quarta-feira, 31 de março de 2021

Número de Católicos Despenca nos EUA

Padre Z fez uma excelente análise da pesquisa Gallup sobre religião nos Estados Unidos, que mostrou que a queda no número de católicos é o dobro da queda dos protestantes. 

Eu só tenho duas coisas a acrescentar.

Primeiro, com a saída daquele que era considerado ortodoxo fanático, Bento XVI, e a chegada do liberal Francisco, a mídia dizia que haveria um "efeito Francisco" e o número de católicos iria aumentar. 

Segundo, Chesterton dizia que não se precisa de uma Igreja para que ela diga que você certo, deve-se ter uma Igreja para ela dizer quando a gente está errado. Francisco é a igreja de que todo mundo se salva, basta seguir a consciência. Essa igreja não atrai ninguém, porque não se precisa dela.

Como Padre Z finaliza seu artigo, o que está crescendo entre os católicos são adeptos da missa tradicionalista.  Católicos que buscam a Verdade, e não confirmação da "verdade interior".

Leiam o texto do padre Z.


segunda-feira, 29 de março de 2021

A "Filantropia" da Elite dos Ricaços

Pesquisa muito interessante no Reino Unido mostrou como e quanto a elite dos ricaços dos EUA e Reino Unido fazem o que chamam de "filantropia".

O texto da explicação da pesquisa mostrada no site Zero Hedge é realmente muito revelador.

Em resumo, a elite doa pouquíssimo em relação ao patrimônio líquido deles, as universidades em que se formaram e suas causas políticas/sociais/ideológicas em seus próprios países são os principais receptores das doações "filantrópicas" da elite, que são muito influenciadas pela questão tributária, se os governos reduzem as deduções nos impostos de renda essas doações caem consideravelmente. 

Eu vou traduzir algumas parte do texto, leiam todo clicando no link. Vejam abaixo:

Filantropia da Elite é Principalmente Auto-Promoção

"Um grupo de pesquisadores do Reino Unido revisou 263 artigos de periódicos, livros e estudos sobre filantropia de elite para entender melhor o papel que desempenha nesta nova era de desigualdade. Nos Estados Unidos, a diferença de riqueza entre as famílias mais ricas e mais pobres mais do que dobrou desde a década de 1980 e, no Reino Unido, a renda do quinto mais rico é 12 vezes maior do que a renda do quinto mais pobre.

O artigo dos pesquisadores, publicado em uma edição especial do International Journal of Management Reviews, expõe como, de maneira geral, a classe de elite doa principalmente para causas que proporcionam a si mesmas algum tipo de benefício. Os pesquisadores definiram "filantropia de elite" como "a reserva de indivíduos ricos e parentes próximos" que se tornaram ricos por meio do empreendedorismo, seja abrindo um novo negócio ou expandindo um herdado. Esses indivíduos geralmente têm extensas redes de negócios locais, nacionais e internacionais, disseram os pesquisadores, e ocupam posições no "campo de poder", um espaço social no topo da sociedade que lhes permite impactar políticas e práticas.

Muitas pessoas erroneamente veem a filantropia de elite como uma força benigna para o bem, em vez de uma avenida para os super-ricos traduzirem capital econômico em capital social e cultural, de acordo com os pesquisadores. A filantropia de elite, afirma o estudo, é transacional, pois também há benefícios materiais além do capital cultural. Em 2017, os Estados Unidos aumentaram a proporção da renda que pode ser deduzida de 50% para 60%, o que beneficia diretamente a elite; e no Reino Unido, os esforços para reduzir a redução de impostos filantrópicos fracassaram em 2012, após a resistência de filantropos ricos.

As famílias situadas no topo de 0,1% reduziram a parcela de sua renda doada pela metade de 1980 a 1990, depois que mudanças no código tributário reduziram a quantidade de dinheiro que poderiam deduzir das contribuições de caridade, de acordo com um estudo publicado na Cambridge University Press. Essa tendência continuou nas décadas futuras: em 2018, os 20 americanos mais ricos doaram US $ 8,7 bilhões para instituições de caridade, o que representa apenas 0,8% de seu patrimônio líquido como grupo.

Onde as elites ricas doam seu dinheiro é determinado pelo local onde podem ter mais influência em nível local, nacional e internacional, disseram os pesquisadores; manter seu "campo de poder", que lhes permite usar seus laços comerciais para influenciar a esfera política, também é um fator motivador em sua filantropia. Por exemplo, um estudo com 194 filantropos de elite nos Estados Unidos descobriu que 104 deles trabalharam ativamente para influenciar as políticas públicas, financiando pesquisas e organizações que advogavam as políticas que defendem.

Como a filantropia de elite oferece um grau mais alto de influência a um grupo seleto de pessoas, é importante examinar seus benefícios e armadilhas com mais detalhes, argumentam os pesquisadores. Embora os investimentos em filantropia sejam benéficos para a sociedade em geral, o estado atual dos investimentos tem apenas um efeito redistributivo moderado entre ricos e pobres. A maior parte do dinheiro não foi apenas mantida nos países desenvolvidos, mas também nos círculos da elite, ao invés de ir para causas que impactam uma parcela maior da população mundial, como a prevenção de doenças nas nações em desenvolvimento.

Universidades e faculdades como Harvard e Oxford, que já possuem grandes doações, são de longe as maiores beneficiárias da filantropia de elite. O dinheiro também é compartilhado com organizações artísticas e culturais e causas ambientais, mas na maioria dos campos representa apenas uma pequena parte da receita das organizações sem fins lucrativos. Dessa forma, a caridade de pessoas ricas serve para apoiar instituições que os beneficiaram diretamente, ao mesmo tempo que lhes dá a boa vontade para influenciar outros setores da sociedade, de acordo com Harvey.

...

Ao contrário da crença popular, no entanto, as doações e investimentos em países em desenvolvimento representam apenas uma pequena proporção da filantropia de elite, e investimentos como esses só se tornaram mais populares na última década, de acordo com Harvey.

"À medida que as diferenças entre ricos e pobres ficam maiores, você pode esperar que os ricos dêem mais como uma porcentagem da renda, mas o oposto é verdadeiro. Na verdade, são apenas alguns pontos percentuais, uma pequena quantia em relação à quantidade de riqueza que esses as pessoas mantêm como uma classe ", disse Harvey. "Isso não quer dizer que não existam algumas pessoas super generosas nessa classe, mas a classe como um todo não é generosa."

Internacionalmente, os maiores doadores são, na verdade, os governos. Entre 2013 e 2015, governos de nações desenvolvidas forneceram US $ 462 bilhões em ajuda internacional, enquanto filantropos contribuíram com US $ 24 bilhões, de acordo com dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.


domingo, 28 de março de 2021

Vencedor do Sorteio!



O vencedor do sorteio do livro foi Nicolas Lacerda, de São Paulo.

Parabéns ao vencedor! Espero que aprecie (e divulgue o livro, hehehe).

Quem tirou o número do Nicolas, foi meu filho que também se chama Nicolas, que recebeu esse nome porque há muitos ilustres padres católicos cientistas que possuem o nome Nicolas ou variantes desse nome (Nicole Oresme, Nicolas de Cusa, Nicolau Copérnico).

Muito obrigado a todos os 52 participantes do sorteio.

A editora vai enviar o livro ao vencedor.




quinta-feira, 25 de março de 2021

Francisco vs João Paulo II, Pio X, Leão XIII e Pio XI


Recentemente, resolvi ler confissões de vários filósofos mostrando como e por que se converteram ao catolicismo. A maioria dos filósofos que li se converteram a partir do protestantismo. O que Francisco faz muitas vezes é justamente agir contra a conversão de protestantes, age na direção de protestantizar a Igreja Católica. Francisco tem medo de glorificar a própria Igreja, sua teologia e magistério, reduzindo tudo isso ao ponto de quase eliminar o que representa ser católico. 

Isso fica muito claro em inúmeras declarações dele, como  quando reduz a importância do estado de graça para receber o sacramento da Eucaristia, dizendo que o que importa é a "consciência" e ao reduzir a importância de Nossa Senhora, dizendo que era uma "menina comum" e também contradizendo outros papas (santos) dizendo que Nossa Senhora não é co-redemptrix (co-redentora), ao contrário do que afirmaram João Paulo II, Pio X, Pio XI e Leão XIII disseram de Nossa Senhora.

Quando os católicos vão condenar todas essas ações deles?

O vídeo acima é excelente, por o teólogo católico Taylor Marshall sabe muito bem como pensa os protestantes, já foi padre da Igreja Episcopal, e conhece esplendidamente a Bíblia. Ele explica por que os católicos não devem ter receio de defender que Nossa Senhora é co-redemtrix, estão de lado de muitos papas, santos e teólogos desde o início da Igreja.

Precisa explicar pela enésima vez que Maria, e qualquer santo salva por intermédio de Cristo, que é Deus. Só o sangue de Cristo salva! As conversões e salvações são feitas 100% por Cristo, que não nos abandona e está presente nas palavras e ações especialíssimas de Nossa Senhora, e também dos santos e mesmo padres e leigos bem formados em teologia.

Pena que não posso traduzir o que ele diz. Não tenho tempo. 

Viva Maria! Salve-nos Maria! 


quarta-feira, 24 de março de 2021

Política e Economia do Ponto de Vista Católico


Hoje li dois artigos interessantes que lembraram os argumentos que fiz no livro Ética Católica para Economia  e também lembraram minha tese de doutorado que tratou de racionalidade econômica.

O primeiro discute como se deve determinar a politica (Estado, forma de governo e regime político) do ponto de vista católico. Uma análise importante que é fundamentada no livro do padre James Schall, chamado The Politics of Heaven and Hell. O livro discute, por exemplo, o modelo de governo de Platão, o gnosticismo do Marxismo e o maquiavelismo, antes de apresentar a abordagem católica de governo. A base da argumentação é a mesma que usei no meu livro de forma mais abrangente e do ponto de vista da economia: o pecado humano e a graça divina.

O segundo discute a Teoria dos Jogos (modelo de racionalidade muito usado na economia). Mostra como o fundamento teológico do jogo Dilema do Prisioneiro (primeiro jogo que se discute quando se apresenta essa teoria) está muito errado do ponto de vista católico. O artigo se chama Game Theory in Catholic Perspective (debati muito teoria dos jogos na minha tese de doutorado. E comentei sobre essa teoria no meu livro)

Cliquem nos links para os artigos, são muito bons.


terça-feira, 23 de março de 2021

Vacinas, Uso de Células Abortivas e Princípio do Duplo Efeito


Hoje, li textos bem interessantes escritos pelo Dr. Bob Kurland (pesquisei sobre ele, imagino que seja o físico Robert Kurland) sobre a relação entre vacinas e uso de células provenientes de abortos para testá-las e produzi-las.

Para começar, Kurland me indicou um site muito interessante do Instituto católico Charlotte Lozier que traz uma análise de todas as vacinas relacionadas ao Covid em relação ao uso ou não de células abortivas.

Cliquem no site e analisem todas, mas para nosso caso vou mostrar aqui a questão para três vacinas (Chinesa (Sinovac), Americana- Alemã (Pfizer) e a de Oxford (AstraZaneca)).

A Sinovac (coronovac), que usa vírus inativado, não usa células abortivas HEK293 (célula de um rim de criança feminina abortada) na produção da vacina, mas usou nos testes.

A vacina Pfizer, que usa como modelo de vacina o RNA, é a mesma coisa da Sinovac, usou células abortivas nos testes, mas não usa na produção das vacinas.

A vacina inglesa de Oxford, que adota modelo vetor viral, usa a HEK293 tanto na produção da vacina, como usou nos testes.

Em suma, todas usaram as células abortivas de uma maneira ou de outra.

Em posts, muito interessantes e que trazem links também interessantes, Bob Kurland mostra a relação da Doutrina Católica com vacinas abortivas.

Em um desses posts, eles nos diz (traduzo):

"O diácono Tom, meu diretor espiritual, disse-me que a Igreja havia emitido uma diretiva sobre essa questão há cerca de 15 anos. Em 2003, a Sra. Debra Vinnedge, Diretora Executiva - Filhos de Deus para a Vida, escreveu ao Papa Bento XVI. Ela pediu ao Papa Bento XVI orientações sobre o uso de vacinas preparadas a partir de linhagens celulares de fetos humanos abortados. Dois anos depois, a Pontifícia Academia para a Vida produziu um documento com essas orientações; os principais pontos de seu estudo são resumidos a seguir.

Em “Moral Reflections on Vaccines Prepared from Human Cells Derived from Aborted Human Foetuses,", os seguintes princípios éticos gerais são apresentados em relação aos graus de "cooperação no mal":

Cooperação formal - a pessoa coopera e compartilha da má intenção do pecador;

Cooperação material - a pessoa coopera, mas não compartilha da má intenção do pecador;

Cooperação Material Imediata (direta) - a pessoa participa da execução do ato pecaminoso;

Cooperação Material Mediata (indireta) - fornece os meios para a execução, mas não participa do ato;

Cooperação Material Passiva (negativa) - não se denuncia nem impede a prática do ato pecaminoso, visto que tem o dever moral de fazê-lo.

É claro que não se deve usar vacinas derivadas de ou que façam uso de linhagens celulares de tecido fetal, se houver vacinas alternativas disponíveis ou se não houver risco à saúde decorrente do não uso de uma vacina. 

E se vacinas alternativas não estiverem disponíveis e houver um risco considerável para a saúde? O documento fornece as seguintes diretrizes:

… Se estes últimos [a população em geral] estão expostos a consideráveis ​​perigos para sua saúde, vacinas com problemas morais que lhes dizem respeito também podem ser usadas temporariamente. A razão moral é que o dever de evitar a cooperação material passiva não é obrigatório se houver graves inconvenientes. Além disso, encontramos, em tal caso, uma razão proporcional. op.cit.

Obviamente, o “motivo proporcional” é evitar ser uma fonte de infecção. 

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Nos três posts que li de Kurland sobre o assunto, eu diria que ele defende o uso de qualquer vacina para casos em que a pessoa estejam em grupos de risco, como ele mesmo (ele tem 90 anos) e sua mulher (que tem várias comorbidades e tem mais de 85 anos), mas ele apoia que os católicos devam buscar as melhores alternativas, se elas existirem

Ele se pergunta se uso das células abortivas já condenaria a vacina. Parece dizer que sim, mas deve ser tomada se não houver alternativas.

Também questiona a ação de católicos contras as vacinas que usam células abortivas, se perguntando se isso ajudaria a causa contra o aborto.

Ele diz que aqueles condenam as vacinas que usam células abortivas, na melhor das hipóteses, usam argumentos ligeiros e na pior das hipóteses podem prejudicar aqueles que devem tomar a vacina.

Kurland gosta também de usar o Princípio do Duplo Efeito de São Tomás de Aquino para analisar o ato de tomar a vacina:

Em resumo o Princípio de Duplo Efeito possui 4 peneiras:

  1. O ato, em si mesmo, não deve ser mau;
  2. A pessoa que pratica o ato deve ter a intenção de fazer o bem, não o mal;
  3. O bom efeito do ato deve proceder diretamente, ao invés de indiretamente do ato (fins bons não justificam maus meios);
  4. Os bons efeitos do ato devem superar os efeitos negativos (a condição de proporcionalidade)

Daí, Kurland responde

"Vamos ver como isso pode ser aplicado ao problema da vacina covid-19. Com relação à condição 1 acima, podemos certamente dizer que o ato da vacinação em si é moralmente neutro. (Assim como pregar um prego na parede é um ato moralmente neutro.) Com relação à condição 2, podemos dizer que a intenção é fazer o bem, para evitar que alguém contraia covid-19. E certamente o bom efeito do ato procede diretamente da própria vacinação, de modo que a condição 3 é satisfeita. Eu afirmo que os bons efeitos do ato são muito maiores do que os maus, então a condição 4 é satisfeita."

Talvez o ponto mais fraco da argumentação dele é quando diz que se tivesse 30 anos ele rejeitaria a vacina, mas que não pode rejeitar na idade dele.

Em todo caso, eu gostei da argumentação dele.


segunda-feira, 22 de março de 2021

Sorteio do Livro "Ética Católica para Economia"


Caríssimos,  a Editora Appris do meu livro "Ética Católica para Economia" está promovendo o livro e me pediu para planejar um sorteio do livro. A editora enviará o exemplar ao vencedor do sorteio.

Bom, decidi por três possibilidades para você participar do sorteio:

1) Simplesmente se inscreva como seguidor no blog ou no Facebook ou no Instagram (@thyselfolord);

2) Faça um comentário neste post sobre o relacionamento entre Economia e Religião (inspirados pelo vídeo abaixo); ou

3) Diga um música de rock que você gosta que eu não citei no post chamado Rock e Doutrina católica, aqui vai o link do post sobre rock: http://thyselfolord.blogspot.com/2021/03/rock-e-doutrina-catolica.html

Fazendo apenas uma das possibilidades acima já habilita para participar do sorteio.

A participação vai de hoje (22 de março) até sexta feira (26 de março). 

Na segunda-feira seguinte eu anuncio o vencedor.

Aprenda sobre o relacionamento entre economia, a Bíblia, os teólogos e o catolicismo.

Aqui vai o vídeo de divulgação do livro para vocês entenderem do que se trata e ajudar na participação pela possibilidade 2. 



Participem!



sábado, 20 de março de 2021

Rock e Doutrina Católica (😲)


Acho que o rock tem muita chance de falar besteira, de dizer palavrão e até de chegar a idolatrar o demônio. Mas pode-se encontrar luz rara em pouquíssimas músicas que podem incomodar o capeta. Dizem que o rock não é de esquerda, nem é  de direita, é "apenas contra o sistema". Eu não entendo esse negócio de "sistema", mas acho que nenhum ritmo musical é necessariamente de uma ideologia (a não ser o ritmo que tem as músicas do Chico Buarque e do Gonzaginha, hehehe).

Interessante é que no livro Confissões, Santo Agostinho (Livro X) conta como os cânticos dos salmos mexiam com as sensações dele, faziam-no até chorar. Mas Agostinho não valoriza essas sensações, pede a Deus para que as afaste dele e lhe perdoe, pois a música afastava as pessoas de observar atentamente e moderadamente as palavras dos Salmos. A Renovação Carismática Católica devia levar a sério essa observação de Agostinho. Ele chega a citar Santo Atanásio, que exigia que os salmos fossem cantados bem lentamente e de forma muito moderada. 
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O rock tem muitas músicas que podem que nos trazer sensações que nos tiram de si, nos encorajam a fazer algo (bom ou ruim). Quem consegue ficar sem sentir nada ouvindo por exemplo Smell Like Teen Spirit (Nirvana) ou La Grange (ZZ Top), Sweet Child O' Mine (Guns N' Roses) ou mais recente Bring Me to Life (Evanescense)? 

Eu acho que, em termos de música (não de letra) no rock, ninguém nunca superou Pink Floyd. Lembro onde eu estava quando ouvi "Comfortably Numb" pela primeira vez e fiquei estupefato. As letras do Pink Floyd em geral não são elevadoras do espírito, mas a música traz sensações sim.

Vamos seguir Santo Agostinho, iremos aqui nos ater às letras dos rocks selecionados, tentando mostrar alguns rocks que apresentam alguma mensagem que reflita de algum modo a Doutrina Católica. Aliás, como diz aquela música de Chris de Burgh (Turning Around), que um bêbado de minha cidade gostava de cantar: "For Flying is that ancient art of keeping one foot on the ground(voar é a antiga arte de manter um pé no chão). Devemos ter receio das sensações e manter um pé no chão..

Outro dia eu estava lendo o fantástico livro Faith and Reason, que conta a história de conversão de filósofos católicos. No livro, Edward Feser contou que estudou muito na juventude a teologia apresentada pela letra do rock Sympathy for the Devil (Rolling Stones). 

Aqui vai um post sobre letras de rock e Doutrina Católica. Não se aprende Doutrina Católica em nenhum tipo de ritmo, nem no Gregoriano, mas pode-se reconhecer essa Doutrina em letras de músicas de diversos tipos. É preciso que a pessoa já conheça a Doutrina. Aqueles "que não têm ouvidos" (isto é,  não aprenderam a Doutrina) não saberão do que se trata. Com uma boa seleção de música, pode-se celebrar a Doutrina com os que têm ouvidos.

Há algum tempo o jornal New York Times fez uma seleção de 50 músicas de rock conservadoras.  Não tinha nenhum rock brasileiro. Como em Santo Agostinho, o foco são as letras das músicas. Por isso, todas são em inglês. 

No colégio,  eu tinha um amigo rockeiro que dizia que só se faz rock em inglês.  Ele tinha certa razão,  a sonoridade da língua ajuda. 

Na seleção do New York Times, a dita música conservadora por vezes é apenas libertariana e isso não é conservadorismo, para mim.  Senti falta de algumas músicas como a belíssima The Living Years do Mike and the Mecanics. E também senti falta de alguns cantores, como Jeff Buckley, que tinha uma voz espetacular, cantou belissimamente a Hallelujah de Leonardo Coen e tem uma belíssima música chamada What You will Say?. Também senti falta de Eric Clapton. Ele tem uma música para Nossa Senhora, chamada Holy Mother (tem um vídeo no youtube que ele canta a música com Pavarotti). Esta música de Clapton não é rock, é mais para pop, mas ele é um célebre rockeiro. Clapton, como pessoa, não chega a ser um exemplo,  tem música para cocaína (Cocaine) e para mulher dos outros (Layla), mas aqui analisamos só as músicas e não a santidade dos cantores e bandas. Não cometemos a falácia ad hominem, o foco são as letras.

Mas o que mais faz falta na seleção do New York Times é Bob Dylan. Só tem uma música de Dylan na lista, uma que é em favor de Israel. Mas Bob Dylan tem muitas músicas "gospel", como Slow Train Coming ou Property of Jesus ou  Saving Grace. Eu não sou fã de Dylan, não gosto do som, nem da voz dele. Mas ele tem muito mais músicas conservadoras/cristãs.

Há alguns rocks que eu gosto muito como Black (Pearl Jam) ou Hotel California (Eagles) ou Hey Joe (Jimmy Hendrix) ou Gimme Shelter (Rolling Stones),  que possuem letras e música fantásticas, mas estão bem longe do tema Doutrina Católica. Dylan, por outro lado, tem inúmeros versos cristãos.

Em todo caso, a seleção do New York Times é boa.

Sobre letras que pode-se ver Doutrina Católica, para mim, a melhor é "Sympathy for the Devil", de Rolling Stones.  A seleção do New York Times a colocou em terceiro lugar. A música que ficou em primeiro lugar foi Won't Get Fooled Again (The Who), que me parece um canto de guerra contra a cultura dominante. Em segundo lugar, ficou uma música dos Beatles contra a taxação (Taxman), esse tipo de coisa não é conservadorismo para mim. 

A música Sympathy for the Devil lembra o livro "Cartas de um Diabo para seu Aprendiz" de C.S.Lewis, como diz o próprio New York Times. O detalhe é que para entender que a música é luz e não trevas deve-se conhecer inglês e teologia.  Caso contrário,  o satânico burro acha que é pra ele. Certa vez a Folha de São Paulo escreveu que esta música tem inspiração no Brasil.  Rolling Stones assistiu sessões de Umbanda no Brasil. Faz todo sentido. 

A banda Queen tem uma música chamada "Jesus",  a letra está OK com a Doutrina,  mas a música é ruim e isso não ajuda. "Sympathy for the Devil " tem letra e música fantásticas. 

Beatles na seleção sobre conservadorismo?  Pois é, por vezes tem-se Doutrina Católica até em quem nitidamente parece detestar a Igreja. Uma das músicas dos Beatles escolhida é "Revolution" que fala mal do comunismo. A Igreja tem várias encíclicas contra o comunismo até antes do nascimento de Karl Marx como mostrei no meu livro Ética Católica para Economia. 

Tem U2 também,  mas eu escolheria outra musica do U2, do "católico" pró-aborto Bono Vox.  O New York Times selecionou "Gloria" do U2, apenas porque tem versos em latim para Deus, mas eu escolheria "Stuck in a Moment" deles, que é uma ode a pessoas para que sigam em frente mesmo em tempos de luto pois "these tears are going nowhere". 

Sobre rock brasileiro, acho que "Tente Outra Vez", de Raul Seixas, é muito boa para fortalecer o espírito, Daniel na Cova dos Leões (Legião Urbana) é, para mim, a melhor música da Legião, mas a letra não tem nada a ver com o profeta Daniel, gosto ainda de "Declare Guerra" (Barão Vermelho), Inútil (Ultraje a Rigor), e mais recentemente,  eu gosto de "Tudo que Vai" (Capital Inicial), mas esta última é bem mais pop do que rock.  Em geral, os rocks brasileiros, daquelas que são consideradas as melhores bandas do Brasil, são muito fracos em termos de letra ou são muito politizados de esquerda ou são tortos romanticamente.

Aqui vão seis vídeos de músicas, sendo seis da seleção do New York Times, um de Dylan que não está na seleção, outro de Tente Outra Vez de Raul Seixas, que também não aparece na seleção, e o último é Hallelujah, cantada pelo saudoso Jeff Buckley. Hallelujah não é rock, mas eu não resisto a essa versão do rockeiro Jeff Buckley. Procurem pelas letras.

1) Sympathy for the Devil- Rolling Stones 



2) Get Over It - The Eagles (contra vitimismo)



3) Revolution - Beatles 



4) Bodies - Sex Pistols (contra aborto)



5) Stay Together for the Kids - Blink 182 - contra divórcio. 




6) Would not be Nice - Beach Boys - sobre sexo só após casamento 



7) Saving Grace - Bod Dylan



8) Tente Outra Vez - Raul Seixas



9) Hallelujah - Jeff Buckley



sexta-feira, 19 de março de 2021

Investimentos do Vaticano. Por Que Vaticano Investiu em Filme de Elton John que Faz Apologia ao Gayzismo?

 


Um breve preâmbulo antes do artigo sobre os investimentos do Vaticano.

Quem comete a falácia ad hominem confunde a pessoa com a opinião dela.

Mas para se debater uma opinião, uma simples afirmação ou um texto ou mesmo uma letra de uma música não deve importar quem é a pessoa do autor. Por exemplo, a música Pai Herói é bonita, não importa se Fabio Junior é ou não é um bom pai ou se ele teve realmente um "pai herói". Os livros de Machado de Assis são muito bem escritos e trazem muita análise psicológica interessante, isso não se mistura com o fato de que Machado era ateu. Claro que em alguns livros o ateísmo do autor se mistura com a obra (ver Saramago ou Ariano Suassuna), mas não é o caso de Machado, então ele pode ser admirado sem se remeter ao ateísmo dele, porque o ateísmo não está presente escancarado na obra dele.

Essa falácia ad hominem é muito relacionada à heresia do docetismo. Alguns católicos queriam que apenas padres santos ou com reputação completamente ilibada, que não tivessem feito oferendas aos deuses romanos, fossem liberados para celebrar missas e fazerem os sacramentos.

Você imagina se isso ocorresse, a Igreja se tornaria simplesmente um tribunal. A Igreja, então, decidiu:  um padre pode ter muitos pecados graves e mesmo assim seus sacramentos são válidos. Pois os sacramentos são graça divina, não dependem de sua pessoa.

Muitas músicas de Elton John (sendo que as melhores tiveram Bernie Taupin como letrista) são lindas (como Your Song ou Daniel), com letra e música bonitas, isso não se mistura com a personalidade ditatorial e anticatólica dele. Claro que você, como católico, pode não querer adquirir as músicas dele para não enriquecer um anticatólico. Mas deve-se entender a falácia ad hominem. 

Agora o assunto em questão.

Sabe-se que Elton John depois que o Vaticano disse que a Igreja não pode abençoar casamento gay, reagiu perguntando: como o Vaticano pode dizer que casamento gay é pecaminoso enquanto ao mesmo tempo investiu milhões no meu filme que faz apologia ao gayzismo?

Muita gente já reportou que muitos dos investimentos do Vaticano são controlados por máfias, sendo uma delas, a mais forte, a mafia gay, conhecida como "lavender mafia".

É uma ótima pergunta de Elton John, mostra a hipocrisia do Vaticano.

Li hoje um artigo que apenas usa informações publicadas pela imprensa por conta de investigações de instituições de controle financeiro. O artigo não entra nas questões internas das máfias do Vaticano. Mas neste artigo já se pode ter uma ideia do corrupção caótica do dinheiro do Vaticano coletado dos fiéis.

Vou traduzir o texto:

O Vaticano lucrou com o filme de Elton John ‘Rocketman’?

O que aconteceu? Na segunda-feira, a Congregação para a Doutrina da Fé divulgou um comunicado afirmando que a Igreja não pode abençoar as uniões do mesmo sexo porque “não é lícito dar uma bênção a relacionamentos, ou parcerias, mesmo estáveis, que envolvam atividade sexual fora do casamento . ”

Em resposta, o cantor Elton John acusou o Vaticano de hipocrisia, perguntando como o Vaticano poderia chamar as uniões de pessoas do mesmo sexo de pecaminosas, "mas felizmente lucrar" investindo milhões em "Rocketman" - "um filme que celebra minha descoberta da felicidade de meu casamento com David ?? ”

O Vaticano realmente investiu “milhões” no filme? Sim e não.

A Secretaria de Estado do Vaticano investiu dezenas de milhões de euros do dinheiro do Vaticano em um fundo de investimento que, por sua vez, investiu em vários filmes de Hollywood, incluindo “Rocketman”, no qual investiu cerca de 1 milhão de euros.

Acredite ou não, o filme pode ser a coisa menos polêmica sobre o fundo. 

The Centurion Global Fund

A Secretaria de Estado investiu dezenas de milhões no Centurion Global Fund. Quanto exatamente não se sabe, mas o fundo arrecadou um total de 70 milhões de euros, e foi relatado que pelo menos dois terços desse dinheiro veio do Vaticano, incluindo dinheiro de Peter's Pence, a arrecadação mundial anual para apoiar o ministério do papa.

De acordo com o gestor do fundo, Enrico Crasso, em dezembro de 2019, o Papa Francisco ordenou a liquidação do fundo após reportagens da mídia sobre seus investimentos.

O fundo apoiou vários filmes de Hollywood, incluindo “Rocketman” e “Men in Black International”. Embora esses investimentos possam ter se mostrado lucrativos, o próprio fundo tem um histórico irregular de retornos.

No ano em que foi investigado pela primeira vez, 2018, o Centurion Global Fund registrou uma perda de 4,6%.

O fundo possui vínculos com várias instituições financeiras vinculadas a denúncias de lavagem de dinheiro.

Relatórios anteriores estabeleceram que todos os investimentos do fundo foram mantidos por meio de um pequeno banco suíço em Lugano, Banca Zarattini. Em 2018, os promotores dos EUA nomearam esse banco em acusações durante um caso de lavagem de dinheiro de US $ 1 bilhão relacionado à companhia petrolífera nacional venezualiana PDVSA e Nicholas Maduro. Os fundos mantidos no banco foram identificados para apreensão no caso.

Relatórios anteriores também estabeleceram que o fundo Centurion compartilhava um endereço registrado em Malta com seu gerente de investimentos, Gamma Capital. A Gamma foi fundada por Enzo Filippini, ex-diretor sênior de outro banco suíço, o BSI.

O BSI foi a fonte de milhões de euros em empréstimos concedidos à Secretaria de Estado usados ​​para financiar investimentos, incluindo o negócio imobiliário de Londres, e os empréstimos foram supostamente mantidos fora dos livros contábeis dos inspetores financeiros do Vaticano durante o tempo do Cardeal Pell como chefe da Secretaria da Economia.

Em 2016, o BSI foi encerrado pelas autoridades bancárias suíças, após uma inspeção ter constatado “violações graves dos requisitos legais de devida diligência em relação à lavagem de dinheiro e violações graves dos princípios de gestão de risco adequada e organização apropriada.”

Em 2019, a assessoria de imprensa da Santa Sé confirmou que o fundo Centurion Global estava sendo investigado pelas autoridades financeiras do Vaticano, que buscavam "linhas de investigação que podem ajudar a esclarecer a posição da Santa Sé em relação aos fundos mencionados e quaisquer outros, estão atualmente sendo examinado pelo judiciário do Vaticano, em colaboração com as autoridades competentes. ”

Enrico Crasso

O documento de proposta do Centurion Global Fund lista uma empresa chamada Sogenel como consultora de investimentos do fundo. A Sogenel é a empresa de Enrico Crasso, ex-banqueiro do Credit Suisse que durante anos atuou como assessor financeiro e fixador da Secretaria de Estado.

Foi Crasso quem apresentou o Vaticano a Raffaele Mincione, o empresário que vendeu o prédio de Londres, e Gianluigi Tozi, que atuou como intermediário na venda final e mais tarde foi preso por lavagem de dinheiro e extorsão.

Crasso esteve presente numa reunião com Torzi num hotel romano em 2018, durante a fase final da venda do edifício londrino, altura em que Torzi teria extorquido o Vaticano pelo controle da holding proprietária do edifício.

De acordo com uma reportagem da reunião, Torzi pode ser ouvido solicitando um investimento de milhões de euros em fundos do Vaticano em um título que ele teve que vender a fim de cumprir um acordo legal com uma seguradora italiana.

Em outubro de 2020, um tribunal suíço concedeu aos investigadores do Vaticano acesso total à documentação bancária relacionada ao Crasso, incluindo os detidos pela Az Swiss & Partners, dona da empresa Sogenel de Crasso, que administrava o fundo Centurion.

O tribunal decidiu que “quando as autoridades estrangeiras pedem informações para reconstruir os fluxos de ativos criminosos, geralmente considera-se que eles precisam de toda a documentação relativa, a fim de esclarecer quais pessoas ou entidades legais estão envolvidas.” 

Crasso defendeu sua administração dos investimentos do Vaticano, insistindo que o Centurion era um empreendimento lucrativo. Ele comentou publicamente sobre o fundo junto com o cardeal Angelo Becciu, que serviu como adjunto na Secretaria de Estado até junho de 2018, e supervisionou os assuntos financeiros do departamento.

Becciu foi ordenado pelo Papa Francisco a renunciar ao seu cargo como chefe da Congregação para as Causas dos Santos e aos seus direitos como cardeal, em setembro do ano passado, depois que o papa teria recebido um dossiê de alegações de má conduta financeira por Becciu.

Após sua renúncia forçada, Becciu disse que, embora tivesse autorizado os investimentos administrados pela Crasso, ele desconhecia os detalhes e “não é que [Crasso] estivesse me dizendo as ramificações de todos esses investimentos”.

Crasso respondeu que “Centurion era conhecido na Secretaria [de Estado]” e que Becciu e outros funcionários “sabiam muito bem” quais investimentos eram feitos. Crasso também disse que funcionários da secretaria às vezes sugeriam investimentos específicos a ele.

Em dezembro de 2020, o papa retirou a carteira financeira da Secretaria de Estado e ordenou que o departamento entregasse o controle de todas as contas bancárias e investimentos à APSA. A lei emitida pelo papa trazendo esta mudança continha menção específica de várias práticas financeiras ligadas a escândalos recentes.


quinta-feira, 18 de março de 2021

Para Entender Bento XVI (o Hegeliano que deseja sintetizar o bem e o mal)

O Fratres in Unum traduziu uma entrevista da Radio Spada com o arcebispo Viganò. Eu vou colocar aqui só a questão feita pela Radio sobre quem foi Bento XVI para a Igreja como chefe do Congregação da Fé e como Papa. Leiam o resto da entrevista no site Fratres in Unum

Vejam a pergunta feita pela Radio sobre Bento XVI:

Rádio Spada: Um tema distinto, mas ligado, é aquele relativo aos protagonistas da temporada conciliar e pós-conciliar. Detenhamo-nos por um momento na figura de Ratzinger: o papel do teólogo bávaro tanto no Vaticano II como depois é inegável, embora com diversas nuances (recordamos que de 1981 a 2005 foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, de 2005 a 2013 reinou no Trono de Pedro, desde 2013 é o “Papa Emérito”). De nossa parte, o julgamento sobre o significado do ratzingerismo é certamente negativo: sob a sua administração da Congregação para a Doutrina da Fé, prosperaram os mesmos desvios que hoje vemos “florescer” explicitamente; assim que ascendeu ao sólio pontifício, removeu a tiara do brasão papal; e continuou no caminho do ecumenismo indiferentista, renovando as celebrações escandalosas em Assis; em Erfurt chegou a afirmar que “o pensamento de Lutero, toda a sua espiritualidade era inteiramente cristocêntrica”; no Motu proprio Summorum Pontificum definiu a Missa de todos os tempos e o Novus Ordo como duas formas do mesmo rito (quando, ao contrário, implicam duas teologias totalmente diferentes); depois criou este híbrido improvável do “Papa emérito vestido de branco” que — independentemente das intenções, que não julgamos — parece não ser apenas um mal-entendido perigoso, mas uma engrenagem quase necessária do dualismo que anima a dinâmica atual de dissolução eclesial. Esses poucos exemplos, que poderiam ser seguidos por muitos outros, são, em nossa opinião, reveladores do fato de que Ratzinger sempre esteve do outro lado da cerca, embora com papéis e posições que não são idênticos. Já vimos sua afirmação sobre a “bela fábula da hermenêutica”, mas também em outras ocasiões o V. Exa. apontou alguns aspectos problemáticos do pensamento de Ratzinger. Referimo-nos em particular à sua declaração recente no LifeSiteNews na qual sustentou: “No entanto, seria desejável que, especialmente em consideração ao Julgamento Divino que o aguarda, ele se distancie definitivamente dessas posições teologicamente incorretas — estou me referindo em particular aos da Introdução ao Cristianismo — ainda hoje difundidas nas universidades e seminários que se orgulham de declarar católicos”. Portanto, perguntamos: se resumisse seu julgamento sobre o pensamento do teólogo bávaro, o que diria aos nossos leitores? Além disso, como teve a oportunidade de trabalhar em estreita colaboração com Bento XVI, o que pode nos dizer sobre ele no nível humano? Não é — sejamos claros — uma questão sobre aspectos reservados, mas sobre a sua personalidade, que V.Exa. pôde conhecer de perto.

Viganò: Estou, infelizmente, de acordo, não sem uma profunda dor, com os pontos que você enumerou, embora com algumas nuances. Muitos atos de governo de Bento XVI se alinham com a ideologia conciliar, que o teólogo Ratzinger sempre defendeu com ardor e convicção. Sua formação filosófica hegeliana levou-o a aplicar o esquema tese-antítese-síntese no campo católico. Por exemplo, ao considerar que os documentos do Concílio (tese) e os excessos do pós-concílio (antítese) podem ser resolvidos na famosa hermenêutica da continuidade (síntese); tampouco escapa a invenção do Papado emérito, onde entre ser Papa (tese) e não mais ser Papa (antítese) se opta pela fórmula conciliatória de sê-lo apenas em parte (síntese). A mesma mentalidade determinou tudo o que fez para liberar a liturgia tradicional, que ele coloca ao lado do seu oposto conciliar na tentativa de agradar tanto aos autores da revolução teológica quanto aos defensores do venerável rito tridentino.

O problema é, portanto, de natureza intelectual, ideológica: surgiu todas as vezes que o teólogo bávaro tentou resolver a crise que aflige a Igreja. Em todos esses casos, sua formação acadêmica, influenciada pelo pensamento de Hegel, acredita que é possível combinar água com óleo. Não tenho motivos para duvidar que Bento XVI tenha querido a seu modo fazer um gesto de conciliação com o tradicionalismo católico. Nem que não esteja consciente da situação desastrosa em que se encontra o corpo eclesial; mas a única maneira de reconstruir a Igreja é seguir o Evangelho com uma perspectiva sobrenatural e sabendo que, pelo desígnio de Deus, o Bem e o Mal não podem ser reunidos num meio-termo fantasmagórico, mas que serão sempre contrários e irreconciliáveis, e que servindo a dois senhores acaba não se satisfazendo a nenhum dos dois.

Quanto ao meu conhecimento direto de Bento XVI, posso dizer que nos anos de seu pontificado, em que servi a Igreja na Secretaria de Estado, no Governo da Cidade do Vaticano e como Núncio nos Estados Unidos, a ideia que me fiz é a de que ele se cercou de colaboradores inadequados, nos quais não se podia confiar, e até de alguns corruptos, que se aproveitaram muito de sua suavidade de caráter e do que poderia ser considerada uma espécie de síndrome de Estocolmo, em particular com o Cardeal Bertone e seu secretário particular.


terça-feira, 16 de março de 2021

E se Fosse um Papa Católico Respondendo e não Francisco


Francisco respondeu a perguntas para o jornal La Stampa, o título da reportagem é em português "O Papa e a Vida após o Vírus: Ecologia e Solidariedade são os Pilares do Novo Mundo".

Com os termos "ecologia" e "novo mundo", sem qualquer menção a Cristo no título, você pode imaginar as respostas de Francisco. Meio ambiente e politica dominam todas as respostas de Francisco.

Um amigo do Marco Tossatti chamado RVC resolveu pegar as perguntas e respondê-las como Pio IX, Pio X, João Paulo II e Bento XIV responderiam a essas perguntas. Isso é, como papas que realmente amam a fé e a doutrina católica responderiam a essas perguntas.

Ficou uma análise bem reveladora da diferença entre um papa católico e outro.

Vou traduzir aqui o texto.

RVC responde a La Stampa como um papa católico responderia.

Marco Tosatti

Caros RVC leu a entrevista que o pontífice reinante concedeu ao La Stampa. Aqui estão suas reflexões, boa leitura.

§§§

Caro Tosatti, fiz um grande esforço, exercitei a virtude da paciência, mortifiquei minha inteligência, minha formação cristã, meu bom senso, conseguindo ler a seguir toda a entrevista com o Papa Bergoglio. Queria comentar essas considerações que o Papa faz sobre tudo: economia, finanças, meio ambiente, política, sociedade (obviamente não sobre a fé), mas decidi responder a algumas perguntas, no lugar de Bergoglio. Na prática tentarei (perdoem-me a ousadia) responder como Pio IX, Pio X, João Paulo II e até Bento XVI provavelmente fariam.

Como premissa, concordo com Bergoglio nas seguintes considerações básicas feitas no início da entrevista, que você deve ler primeiro.

1 -É verdade, na vida há momentos de escuridão, mas não são por causa da pandemia de Covid ... Os mais sombrios começaram há 8 anos em março de 2013 e nunca poderíamos imaginar que teriam acontecido em nossa casa.

2-É verdade, desde então o mundo já não é o mesmo (mas não graças ao Covid).

3-Mas também é verdade que é precisamente nesta calamidade que devem ser vistos os sinais da reconstrução (isto é, da reconversão).

4-É verdade que o que aconteceu e continua a ser é um sinal de alarme que nos obriga a refletir, estes tempos difíceis de provação podem tornar-se momentos de escolha acertada (senão para o próximo Conclave).

5-É verdade que Deus está perto de nós, ele não nos abandonará e nos salvará no momento certo.

E agora vamos às respostas que Bergoglio, como Papa da Igreja Católica Apostólica Romana, deveria ter dado às perguntas do Vaticano. Em vez disso, as respostas de Bergoglio, como você pode ler na entrevista, são bem diferentes ... é fácil identificá-las; a resposta do Papa começa com as mesmas palavras que uso. Por exemplo: 'Não podemos mais aceitar inertes as desigualdades e perturbações do meio ambiente ...'.

Um papa católico responderia à cada pergunta da reportagem dizendo:

- Não podemos mais aceitar inerte a destruição da tradição da fé, dos Sacramentos, pelo uso de expressões ambíguas como pobreza, igualdade, etc. de acordo com o espírito comunista de massas

-Milhões de pessoas estão arriscando a vida eterna, devemos dar a todos o direito de serem salvos pela evangelização.

-Deve haver apenas uma maneira de viver nossa vida comum, ou seja, com um comportamento sustentável do ponto de vista sobrenatural.

-Há uma consciência entre os jovens, principalmente nos movimentos católicos mais tradicionalistas ...

- Se não arregaçarmos as mangas e não cuidarmos imediatamente do destino eterno do homem, mais cedo ou mais tarde seremos lançados na Geena ..

-É hora de remover as injustiças espirituais e a marginalização dos católicos ligados à tradição, que são discriminados.

- Não há alternativa a Cristo, nunca haverá uma irmandade humana fundada nas utopias iluministas.

- Os Chefes de Estado devem confrontar e concordar com a estratégia para restaurar o reino de Cristo

- Devemos construir uma Nova Ordem Mundial fundada no Sagrado Coração de Cristo e no de Maria Imaculada. Voltando para evangelizar.

-Não é mais suportável desperdiçar dinheiro com ambientalismo, migração, inclusão. Eles devem ser gastos em igrejas e seminários.

-As mulheres precisam redescobrir a alegria da maternidade copiosa, para fazer a recuperação econômica e restaurar a ordem social.

-Conheço famílias que têm um "programa", à noite rezam juntos o Santo Rosário.

-Aos jovens digo, como fez João Paulo II, não sonhem de olhos abertos: "abram as portas a Cristo!"

-A alegria que São Filipe Neri recomendou é a alegria de quem sabe que é filho de Deus!


Comparem essas respostas de um Papa católico com as respostas de Francisco abaixo. Não vou traduzir tudo, é realmente intragável pela ausência completa de Deus, é só meio ambiente e política.

Vejam vocês mesmos:

Que urgências você vê, Francisco?

Não podemos mais aceitar desigualdades inertes e perturbações no meio ambiente. O caminho para a salvação da humanidade passa por repensar um novo modelo de desenvolvimento, que coloque a convivência entre os povos em harmonia com a criação como indiscutível. Ciente de que cada ação individual não fica isolada, para o bem ou para o mal, mas tem consequências para os outros, porque tudo está conectado. Todo! Mudando os estilos de vida que obrigam milhões de pessoas, especialmente crianças, às garras da fome, seremos capazes de levar uma existência mais austera que possibilitaria uma distribuição justa de recursos. Não significa diminuir direitos para alguns por uma equação descendente, mas dar direitos maiores e mais amplos para aqueles que não são reconhecidos e protegidos ”.

Você vê algum sinal encorajador?

«Hoje vários movimentos populares“ de baixo ”procuram já promover estas noções e operações, mas também algumas instituições e associações. Eles tentam realizar uma nova forma de olhar para a nossa casa comum: não mais como um depósito de recursos a serem explorados, mas um jardim sagrado a ser amado e respeitado, através de um comportamento sustentável. E aí há uma conscientização dos jovens, principalmente nos movimentos ecológicos. Se não arregaçarmos as mangas e cuidarmos imediatamente da Terra, com escolhas pessoais e políticas radicais, com uma virada econômica para o “verde” e direcionando os desenvolvimentos tecnológicos nessa direção, mais cedo ou mais tarde nossa casa comum nos jogará fora. fora da janela. Não podemos mais perder tempo ».


O que você acha das finanças e da relação com as administrações públicas?


“Acredito que se conseguirmos saná-lo da mentalidade especulativa dominante e restabelecê-lo com“ uma alma ”, segundo critérios de justiça, entretanto podemos ter como objetivo diminuir o fosso entre quem tem acesso ao crédito e aqueles que não o fazem. E se um dia, não muito longe, surgirem as condições para que cada operadora invista de acordo com princípios éticos e responsáveis, o resultado será limitar o apoio às empresas que são prejudiciais ao meio ambiente e à paz. No estado em que se encontra a humanidade, torna-se escandaloso continuar a financiar indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos e a promoção dos menos, e que penalizam o bem comum poluindo a criação. Estes são os quatro critérios de escolha das empresas a apoiar: inclusão dos excluídos, promoção dos menos, bem comum e cuidado da criação ».


Em que princípio podemos nos inspirar?

“O que está acontecendo pode despertar a todos. É hora de remover as injustiças sociais e a marginalização. Se aproveitarmos a prova como oportunidade, podemos preparar o amanhã sob a bandeira da fraternidade humana, à qual não há alternativa, porque sem uma visão geral não haverá futuro para ninguém. Aproveitando esta lição, os líderes das nações, junto com aqueles com responsabilidades sociais, podem guiar os povos da Terra para um futuro mais próspero e fraterno. Os chefes de estado podiam conversar entre si, discutir mais e chegar a acordo sobre estratégias. Todos nós temos em mente que há algo pior do que esta crise: o drama de desperdiçá-la. Uma crise não sai igual: ou saímos melhor ou saímos pior ». 

Com que atitude o desperdiçaríamos?

«Fechando-nos em nós próprios. Em vez disso, ao construir uma nova ordem mundial baseada na solidariedade, estudando métodos inovadores para erradicar o bullying, a pobreza e a corrupção, todos juntos, cada um por sua vez, sem delegar e assumir responsabilidade por nós mesmos, seremos capazes de sanar as injustiças. Trabalhando para fornecer assistência médica para todos. Assim, praticando e manifestando coesão, poderemos voltar a subir ».

Em termos concretos, por onde começar?

“Não é mais suportável que as armas continuem a ser fabricadas e traficadas, gastando um capital enorme que deveria ser usado para curar pessoas, salvar vidas. Não é mais possível fingir que não se criou um círculo vicioso dramático entre a violência armada, a pobreza e a exploração insana e indiferente do meio ambiente. É um ciclo que impede a reconciliação, alimenta violações dos direitos humanos e impede o desenvolvimento sustentável. Contra esta discórdia planetária que está sufocando o futuro da humanidade pela raiz, precisamos de uma ação política que é fruto de um acordo internacional. Fraternalmente unidos, os seres humanos podem enfrentar ameaças comuns, sem mais recriminações recíprocas contraproducentes, exploração de problemas, nacionalismos míopes, propaganda de encerramentos, isolacionismo e outras formas de egoísmo político ”. 


segunda-feira, 15 de março de 2021

Um Ano de Covid. Eu Vi Coisas Terríveis.


No ano da Covid, perdi dois familiares em questão de dias para esta doença. 

Neste ano de Covid, vi coisas terríveis, que extrapolaram a hipocrisia normal do ser humano. 

Por exemplo: 

➤ Vi o mundo sem qualquer líder, seja político, religioso, cientista ou institucional.

➤ Vi a ciência e cientistas completamente tontos, sem respostas ou tendo respostas contraditórias, mentindo, agindo politicamente, protegendo a China, aconselhando e desaconselhando remédios e tratamentos. 

➤ Vi o Papa fechar igrejas nesse momento de muita dor e sofrimento. E padres em púlpitos defendendo a "ciência", esta ciência tonta e mentirosa.

➤ Vi Francisco dizer várias vezes que a Covid é fruto do mal trato ao meio ambiente. Oh, Deus. 

➤ Vi o Vaticano abandonando sua preocupação com uso de fetos nas vacinas em nome da "ciência".

➤ Vi a OMS escondendo dados de Covid do mundo, colaborando com a China que teve o primeiro caso de Covid no fim de outubro de 2019 (por isso tem mais de um ano), dizendo que não era pandemia e só declarar pandemia após mais de dois meses do primeiro caso de conhecimento público na China no dia 11 de março de 2020.

➤ Vi assessores médicos da OMS serem colaboradores na pesquisa chinesa com morcegos do próprio laboratório  de Wuhan onde foi detectada a doença (possivelmente a Covid surgiu no próprio laboratório).

➤ Vi médicos condenando remédios e quando ficavam doentes tomavam o remédio. E médicos dizendo: "ei, pode brincar o carnaval" e depois dizer: "façam lockdowns, fechem tudo". E médicos sem especialização em infectologia diagnosticando ou condenando remédios. E médicos infectologistas atacando as receitas de outros infectologistas. E associações de médicos condenando remédios e depois retirando a condenação.

➤ Vi que médicos não sabem o que dizer para pessoas que já tomaram a vacina. Fique em casa ainda? Use máscara ainda? Fique em isolamento ainda? 

➤ Vi a mídia escondendo problemas graves de políticos e da ciência (problemas com remédios, vacinas, médicos e pesquisadores) em nome de uma narrativa hipócrita. 

➤ Vi políticos se aproveitando da pandemia para disseminar ideologias anticristãs e mesmo enriquecendo ao roubar nas licitações para aquisição de aparelhos respiratórios.

➤ Vi católicos ditos conservadores dizendo "e daí" para milhares de mortes. 

➤ Vi as pessoas de esquerda e ditos conservadores serem dominados pela política. A esquerda sempre transformou tudo em questão de poder (família, educação, guerra e religião). Mas foi assustador ver até conhecidos conservadores fazerem o mesmo. Em suma, o pensar esquerdista dominou pensamentos de ditos conservadores e eles não perceberam. 

➤ Vi católicos conservadores se tornarem materialistas ao focarem exclusivamente na economia e não na vida das pessoas quando se trata da Covid.  Materialismo é outra característica da esquerda assimilada por esses supostos conservadores. Estes gritam: "acabem com "lockdowns""e se esquecem completamente do que ocorre em hospitais. 

➤ Vi esquerdistas aplaudindo a Covid, e com isso saudando a morte de milhões, em nome de um tal aquecimento global que só existe na mente doentia deles, que odeia o humano.

Em suma, muitos perderam o corpo para a doença, outros perderam a alma ainda vivos (que Deus as recupere).

Que Deus nos proteja.

Aqui vai a história de 1 ano de Covid do ponto de vista dos EUA (obviamente mostra que Trump estava bem avançado na busca de proteger a população da doença, enquanto o médico que hoje é celebridade (Fauci) dizia que não precisa usar máscara, mas a mídia continua colocando Trump entre os "negacionistas"). Um ótimo resumo de O'Reilly.






sexta-feira, 12 de março de 2021

Para o Fim de Semana - Black de Pearl Jam com Orchestra e Cortnie Frazier


Eu ainda acho que a versão original com Pearl Jam é melhor, porque a voz de Eddie Vedder é demais (não me importa a posição política de Vedder), mas essa versão com orquestra ficou sensacional e ficou ainda mais difícil de ser cantada (parabéns para Frazier).

Eu tenho um post preparado sobre rock e conservadorismo que nunca publiquei, ou porque havia coisas mais importantes ou porque tive problemas familiares graves comigo ou na minha família, mas um dia eu publico.

Espero que gostem. Essa música (e letra) é demais, é muito bonita.


Sugestão da Feminista: Homens Não Podem Circular Após 18h.

 ]

Pois é, após o desaparecimento de uma mulher de 33 anos em Londres, uma deputada do Partido Verde defendeu que todos os homens só podem circular nas ruas até 18h (no vídeo acima Paul Joseph Watson fala da sugestão da deputada)

Eu argumentei muito no meu livro de Ética Católica para Economia o quanto o ódio ao masculino está disseminado e é destruidor para as famílias e a sociedade, e inclusive para as próprias mulheres. Hoje em dia o homem só tem o direito de ser efeminado. Meninos não podem brincar com armas, nem de luta. Homens não podem combater o mal.  Homens não têm direito a seus próprios filhos. 

Com isso, mesmo a polícia combate crimes efeminados (supostos atos de racismos, supostos ofensas ao meio ambiente, ou não adoção de comportamento social), deixando verdadeiros crimes contra até crianças passarem, por terem sido feitos pelos protegidos (negros, mulheres, gays ou imigrantes) passarem.

No meu livro, eu usei dois livros para mostrar a mudança de mentalidade, um escrito por uma mulher escrito no início do século XX e outro escrito por um homem no final do século.

Quem São José fortaleça tudo que é masculino, inclusive estarem sempre prontos para a guerra.


quarta-feira, 10 de março de 2021

Francisco é Criticado por Facilitar a Covid no Iraque. E Diz que Chamam Ele de "Idiota e Herético".

 

Ao receber a crítica de que se comportou de forma problemática no Iraque, sem usar máscaras e atraindo uma multidão sem máscaras, Francisco respondeu:

"Como disse recentemente, as viagens são cozinhadas ao longo do tempo na minha consciência. E este é um dos [pensamentos] que mais me ocorreram, “talvez, talvez”. Eu pensei muito, orei muito sobre isso. E no final eu tomei a decisão livremente. Mas isso veio de dentro. Eu disse: “Quem me permitir decidir assim vai cuidar das pessoas”. E então tomei a decisão assim, mas depois de orar e depois de ter consciência dos riscos, afinal."

Em suma, ele disse: eu queria ir, decidi por mim mesmo que iria, rezei e Deus que proteja as pessoas no Iraque.

Francisco se comportou assim no Iraque e jogou a defesa contra Covid para Deus, mesmo sendo uma das pessoas que prega as medidas mais restritivas contra Covid no mundo.

A Associated Press criticou a resposta de Francisco dizendo:

"Francisco, a delegação do Vaticano e a mídia itinerante foram vacinados contra COVID-19, enquanto a maioria dos iraquianos não. Especialistas em doenças infecciosas questionaram a sabedoria de tal viagem, visto que os casos mais recentes do Iraque estão sendo estimulados pela cepa mais infecciosa que apareceu pela primeira vez no Reino Unido.

O Iraque registrou 4.068 infecções no sábado, um aumento significativo das taxas de infecção no início do ano. No total. 13.500 pessoas morreram entre um total de 720.000 infecções confirmadas.

Embora Francisco tenha dito que orou sobre a decisão, estava claro que o papa que viaja pelo mundo nas periferias também estava ficando impaciente por estar confinado no Vaticano por mais de um ano. Ele disse que espera poder retomar as audiências públicas no Vaticano, que estão suspensas há meses, e sugeriu uma possível viagem ao Líbano."

 Outra resposta de Francisco a repórteres na volta da viagem do Iraque é uma em que ele disse muitos acham ele um idiota e herético

Engraçado que ele diz que o que faz "tem riscos". Em suma, ele sabe que pode ser um idiota e herético.

Eu costumo dizer que dificilmente alguém peca inocentemente. A pessoa sabe o que faz.

Além disso, ele baseou sua resposta para dizer que não é idiota no Concílio Vaticano II, o que mais né? É o chamado "espírito do Concílio".

Vejamos. O repórter perguntou: 

Santidade, há dois anos em Abu Dhabi houve o encontro com o Imam al-Tayyeb de al-Azhar e a assinatura do documento sobre a fraternidade humana. Há três dias você se encontrou com al-Sistani. Você está pensando em algo semelhante com o lado xiita do Islã? E depois uma segunda coisa sobre o Líbano, que São João Paulo II disse ser mais do que um país, é uma mensagem. Esta mensagem, infelizmente, como libanês, digo-lhe que esta mensagem agora está desaparecendo. Podemos pensar que uma futura visita sua ao Líbano é iminente?

Ele respondeu:

O documento de Abu Dhabi de 4 de fevereiro foi preparado com o grande imã em segredo durante seis meses, orando, refletindo, corrigindo o texto. Foi, direi, um pouco presumido, mas tome-o como uma presunção, um primeiro passo do que você me pergunta.

Digamos que este [Ed. o encontro com al-Sistani] seria o segundo [passo] e haverá outros. É importante, o caminho da fraternidade. Depois, os dois documentos. O de Abu Dhabi criou em mim uma preocupação com a fraternidade, saiu o Fratelli tutti, que tem dado muito. Devemos ... ambos os documentos devem ser estudados porque vão na mesma direção, procuram a fraternidade.

O aiatolá al-Sistani tem uma frase que espero lembrar bem. Todo homem ... os homens são irmãos para a religião ou iguais para a criação. E a fraternidade é igualdade, mas abaixo da igualdade não podemos ir. Acredito que seja também um caminho cultural.

Nós, cristãos, pensamos na Guerra dos Trinta Anos. A noite de São Bartolomeu [Ed. Massacre do Dia de São Bartolomeu], para dar um exemplo. Pense sobre isso. Como mudou a mentalidade entre nós, porque a nossa fé nos faz descobrir que é isso: a revelação de Jesus é amor, é caridade e nos leva a isso. Mas quantos séculos [serão necessários] para implementá-lo? Isso é uma coisa importante, a fraternidade humana. Que, como homens, somos todos irmãos e devemos seguir em frente com outras religiões.

O Concílio Vaticano [II] deu um grande passo em [diálogo inter-religioso], também a posterior constituição, o conselho para a unidade dos cristãos e o conselho para o diálogo religioso - o Cardeal Ayuso nos acompanha hoje - e você é humano, você é uma criança de Deus e você é meu irmão, ponto final. Este seria o maior indício. E muitas vezes você tem que correr riscos para dar esse passo. Você sabe que existem alguns críticos que [dizem] “o papa não é corajoso, ele é um idiota que está tomando medidas contra a doutrina católica, o que é um passo herético”. Existem riscos. Mas essas decisões são sempre feitas na oração, no diálogo, no pedido de conselhos, na reflexão. Não são um capricho e são também a linha que o Concílio [Vaticano II] nos ensinou. 



terça-feira, 9 de março de 2021

Se Fosse Trump, Você Ficaria Sabendo pelo Jornal Nacional e na Capa dos Jornais.


Ontem, disseram para o velhinho Biden: "ei, vai lá no Pentágono, no dia da mulher, e nomeia duas mulheres, seu secretário de defesa estará lá e fará um discurso inicial". Lá foi o velhinho. Chegou lá, ele não sabia onde estava, nem muito menos o nome do secretário de defesa que nomeou e que tinha acabado de falar com ele (vídeo acima).

Na semana passada, levaram o velhinho para outra cerimônia. Havia vários deputados, daí ele quis nomear alguns, errou os nomes e acabou dizendo "o que eu estou fazendo aqui, eu vou me perder completamente" (vídeo abaixo).





Trump, é sabido e discutido inclusive por Jordan Perterson, que tem um QI elevadíssimo,  possivelmente acima dos 140. Além disso, Trump sempre foi um sucesso no mercado privado, na TV e venceu a primeira eleição que disputou e foi para presidente.  

Mas o mundo, e muito brasileiros, acham que ele é um idiota.

Biden, antes de ser eleito, e antes de ser o velhinho, era considerado um dos deputados mais idiotas que existia. Existem vídeos dele em comissões do Congresso fazendo perguntas idiotas.

Mas a mídia nos passa a ideia que Biden veio libertar o mundo. 

Por que os americanos elegeram Biden? Por que Biden teve a maior votação para um candidato na história dos Estados Unidos, com 81 milhões de votos (ninguém recebeu tantos votos como ele) mesmo se sabendo e se vendo a sua incompetência cognitiva e moral (foram mostrados casos de corrupção dele e da família)? 

A resposta à essas  perguntas passa por votação pelos correios em combinação com fraudes eleitorais. 

Vejam algumas gaffes de Biden. Algumas não se consegue nem assistir porque dá pena do imbecil. Acho que pararam fazer coletânea das gaffes. Isso é igual a frases heréticas de Francisco, são tantas que não se consegue nem coletar, precisa-se de dedicação exclusiva.







segunda-feira, 8 de março de 2021

Cristãos Iraquianos. Quem Eram e Quem São? Francisco pode Salvá-los?

Max Joseph, coordenador do Programa Iraquiano para Direitos das Minorias (Iraq Programme Minority Rights Group Coordinador) escreveu um excelente artigo mostrando quem eram e quem são os cristãos no Iraque e porque Francisco não pode salvá-los. Cristãos iraquianos sofreram com perseguições  desde a formação do Iraque, com massacres feitos com munição britânica, com Saddam Hussein, com curdos e finalmente com o Estado Islâmico. Joseph acha que a visita do Papa, ao contrário de facilitar a unidade das diversas seitas cristãs, vai reforçar o poder daqueles que ajudaram no declínio dos cristãos no Iraque.

Recentemente, li que Francisco saudou os curdos por protegerem os cristãos do Estado Islâmico. Será que foi assim? Os curdos protegeram mesmo a minoria cristã? Não, perseguiram também os cristãos e deixaram os cristãos a mercê do Estado Islâmico. Por que Francisco não saúda as chamadas milícias cristãs que protegeram realmente os cristãos?

E Francisco agradeceria aos Estados Unidos de Trump por ter derrotado o Estado Islâmico? Sem os Estados Unidos, ainda teríamos o califado do Estado Islâmico. Talvez ele argumente que se os Estados Unidos também não tivessem invadido o Iraque em 2003 não se teria desencadeado toda a matança no Iraque. Quem fala isso supõe que Iraque era um país pacífico antes de 2003. Não houve guerras no Iraque antes de 2003? A história mostra que perseguição aos cristãos remonta o início do século XX e Saddam Hussein e curdos já perseguiam os cristãos desde há bem mais tempo. Os cristãos do Iraque já estavam em diáspora bem antes de 2003. Sem falar que o argumento pode ser usado para Hitler, se o mundo tivesse deixado Hitler em paz, milhões não teriam sido mortos. Não teria ocorrido matanças com Hitler solto? E seria melhor para o mundo? Não deve-se combater o mal, deve-se deixá-lo solto? 

No meu livro, Teoria e Tradição da Guerra Justa, eu mostrei como os papas e seus representantes desde o surgimento do Estado Islâmico vacilaram em condenar essa organização. Analisei diversos documentos e encíclicas para mostrar a fragilidade do discurso do Vaticano sobre o Estado Islâmico. Depois que os Estados Unidos e seus colaboradores derrotaram o Estado Islâmico fica bem mais fácil falar mal do Estado Islâmico. Assim como a Igreja, após o Concílio Vaticano II, vacilou em condenar o comunismo, mas depois da queda do muro de Berlim, João Paulo II conseguiu escrever uma encíclica atacando abertamente o comunismo. 

Mas vamos ler o excelente artigo de Max Jospeh, vou traduzir partes do artigo, leiam todo clicando aqui.

O Papa não pode salvar os cristãos do Iraque

por Max Jospeh

Quando o Papa Francisco caminhar pela cidade amplamente cristã de Qaraqosh no domingo, ele pisará no epicentro de onde o horror do ISIS atingiu o Iraque há apenas sete anos. A viagem do Papa, que começa hoje, é a primeira visita de um pontífice em exercício ao país, a primeira tentativa - de João Paulo II - foi cancelada em 1999. Dezoito anos depois que a guerra liderada pelos Estados Unidos desencadeou múltiplos horrores no Iraque, a viagem deve dar às minorias do país um renovado senso de esperança sobre o futuro, bem como promover a reconciliação entre as comunidades díspares do país. No entanto, embora a maioria dos residentes de Qaraqosh tenha retornado, em outros lugares permanece pouco otimismo entre o número cada vez menor de cristãos.

Hoje, os sinos das igrejas tocam mais uma vez nas planícies ao redor de Mosul, a segunda cidade do país, mas os destroços de vidas interrompidas, de sonhos despedaçados e meios de subsistência, são sentidos em todas as casas em ruínas e carbonizadas dos cristãos do Iraque. O grupo terrorista atraiu a atenção do mundo quando tirou a cidade de um exército iraquiano muito maior e mais bem equipado em 2014, mas o grupo extremista esteve ativo por vários anos sob o disfarce do Estado Islâmico do Iraque; em 31 de outubro de 2010, seis membros entraram em uma igreja em Bagdá e mataram 50 fiéis, incluindo várias crianças. Isso não era incomum para o Estado Islâmico ou para a violência religiosa do Iraque na época.

O objetivo do Estado Islâmico era expulsar os cristãos do país, que antes da invasão liderada pelos EUA representavam cerca de 3-5% da população, com grandes comunidades em Bagdá e Mosul, embora a maior concentração estivesse na região fora da segunda cidade , as planícies de Nínive.

A maioria dos cristãos iraquianos são etnicamente assírios, possuindo uma cultura discreta e pouco compreendida que atinge ininterruptamente a antiguidade pré-cristã. Sua língua nativa é o aramaico, que já foi a língua dominante na região depois de ser adotada como língua franca pelo Império neo-assírio, mas que foi lentamente ultrapassada pelo árabe. Tendo figurado como regras proeminentes da região, seus ancestrais também desenvolveram um império espiritual cristão que se estendeu por toda a Ásia.

A colcha de retalhos religiosa do Iraque é complicada para quem está de fora porque hoje os assírios estão divididos em várias seitas, entre elas a Igreja Assíria do Oriente, a Igreja Ortodoxa Siríaca, a Igreja Católica Siríaca e a Igreja Católica Caldéia, a última das quais está em comunhão com Roma . Cristãos iraquianos de todas as seitas, no entanto, são agora mais comuns na diáspora do que o próprio Iraque, dada uma sequência desenfreada de genocídio e perseguição que começou muito antes do ISIS. Existem cerca de 150.000 assírios na Suécia, por exemplo, muito mais do que resta em Bagdá.

Após o genocídio de armênios, assírios e gregos pelo Império Otomano em 1914-23, os assírios foram novamente alvos no estado recém-formado do Iraque - inicialmente, um território sob mandato britânico legado a uma família real árabe submissa após o colapso do Império Otomano . Os assírios lembram-se principalmente dos Hachemitas como a família que liderou multidões celebrando o Exército iraquiano depois que ele massacrou milhares de homens, mulheres e crianças assírios desarmados em Simele em 1933. A Grã-Bretanha, honrando o tratado anglo-iraquiano assinado em 1930, forneceu munição para o massacre apesar do fato de que os assírios, aliados da Grã-Bretanha, representavam a maior coorte entre os soldados iraquianos alistados pela Grã-Bretanha na Primeira Guerra Mundial.

É uma história trágica e amarga, mas, apesar disso, os assírios se apegam a ela. Nos próximos dias, o Papa, vagando pelas ruínas de Mosul e Qaraqush (siríaco aramaico: Bakhdida), verá os últimos locais concentrados da vida assíria no Iraque. 

Os habitantes dessas aldeias referem-se a si próprios como suraye (ou "'Assírios" em aramaico), apesar dos melhores esforços de Saddam Hussein. O partido Ba'ath de Saddam procurou homogeneizar os assírios em "cristãos iraquianos", de acordo com um projeto que começou primeiro como uma faceta do pan-arabismo, mas evoluiu para um nacionalismo especificamente iraquiano, com Saddam frequentemente se retratando em outdoors montando carros ao lado de reis babilônios Os assírios que frequentavam as Igrejas Católica Siríaca e Caldéia e que viviam em comunidades urbanas foram encorajados a assumir nomes árabes e incorporar o árabe em seus programas da Igreja, semelhante a outros programas de erradicação cultural. Suas figuras de liderança religiosa permaneceram no país durante todo esse processo.

Ainda assim, o Patriarca da Igreja Assíria do Oriente permaneceu no exílio depois de ser expulso pela liderança iraquiana em 1933, liderando sua Igreja de Chipre, Irã e Estados Unidos. O sectarismo crescente entre os cristãos ocorreu em conjunto com os incentivos em torno de uma mobilidade social mais fácil, status e prestígio oferecidos aos que rejeitavam uma identidade assíria e eram receptivos à arabização. Esta foi uma característica definidora da política de arabização ba'athista e resultou na identidade assíria sendo efetivamente colocada na lista negra.

A visita do Papa terá como objetivo promover a unidade, em um país onde o Cristianismo tem sido enquadrado como uma força essencialmente impotente e em declínio desde 2003, mas existe o perigo de que isso reforce essa trajetória ao legitimar líderes religiosos que ajudaram nesse declínio. A ironia do Iraque moderno é que, embora muitos muçulmanos desejem formar Estados seculares, os cristãos do país foram empurrados para o governo religioso.

Quase imediatamente depois que os tanques americanos invadiram o Iraque em 2003, os assírios começaram a ser alvos de gangues extremistas em Bagdá e outras cidades. Dezenas de igrejas foram bombardeadas, centenas de pessoas sequestradas ou assassinadas; centenas de milhares fugiram.

Mas as minorias do Iraque foram perseguidas não apenas por milícias sunitas e xiitas. Com o enfraquecimento do centro, o Governo Regional do Curdistão (KRG), fortalecido pela ocupação dos EUA, expandiu-se unilateralmente para a Planície de Nínive, bloqueando as tentativas dos assírios locais de formar forças de segurança e privá-las politicamente. Essa expansão tornou a pátria assíria no norte do Iraque “disputada” pelas autoridades regionais e federais, dando início a uma década inteira de desestabilização que culminou com o surgimento do ISIS. Ecoando os programas de arabização de Saddam Hussein, o projeto de curdificação usou a liderança religiosa de comunidades minoritárias para promover uma agenda nacionalista secular.

Quando Mar Meelis, um bispo da Igreja Assíria, chegou a Erbil vindo da Austrália em setembro de 2014 e se encontrou com o primeiro-ministro curdo Nechirvan Barzani, ele reiterou “sua gratidão e apreço” pelo papel do Peshmerga durante a ofensiva do ISIS contra os cristãos de a planície de Nínive. No entanto, os Peshmerga haviam desarmado à força e então abandonado esses cristãos e yazidis ao genocídio sem luta apenas um mês antes. ..

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No Iraque, a questão mais importante é a segurança. Quando o ISIS assolou Mosul e as planícies de Nínive, dezenas de milhares de assírios fugiram, mas a maioria desses refugiados não retornará para as aldeias onde não se sentem seguros. Na vila de Telskuf, controlada por Peshmerga, apenas 30% das pessoas retornaram pós-ISIS, e em Telkaif, dirigido por milícias árabes iraquianas, apenas 7% retornaram. Em contraste, Qaraqush acolheu o retorno de cerca de 70% de seu povo, porque aqui a comunidade local é protegida pelas Unidades de Proteção da Planície de Nínive (NPU) lideradas pelos assírios - que também estão contribuindo para a própria segurança do Papa. Quando se trata de segurança, as pessoas votam com os pés, mas mesmo assim os líderes da igreja dizem não às chamadas “milícias cristãs”.

Não é novidade que os assírios estão profundamente pessimistas e, como um homem deslocado disse a um repórter antes da visita: “Estamos esperando o Papa. Mas não esperamos muito de sua visita. ” Longe de renovar as esperanças, a visita do Papa Francisco representa uma espécie de emblema da situação política em que os cristãos assírios se encontram trancados no Iraque...

Até que essas comunidades possam ser apoiadas para fortalecer sua posição, elas permanecerão como subcidadãos. Árabes e curdos desfrutam dos benefícios de expandir suas redes educacionais e profissionais seguras em suas próprias identidades, mas os assírios são compreendidos principalmente por meio de uma única estrutura - sua capacidade de praticar uma fé compartilhada por aqueles que olham no Ocidente. As medidas atuais tomadas agora podem fornecer algum brilho de curto prazo e esforços mais lisonjeiros, mas a Igreja Católica (e todas as Igrejas na região) estão enfraquecidas no longo prazo, a menos que algo drástico mude - porque as tendências atuais sugerem que em breve haverá mais árvores de Natal do que os cristãos no Iraque.

O Papa saudará uma comunidade desfeita que luta por sua existência quando chegar ao Iraque. O mínimo que ele e a máquina ao seu redor podem fazer é reconhecer aqueles que melhor os defendem - as próprias pessoas sitiadas e esquecidas.