Não sou eu que está dizendo que o Islã prefere alguém que seja forte, apesar de imoral, a uma pessoa justa mas fraca. Eu pessoalmente não vejo sentido nesta escolha mesmo em situações de guerra. Quem diz isso é o Sheik Muhammad Hassan, líder religioso islâmico do Egito. Peguei esta afirmação em um vídeo disponibilizado no blog Weasel Zippers.
Vejam o vídeo abaixo, traduzo em azul, depois faço uma coisa impensável para os muçulmanos: analiso onde está o erro de argumentação de Hassan.
Sheik Muhammad Hassan no dia 28 de junho de 2011: "No Islã é Melhor ser Forte e Imoral do que Fraco e Justo".
Se há dois homens, sendo um deles forte espiritualmente, enquanto o outro é forte fisicamente, qual dos dois é melhor para o estado islâmico?
Na guerra, por exemplo, o homem forte oferece sua coragem, mesmo se ele é imoral e libidinoso. O homem fraco apenas oferece sua impotência, mesmo que ele seja um homem de fé.
Ouça a resposta do Imã Ahmad para o Sheik do Islã (Ibn Taymiyya) baseado no seu ordenamento sobre essa questão legal. Imã Ahmad foi perguntado sobre dois homens que eram líderes em uma revolta. Um deles era forte mas imoral, o outro era fraco e justo. Qual deles deveria ser o líder? Imã Ahmad disse: "A força do homem forte beneficia a todos os muçulmanos, e a sua imoralidade prejudica apenas ele mesmo. No entanto, para o homem fraco, mas justo, sua correção beneficia apenas ele mesmo e sua fraqueza prejudica a todos os muçulmanos".
Assim, o Imã disse que devemos seguir o homem forte. Eu espero que esta resposta esteja clara.
Bom, inicialmente cabe dizer que não sou formado nem em teologia católica, muito menos em islamismo. Sou apenas alguém que adora ler sobre teologia e gosta de lógica. É apenas com o uso da lógica que vou analisar os argumentos do Sheik.
Onde estão as falhas de argumentação? Para mim, elas podem ser encontradas em quatro aspectos:
1) Quem garante que é o homem forte que é corajoso? A coragem não está relacionada a força física.
2) Por que o homem fraco fisicamente é impotente? A vitória na vida ou na guerra depende de muito mais do que força física.
3) A imoralidade do homem forte prejudica apenas a ele mesmo? A imoralidade é sempre uma ação interpessoal, precisa atingir o outro. Além disso, o exemplo imoral do homem forte pode ser seguido por outros.
4) A correção do homem fraco beneficia apenas a ele mesmo? A correção só é avaliada no contato com o outro. E também serve como exemplo de comportamento.
Acima, mostro o quadro Davi e Golias do maravilhoso pintor Caravaggio. A história de Davi diz muito sobre a relação entre fraqueza e força, sobre justiça e sobre imoralidade também (o rei Davi tem lá seus grandes pecados).
2 comentários:
Olá, Pedro Erik! Como tem passado?
Tenho visitado regularmente esta sua luxuosa lavoura, embora sempre na correria sem tempo para deixar um comentário, e ela está cada vez melhor. Parabéns! Concordo inteiramente com você a respeito dessa indecência que o Imã afirma. Além disso, Pedro, acho realmente que ninguém precisa ser um especialista para ter uma opinião. Não falo de senso comum, falo de opinião individual e individualizada. É claro que um leigo não terá uma opinião, digamos, tecnicamente autorizada; mas deixemos isso para os técnicos, não é mesmo? Afinal, para que serve um técnico? Assim, temos o direito legítimo de dizer que este Imã é um insensato, um tolo que brinca patética e levianamente com as palavras, fazendo um jogo em que sai perdedor ao revelar quão tacanho é seu espírito, quão envenenado é seu coração e quão inútil é sua mente estreira para compreender a vulnerabilidade e a força das paixões humanas. As perguntas que você faz, Pedro, encurralam a perfidamente equivocada lição do Imã. Um abraço
Vânia Cavalcanti
Muito obrigado, Vânia.
Muito bom saber que você anda por aqui.
Fiquei me coçando para comentar teologicamnte, especialmente comparando com a doutrina judaica (por isso o quadro de Davi) e mesmo usando o própria Palestina. Porque pelo pensamento do Imã, eles deveriam se juntar aos Estados Unidos (fortes e infiéis). Mas fiquei apenas na lógica.
Grande abraço,
Pedro Erik
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