O que se poderia esperar de um país que não respeita nem seus próprios filhos, nem qualquer religião, nem qualquer regra de mercado?
Tenho certa experiência em negociação com chineses, pois trabalhei por três anos com o G-20, do qual fazem parte o Brasil, a China e muitos dos principais países do mundo (como EUA, Alemanha, Japão,...). Eu geralmente dou duas dicas para quem negocia com chineses: não confie (nem em papel assinado por eles) e nunca espere que eles resolverão rápido. Nunca se sabe quem está negociando do lado da mesa. Acho que Trump sabe dessas minhas dicas, hehehe.
Chineses sempre chegam com muitas cifras, e elas vão desaparecendo rapidamente após a primeira reunião de acordo.
Mas hoje eu li um artigo no site The National Interest, que fala de como a China está entrando na África para controlar os recursos do continente e o autor falar que o "Global South" (sul do mundo,em geral, isso quer dizer nós, latinos-americanos, e os africanos. A Austrália é excluída desse conceito) deve ver o que a China faz na África para se preparar.
Em tempos em que a ditadura chinesa mostra todas as suas garras contra estudantes de Hong Kong não deveria precisar desse aviso, mas vamos lá.
O texto diz por exemplo que um ministro de Zâmbia declarou: "Nós temos recebido pessoas ruins. Os brancos são ruins, os Indianos são piores, mas os chineses são os mais terríveis"
Em geral, os chineses investem na África, mesmo quando se trata de infraestrutura, para facilitar os negócios das próprias firmas chineses. São trilhos feitos por chineses, para passar vagões chineses, para ajudar companhias chinesas, com apoio do setor público dos países africanos, deixando enormes problemas ambientais, dependência tecnológica com a China e países africanos endividados.
Como o autor diz, os países ocidentais desprezam o que acontece na África (eu diria que o mundo todo despreza, não são apenas os países ocidentais), enquanto isso, diante do silêncio, os chineses avançam seu imperialismo, levando dinheiro para eles mesmos em outros países.
Bom, vale à pena ler o artigo, cliquem aqui..
4 comentários:
Realmente, Bolsonaro tá dando um passo perigoso: e não é por falta de aviso e de informação. Vivemos a era da informação e a internet está cheia de bom material. Se ele quer impulsionar uma economia liberal no Brasil, ele deveria dar passos lentos primeiro reduzindo a máquina pública e o funcionalismo público que no Brasil é monstruoso. Eu sempre compreendi o liberalismo no Brasil como uma espécie de modinha que os "brasileiros intelectuais de livros" copiaram da França durante o Brasil Império; depois, com a ajuda dos maçons atuaram nas militâncias propagandísticas, derrubaram a Monarquia. Todavia, como não sabiam construir uma sociedade realmente liberal (como os norte-americanos) tudo o que fizeram de concreto foi odiar a monarquia, a Igreja Católica e infestar o Estado de parentes e amigos, dar dinheiro para público para os oligárquicos, etc.
No fim, o que fizeram foi trocar o Imperador por um monte de sanguessugas do estado, criar "doutores" a que o povo deveria se submeter e políticos autoritários, vigaristas e imbecis que só pensavam neles mesmos, ou seja, infinitamente pior que D. Pedro II, que de tirano nada tinha.
O hábito dos comunistas de xingar o oponente de tudo o que ele mesmo é, não começou com os comunistas: acho que esse espírito maligno da mentira, do ódio e da burrice surgiram mesmo com os liberais que pariram esse estado moderno.
Sei não, mas desconfio que o Presidente tá se deixando levar acima da conta pelo tipo de liberalismo econômico que faz negócio com vigarista por acreditar que se um país tiver uma economia forte sua sociedade será apaziguada.
Rezemos
Liberalismo econômico e liberalismo moral estão sempre juntos.
Abraço, meu amigo.
Dr. Pedro, tenho uma questão que há anos venho procurando entender sobre as formas como o liberalismo nos EUA se desenvolveu tão diferente do que ocorreu na França , Inglaterra (e até de toda a Europa), tomando a atual situação desses países. Por "diferente" quero dizer: enquanto na França os liberais, contradizendo, ampliaram o Estado, o que não ocorreu nos EUA, exceto nas últimas décadas por causa da influência de ideias como a socialdemocracia.
Mas o centro da minha pergunta é:
se liberalismo econômico e liberalismo moral estão sempre juntos, pergunto:
Mesmo que a liberdade econômica tenha sempre sido seguida de uma liberdade moral, por que nos EUA (diferente da França e Inglaterra, por exemplo), surgiu um tipo de nacionalismo/conservadorismo?
E mais: por que embora, exista dentro desse mesmo país, um grupo de poderosos agindo justamente contra isso, esse mesmo nacionalismo/conservadorismo tem se mantido tão forte que incomodou os grandes políticos totalitaristas (e agora incomoda um papa)?
Pode me indicar algumas literaturas que ajudem a estudar esse fenômeno?
É isso.
Bom, meu amigo, uma grande diferença é que os pais fundadores dos EUA fundaram o país com base em Deus. A Declaração de Independência americana coloca Deus acima do Estado. Chesterton disse que os EUA é fundamentado em Deus. Os americanos mesmo sendo evangélicos são bem mais religiosos e defensores da família.
Um candidato americano que se divirciar até pouco tempo deveria abandonar a política. Hoje isso mudou bastante.
A França expulsou Deus na revolução francesa e a Inglaterra criou uma religião falsa.
Além disso, nenhum desses três países são liberais economicamente. Aliás, não existe o tal livre mercado.
O que eu quis dizer é que aqueles que são defensores do liberalismo econômico são defensores da liberalismo moral por uma questão de lógica. Se não forem, se enrolarao em qualquer debate.
Tudo isso é assunto de um livro que vou lançar daqui umas semanas chamado Ética Católica para Economia.
Abraço,
Pedro Erik
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