As palavras desses dois grandes homens servem para o nosso comportamento no dia a dia. Não quer dizer que a gente não deva exigir que os malfeitores, ladrões, assassinos, corruptos sejam presos. Eles devem pagar pelos seus erros, na medida que a justiça humana é capaz (não tenho muita fé na justiça dos homens). Mas que devemos nos concentrar em cortar o mal pela raiz, atacar aquilo que permite que os marginais existam.
Levanto esse assunto, pois a população americana parece que segue os conselhos de Burke e Chesterton e tem uma mente saudável. Uma pesquisa mostra que ela não gosta das políticas de Obama, mas não odeia a pessoa do Obama.
Bruce Drake do site Politcs Daily mostra que 41% dos americanos gosta de Obama e de suas políticas, 33% gosta do Obama, mas não de suas políticas, e 19% não gosta nem de Obama, nem de suas políticas. Resumindo, a maioria gosta da pessoa do Obama (74%) mas não gostam das políticas dele (52%).
Há uma grande divisão por partidos, a maioria dos democratas gosta tanto de Obama como de suas ações, mas a maioria dos republicanos e dos independentes gosta apenas do Obama. Isto é, para o desespero político do presidente americano, ele é defendido apenas pelos apoiadores de seu próprio partido, precisa conquistar novamente pelo menos os independentes, para conseguir se reeleger.
Por enquanto, a maioria dos eleitores diz que Obama não merece se reeleger (47% contra 45%, 7% de indecisos). Novamente há grande divisão partidária, 86% dos republicanos não querem Obama reeleito e 82% dos democratas desejam sim a reeleição dele. Os independentes tendem para os republicanos, 50% não querem um novo mandato para o presidente (42% querem).
Quando se analisa as políticas, a questão econômica é a que mais atinge Obama, a que os eleitores menos aprovam na gestão do presidente. Além disso, a política externa e o sistema de saúde também são desasprovados pela população.
Um problema para os republicanos é que grande parte da população (36%) não querem cortes de despesas no sistema de proteção social, mas sem isso não é possível conter a espiral da dívida do país. Obama espertamente jogou um orçamento no Congresso que não ataca a crise nos gastos públicos, deixando que os republicanos sejam os maus que reduzem a ajuda social.
Vamos ver se o povo americano é tão consciente a ponto de condescender e ter menos estado de bem-estar social para salvar a economia do país ou se os republicanos se adequam e jogam sua plataforma de ajuste fiscal no lixo, o que provocaria um desastre econômico e retiraria a principal fraqueza do Obama.
E no Brasil? Não temos pesquisas no mesmo sentido. Mas, acho que boa parte da população estaria indecisa, nosso povo não acompanha as questões políticas, mal sabe quem elegeu, e parece que não entendeu direito que eleger um político (seja presidente, governador, senador, deputado ou vereador) tem tudo a ver com a falta de hospitais, com as péssimas estradas, com as péssimas escolas e com o futuro do seu filho.
O eleitor brasileiro reclama, mas vota nos tiriricas, nos sarneys e nos que carregam dólar na cueca. Não devemos odiar nem os eleitos, nem os que os elegem, mas devemos querer os tiriricas, os sarneys e os doleiros fora da política (e muitos na cadeia) e que os eleitores entendam mais sobre a importância do voto.
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