segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Guerra - Amarelo vs. Laranja - Vida vs Aborto



Acima, uma manifestação em favor do aborto (laranja) é surpreendida pela chegada de uma manifestação em favor da vida (amarelo) em Chicago. Sensacional. E aí laranjas, felizes em ver a gente?  Qual lado é mais vivo?

Depois dos vídeos da LiveAction, em que a Planned Parenthood, a organização que mais realiza abortos nos Estados Unidos, é pega acobertando prostituição e indicando como se pode fazer  aborto em mulheres menores de idade sem o conhecimento dos pais ou do governo, começou uma campanha forte nos Estados Unidos para que a Planned Parenthood deixe de receber apoio do governo federal americano. Abaixo, um dos vídeos denúncia da LiveAction.


Por que uma firma que faz abortos recebe dinheiro público? Essa organização não pode se financiar com dinheiro privado já que ela, supostamente, ajuda tanta gente? Por que mesmo aqueles que são contra o aborto devem financiá-lo por meio de pagamento de impostos? Por que não o contrário: o subsídio à vida?

Um primeiro passo já foi dado e a Câmara Federal sinalizou que o orçamento retirará o financiamento da organização. Mas a luta continua. As campanhas publicitárias de ambos os lados começaram. 

Vejam vídeo da campanha da Planned Parenthood, abaixo. Reparem que a campanha da Planned Parenthood nem fala a palavra aborto, sua maior fonte de financiamento público. Como Jean Geragthy pergunta: por que uma organização que consegue pagar 200 mil dólares em campanha publicitária não pode se financiar sozinha?




Agora a Campanha da Liga Americana pela Vida (American Life League):


Acho que o papa Bento XVI respondeu ao debate em uma reunião com médicos.  Ele disse que o aborto não é solução econômica (muita gente diz que mais crianças é mais custo para a sociedade. Com esse argumento, então, que tal matar bastante gente para sair da recessão?) nem solução de saúde. Ele também chamou a atenção para a posição dos pais, que abandonam suas companheiras a própria sorte. O site Rome Reports mostrou um vídeo da reunião, reproduzo abaixo:



De que lado você está?

Como digo no cabeçalho acima, este blog é voltado para guerra cultural que está presente em todos os campos da vida humana. Estamos do lado daqueles que defendem a vida. Pela vida, sempre! Apoiamos a campanha para que o governo americano deixe de subsidiar o aborto. We are Pro-Life!!

E no Brasil? O governo brasileiro financia direta ou indiretamente o aborto?

Se gostou, espalhe esse post.

Muita Gente Torce e Reza pelo Fim dos Estados Unidos


Hoje, leio na mídia americana que Louis Farrakhan (foto), líder do grupo islâmico Nação do Islã, disse que as revoltas no Egito, na Tunísia, e na Líbia chegarão aos Estados Unidos. Ele é mais um que torce pela destruição da cultura americana.

Nação do Islã é um grupo que mistura islamismo com crenças em discos voadores. O fundador da seita teria conduzido Farrakhan em um disco voador, chamado A Roda (The Wheel), e dito previsões sobre a humanidade. O grupo tem  base em Chicago, terra de Obama e muita gente diagnostica a proximidade do grupo com Obama. Durante a campanha, Obama recebeu apoio de Farrakhan, que chegou a chamar Obama de Messias, mas Obama rejeitou o apoio e se distanciou do discurso dele, porque isso prejudicaria sua campanha. Farrakhan costuma condenar os Estados Unidos pelas guerras no mundo e dizer que o governo americano quer o genocídio dos negros.

Interessante é que o discurso de Farrakhan receberia aplausos de muitos líderes mundiais, como Castro, Chavéz, Ahmadinejad, Kaddafi, e muita gente da ONU, para citar os mais belicosos. Mas há muitas pessoas no Brasil que apoiariam o discurso da Nação do Islã. O ótimo jornalista Augusto Nunces escreveu no seu blog ontem sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos e como o governo Lula fez com que "o País do Carnaval não só entra sempre com o problema como, entre um socorro e outro, debita na conta de quem o socorreu (Estados Unidos) todos os males e pecados do mundo".

Os Estados Unidos são o inimigo da imaginação de muitos ditadores  e esquerdistas e justificativa para todos os males. Basta ler qualquer discurso de Castro para ver isso.

Acabei de ler um livro sobre Inquisição de Edward Peters. O livro é muito técnico, o que torna sua leitura um pouco difícil, mas é muito completo na descrição do mito e da história da Inquisição. Recomendo-o fortemente. Neste livro, o autor chama atenção de como foi importante a visão do imperialismo espanhol para estabelecer o mito da Inquisição. No século XV e XVI, a Espanha era a maior potência do mundo, e sua devoção religiosa era odiada. A Inquisição ou as inquisições (como gosta Peters) que lá foi estabelecida foi usada como ferramenta para odiar ainda mais a Espanha e estabelecer que a religião católica era inimiga da ciência. Esquecendo-se de toda a ciência criada na Idade Média.

O uso do país mais poderoso como culpa de todos os males, então, não é novidade nenhuma na história da humanidade.

Além disso, como a Espanha sofreu anteriormente, hoje, todos adoram falar que os Estados Unidos são muito apegados a religião quando tratam de política. Eles levam os debates morais para a política, que supostamente não seria adequado. Na campanha política brasileira, vi muitos jornalistas querendo afastar o debate sobre aborto da campanha presidencial, muitos dizendo que isso era coisa dos americanos. Isso ocorre não só no Brasil, na Europa, toda vez que há eleição, os jornais e os políticos sempre evitam questões morais. Nas eleições passadas no Reino Unido, vi como os candidatos fugiam de questões morais como o diabo foge da cruz. Todos com receio de tercer qualquer opinião religiosa ou moral.

Neste particular, eu dou graças a Deus pelos americanos, eles sabem que as questões morais são tão ou mais importantes que as questões do dia a dia.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Obama - Anti-Católico



Quando Obama visitou o papa em 2009, Bento XVI deu a Obama um presente muito apropriado: Documento do Vaticano sobre Bioética e Direito a Vida. Mas, Obama mantém suas ações contra os princípios católicos.

Na semana passada, ele disse que o governo americano não vai mais defender que o casamento seja feito entre homens mulheres. Isto é, o governo federal não mais defenderá a Lei Defense of Marriage, que foi feita por outro democrata, Bill Clinton, e que tem servido como apoio legal para juízes defenderem o casamento tradicional. O Obama não pode fazer isso, é ilegal. Newt Gingrich lembrou que só o Congresso pode retirar uma lei e que esse ato pode ser usado para impeachment.

Mas não há chance de isso acontecer e Obama mantém sua agenda pró-gay. Antes, Obama já tinha acabado com o Don't Ask Don't Tell (Não pergunte, Não diga) que evita que a ação do exército seja prejudicada por questões homossexuais internas.

William Oddie do jornal Catholic Herald, depois de mais essa ação de Obama, classifica o presidente americano como inimigo dos católicos, pois o histórico do Obama em relação aos princípios católicos é o pior possível. Quando senador, Obama votou pelo aborto, pela liberação de pesquisas com células troncos, apoiou educação sexual para crianças de cinco anos, e votou contra a obrigação de avisar aos pais quando menores fazem aborto. Além disso, ele não convidou nenhum membro da Igreja Católica para sua posse, como é de praxe.

Toby Harnden do jornal The Telegraph fala hoje da posição em favor dos gays de Obama, e lembra, para minha tristeza, que muitos membros do partido democrata são católicos e apóiam casamento gay (odeio ver católicos que não conhecem sua religião e agem contra os princípios da própria Igreja. Por que eles não saem da Igreja? Há igrejas que aceitam padres gays, inclusive) e diz que o melhor que os republicanos podem fazer para ganhar as eleições em 2012 é não entrar no debate moral ou religioso com Obama.

Para Harnden, há problemas como desemprego, sistema de saúde, gastos públicos que Obama evitaria discutir se os republicanos se voltassem para questões morais.

É a mesma história de sempre. Políticos devem deixar questões morais de lado, para vencerem as eleições ou conquistarem algum objetivo. No Oriente Médio, deixamos as questões morais de lado e mantemos ditadores no poder por longos anos (Mubarak, Kaddafi, Rei Abdullah, etc.) e dentro dos nossos países contruímos uma sociedade que mata crianças nos ventres das mães e saudamos o casamento gay, destruindo a família.

O que vale mais? A família e a vida ou ganhar as eleições abandonando esses princípios? Precisamos de políticos que saibam o que é mais importante.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Lugar Mais Perigoso É o Ventre Materno


Quase 60% das gravidezes entre as negras norte-americanas resultaram em aborto em 2009. Vocês leram direito sim, 60%. Isto é, o ventre de uma negra é o lugar mais perigoso para um negro americano. A chance de não nascer é maior do que nascer.

Foi isso que a organização Life Always publicou em um imenso cartaz no bairro Soho em Nova Iorque (vejam acima). Mas a empresa que fez o cartaz (Lamar Advertising)  mandou retirá-lo, alegando que o restaurante mexicano que ficava abaixo do cartaz estava sofrendo ameaças de pessoas que não aprovaram a campanha publicitária.

A Live Always publicou uma nota que condena a retirada.  Ela diz que o cartaz é baseado em fatos reais estatísticos da própria cidade de Nova Iorque e que a intenção é chamar a atenção para a tragédia do aborto, especialmente nas minorias. Ao invês de se retirar o cartaz, a cidade deveria era enfrentar e procurar resolver esse grande problema para a comunidade negra norte-americana.

Aqui vai a nota da Live Always:

For Immediate Release: February 24, 2011 Life Always Statement on Removal of “Dangerous Place” Billboard

Austin, Texas: Life Always strongly disagrees with Lamar Outdoor's decision to remove the billboard in Soho, but the billboard's message holds true, and truth has a place in the public square. The intent of the board is to call attention to the tragedy and the truth that abortion is outpacing life in the black community.
In 2009, according to New York City Vital Statistics (http://www.nyc.gov/html/doh/downloads/ pdf/vs/2009sum.pdf), 59.82 percent of black pregnancies ended in abortion. 59.8 percent of black pregnancies ending in abortion means that 1,489 black babies are aborted in New York City for every 1,000 born alive.    The goal behind this campaign is to heighten awareness and save lives. Pastor Stephen Broden states, “The reaction to this billboard is centered on trauma; abortion is traumatic, it is the emotional and physical trauma that women face after abortion that necessitates access to post-abortive healing services."    Rev. Michel Faulkner of New York adds, “While this billboard causes a visceral reaction from many African Americans, it addresses a stubborn truth that 60 percent of black babies do not make it out of the womb. We must do something now.”
“Instead of challenging the design of the ad, we should ask why the message is true and how can we change the fact that the leading cause of death for African Americans is abortion,” Faulkner said.
Life Always respects all women and encourages anyone in need of pregnancy care to visit one of the numerous pregnancy care centers in New York City offering hopeful alternatives and support to all women.


About Life Always:

Life Always is a nonprofit organization which aims to raise public awareness of Life issues through advertising. Life Always campaigns share research and confrontational truths about Life issues to educate and empower individuals to choose Life, always!

Prioridades na TV

Para quem viaja ao exterior e procura conhecer o que se passa nos canais de televisão lá fora vai perceber de cara o quão semelhantes eles são. Sei, muitas vezes os programas são franquias de sucesso no mundo rico e o mundo desenvolvido simplesmente compra a franquia e passa por aqui, mas programas como o do Jô Soares não precisavam imitar tanto Jay Leno ou David Letterman, por exemplo, usando até canecas na mesa, como os dois. Além disso, reconheço o medo das TVs em perder dinheiro e não arriscar em programas originais. Mas a semelhança são muito exageradas, fazem a gente odiar televisão em qualquer lugar do mundo.

No Brasil, por exemplo, a originalidade se restringe ao futebol. Passamos futebol na TV praticamente 24h por dia. E olha que os nossos melhores jogadores estão no exterior. Atualmente, não há nenhum programa brasileiro que eu goste de assistir, me volto para a TV a cabo.

A charge acima de Brian Farrington do site Townhall faz uma crítica a televisão americana. Enquanto há uma crise perigosa no mundo árabe, a tv discute as loucuras, os palavrões e o uso de cocaína do ator Charlie Sheen. Que Brian não visite o Brasil, onde praticamente todos os dias a última parte do Jornal Nacional é dedicada ao futebol.

Mas há diferenças importantes. E a fonte dessas diferenças está formação da população. Nos Estados Unidos, o que é muito bom é que as TVs a cabo têm muito jornalismo de opinião. Os canais jornalísticos brasileiros são muito fracos, sempre procuram ficar no meio termo. Imagino, por exemplo, a Fox News noticiando que o Tiririca foi nomeado pelo partido para fazer parte da Comissão de Educação e Cultura. Sei, o Tiririca não faria sucesso por lá e nem seria eleito pelo povo, mas vamos imaginar. O canal e o próprio povo iria insistir em saber se realmente o cara sabe ler e escrever, iria entrevistar os advogados, os juízes relacionados ao caso, iria acompanhar cada documento que passa pelo Tiririca, iria entrevistar os amigos, os irmãos, os colegas de profissão, procurar um documento qualquer escrito por ele, etc. Aqui, a gente tem medo de investigar a vida de políticos, como se a gente devesse algo a eles e não o contrário. Nos Estados Unidos,  quando um político vai a televisão, ele pode esperar ser confrontado com perguntas difíceis e discutir fortemente e agressivamente com o jornalista.

No Brasil, não corre nenhum risco. Sarney na televisão é só sorrisos. Uma grande diferença entre os dois países, é que no Brasil, nós não temos partidos ideologicamente diferentes, são todos de esquerda, e a televisão brasileira reproduz isso. Nos Estados Unidos, as TVs refletem as diferenças entre democratas e republicanos, o que é ótimo. Você sempre pode encontrar um programa jornalístico realmente de oposição.

No Reino Unido, quem já passou um tempo por lá e viu a TV aberta, vai ficar admirado pelo grande número de programas em que há disputas de conhecimento. Há programas que confrontam universitários, que dão milhões para quem sabe mais, que estabelecem uma disputa por grupos de pessoas sobre os mais diversos assuntos, etc. Isso é muito bom, estimula o conhecimento. No Brasil até o show do milhão, que é importado do Reino Unido, acabou, talvez pelo prejuízo que deu ao Silvo Santos. Mas no Reino Unido há problemas, o jornal da BBC, TV é financiada pelo população (que loucura!), é muito parecido com o Jornal Nacional, é politicamente e ideologicamente de esquerda, e domina a TV aberta no país. Morando lá, eu me refugiaria na TV a cabo também. Talvez isso seja explicado também pela situação política do país, os conservadores estão unidos com a extrema esquerda. Não há diferenças ideológicas muito grandes. O que acontece no Reino Unido é muito semelhante ao que ocorre na Itália ou França, apesar do Reino Unido ter muito mais programas de conhecimento.

No mundo árabe, que é dominado por ditaduras, a TV Al Jazeera se destaca, com uma vertente que fala aos corações do povo da região: ódio a Israel e aos americanos.

Em suma, precisamos de oposição forte até para ter bons programas de televisão.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Arábia Saudita - A Pedra Fundamental



O site Stratfor, que lida com conflitos internacionais, afirma que um grupo de jovens, que se autodenominou Juventude para Mudança (Youth for Change), convocou para hoje uma manifestação pacífica na cidade Jiddah de apoio aos revoltosos na Líbia.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e tem as maiores reservas da commodity. Qualquer problema lá mais sério levará o preço do barril a passar de 200 dólares rapidamente. Hoje, com os problemas da Líbia (que está longe de ter a importância da Arábia Saudita), o barril já está em torno de 100 dólares.

O país está cercado por revoltas. Há população nas ruas contra os regimes no Iêmen, no Bahrein, na Jordânia, no Irã e o Iraque também é um barril de pólvora. A revolta no Iêmen e no Bahrein é particularmente preocupante pela proximidade com os sauditas. Até agora, o regime saudita tem reagido com aumento da ajuda a população.

A monarquia saudita é sunita como a grande maioria do povo, mas há uma população xiita de mais ou menos 15%. O país tem uma relação muito ruim com o xiita Irã e tem receio da influência desse país na minoria xiita. Além disso, o país tem uma ótima relação com os Estados Unidos, o que costuma não ser bem visto  por radicais sunitas ou xiitas.

Osama bin Laden, o terrorista mais procurado do mundo, é um sunita saudita. A Arábia Saudita fornece muitos terroristas para os grupos radicais no mundo. Ontem, por exemplo, um estudante saudita nos Estados Unidos foi preso acusado de planejar um ataque terrorista em Dallas, Texas. Sem falar que sauditas estavam entre os que atacaram as torres gêmeas de Nova Iorque em 2001.

O país está na base da formação do islamismo. Maomé nasceu em Meca e morreu em Medina. Essas cidades sauditas são as cidades mais sagradas do Islã.  A peregrinação Haji (quinto pilar do Islã) à Meca é obrigação de todo muçulmano.

Assim, a Arábia Saudita é a pedra fundamental da região em matéria de religião e economia.

Stratfor também diz em outro texto que os governos do Egito, Bahrein e Arábia Saudita estão se articulando para estabelecer a melhor estratégia para conter as manifestações. E a principal ameaça discutida por eles é a desestabilização que o Irã pode provocar no Golfo Pérsico.

O exército do Egito não atacou os manifestantes, mas no fim ocorreu a saída do líder do governo Mubarak. Nos outros países, Tunísia, Iêmen, Bahrein e Líbia, houve e há ataques do exército à própria população. O Egito consegue até agora manter a ordem, depois que deu aos revoltosos a saída de Mubarak e a promessa de eleições, mas não se sabe até quando.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Que Fazer com a Revolta no Mundo Árabe?

O jornalista Ed West discute o tema Democracia e Mundo Árabe hoje no seu blog, no jornal The Telegraph. Eu sou leitor assíduo de seus textos. Recomendo-os. David Cameron foi ao Kuwait e disse que é "preconceito que beira o racismo" achar que o mundo árabe não pode ser um mundo democrático e livre. Mas não há fato histórico de democracia nesta região do mundo. Todos os países dessa região, sem exceção, não têm e nem tiveram ocorrência de democracia. Isso, como alerta West, não é preconceito é fato.

Eu tenho falado aqui, em vários posts, da inocência ou má intenção (querer destruir Israel, por exemplo) de quem acha que a maioria do povo que se revolta no mundo árabe queira uma democracia nos moldes europeus ou norte-americanos.

Democracia deve conter defesa das minorias, imprensa livre, justiça, alternância de poder, estado laico, e respeito aos outros países. Os países latino-americanos, que são mais livres, não têm todos as características democráticas ainda. O Brasil, por exemplo, um dos mais democráticos da América Latina atualmente, não tem uma justiça que funcione de forma que siga os princípios democráticos. Sem falar dos casos bolivianos, venezuelanos, ou nicaraguenses.

Na verdade, o mundo não sabe o que vai sair das revoltas no mundo árabe, mas democracia, para mim, é uma tênua possibilidade. Também parece que não sabe como lidar com ela.

Ontem, Obama falou sobre a Líbia pela primeira vez depois de 9 dias e não pediu a saída de Kaddafi. Apenas condenou a violência, dizendo que é ultrajante. Anteriormente, Obama pediu a saída de Mubarak, por que não pediu a saída de Kaddafi? Essa pergunta foi o grande debate na noite de ontem na TV americana. E hoje o assunto está em vários sites de notícias, como aqui, ou aqui.

Foi lembrado no programa The Factor, da Fox News, que Kaddaf, antes do ataque de 11 de setembro, era o maior assassino de americanos, pelos ataques a uma discoteca em Berlim em 1986  e ao avião da Pan Am em 1988. Por que Obama nem lembrou isso no discurso de ontem?

A União Européia não consegue ter apenas uma voz em qualquer discussão séria. Não é diferente em relação à revolta no mundo árabe. A resposta da Europa ao que acontece na Líbia, por exemplo, foi "fragmentada na melhor das hipóteses ou contraditória, na pior". A Europa está entre sanção à Líbia (França, Finlândia e Alemanha), não intromissão (Itália) e não se involver muito, pois o pior pode vir (República Tcheca). Por mim, eu estaria do lado francês, me preparando, consciente, do que disse o tchecos.

A ONU condenou a violência. Ok, mas apenas o próprio Kaddafi (ou talvez o Hugo Chavez) não condenaria. A posição da ONU também é inócua, não mostra o caminho de solução.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fonte do Terrorismo: Dependência de Petróleo. A Resposta: Brasil


Eu já escrevi aqui sobre o documentário  Iranium, no qual se discute a ameaça nuclear vinda do Irã, dos diretores Micah Smith e Alex Traiman. Neste documentário, eles entrevistam diversos especialistas sobre o assunto. Ao que parece sobrou muito material, e os produtores do filme estão liberando alguns. Ontem, eles soltaram um importante depoimento de  Anne Korin, co-diretora do Institute for The Analysis of Global Security, sobre a relação entre dependência de petróleo mundial e terrorismo.

Vejam o vídeo abaixo que eles divulgaram (está em inglês), resumo o que ela disse depois.



Korin argumenta que:
1) Há uma ameaça comum ao mundo: dependência de petróleo;

2) Os recursos provenientes da venda de petróleo no Oriente Médio é a fonte de poder do terrorismo;

3) Com esses recursos, a Arábia Saudita alimenta o terrorismo sunita (al-Qaeda, Hamas e Irmandade Muçulmana)  e o Irã, o terrorismo xiita (Hezbollah);

4) Também com esses recursos,  o Irã consegue comprar o apoio da Índia e da China no Conselho de Segurança da ONU;

5) 78% da oferta de petróleo do mundo são prevenientes de membros da OPEP (bandeira acima), do qual fazem parte Arábia Saudita, Irã, Líbia e Venezuela;

6) Os países do cartel OPEP controlam a oferta de petróleo para que o preço do bem nunca baixe de um certo patamar;

7) Hoje o cartel produz menos do que há 37 anos atrás;

8) Não adianta a política conservadora do "drill, baby, drill" (produzir petróleo no próprio ocidente, para sair da dependência de países que financiam o terrorismo), nem a política de redução do consumo de energia dos esquerdistas, pois os países da OPEP respondem com redução da oferta de petróleo. Eles possuem a maior quantidade de reservas do produto;

9) A solução seria fazer com que o transporte mundial use mais de um combustível como faz o Brasil, com o etanol de cana-de-açúcar;

10) Mas não é apenas o etanol, é qualquer combustível que forneça ao usuário de veículos alternativas de energia.

Não há dúvida quanto a relação entre terrorismo e petróleo. Isso é mais do que óbvio. A Korin tem toda razão, deve-se atacar essa fonte de financiamento. A solução apresentada por ela é adequada, mas pode ser conjugada com o "drill, baby, drill" e também com a redução do consumo (por meio de melhor infraestrutura de transporte e melhores tecnologias).

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eles Voltam e os Que Querem Democracia Saem




Na sexta passada teve uma missa na Praça Tharir, Egito, para um milhão de pessoas. A missa foi comandada por Yusuf Al-Qaradawi (foto acima). Vejam que as opiniões dele, mesmo na wikipedia (que costuma ser condescendente), sobre terrorismo, homossexualidade, mulheres, palestinos e Israel são bastante extremas.

Veja também aqui um vídeo sobre o que ele acha que deve acontecer com Israel.

Muitos diziam que a revolta do Egito era feita por democratas que responderam a um chamado feito pelas redes sociais. O representante da Google, Wael Ghonim, era um dos mais ativos na revolta e declarou que a Irmandade Muçulmana não iria dominar a revolução no Egito.

Mas na sexta Ghonim foi expulso do palanque da missa de Qaradawi, na qual se pediu que a revolução continuasse, e saiu com o rabo entre as pernas.

O que acontece com o mundo ocidental que se deixa levar por conto de fadas? 

Como disse o jornalista inglês Richard North: "povo nas ruas é sintoma de alguma doença política e social, esse sintoma não é a cura dessa doença".

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Líbia - Lutará até a última bala?




O filho de Kaddafi, Seif el-Islam, foi na TV estatal ontem para dizer que o pai está liderando a batalha em Trípoli contra os manifestantes, que a Líbia não é a Tunísia, nem o Egito e que o exército está com o governo e "lutará até o último homem, a última mulher, e a última bala".

Mas já há casos do exército abandonar o governo. Em Benghazi, cidade que foi dominada pelos manifestantes, o exército parece que se juntou aos revoltosos. A guerra civil agora é em Trípoli. Seif promete reformas, mas a população não se convenceu.

O caos é completo, apoiadores de Kaddafi e revoltados se matam nas ruas, prédios do governo são incendiados, cidades são dominadas pelos manifestantes e tiros são ouvidos a todo momento. Muitas agências de notícias dizem que já há mais de 200 mortos.

Kaddafi (o "cachorro louco do Oriente Médio" nas palavras de Reagan) está no poder desde 1969, domina o país com mão de ferro e é acusado de financiar vários atentados terroristas (o  mais famoso deles foi a explosão do avião da Pan Am em 1988 que ia de Londres a Nova Iorque, matando 270 pessoas). Kaddafi quis implantar uma espécie de islamismo misturado com comunismo (governo popular). Já vi gente dizer que não existe mistura de Islã com comunismo, pois é. No mínimo, os comunistas e os terroristas islâmicos querem algumas coisas em comum: destruir os Estados Unidos e o capitalismo.

Mas Kaddafi tem se aproximado do mundo ocidental após os ataques de 11 de setembro, prometendo combater a al-Qaeda e permitir inspeções de suas armas por agentes internacionais. Os Estados Unidos reataram as relações diplomáticas com a Líbia em 2006. Em 2008, Kaddafi assinou um acordo de cooperação com a Itália, que pagará compensações a Líbia pelo domínio do país antes da Segunda Guerra. As relações de Kaddafi com os grupos terroristas têm se deteriorado.

A Líbia é rica em petróleo, o país é membro da OPEP, e fornece boa parte do combustível para a Europa. Os problemas lá devem ter um considerável impacto na economia mundial. Em matéria religiosa, 97% da população da Líbia é muçulmana sunita, o que dá certa estabilidade. Não é como o Bahrein ou Iraque que há divisões entre xiitas e sunitas.

Kaddafi fez um discurso, depois da queda de Mubarak, que mostrei aqui, no qual tenta se alinhar com aqueles que querem a destruição de Israel e do mundo ocidental. Perguntei se ele estava querendo afastar a oposição ao seu próprio regime e acabei concluindo que as palavras de Kaddafi falavam ao coração dos povos islâmicos. Mas ele já vinha com relações complicadas com o mundo islâmico pela sua aproximação do ocidente desde 2001. Então, parece que sua fala foi desconsiderada. Apesar do histórico terrorista e assassino e pela ditadura doméstica,  a queda dele pois significar mais um perda perigosa para ocidente. 

O mundo islâmico não conhece a democracia, a pobreza não estimula formação de governos democráticos (e sim "pais do povo"), e a questão religiosa é muito preocupante na região do Oriente Médio. O mundo ocidental deveria tentar manter Kaddafi? Ou tentar um acordo com o exército para dominar o país sem Kaddafi? Que tipo de exército temos na Líbia? O exército não gerará apenas um novo Kaddafi que talvez seja mais belicoso? Quem tem as respostas?

Há muita gente pedindo a cabeça de Kaddafi agora. O "cachorro louco" merece sair pelas portas dos fundos da história, matou muito gente, fora e dentro da Líbia. Mas ninguém sabe dizer para quem entregar.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Revolução Jasmim na China, depois Venezuela e Cuba?




A Revolução Jasmim que começou na Tunísia, agora aparece na China. Autoridades chinesas prenderam manifestantes e ativistas, aumentaram o número de policiais nas ruas, e ampliaram a censura da internet. Supostamente, as manifestações têm origem na internet, com uma convocação para uma revolução jasmim em Beijing, Shangai e outras 11 cidades.

A Fox News diz que um manifestante foi preso simplesmente por colocar jasmins em frente ao McDonald. Ele disse que quer apenas paz. Além dele, outras pessoas estão sendo presas em manifestações muito simples, que não lembram os milhares que se juntaram na Tunísia, Egito ou Bahrein. Mas, além dos manifestantes,  mais de 100 ativistas já foram presos. E mesmo a busca pela palavra jasmim está sendo bloqueada na internet.



A China tem um domínio sobre a população muito mais forte que qualquer regime do Oriente Médio ou qualquer outro. Esse controle começa desde o nascimento (só se pode ter um filho), passa pelo domínio das religiões (a Igreja Católica, por exemplo, reclamou recentemente de forte intromissão das autoridades chinesas que tentam estabelecer até bispos sem aval da Igreja), atinge a internet, a TV, os livros, tudo. E a corrupção e a falta de dados sociais, políticos e econômicos são característica chinesas.

Uma reviravolta na política chinesa só ocorreria com um apoio internacional intenso e muito presença do povo nas ruas. Isso é totalmente improvável pela capacidade econômica chinesa em atingir os mercados mundiais e pelas características da população chinesa, há muito tempo em silêncio, desde os protestos de 1989 na Praça Tiananmem. Mas a economia chinesa começa a dar sinais de descontrole inflacionário e a população e o mundo muito lentamente vai valorizando a liberdade de opinião na China. O Prêmio Nobel do ano passado foi para um ativista pela democracia na China.

Uma reviravolta política com apoios da população e internacional seria bem mais fácil em Cuba ou na Venezuela. Será que os latinos americanos vão mostrar que também conseguem lutar pela democracia? É muito difícil sair democracia, com todos os seus princípios básicos (defesa das minorias, das mulheres e justiça para todos) das manifestações no Oriente Médio, pois o povo dessa região não conhece isso, há grandes conflitos religiosos e questões de segurança internacional (terrorismo e bombas nucleares). Seria bem mais simples na América Latina.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Tubarão do Politicamente Correto é Vencido




O Filme Soul Surfer é sobre a história real da recuperação emocional (e espiritual) de uma garota americana surfista, chamada Bethany Hamilton (foto),  que teve seu braço arrancado por um tubarão. O filme começará a ser exibido em abril nos Estados Unidos.

Acontece que houve uma discussão importante entre os produtores do filme e os pais da garota. A recuperação de Hamilton teve muito apoio da sua família que lia regularmente a Bíblia para ela no quarto do hospital. Os pais dizem que a Bíblia é parte essencial na volta por cima dela. Mas os produtores do filme resolveram apagar a Bíblia durante as filmagens para retirar o aspecto cristão do filme. Vejam foto abaixo.



Mas os pais reagiram e venceram. Os produtores do filme vão exibir a Bíbilia com sua cruz. Fantástico. Que belos pais tem a Bethany. Eles venceram o tubarão do politicamente correto.

Abaixo o trailler do filme, que conta com a atriz Helen Hunt, vencedora de Oscar, como mãe de Bethany.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Bahrein - Sunitas versus Xiitas




Enquanto no Egito, a população muçulmana é majoritariamente sunita e o ex-líder do País, Hosni Mubarak também era sunita. No Bahrein, 70% da população é xiita e o Rei Hamad al-Khalifa é sunita. No Egito, a população gritava fora Mubarak por causa do seu longo no poder e pela repressão a grupos islâmicos e defensores da democracia. No Bahrein, a queda do Rei pode significar ainda mais, pelo poder que os xiitas podem assumir e pela proximidade com a Arábia Saudita.

Os xiitas são maioria no Irã (quase 100%), Iraque, Bahrein e Azerbaijão. Enquanto, entre os muçulmanos, os sunitas são a grande maioria. Diz-se que 80% dos muçulmanos são sunitas e 20%, xiitas.

A diferença mais básica entre sunitas e xiitas é que os xiitas procuram seguir líderes religiosos considerados descendentes de Maomé, enquanto os sunitas seguem os líderes religiosos que entendem que têm conhecimento da tradição islâmica. Mas há várias correntes, nas duas facções. Por exemplo, o jornalista Glenn Beck está desde o início da semana no seu programa da Fox News mostrando que Ahmad Ahmadinejad do Irã é um xiita da vertente dos Duodecimalista (clique no vídeo Rumors of War). Essa vertente aguarda a vinda do 12º Imã (chamado al-Mahdi) que viria depois de uma grande guerra que destruiria Israel e o mundo cristão, e o islamismo dominaria o mundo. Ahmadinejad sempre que faz um discurso diz que quer "apressar a vinda do 12º imã, o prometido".

O Egito é sunita, o grupo terrorista Hamas da Palestina também, mas o grupo Hezbollah do Líbano é xiita. A proximadade entre o Hamas, Irmandade Muçulmana e o Hezbollah é conhecida, então ser sunita não quer dizer que os grupos não queiram a mesma coisa, domínio islâmico contra os infiéis. Mas, como Saddam Hussein, que era sunita em um país de maioria xiita, o Rei do Bahrein sofre pela sua distância religiosa em relação a maioria da população. Imaginem se o Brasil fosse dominado há muito tempo por um evangélico. A população reza Ave Maria, mas o rei ou presidente do Brasil discordaria dos dogmas de Nossa Senhora. A população tenderia mais facilmente a se levantar contra o soberano. É o que acontece no Bahrein.

A população que se revolta contra o Rei dificilmente está atrás de democracia. Eles gritam "Morte ao Khalifa" e não por democracia. O principal grupo de oposição é o grupo xiita Al Wefaq.

Pelo menos cinco pessoas morreram até o momento, na violenta resposta do governo, e os revoltosos levam os corpos dos mortos para as passeatas.

A Arábia Saudita está receosa, pois está próxima do Bahrein e também tem uma monarquia de longa data que domina o país, apesar de não ter maioria da população xiita. O mundo ocidental também deve se preocupar, perderia um aliado importante e um Bahrein xiita abriria as portas para o Irã, em uma região que é considerada um barril de pólvora.

Um mundo não deve pensar que as diferenças entre sunitas e xiitas sejam empecilhos para que grupos terroristas islâmicos das duas facções não se unam. Por exemplo, na tríplice fronteira do Brasil, Argentina e Paraguai, várias fontes já mostraram que o Hezbollah (xiita) e a al-Qaeda (sunita) estão juntos para financiar o terrorismo na região. Mas também deve-se considerar que um sunita terá muita dificuldade de dominar uma população de maioria xiita. Mesmo entre a mesma facção há ódio, o Hamas, por exemplo, odeia o Fatah que é do mesmo país, querem, supostamente, a mesma coisa (Estado Palestino) e também é sunita.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Estupidez de um Professor Esquerdista

Chesterton disse que a educação é muito importante porque assim todos estarão conscientes de quão estúpidos podem ser os professores de faculdade.

Um professor do Departamento de Direito e Segurança da New York University (NYU) teve de pedir demissão, depois de fazer comentários contra uma jornalista que foi violentada sexualmente durante as manifestações no Egito.

A jornalista Lara Logan (foto abaixo) estava fazendo a cobertura da revolta no Egito pela CBS News, quando foi atacada por mais de 200 homens, sofrendo "a brutal and sustained sexual assault and beating" (investidas sexuais constantes e brutais e surras). Ela foi salva por um grupo de mulheres e por cerca de 20 soldados. No dia seguinte, ela voltou aos Estados Unidos. Chegando, ela ficou no hospital por um período e agora está em casa se recuperando.


A história é horrível. E obviamente, qualquer um, com uma quantidade ínfíma de educação e respeito, deve sentir compaixão por ela e torcer para que ela se recupere logo, não importando quais sejam as opiniões políticas, o credo, a raça ou a nacionalidade dela (dizem que os homens gritavam que ela era judia).

Pois é, mas o professor da NYU, Nir Rosen (foto acima), não pensa assim. Ele escreveu no Twitter que desconfia que ela não foi atacada sexualmente. Acha que Logan foi apenas "groped" (tateada) como outras mulheres e ainda deseja que outros repórteres fossem estuprados pelos egípcios por causa de suas posições políticas. Rosen acha que Logan e Anderson Cooper da CNN defenderam a guerra do Iraque e por isso merecem ser estuprados. Parece que para ele, quem for contra o que ele pensa merece morrer.

Rosen, depois da controvérsia de seus comentários, sentiu-se pressionado e pediu demissão da Universidade. A Universidade aceitou e a Diretora Karen Greenberg  fez o seguinte pronunciamento.

Nir Rosen is always provocative, but he crossed the line with his comments about Lara Logan. I am deeply distressed by what he wrote about Ms. Logan and strongly denounce his comments. They were cruel and insensitive and completely unacceptable. Mr. Rosen tells me that he misunderstood the severity of the attack on her in Cairo. He has apologized, withdrawn his remarks, and submitted his resignation as a fellow, which I have accepted. However, this in no way compensates for the harm his comments have inflicted. We are all horrified by what happened to Ms. Logan, and our thoughts are with her during this difficult time.

(Nir Rosen é sempre provocativo, mas ele passou do ponto com seus comentários sobre Lara Logan. Eu estou profundamente arrasada com o que ele escreveu sobre a senhorita Logan e fortemente condeno seus comentários. Eles são cruéis e insensíveis e completamente inaceitáveis. Senhor Rosen me disse que ele entendeu mal a severidade dos ataques a Logan no Cairo. Ele pediu desculpas, retirando seus comentários, e submentendo sua demissão como membro do Departamento, que eu aceitei. Entretanto, isto de maneira nenhuma compensa a dor que seus comentários provocaram. Nós estamos horrorizados pelo o que aconteceu com a senhorita Logan, e nosso pensamentos estão com ela nesse momento difícil).

Rosen apagou os comentários que ele fez no twiteer, mas muita gente já tinha guardado. Aqui vão os comentários horríveis de Rosen.


"Yes yes its wrong what happened to her. Of course. I don't support that. But, it would have been funny if it happened to Anderson [Cooper] too...
"Jesus Christ, at a moment when she is going to become a martyr and glorified we should at least remember her role as a major war monger"
"Look, she was probably groped like thousands of other women, which is still wrong, but if it was worse than [sic] I'm sorry." . . .
Depois, ele começou a sentir a pressão mas não consegui se desculpar direito. Vejam:
"ah fuck it, I apologize for being insensitive, it's always wrong, that's obvious, but I'm rolling my eyes at all the attention she will get."
Depois, finalmente, ele sentiu o erro:
 "As someone who's devoted his career to defending victims and supporting justice, I'm very ashamed for my insensitive and offensive comments."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Migração em Massa - Custo e Multiculturalismo





Milhares de tunisianos estão pegando embarcações e chegando em Lampedusa (uma ilha italiana que fica mais próxima da Tunísia que da Sicília), para pedir asilo na Itália e consequentemente na União Européias. E há grande chances que egípcios também procurem asilo europeu. A aceitação dos imigrantes acaba implicando mais imigrantes, que trazem esposas, filhos e primos. O custo da imigração é enorme, cultural, economica e politicamente. Mas também é certo que há um problema humanitário que deve ser resolvido.

As motivações dessa imigração na Itália são as mais diversas, apesar de que, para piorar, alguns dos imigrantes vieram das prisões tunisianas. Entretanto, o resultado é bastante óbvio: problemas urbanos e culturais. Isso ocorre em um momento em que os principais líderes europeus dizem que o multiculturalismo falhou. Eu já comentei sobre isso aqui, quando Angela Merkel levantou o argumento, depois seguido, mais recentemente, por Cameron e Sarkozy. Eles têm razão, qualquer um que conhece a Europa sabe dos grandes problemas culturais que o continente possui. A grande maioria dos imigrantes não assimila a cultura européia e o isolamento entre os nativos e os imigrantes é marca do multiculturalismo. Boa parte da população que chega não fala a língua do país que o recebe, e muitos nem querem aprender. Alguns já são bastante adultos para se aculturar e acabam como camelôs nas ruas das grandes cidades.

Os imigrandes acabam recebendo as benesses do estado do bem-estar social da União Européia e os países, por pertencerem à União Européia, não têm muita liberdade para discutir como alocar esses imigrantes. É disso que reclama Richard North. O ministro do Interior da Itália disse que a "Europa não pode ficar indiferente a essa imigração em massa e que deve tomar uma decisão política forte e decisiva". Ele ainda pediu 100 milhões de euros da União Européia para lidar com os imigrantes tunisianos.


Como condenar um país que quer preservar sua cultura? Não se pode abandonar os imigrantes, então como exigir que os países de origem tratem melhor seus cidadãos?

Glubb Pasha dividiu a história dos impérios em The Fate of Empires (1978) em: Era da Conquista (pioneiros), Era do Comércio, Era da Riqueza, Era do Intelecto, e depois o declínio (com brigas políticas e enfraquecimento da ética). Neste ponto, ele chega à questão do influxo de imigrantes. Ele resume muito bem o problema. Aqui tem um resumo do pensamento de Pasha do site UK Comentators. Abaixo vai a parte sobre imigrantes:

The influx of foreigners

One of the oft-repeated phenomena of great empires is the influx of foreigners to the capital city. Roman historians often complain of the number of Asians and Africans in Rome. Baghdad, in its prime in the ninth century, was international in its population—Persians, Turks, Arabs, Armenians, Egyptians, Africans and Greeks mingled in its streets.

In London today (written in 1978 - LT) , Cypriots, Greeks, Italians, Russians, Africans, Germans and Indians jostle one another on the buses and in the underground, so that it sometimes seems difficult to find any British. The same applies to New York, perhaps even more so. This problem does not consist in any inferiority of one race as compared with another, but simply in the differences between them.

In the age of the first outburst and the subsequent Age of Conquests, the race is normally ethnically more or less homogeneous. This state of affairs facilitates a feeling of solidarity and comradeship. But in the Ages of Commerce and Affluence, every type of foreigner floods into the great city, the streets of which are reputed to be paved with gold. As, in most cases, this great city is also the capital of the empire, the cosmopolitan crowd at the seat of empire exercises a political influence greatly in excess of its relative numbers.

Second- or third-generation foreign immigrants may appear outwardly to be entirely assimilated, but they often constitute a weakness in two directions. First, their basic human nature often differs from that of the original imperial stock. If the earlier imperial race was stubborn and slow-moving, the immigrants might come from more emotional races, thereby introducing cracks and schisms into the national policies, even if all were equally loyal. Second, while the nation is still affluent, all the diverse races may appear equally loyal. But in an acute emergency, the immigrants will often be less willing to sacrifice their lives and their property than will be the original descendants of the founder race.
Third, the immigrants are liable to form communities of their own, protecting primarily their own interests, and only in the second degree that of the nation as a whole. Fourth, many of the foreign immigrants will probably belong to races originally conquered by and absorbed into the empire. While the empire is enjoying its High Noon of prosperity, all these people are proud and glad to be imperial citizens. But when decline sets in, it is extraordinary how the memory of ancient wars, perhaps centuries before, is suddenly revived, and local or provincial movements appear demanding secession or independence. Some day this phenomenon will doubtless appear in the now apparently monolithic and authoritarian Soviet empire. It is amazing for how long such provincial sentiments can survive.

Historical examples of this phenomenon are scarcely needed. The idle and captious Roman mob, with its endless appetite for free distributions of food—bread and games—is notorious, and utterly different from that stern Roman spirit which we associate with the wars of the early republic. In Baghdad, in the golden days of Harun al-Rashid, Arabs were a minority in the imperial capital. Istanbul, in the great days of Ottoman rule, was peopled by inhabitants remarkably few of whom were descendants of Turkish conquerors. In New York, descendants of the Pilgrim Fathers arc few and far between. This interesting phenomenon is largely limited to great cities. The original conquering race is often to be found in relative purity in rural districts and on far frontiers. It is the wealth of the great cities which draws the immigrants. As, with the growth of industry, cities nowadays achieve an ever greater preponderance over the countryside, so will the influence of foreigners increasingly dominate old empires. Once more it may be emphasised that I do not wish to convey the impression that immigrants are inferior to older stocks. They are just different, and they thus tend to introduce cracks and divisions.

Frivolity

As the nation declines in power and wealth, a universal pessimism gradually pervades the people, and itself hastens the decline. There is nothing succeeds like success, and, in the Ages of Conquest and Commerce, the nation was carried triumphantly onwards on the wave of its own self-confidence. Republican Rome was repeatedly on the verge of extinction—in 390 B.C. when the Gauls sacked the city and in 216 B.C. after the Battle of Cannae. But no disasters could shake the resolution of the early Romans. Yet, in the later stages of Roman decline, the whole empire was deeply pessimistic, thereby sapping its own resolution. Frivolity is the frequent companion of pessimism. Let us eat, drink and be merry, for tomorrow we die. The resemblance between various declining nations in this respect is truly surprising. The Roman mob, we have seen, demanded free meals and public games. Gladiatorial shows, chariot races and athletic events were their passion. In the Byzantine Empire the rivalries of the Greens and the Blues in the hippodrome attained the importance of a major crisis.

Judging by the time and space allotted to them in the Press and television, football and baseball are the activities which today chiefly interest the public in Britain and the United States respectively. The heroes of declining nations are always the same—the athlete, the singer or the actor.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Talibã Continua Vivo




Ontem mostrei uma pesquisa da Pew Resarch de 2010 que mostra que 80% da população no Egito, Jordânia e Paquistão acham que a pessoa merece pena de morte se deixar a religião islâmica. Hoje tenho o desprazer de saber pelo Wall Street Journal que é exatamente isso que vai acontecer a dois afegãos que se converteram ao cristianismo.

O Ministro da Justiça do Afeganistão, Jamal Khan, disse: "The sentence for a convert is death and there is no exception..They must be sentenced to death to serve as a lesson for others." (A sentença para o convertido é a morte e não há exceção. Eles devem ser sentenciados a morte como lição para os outros). Não há nem um São Domingos de Gusmão do Islã para conversar com eles e tentar trazê-los de volta ao islamismo. Basta uma denúncia e pronto, cadeia e morte. Aliás, nenhum advogado quer defender os acusados, pois isso também poderia provocar pena de morte para eles.

Um dos presos é Said Musa, 46 anos, pai de seis filhos, membro da Cruz Vermelha, médico terapeuta, que se converteu 9 anos atrás. Em uma carta aberta, ele diz que está sendo torturado e abusado sexualmente na prisão.Sua esposa e seus filhos deixaram o Afeganistão.

O segundo convertido é Shoaib Assadullah Musawi de 25 anos, que foi preso depois que deu uma coópia do Novo Testamento a um amigo e esse amigo da onça o denunciou.

A pergunta que não quer calar é: Ué, os Estados Unidos e outros países não gastaram milhões dólares para afastar o Talibã (bandeira acima) do poder e agora torram milhões para manter no poder e enriquecer Hamid Karzai, e a lógica Talibã ainda permanece? De que serviu a retirada do Talibã?

Isto mostra que tirar um tirano é bem mais fácil que tornar um país realmente democrático. A democracia é a defesa dos direitos individuais, a defesa das minorias. Não é voto apenas.

Vamos rezar pelos dois prisioneiros.

A Barnabas Fund divulgou a carta que Said Musa fez da prisão. Aqui vai:


"To the international church of world and to the President Brother Barak Obama President of the United States and to the head of ISAF [International Security Assistance Force] in Afghanistan!

"My name is Said Musa 45 years old. I have been working since 15 years as a Physiotherapist in I-C-R-C [International Committee of the Red Cross] orthopaedic centre in Kabul, Afghanistan. About four and a half months before by security force of Afghanistan I [was] captured, due to faith in the Lord Jesus Christ, Saviour of the world. One person ____ he is spy of ____ [a] leader in Afghanistan. He told about me [to] the Government's officials, 'He's believer, He's head of church in ____'. He showed my house to the security force. Since that time I am in jail. The authority and prisoners in jail did many bad behaviour with me about my faith in the Lord Jesus Christ. For example, they did sexual things with me, beat me by wood, by hands, by legs, put some things on my head, mocked me ‘He's Jesus Christ', spat on me, nobody let me for sleep night and day. Every person spat on me and beat me. Also the prosecutor wrote something wrong against me.

He told from himself something wrong against me on my file."He is stimulating every day the prisoners against me, ‘He is also in jail due to spy for Iran country', to reveal the church in Kabul. I'm in a very and very bad condition in the jail.

"I agree with long imprisonment about my faith even for long life. Because I'm the sinnest person in the world. Because sometimes they treated for died I refuse my faith due to died. Sometimes I tolerate the persecution but immediately I acknowledge my sin before Lord Jesus Christ: ‘Don't refuse me before your holy angels and before your Father.' Because I am very very weak and sinful man.

"Nobody could accept my defender before the court. If I say I am a Christian man he immediately spat on me and abuse me and mock me! I am alone between 400 handlers of terrible values in the jail like a sheep. Please, please, for the sake of Lord Jesus Christ help me. Please send a person who should supervise my document and my file, what I said in it. My prosecutor has told something wrong to the judge because he asked [for] money but I refused his request. Please, please you should transfer me from this jail to a jail that supervises the believers. I also agree with died on cross of my pride. I also agree with the sacrifice [of] my life in public, I will tell the faith in Lord Jesus Christ son of God and other believers will take courage and be strong in their faith. Hundred percent I am stable to my word. I have family of seven - one wife, three daughters and three sons. My big son [is] about eight years old. One of my daughters can't speak, she has some mental problems.

"This is a request from me to all over the world, people please help me. I could not have any person to help. For [the] sake [of] Lord Jesus Christ please pray and immediately help me and rescue me from this jail. Otherwise, they will kill me, because I know they're very very very cruel and hard hearted!

"Your destitute brother in the world.

"Please my English writing is not enough good. If I did some mistake please forgive me! From Kabul Provincial jail."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Gaddafi - "Países Islâmicos, Marchem para Israel"







Asssutador o que Muammar Gaddafi disse hoje. Gaddafi está no poder na Líbia desde 1969 (na primeira foto acima ele aparece com Gamal Nasser em 1969, a segunda foto é bem mais contemporânea) e é acusado de vários atos terroristas.

Gaddafi, no seu primeiro discurso depois da revolta no Egito, disse que agora está na hora da revolução popular. Frotas de navios deveriam levar palestinos para a fronteira de Israel e manter eles lá até "que os problemas fossem resolvidos"

Ele ressaltou: "Nós devemos criar um problema para o mundo. Isto não é um declaração de guerra...Todos os países arábes que tem relações com Israel são regimes covardes".

O mundo para Gaddafi está dividido entre brancos (países ocidentais) e verdes (países islâmicos). Ele disse:

"A cor branca tem decidido se livrar da cor verde...Os países verdes deveriam se unir contra os brancos, porque todos os brancos são contra o Islã".

E ainda disse que os atos de violentos de grupos terroristas como al-Qaeda são apenas respostas a arrogância dos americanos. A culpa é dos americanos.

Gaddafi estará apenas querendo se livrar de manifestações contra seu próprio regime (bem mais longo do que o de Mubarak) ou ele fala aos corações dos povos que vivem nos países islâmicos?

Vejamos uma pesquisa da Pew Research de maio de 2010 sobre o que os árabes pensam da relação Islã e política:

A pesquisa pergunta, por exemplo, se é bom ou ruim que o islã tome parte na política (quadro abaixo).  Entre os que acham que o Islã tem tido uma grande participação na política do país, 95% dos egípcios acham isso bom. Dos que acham que o Islã tem tido pouca participação na política, 80% dizem que isto é ruim. Os números são muito bons para o islamismo também no Líbano e no Paquistão.


Com relação aos três principais grupos terroristas islâmicos. Vejam que Israel está cercado por populações que adoram o Hezbollha, o Hamas e a al-Qaeda. Três países que fazem fronteira com Israel (Jordânia, Líbano e Egito) têm grande afeição por esse grupos terroristas. A Jordânia se destaca com extenso apoio para Hezbollah, Hamas e al-Qaeda.O Líbano apenas não aprecia a al-Qaeda, e no Egito, a questão é dividida mas quase metade da população tem visão favorável do Hamas, grupo que domina a fronteira da palestina com o Egito.



O apoio a medidas severas de lei (apedrejamento, chicoteamento, amputações e pena de morte) também é vasto no Oriente Médio, com exceção da Turquia. No Egito, 82% apóiam apedrejamento para adultério, 77% apóiam chicoteamento ou amputação de membros para roubos e 84% apóiam pena de morte para pessoas que abandonem o Islã. Os números são parecidos no Paquistão e na Jordânia.
   



Agora, vamos responder àquela pergunta de novo: Será que Gaddafi não está falando diretamente ao coração do povo árabe? Finalmente, em que tipo de governo essa população árabe votaria? O que a democracia produziria?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Uma Mulher Bonita em Todos os Sentidos




Lila Rose está revolucionando os Estados Unidos. Quando tinha apenas 15 anos, ela fundou a Live Action para lutar contra o aborto. Desde janeiro deste ano, a Live Action tem mostrado vídeos que denunciam a organização Planned Parenthood, que trata de controle de natalidade e exame de doenças e é clínica de aborto. Essa organização recebe milhões de dólares de apoio de governos estaduais e do governo federal norte-americanos, e aparece nos vídeos facilitando aborto de menores de idade e acobertando  prostituição infantil.

São diversos vídeos, em diferentes cidades americanas, em que uma pessoa disfarçada de cafetão (pimp em inglês) leva uma suposta prostituta para a Planned Parenthood e diz que tem várias meninas de 13, 14 ou 15 anos que trabalham para ele no "mercado do sexo", que nem falam inglês (imigrantes ilegais) e que precisam fazer aborto. Prostituição infantil é crime e abortos de menores de idade têm de ser com a aceitação de pais e conhecimento das autoridades. Mas a Planned Parenthood dá apoio para que o cafetão mantenha seu "negócio" e mostra como se faz aborto sem que os pais e as autoridas precisem saber e ainda ensina como a prostituta pode receber um seguro saúde do governo.

Após os vídeos, a Planned Parenthood vai ser processada e pode perder apoio financeiro estatal. Bill O'Reilly, que tem o programa (The Factor) mais visto na TV  a cabo dos Estados Unidos, está noticiando o assunto quase diariamente.  A Planned Parenthood diz que está demitindo as pessoas e por vezes acusa os vídeos de serem editados, mas a Live Action tem provado que não.

Abaixo, vai um dos vídeos da Live Action da denúncia contra o Planned Parenthood.


Além da Live Action, Lila fundou uma revista para combater o aborto, chamada The Advocate. Em 2008, ela recebeu o prêmio Life Prize e em 2010 o prêmio Young Leader.  Ela se tornou católica e, isso muito me orgulha.  Aqui tem um ótimo vídeo, com uma entrevista da própria Lila Rose dizendo por que mudou de protestante para católica, infelizmente não consegui baixar esse vídeo para o blog.

Finalmente, abaixo vai a própria Lila Rose explicando o caso contra a Planned Parenthood para o programa do Bill O'Reilly que neste dia foi apresentado por Laura Ingraham.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mubarak Renunciou - Acordou a Democracia ou o Extremismo?




Mubarak renunciou.

E agora? O Egito nunca votou para presidente. O período eleitoral é apenas em setembro. O exército promete democracia e controle sobre o extremismo. O mundo torce por isso, com exceção de alguns países, como o Irã, que esperam o renascimento de mais uma teocracia.

Espero que os militares mantenham o extremismo islâmico em sua cova (charge de Glenn McCoy ).

Opções no Egito





O mundo simplesmente parece não saber o que vai acontecer no Egito, mesmo nas próximas horas. Na minha opinião, o principal culpado pela atual situação está deixando de ser Mubarak e passa a ser o exército do país. Um exército deve saber quando o próprio povo ultrapassa a linha que separa as chances de ter um governo de paz e de estado de direito em um país. A foto acima mostra a explosão do navio Altalena, que mostra que o exército israelense soube de que lado estava o estado de direito em 1948. Isso foi essencial para a formação democrática de Israel.

O site Stratford fala que o exército do Egito tem três opções: 1) Abrir as portas do regime para o povo revoltado; 2) Atacar o próprio povo para conter a revolta; 3) Fazer um golpe contra Mubarak.

Se o exército abrir as portas do governo para o povo perderá o controle da situação e ninguém sabe quem ou o que controlorá o país. Se atacar o povo, corre o risco de matar civis e estará descumprindo uma promessa que fez de não atirar nos manifestantes. Isso foi um erro, o exército se amarrou, baixou as armas. Sobra apenas a terceira opção, mas o povo aceitará outro comando militar depois de quase 20 dias de revolta?

Ontem, Mubarak parecia que ia renunciar. Todos esperavam por isso. Obama imprudentemente discursou como se o Mubarak já estivesse fora. Mas Mubarak ou voltou atrás ou viu que estava, ao contrário do que se pensa, em uma situação privilegiada. Pois, o exército baixou as armas, mas o povo está cada vez mais explosivo. Quem poderá conter o povo se o exército acha que pode ser bonzinho e manter o controle?

Assim além das três opções que o Stratfor disse,  há uma quarta. Parece que o exército está vendo que entrou numa enrascada e começa a dar suporte a Mubarak.

Mesmo o El Baredei, um idiota que nunca viu nada de errado no armamento nuclear do Irã e que agora pensa que pode dominar a Irmandade Muçulmana no Egito, pediu a intervenção do exército, pois não sabe como se sairá da situação que ele próprio ajudou a incendiar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Terrorista Mais Perigoso




O terrorista mais perigoso do mundo, segundo Michael Leiter, chefe do Centro Nacional de Contra-terrorismo dos Estados Unidos, é Anwar al-Awlaki (foto acima). Osama bin Laden perdeu seu trono. O que garante esse lugar de proeminência de al-Alwaki é que ele nasceu nos Estados Unidos (filho de pais do Iêmen), fala inglês, frequentou escolas e universidades americanas e usa com facilidade a internet (facebook, etc.). Em suma, o cara tem a capacidade de arregimentar os próprios americanos para atacar os Estados Unidos.

Leiter e Janet Napolitano, Secretária para Segurança Interna, se apresentaram ontem frente ao Comitê de Segurança Interna da Câmara dos Estados Unidos. Leiter disse que as ameaças terroristas vem de três fontes: 1) Al-Qaeda no Paquistão; 2) Grupos ligados a al-Qaeda no Iêmen, Somália e no norte da África; e 3) Ataques feitos pelos próprios americanos.

Com relação a Napolitano o novo chefe do Comitê, Peter King, do partido Republicano, lembrou um fato interessante, que marca uma mudança de discurso da Administração Obama com relação ao terrorismo. King notou que há dois anos Napolitano  não disse nenhuma vez a palavra terrorismo e ontem falou mais de 60 vezes. A administração Obama estaria deixando ao poucos, relutantemente, o politicamente correto para chamar as coisas pelo nome.

Este estilo politicamente correto de Obama não tem ajudado, muito pelo contrário. Terroristas o vêm como fraco e os países que dependem da ajuda militar americana, começam a se preocupar com sua defesa.

Por exemplo, li nesta semana no site Startfor que os países nórdicos, Suécia e Estônia, concluíram um acordo de cooperação militar, que mostra preocupações com o ressurgimento militar da Rússia. O texto é bem interessante e resume dizendo que enquanto os Estados Unidos estão preocupados com o mundo islâmico e os membros da OTAN (especialmente França e Alemanha) se aproximam da Rússia, a única alternativa que sobrou para os países do Báltico foi uma aliança entre eles.

Eu complementaria dizendo que o próprio Estados Unidos estão se aproximando da Rússia. Recentemente os países fizeram o acordo Start de desarmamento. Este acordo, inclusive, envolve uma traição americana ao seu mais antigo aliado (Reino Unido). Os Estados Unidos teriam entregado segredos nucleares ingleses aos russos para que a Rússia assinasse o acordo. Thomas Sowell conta o caso. Então, Suécia, Estônia, Lituânia e Letônia e todo o ocidente têm de se preocupar mesmo.

Acho que o terrorista mais perigoso não é al-Alwaki, mas os próprios países que deveriam combater o terrorismo e as ameaças militares. Eles dormem com o inimigo, vendem armas para eles e entregam segredos militares de amigos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Uma História de Amor


Essa é uma história de amor, entre um casal, pela filosofia e pela busca da verdade.

O francês Jacques Maritain (1882-1973) estudava na Sorbonne em Paris e lá encontrou Raissa Oumansoff (1883-1960), uma imigrante da Rússia. Começaram a namorar. Ele era protestante e ela, judia. Casaram-se em 1904. Eles amavam filosofia, e queriam encontrar explicações para os problemas existenciais. Estavam desiludidos com cientifismo da Sorbonne e resolveram fazer um pacto radical: iriam se suicidar em um ano, se não encontrassem o profundo significado da vida.

Desistiram de seus planos de morte, quando assistiram a uma palestra do filósofo francês Henri  Louis Bergson, que em 1928 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Posteriomente, com a continuação de seus estudos, o casal Maritain abandonou a doutrina de Bergson, pela filosofia de São Tomás de Aquino e se converteram ao catolicismo. Maritain tornou-se um filósofo consagrado do Tomismo e Raissa uma poeta de sucesso.  

Certa vez, eu vi um frade dizer que "intelectuais de universidades não recebem revelações", eles não teriam a mente suficientemente aberta para a fé. Mas parece que não é o caso do casal Maritain, pois agora eles podem se tornar santos, pelo amor no casamento e pela defesa da doutrina católica. Um processo que será bastante lento, uma vez que se busca a beatificação de um casal e não apenas de uma pessoa.

Pergunto: cadê os cineastas que não vêm aqui uma grande história para um filme? Já tem livro. Para quem tiver mais interesse, acima mostro a capa da versão francesa do livro "Jacques e Raissa Maritain - Mendigos do Céu".  Não sei se há uma tradução para o português, acho que não, infelizmente.

Vejam vídeo abaixo da Rome Reports sobre o processo de beatificação do casal.