domingo, 6 de março de 2011

"Não Chore por Mim Sudão"


Entre os dia 9 e 15 de janeiro passados houve um referendo no Sudão pela divisão do país. O resultado mostrou que o povo do Sul do Sudão (região maior que a Espanha e Portugal juntos) deseja formar um novo país. Até agora, o Norte mostra que aceita o referendum e  a partir de 9 de julho o mundo conhecerá uma nova nação. Mas vai começar agora uma batalha pelo estabelecimento da fronteira entre os dois países, pois é nessa região que ficam os poços de petróleo (mostrados na figura acima). O Norte é bem mais rico que o Sul, mas a fonte de riqueza são os poços de petróleo.

O Sudão é formado por vários grupos étnicos e religiosos, sendo a principal divisão entre muçulmanos que falam árabe (formam a grande parte do norte) e os que seguem outros religiões e línguas, que se concentram no Sul e na região de Darfur (fronteira com o Chade).  O Norte é desértico e o Sul é formado por florestas e mangues.

Mas contextualizo a atual situação no Sudão para mostrar um documentário sul coreano, que está fazendo muito sucesso na Coréia e provocado muitas lágrimas. O documentário se chama "Don't Cry for me Sudan" (Não Chore por mim Sudão).

O documentário fala sobre o padre João Lee Tae-seok (foto abaixo), que além de padre era médico e dedicou sua vida sacerdotal para cuidar de leprosos e doentes na cidade de Tonj, no sul do Sudão, região que há bastante cristãos. Além de um hospital, o padre construiu uma escola, dava aulas de matemática e música, e acabou formando uma pequena banda chamada Don Bosco Brass Band. Ele morreu em janeiro do ano passado com apenas 47 anos, mas a TV coreana tinha feito um documentário sobre ele que virou o filme.


O padre João nasceu em uma família pobre e seus pais tiveram dez filhos. Seu pai morreu cedo e sua mãe sustentou a família como costureira. Ele se destacou na escola, mas ao ver seu irmão entrando para congregação franciscana, disse para a família que também queria ser padre. Sua mãe não permitiu, pois, como ele se destacava nos estudos, queria vê-lo médico. Ele se formou em medicina, trabalhou no exército coreano como médico, mas depois resolveu entrar na vida religiosa, com a permissão de sua mãe. Entrou para os Salesianos. Visitou o Sudão como diácono e ficou tão assustado com as mazelas da lepra que saiu correndo para se esconder das pessoas. Voltou a Coréia, tornou-se padre e resolveu enfrentar e entregar sua vida aos leprosos do Sudão.


O jornal The Catholic Herald chama o Padre João do santo do século XXI. Interessante, um santo no século do conhecimento, cuidando de lepra, doença que já tem cura há muito tempo. Isto mostra a extrema desigualdade mundial.

Abaixo o trailler do documentário Don't Cry For Me Sudan:


Neste ano, já falei aqui de dois documentários que desejo ver, Iranium e Babies, hoje falei de outro. Todos são ótimos, imperdíveis, espero que passem nos cinemas brasileitos, senão é esperar lançamento em DVD.

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