em 1973.

A raiz do movimento da Teologia da Libertação está aí.

Essa teologia surgiu no início dos anos 70 e lançou a idéia de pecado sistêmico, o pecado sai da órbita individual e vai para a ordem do sistema capitalista que oprimia os pobres. O homem deixa de ser o pecador. Abre-se a porta para que se mate supostos inimigos do povo. O povo seria um ente sagrado no seu todo, não há pecado nele, pois ele é oprimido pelo sistema.

Além disso, a Teologia da Libertação prega o fim da hierarquia católica, essa hierarquia supostamente oprimia também os desvalidos e colaborava com o sistema. Lucifer, o diabo, concordaria com isso. 

Por que eu lembrei disso hoje? Porque hoje eu li um texto ótimo de William Oddie sobre Teologia da Libertação no jornal inglês Catholic Herald.

É um texto técnico que mostra que a Teologia da Libertação elimina a transcendência de Deus. Deus passa a estar presente nas coisas materiais do mundo (teoria do inmanentismo). Ele não é algo a ser adorado, o que importa é a vida terrena, são as coisas materiais. Perde-se a lógica da vida eterna, da outra vida, do encontro com Deus. O que sobra é apenas o que é humano.

Oddie diz (traduzo em azul):

The Church, it was believed by these Marxist-inclined theologians, should address the problems of the world on the world’s own terms, and its analysis was that the sinfulness the Church should oppose was in the structures of society rather than in the nature of man. (A Igreja, como imaginada por esses teólogos com inclinações marxistas, deveria procurar resolver os problemas do mundo usando as métodos do próprio mundo, a análise deles considera que o pecado que a Igreja deveria se opor era aquele que está na estrutura da sociedade e não na natureza do homem).


O próprio papa expôs o problema da Teologia da Libertação nesta semana, quando disse (traduzo em azul): 

"We must begin from this truth, always and anew, in order to achieve a more intense understanding and experience of being Church: 'People of God. 'Body of Christ', 'Communion'. Otherwise we [can] run the risk of reducing things to a horizontal dimension which perverts the identity of the Church and the announcement of the faith. The Church is not a social or philanthropic organisation, like many others that exist: she is the Community of God, she is a community which believes and loves, which adores the Lord Jesus and opens her ‘veils’ at the breath of the Holy Spirit; thus she is a community capable of evangelisation. 

Many men and women of our time need to encounter the Lord, or to rediscover the beauty of the God Who is close, the God Who in Jesus Christ reveals His face as Father and calls us to recognise the meaning and value of life. … [Underlying the current disorientation] is the negation of the transcendent dimension of man and of the basic relationship with God. For this reason it is vital for Christian communities to promote valid and compelling itineraries of faith.

 (Nós devemos começar desta verdade sempre e nova, para que alcancemos o mais intenso entendimento da experiência de pertencer a Igreja: "Povo de Deus, Corpo de Cristo, Comunhão".  Se não, nós corremos o risco de reduzir as coisas para a dimensão horizontal que pervete a identidade da Igreja e o anúncio da fé. A Igreja não é uma organização social ou filantrópica, como muitas outras que existem: ela é a Comunidade de Cristo, ela é a comunidade que acredita e ama, que adora Jesus Cristo e abre seu véu ao sopro do Espírito Santo, assim ela é a comunidade capaz de evangelizar.  Muitos homens e mulheres de nosso tempo precisam encontrar o Senhor, ou redescobrir a beleza de Deus que está próximo, o Deus em Jesus Cristo que revela sua face como Pai e nos chama para reconhecer o significado do valor da vida...A atual desorientação  é a negação da dimensão transcendental do homem e da relação básica dele com Deus. Por esta razão é vital que a comunidade cristã promova válidos e convincentes caminhos para a fé.)

Oddie complementa:

All the same, I think that “structures” is a word best avoided. It’s not structures or systems that are the problem. It’s the individuals who create them. (Em geral, eu acho que "estruturas" (da sociedade) é uma palavra que o melhor seria evitá-la. Não é a estrutura ou sistemas que são o problema. É o indivíduo que as cria.)

Em suma, Teologia da Libertação não é Igreja Católica, não venera ao mesmo Deus, não define o homem como a Igreja conhece, nem mesmo usa o mesmos mandamentos.

Por que esees caras que tanto permeiam a América Latina não deixam a Igreja? Porque eles sabem que eles seriam nada sem ela. A Igreja precisa estar atenta a todos que defendem essa desgraça dentro da própria hierarquia.

No Brasil, o grande propagador dessa idiotice é o ex-frei franciscano Leonardo Boff. Boff chegou a chamar o papa de terrorista religioso, porque o papa quando dirigia a Congregação para a Doutrina da Fé mandou que Boff silenciasse por causa do seu livro Igreja: Carisma e Poder. O papa Bento XVI lutou duas décadas contra a Teologia da Libertação e continua lutando.

O padre brasileiro Paulo Ricardo  falou da desgraça que é o livro Igreja: Carisma e Poder de Boff lançado 30 anos atrás. No vídeo abaixo, o padre mostra que a Teologia da Libertação está no poder no Brasil.



O vídeo do Padre Paulo Ricardo tem duas partes. Para ver a Parte 2 clique aqui.


6 comentários:

Anônimo disse...

Pedro Erik,
Concordo contigo na afirmação "eles sem a Igreja são nada" e portanto não rompem.
Só não entendo porquê a Igreja siplesmente não os defenestra, expulsa, expõe em alto e bom som??
De forma inequivoca, clara, límpida?
abs

Pedro Erik Carneiro disse...

É verdade, concordo plenamente.

É um processo legal bem mais lento para poder expulsar se o padre/bispo não quer sair. Seria mais honesto eles saírem.
Mas, você tem toda razão, a Igreja tem de focar em padres não em heréticos.

Abraço,
Pedro Erik

Vânia Cavalcanti disse...

Olá, Pedro Erik!
Estou atualizando a leitura deste seu tão singularmente agradável blog. Olha, evito sem esforço ser agressiva, mas com esta súcia da Teoria da Libertação eu abro uma exceção - nunca tive paciência com isto que não é nem teoria e nem é libertação, mas uma degeneração manipuladora da religião.Um abraço

Pedro Erik Carneiro disse...

Pois é, cara Vânia.

Há umas três semanas o padre de minha paróquia tirou férias e o cara que o susbtituiu era um jesuíta. Na homilia dele este padre tirou para citar Leonardo Boff.

Eu fiquei muito puto na hora, mas esperei acabar a missa e fui à sacristia falar com ele. Começou uma discussão até ríspida e eu disse aos ouvintes que se ele voltasse a Paróquia, eu não iria mais.

O padre é de uma imbecilidade tamanha e ignorância ampla em teologia que dá um desespero.

Se os brasileiros estudassem mais o que signifia ser católico não teríamos a CNBB que temos.

Abraço,
Pedro Erik

Anônimo disse...

Voce vai a igreja por causa do padre?

Pedro Erik Carneiro disse...

Caro Anônimo,

A Igreja não é o padre, nem mesmo o Papa. A Igreja é o Corpo de Cristo que é formada por todos os católicos. Há grandes pecadores dentro e fora da hierarquia católica.

Se eu posso frequentar uma paróquia que não propague a heresia da Teologia da Libertação, muito melhor.

Grande abraço,
Pedro Erik