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O mapa acima mostra o número de nascimentos por ano para cada 1000 mulheres por estado americano. Isto é, por exemplo, no Alasca, para cada 1000 mulheres entre 15 e 44 anos nasceram 78,5 crianças no ano de 2011.
Os números estão pintados de vermelho e azul para indicar o partido que venceu as eleições presidenciais no estado em novembro passado. Pode-se ver que quanto maior o número de crianças maior a chance do estado ser mais conservador, votar no Partido Republicano, em Romney (vermelho). Quando menos crianças têm as mulheres no estado, maior a chance do estado ser esquerdista, votar em Obama (azul).
Nas eleições, Romney venceu entre as mulheres casadas e perdeu entre as mulheres solteiras.
A pesquisa feita por dois demógrafos mostra que taxa de fertilidade é o melhor medidor para se identificar quem vai ganhar as eleições no estado, melhor do que o nível de renda ou escolaridade. Isto é, se o estado costuma valorizar a família, ter filhos, então vai votar conservador, se valoriza a "independência feminina" para decidir quando ter filhos (inclusive por meio de abortos), o que resulta em menor taxa de fertilidade, então vai votar pela esquerda.
Além disso, como diz o blog Eagle Forum, quando se tem filhos se pensa no futuro.
David Brooks escreveu sobre isso no New York Times, discutindo um texto chamado The Rise of Pos-Famialism: Humanity's Future? (eu traduziria por: O Avanço da Era Pós-Família: O Futuro da Humanidade?). Brooks disse coisas interessantes para se refletir, como (em azul):
O número de americanos que vivem sozinhos subiu de 9 por cento em 1950 para 28 por cento hoje. Em 1990, 65 por cento dos americanos disseram que as crianças são muito importantes para um casamento bem sucedido. Agora, apenas 41 por cento dos americanos dizem acreditar nisso. Há agora mais casas americanas com cães do que com crianças.
Este não é um fenómeno específico para os Estados Unidos. Na Escandinávia, de 40 por cento a 45 por cento das pessoas vivem sozinhas. O número de casamentos em Espanha caiu de 270.000 em 1975 para 170.000 hoje, e o número total de nascimentos por ano espanhóis agora é menor do que era no século 18.
Trinta por cento das mulheres alemãs dizem que não pretendem ter filhos. Em uma pesquisa de 2011, a maioria das mulheres com menos de 50 de Taiwan disse que não queria filhos. As taxas de fertilidade no Brasil diminuiu de 4,3 bebês por mulher há 35 anos para 1,9 bebês hoje.
Por que isso está acontecendo? O texto oferece muitas explicações. As pessoas estão menos religiosas. As pessoas em muitas partes do mundo estão mais pessimistas e sentindo maior estresse econômico. O capitalismo global também parece estar desempenhando um papel, especialmente, ao que parece, na Ásia.
Muitas
pessoas estão comprometidas com o seu desenvolvimento profissional e
medo de que se não trabalhar muito vai ficar
para trás ou fechar opções de estilo de vida.
Cingapura é um dos casos mais interessantes. Era como a maioria das sociedades asiáticas, que costumava ser incrivelmente centrada na família. Mas, como a economia cresceu, a taxa de casamento despencou. Cingapura tem agora uma das mais baixas taxas de fertilidade do mundo. "O
foco em Cingapura não é de aproveitar a vida, mas manter a
pontuação: na escola, no emprego, na renda," um demógrafo de
Cingapura disse aos pesquisadores. "Muitos acham que laços afetivos são um impedimento para isso."
Esta mudança cultural tem consequências enormes. Globalmente,
os países que permanecem férteis, como os EUA, vai ficar bem, enquanto
os países que não permanecem fertéis, como o Japão, vai diminuir. Geograficamente, os solteiros vão dominar a vida da cidade, enquanto famílias biparentais estarão fora no subúrbio. Politicamente,
as pessoas casadas na América são mais propensos a votar nos
republicanos, Mitt Romney venceu com facilidade entre os eleitores
casados, incluindo mulheres casadas. Os democratas, por sua vez, têm feito um trabalho muito melhor relacionamento com as pessoas solteiras. Presidente Obama esmagou Romney entre os solteiros, de 62 por cento contra 35 por cento.
Minha opinião é que a era de possibilidade é baseada em um equívoco. As pessoas não estão em melhor situação quando dão o máximo para liberdade pessoal, para fazer o que elas bem entenderem. Elas
estão melhores quando estão envoltas em compromissos que transcendem
a escolha pessoal - compromissos com a família, Deus, com o país.
Bom, concordo com Brooks. E tenho muito medo deste futuro pós-família. Como reverter isso?
Marana tha! (Venha, senhor Jesus)
(Agradeço a indicação da pesquisa ao site Pewsitter)
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