quinta-feira, 31 de março de 2011

A Verdade Não Tem Interesse



Fico muito triste quando vejo um jornalista que gosto deixando de criticar um político porque constuma defendê-lo.

Comprei recentemente dois objetos de merchandise do Glenn Beck, jornalista que tem um programa na Fox News. Gosto muito do principal tema de seu merchandise: "Truth Has No Agenda" (Verdade Não Tem Interesse). É uma advertência a muitos jornalistas, analistas políticos, intelectuais, acadêmicos e políticos que escrevem ou discursam tendo um interesse subterrâneo. Por exemplo:

1) Sobre política defendendo os interesses de um partido. Mesmo que o partido tenha uma cartilha equivocada, mostra-se e ressalta-se apenas a parte considerada boa para se ganhar eleições;
2) Sobre política defendendo os interesses de um candidato ou governante. Quando o candidato ou governante fala ou escreve alguma bobagem, esconde-se o erro e mostra-se o lado bom ou nem se escreve sobre o assunto;
3) Sobre meio ambiente defendendo que a teoria da mudança climática está certa, mesmo quando briga-se com os resultados metereológicos históricos ou presentes;
4) Sobre religião escondendo os defeitos ou problemas de sua religião para promover a fé;
5) Sobre ideologia, escondendo ou defendendo os erros de suas corrente de pensamento.

No Brasil ou em qualquer lugar do mundo é muito comum o "spin" (distorcer) da notícia para agradar ou promover interesses escusos. Por vezes, uma mente treinada consegue saber perfeitamente quem defende quem e o quê, com apenas duas frases do palestrante ou escritor.

O Glenn Beck fala algumas bobagens, mas ele destaca-se exatamente por ser completamente alheio a agendas e interesses. Procura mostrar a verdade dos fatos sem apego a partidos, candidatos, ideologias ou religiões. Acho que isto justifica seu sucesso. E o medo que os políticos têm dele, eles não conseguem controlá-lo.

Esses casos são raríssimos, além de Beck, dos que conheço, acrescento de memória Ed West e Bill O'Reilly. Mas gosto também de muita gente que defende candidatos ou partidos porque certos candidatos também seriam meus candidatos, mas detesto quando desvirtuam fatos. Alguns defendem mas não desvirtuam os fatos, outros escolhem o lado certo, mas desvirtuam, outros escolhem o lado errado.

No Brasil, acho que há apenas o Diogo Mainardi, como jornalista livre de interesses (não que eu concorde com tudo que ele diz). O resto é só dos dois últimos tipos. Gosto de alguns jornalistas, mas todos eu já vi desvirtuando fatos para proteger seus candidatos. É triste.

Devemos ter em mente inicialmente que estamos lidando com seres humanos que nem sempre fazem escolhas corretas. Mas nem por isso devemos deixar de dizer que alguém errou ou acertou. O problema está justamente em saber quando se errou ou se acertou. Isso depende da formação cultural e religiosa de um povo.

Por exemplo, no Brasil, a corrupção nunca foi motivo para deixar de votar em político, o tal do "rouba mas faz" é forte em nossa cultura, então a fato de um político roubar não lhe tira votos, porque o próprio povo não condena o político. Também não temos um povo letrado nem rigoroso moralmente, então qualquer bobagem que um governante faça em termos ideológicos ou morais quase nenhum efeito terá na sua eleição.

Mas isso não impede que os letrados exijam que o jornalista fale a verdade sobre os fatos, quando esse político pecou ideologicamente, moralmente, ou legalmente.

Em termos jurídicos, defendo o jus naturalismo, isto é, a existência de um direito que é natural ao ser humano, que é conhecido por todos por inspiração divina, sejam cristãos ou não. Então, acho que o homem sempre sabe que matar, roubar, mentir ou trair é errado, por exemplo, sendo europeu ou da tribo dos tupinambás perdida na selva amazônica. Então, o jornalista, em qualquer lugar do mundo, sabe onde está verdade e a moral dos fatos.

Procuro seguir o lema de Beck: Truth Has No Agenda, e sou muito rigoroso, especialmente com quem apoio. Sou, por exemplo, muito rigoroso com padres católicos, sei que são humanos também mas exijo o máximo deles, devem ser exemplo para a verdade que escolheram defender, a verdade de Cristo, que, para mim, é a única verdade. Com os políticos em quem voto exijo que pelo menos reconheçam essa verdade, como sendo a única.

Caros, ainda estou viajando, volto no sábado, para escrever e mediar comentários.

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