quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Assento Muçulmano no Conselho de Segurança da ONU?


O turco Ekmeleddin Ihsanoglu, presidente a Organização de Cooperação Islâmica (OIC), disse que o mundo muçulmano merece um assento permanente no Conselho de Segurança da ONu, afinal a OIC tem 57 países membros, sendo o maior bloco de votação dentro da ONU e a população muçulmana1,6 bilhões de habitantes não está sendo representada nos cinco membros permanentes: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China.

Bom, deixando de lado, quais seriam as repercussões de uma organização muçulmana dentro do Conselho de Segurança, os problemas com a ideia de Ihsanoglu começam justamente em saber se ele deseja que a OIC tenha um assento ou que um país muçulmano tenha assento.

Acho que o caso da Organização é impossível, pois seria o fim do Conselho de Segurança, pela abrangência geográfica da OIC, que tem membros até na América do Sul (Guiana e Suriname), E a OIC não é assim tão respeitada no próprio mundo muçulmano.

Se for o caso de um país, os problemas abundam, pois os muçulmanos, divididos principalmente entre sunitas (a maioria) e xiitas, não se entendem. Por exemplo, o Irã jamais aceitaria a Arábia Saudita e vice-versa.

E mesmo dentro dos sunitas, eles não se entendem. Por exemplo, como lembra o CNS News, no conflito do Egito, a Turquia, país do presidente da OIC, queria que a Organização condenasse a deposição de Morsi, mas a OIC silenciou, pois sua sede é na Arábia Saudita e este país apoiou a deposição de Morsi.

No passado recente, cogitaram assento permanente para o Egito, no atual momento, isto está fora de cogitação. Qatar é muito pequeno e muito próximo do Ocidente. Indonésia, que também recebeu apoio para ter um assento permanente, não é considerada muito islâmica pelos islâmicos. O Paquistão sofreria muita resistência da Índia.

O Brasil também já desejou fortemente um assento permanente na ONU, na gestão Lula. O país não recebu muito apoio internacional, especialmente por conta de suas ações de proximidade com o Irã e Cuba,  e não teve também apoio da Argentina.


Em geral, eu não confio na ONU, muito menos no Conselho de Segurança, pelo princípio da subsidiaridade, que argumenta que os conflitos e problemas são eficientemente resolvidos pela instância que está mais próxima do assunto, creio que uma organização supranacional tem um escopo de atuação bem limitado. E o mundo conhece bem a ineficiência da ONU e sua visão globalista secular. Eu não vejo como a entrada de um país muçulmano ou do Brasil ou da Índia no Conselho de Segurança possa ajudar.


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