Ontem, foram vistos tiros e granadas contra manifestantes em Qatif (ou al-Qatif). O oleoduto que chega ao porto de Ras Tanura, o maior porto do mundo, com capacidade de 5 milhões de barris por dia, passa por essa cidade. Qatif fica em numa região de maioria xiita, enquanto o restante do país (85%) é de maioria sunita. É justamente nesta cidade barril de pólvora que ocorrem manisfestações que clamam por liberdade religiosa e monarquia constitucional. Atiçando o grande inimigo da Arábia Saudita: Irã (país xiita).
Eu já falei aqui por que a Arábia Saudita é a pedra fundamental da região. O país é o berço do Islã, tem as duas principais cidades da religião (Meca e Medina), é o segundo maior produtor de petróleo (atrás da Rússia) e tem as maiores reservas de petróleo do mundo, é o maior país do Oriente Médio, e é o principal aliado dos Estados Unidos da região. O petróleo é praticamente a única riqueza do país (90% de suas exportações e 75% das receitas do governo).
Politicamente, a Arábia Saudita é uma monarquia hereditária desde 1932. O país é governado por filhos do fundador da Arábia Saudita, Ibn Saud, que teve dezenas de filhos (fala-se em 45 filhos) de 22 esposas. O atual rei é o quinto a suceder o pai.
O site Stratfor lembra que pedidos por monarquia constitucional não é novidade no país. Na década de 90 grupos liderados por religiosos, acadêmicos e xiitas pediram por isso. Na época, em 1992, o Rei Fahd estabeleceu a Lei Básica, primeira constituição escrita no país, e criou uma Assembléia Consultiva, mas é o rei que indica essa assembléia, que é formada basicamente pela classe religiosa, que é leal ao Rei.
Como, eu já disse, a Arábia Saudita é a pedra fundamental da região, sem ela, viveremos um outro mundo.
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