sábado, 30 de julho de 2011

Rousseau, Darwin e Falta de Religião explicam o Assassino de Oslo e outros matadores.

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Anthony Daniels (foto acima), psiquiatra e escritor famoso inglês, que escreve sob o pseudônimo de Theodory Dalrymple, passou mais tempo na prisão estudando desde assassino em série até trombadinhas do que a média dos presidiários ingleses.

Ele deu uma excepcional entrevista publicada hoje no Wall Street Journal sobre o assassino de Oslo, Anders Breivik. Recomendo em mais alto grau que todos leiam a entrevista.

Basicamente, ele diz que não adianta procurar padrões para explicar assassinos em série. Estes padrões não existem. O ser humano é muito mais complexo do que podemos imaginar. Cada causa que possívelmente explique o caso psicologicamente, está presente em milhões de pessoas que não fazem ou farão os atos criminosos.

Saindo da possibilidade de explicar a mente padrão de um assassino em série, Dalrymple fornece algumas dicas de por que a sociedade quer tanto a explicação dessas mentes.

Um dos culpados que ele aponta é Rousseau, fiósofo francês, pai intelectual da revolução francesa que tantas mortes trouxe. Rousseau trouxe a idéia de que todos são bons, é a sociedade que torna o homem mal. Enquanto todos os outros filósofos antes dele, diziam o contrário, que o homem deveria aprender a controlar seus extintos malignos intrínsicos a ele, a culpa não é de um ente externo ao homem. Mas para Rousseau, era a sociedade, sem nome, que era o vilão. Hoje, então, as pessoas se acham boas, a culpa é dos outros, mesmo que tenham praticado atos hediondos.

Há também o darwinismo que ampliou o que disse Rousseau na medida em que diz que é possível decifrar o ser humano biologicamente. Se o ser humano pode ser decifrado, ele pode ser dominado e passamos a ter controle do presente e do futuro. Se o assassino é biologiamente um tipo de pessoa bastaria prender todos antes que cometam os crimes.

Outro fator é que a religião morreu na Europa, segundo Dalrymple. O governo fornece as garantias de sobrevivência no chamado estado do bem-estar social, as pessoas não precisam mais lutar para sobreviver, não têm mais este propósito básico da vida. Elas então perderam a ligação como transcedente, que fornecido pela relação com Deus. Sobrou o que Dalrymle chama de "política transcedente", uma idéia de mundo melhor que extrapola a consciência da vida cotidiana e pode levar ao fanatismo.
 
Este último ponto de Dalrymple lembra o que escrevi aqui sobre os argumentos de Richard Landes, sobre milenialismo, a idéia de que é possível termos um paraíso na Terra, por isso devemos afastar, eliminar, o que ou quem nos atrapalha.

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