segunda-feira, 23 de maio de 2011

Relações Perigosas no Paquistão


O mundo acordou com duas notícias perigosas sobre o Paquistão:

1) Um ataque de militantes do Talibã paquistanês em uma base naval em Karachi (ver mapa acima) demorou 16 horas para ser contido. As notícias dizem que há mortes tanto entre os militares como entre os terroristas do Talibã.

2) Paquistão pediu a China que construísse uma base naval na cidade de Gwadar (mapa acima). Permtindo  a presença de militares chineses no país.

A magnitude do ataque a base nava de Karachi é sem precedentes, dado o tipo de municção e a força do ataque. A base contém aviões cedidos pelos Estados Unidos para monitoramento militar. Ao que parece o objetivo dos terroristas era destruir esses aviões. Há informações de que algumas aeronaves foram destruídas.

Apesar de Karachi ser dominada por milícias, o método e a força do ataque fEz com que as suspeitas caíssem sobre o Talibã paquistanês. O porta-voz do Tehreek-e-Taliban Pakistan, Ehsanullah Ehsan, confirmou que era um ataque terrorista do grupo. Ele disse:

“Fifteen of our fighters entered the naval air base and we don’t expect them to return.. They are there to kill. Our issue with Pakistan is its secular policies and friendship with America.”( Quinze de nossos guerrilheiros entraram na base naval e nós não esperamos que eles voltem. Eles estão lá para matar. Nosso problema com Paquistão são suas políticas seculares e suas relações com os Estados Unidos)

Eles estavam cumprindo promessas de atacar o Paquistão depois da morte de bin Laden. O site Stratfor desconfia de ajuda interna para que ocorresse a invasão da base naval, dado a facilidade com que os terroristas entraram.

O governo disse que os terroristas tinham entre 20 e 22 anos e usavam roupas ocidentais com jaquetas para ataques suicidas embaixo delas.

O Paquistão não consegue controlar o extremismo muçulmano, especialmente no sul do país, que faz até fronteira com o Irã (vejam no mapa). E mesmo suas forças militares são acusadas de acobertar terroristas. O próprio bin Laden podia estar sob proteção de militares paquistaneses. O pior é que o país possui armas nucleares. Isso é assustador especialmente para a eterna inimiga do Paquistão: Índia. Mas se elas caírem nas mãos de terroristas, não só a Índia está ameaçada.


Abaixo, imagens da situação em Karachi.



Interessante é que havia seis americanos e onze chineses na base naval de Karachi quando ocorreu o ataque de domingo. Isso nos leva para a segunda notícia.

O jornal Financial Times noticiou ontem que o Paquistão pediu a China que construísse uma base naval em Gwadar, liberando a marinha chiensa para presença regular no local. Isso deve alarmar também a Índia e os Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo Ministro da Defesa, Chaudhary Mukhtar.

O jornal diz que até agora a China tem mantido distância de situação militares que perturbem seus vizinhos, como a Índia, a Malásia e a Indonésia.  Mas o Pentágono demonstra preocupação com o aumento da capacidade militar chinesa na região. Quando os Estados Unidos mataram bin Laden, restos de um helicóptero da força área americana ficou no local e a preocupação americana era justamente que caíssem nas mãos chinesas.

Certamente, uma base naval da China no Paquistão seria um "game changer", uma mudança completa na situação militar da região. O porto comercial de Gwadar já foi construído pelos chineses, mas é administrado por Cingapura.

O primeiro-ministro paquistanês Yousaf Gilani visitou a China na semana passada e os países concordaram em acelerar a entregar de 50 jatos chineses para o Paquistão. Agora, o país quer aumentar sua capacidade naval para contrabalançar as forças da marinha indiana.

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