sábado, 29 de julho de 2023

Vídeos: Filósofo John Rist e a Confusão Ética no Ocidente.


O renomado filósofo ético John Rist (o homem sabe tudo de ética) deu entrevista para o jornalista católico Edward Pentin sobre o tema de seu novo livro "Confusion in the West", escrito com sua esposa Anna Rist.

Eu fiquei muito saudoso ao ver os vídeos, porque já morei em Cambridge, e cada vídeo começa com imagens de Cambridge, onde deu aulas John Rist.  Mas é muito mais relevante ver o que diz esse excepcional filósofo. Leiam qualquer livro dele.

Abaixo vão os vídeos. Alguém poderia traduzi-los para o Português, infelizmente eu não tenho tempo, nem sei como fazer isso em vídeos.

O primeiro fala muito sobre educação, marxismo cultural e da destruição da teologia


O segundo começa explicando como o protestantismo foi nocivo, e destruiu o cristianismo pedaço por pedaço. John Rist diz também que há três tipos de católicos: tradicionalistas, progressistas; e os "católicos da tribo", esses últimos são de famílias católicas mas não sabem dizer o que é ser católico e nem o porquê são católicos, não conhecem, nem defendem a moral católica. Esse terceiro grupo é o maior grupo de católicos. John Rist fala também de Santo Agostinho. Finaliza falando de quão nocivo Kant é.


Começa o terceiro falando da "democracia totalitária" que começou com a Revolução Francesa, onde tudo é político, o privado deixa de existir, tudo é público, assim se ataca a família. Totalitarismo decide o que é certo e errado. John Rist vê o progressismo como fundamentalmente negando o pecado original e mesmo negando realidade ou os sentidos, assim como se negou a realidade de Hitler, se negou a realidade de Stálin, e hoje o feminismo nega a própria realidade e o que se vê. É o triunfalismo do desejo ou do poder que vemos triunfalismo em Hitler e em Stálin. A primeira medida para recuperarmos a sanidade é nos livrarmos é termos consciência do lixo filosófico/ideológico sob o qual que vivemos. No final. Rist afirma que não existe esse negócio de "estado neutro" à lá John Rawls, nem o tal de "estado mínimo",




sexta-feira, 28 de julho de 2023

Jornada Mundial da Religião Verde em Lisboa

 




Vai começar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ em português ou WJD, em inglês). Este ano em Lisboa. Mas eu imagino que o paganismo ambiental estará muito forte. Acima vemos que a recomendação aos participantes é que se submetam a nova Religião Verde e contem suas pegadas de carbono.

E hoje também li em um jornal português que os "jovens" vão entregar um "manifesto ao Papa para que ele faça um compromisso para o futuro", isto é, se comprometa à Religião Verde, como se o Papa precisasse disso.

O cardeal que lidera a JMJ já disse que o objetivo "não é converter ninguém a Cristo" mas "celebrar a diversidade.

Meu Deus, essa JMJ promete ser uma anarquia, em que Cristo foi "cancelado".

Rezemos.


Não, Jesus Não Ama Você do Jeito que Você É.


Um site chamado "A Principal's Principle" (Princípio de um Diretor de Escola) tem um artigo muito importante para todos, chamado "Não, Jesus Não Ama  Como Você É".  

Um dos que costuma repetir a náusea que "Jesus ama você do jeito que você é" é o Papa Francisco, especialmente diante gays e trans, mesmo que sejam crianças, como fez recentemente. Seguramente é uma das frases mais nocivas de Francisco.

Mas Cristo explicitamente não disse isso, muito pelo contrário, o centro do amor de Cristo está em que sigam os seus mandamentos e abandonem seus pecados. Devemos seguir seus mandamentos e sermos "perfeitos como o pai celestial". 

Como diz o texto, é Satanás que faz as pessoas acreditarem que Cristo o ama alguém do jeito que ele é.

Traduzo o texto do site abaixo:

Princípio do diretor: NÃO, JESUS NÃO TE AMA DO JEITO QUE VOCÊ É

A escuridão é a ausência de luz; onde não há luz, há escuridão. A escuridão – também conhecida como mal/diabo/Satanás – não é uma força poderosa lutando contra Deus; é a ausência de Deus. O diabo não tenta impor um poder sombrio do mal sobre nós, mas procura extinguir a presença de Deus em nossas vidas, como um apagador de velas apaga a chama de uma vela. Ao nos fazer rejeitar a Deus por meio de nossas palavras, pensamentos e ações, o maligno nos deixa em trevas espirituais.

Dissipar a escuridão e, assim, vencer Satanás, é tão simples quanto convidar a Luz de Cristo para nossas vidas e não permitir que o medo ou o pecado nos afastem da Luz. Você precisa acreditar – e você precisa fazer seus filhos acreditarem – que a batalha é vencida facilmente se você convidar Cristo, a Luz, para entrar em sua vida, deixar Sua presença preenchê-lo e, assim, substituir qualquer escuridão interior.

Nós e nossos filhos somos todos alvos do maligno, o tempo todo. Satanás nunca dorme. Ele usa coisas mundanas para nos distrair de Deus, tentando-nos a adorar as coisas materiais e sensuais em vez de adorar a Deus. Satanás nos atrai a uma falsa sensação de segurança para acreditar que podemos construir nosso próprio pequeno reino aqui e agora sem qualquer necessidade de Deus. Ele fez isso com Eva, e conosco pode encher nossas mentes de dúvidas, pois é considerado o pai da mentira. Satanás distorce a verdade e fornece todas as racionalizações de por que algo está certo, mesmo que Deus e a Igreja ensinem isso como errado.

Nessa batalha pela alma, talvez seja Satanás quem faz alguém acreditar que Jesus o ama do jeito que ele é. Essa crença falsa é a justificativa usada por muitos que se envolvem em atos imorais, como fazer sexo fora do casamento, beber demais regularmente ou consumir pornografia. Sua justificativa equivocada permite que eles continuem vivendo em pecado sem se preocupar em mudar seus caminhos porque não temem nenhuma consequência negativa e eterna, como acabar no inferno.

Por estar recebendo grande importância hoje em dia na cultura secular, o exemplo mais notável de Satanás levando as pessoas a rejeitar Deus por meio de suas palavras, pensamentos e ações é visto naqueles que endossam a chamada agenda *LGBTQIA2S+ e orgulho gay.

A racionalização daqueles que se envolvem em atos homossexuais e até mesmo de heterossexuais que não se envolvem, mas endossam explicitamente outros que vivem o chamado estilo de vida LGBTQIA2S+, geralmente é assim: “Tudo bem viver um [gay/lésbica/bissexual/transgênero /queer/etc.] estilo de vida porque Jesus te ama do jeito que você é.” Isso esta errado! Jesus te ama apesar de quem você é!

Sim, Jesus ama pessoas atraídas pelo mesmo sexo, mas Ele não as ama “do jeito que são”. Ele os ama tanto que deseja que parem com suas escolhas pecaminosas e mudem seu estilo de vida, e isso significa não sucumbir ao sistema de crenças da agenda homossexual e não realizar atos imorais. O mesmo apelo para que alguém se afaste das trevas e se volte para a luz é feito para um heterossexual que comete adultério, um alcoólatra ou uma pessoa que assiste pornografia.

Nosso Senhor não nos ama como somos; Ele tem pena de nós por causa do jeito que somos. Jesus disse: “Não vim chamar justos ao arrependimento, mas pecadores” (Lucas 5:31), e “O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10). Jesus é chamado de Salvador porque Ele “se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos resgatar do mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gálatas 1:4).

Jesus veio à terra para salvar os pecadores e resgatar todos os que Nele crêem do perigo iminente de ofender a Deus, pois aqueles que não se arrependerem de suas ofensas e não se emendarem em suas vidas serão lançados – nas palavras do próprio Jesus – “na fornalha ardente , onde haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 13:41-42).

A mentira que é repetida com muita frequência hoje em dia por cristãos enganadores e ignorantes é que nosso Salvador está feliz conosco e nos ama “do jeito que somos”. Ele não é e não é. Sim, Ele nos ama, mas nos mostra piedade, depois misericórdia e o caminho a seguir. Se não mudarmos depois de encontrar ou encontrar Jesus, não teremos a vida eterna.

Jesus nos ama, e este é o tipo de amor que fala a verdade sobre como estamos nos ferindo quando pecamos, assim como Ele disse à mulher apanhada em adultério: “Vai, e de agora em diante não peques mais” (João 8:11). Nosso Senhor não quer que nos contentemos em nos tornar apenas mais ou menos na maneira como escolhemos viver nossas vidas. Na verdade, Ele nos ordena “sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito” (Mateus 5:48). Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, o que nos obriga a buscar a perfeição, a ser mais parecidos com quem Deus nos criou para ser. O ditado “ninguém é perfeito” é verdade, mas isso não deve nos impedir de estabelecer um alto padrão pelo qual lutar.

Como professor, quando preparei meus alunos da sexta série para o teste semanal de ortografia, não os motivei a aprender as novas palavras ortográficas dizendo: “Não se preocupe em aprender a soletrar essas novas palavras. Você é um bom aluno do jeito que você é. Não, eu esperava que cada aluno se esforçasse para soletrar 100% das palavras corretamente no teste – se esforçasse para ser perfeito. Eu sabia que 100% em um teste de ortografia seria um milagre para alguns, e esses alunos também sabiam disso, mas se eu os encorajasse com “Esforce-se para soletrar 50% das palavras corretamente no teste”, eu não imagino que houvesse algum estudo da lista de ortografia em casa na noite anterior.

A Escritura nos diz claramente que a estrada para o céu é estreita, enquanto a estrada para o inferno é larga. No entanto, muitos cristãos acreditam na mentira de hoje de que a maioria das pessoas, se não todas, irá para o céu. Eles acreditam que Jesus os ama do jeito que eles são, e isso inclui a crença de que se Jesus andasse na terra hoje, Ele abençoaria os chamados casamentos gays e concordaria com o mantra da esquerda “amor é amor”. Essas são mentiras que Satanás adora espalhar.

Posso apenas imaginar o maligno das profundezas do inferno torcendo as mãos de alegria porque as pessoas não acreditam que ele existe, ao mesmo tempo em que acredita que seu Deus todo-amoroso nunca enviaria pessoas para o inferno. Satanás se alegra ao perceber que essas visões errôneas acabarão fazendo com que muitos não se preocupem em tomar decisões imorais frequentes porque não temem consequências negativas.

Nos funerais, os padres às vezes dizem erroneamente em suas homilias – como forma de confortar a família – que o falecido está no céu olhando para seus entes queridos reunidos na igreja. A verdade é que não sabemos disso. Gostaríamos de supor que seja esse o caso, mas também sabemos que o céu tem uma entrada estreita. Realizamos uma missa fúnebre para nosso ente querido falecido porque acreditamos que nossas orações irão ajudá-lo no processo de purificação - ou seja, no purgatório - pois nossa esperança é que ele ou ela eventualmente esteja no céu.

Certa vez, participei de uma missa fúnebre em que a família pediu que a música de Frank Sinatra, I Did It My Way, fosse tocada na recessão como uma forma de ilustrar despreocupadamente o temperamento pretensioso do falecido. Lamentavelmente, o padre aprovou isso. Infelizmente, aqueles que “fizeram do meu jeito” e não “do jeito de Deus” muito provavelmente não irão para o céu.

Em relação à esperança que temos para o futuro de nossos filhos, tornando-os cristãos morais e fiéis, queremos que eles se esforcem para serem perfeitos nas decisões que tomam e na vida que escolhem em todas as áreas - educação, carreira, vida religiosa, casamento ou solteiro vocação e sexualidade. O trabalho dos pais, além de ensinar seus filhos a mostrar ao Senhor que eles O amam por meio de uma vida justa, é também ensiná-los a odiar o mal. Os pais devem ser francos com seus filhos sobre a existência do mal no mundo, liderado por Satanás, e que todos devemos trabalhar duro para nos esforçarmos para ser perfeitos e resistir às tentações do mundo, como o chamado estilo de vida LGBTQIA2S+.

Muitos da geração de hoje acreditam que o inferno não é real, que Satanás não existe e que chegar ao céu pode ser presumido. Não deixe seus filhos caírem nessa falsidade.


quinta-feira, 27 de julho de 2023

Corrupção Financeira Vaticano: Promotor Pede 7 Anos de Prisão para Cardeal Becciu

 


No julgamento sobre a gigantesca corrupção financeira do Vaticano, que se estende, o promotor Alessandro Diddi, pediu mais de 7 anos de prisão para o cardeal Angelo Becciu, que alega completa inocência e também que o papa Francisco aprovou e tinha pleno conhecimento dos seus procedimentos. Francisco responde dizendo que não tinha ciência do que se fazia.

O melhor site para acompanhar o julgamento é o The Pillar. Ontem, eu vi que eles fizeram um resumo do caso contra Becciu.

O caso é bem complexo, e quando se vai a julgamento muitas mentiras ou invenções são ditas para se proteger a própria pele, o que torna o caso ainda mais nebuloso. Mas em resumo: Becciu é acusado tanto de conluio corrupto com agentes financeiros, como com corrupção familiar (dinheiro do Vaticano em apoio a própria família), como por ter impedido auditorias, como por relacionamento nebuloso com um mulher ajudante nos seus negócios. Ele diz que Francisco tinha ter sido informado dos negócios. Francisco responde que não tinha ciência completa dos negócios, e libera todos os segredos de estado aos promotores.

Para entendimento do caso, é preciso ter acompanhado um pouco como anda isso. Mas aqui vai a tradução do texto do The Pillar:

O processo contra o cardeal Angelo Becciu

ED. CONDON

26 de julho de 2023 . 16:44 13 min de leitura

O promotor de justiça da Cidade do Vaticano pediu aos juízes na quarta-feira que condenassem o cardeal Angelo Becciu a mais de 7 anos de prisão, enquanto ele apresentava os argumentos finais no julgamento histórico de crimes financeiros.

Mas os promotores realmente têm um caso contra Becciu?

Em seu argumento de 26 de julho, Alessandro Diddi passou o dia focado em Becciu, ex-sóstituto da secretaria, cuja defesa Diddi descreveu como “obras-primas de falsificação e mistificação da realidade”.

O cardeal, por sua vez, declarou sua “absoluta inocência” e se declarou “um fiel servidor da Igreja” que “sofreu em silêncio” durante um processo que chamou de caça às bruxas e campanha de difamação na mídia.

Longe da hipérbole do tribunal, porém, talvez haja uma coisa em que Becciu e Diddi concordem: o caso é complicado.

De acordo com o boletim de ocorrência oficial, ele é acusado de peculato e abuso de poder, formação de quadrilha, bem como suborno de testemunhas. Mas como isso se decompõe e as evidências se somam?

De acordo com a maior parte da cobertura da mídia sobre o julgamento, o foco principal das evidências e das acusações - inclusive contra o cardeal Becciu - é a agora infame compra pela Secretaria de Estado de um edifício londrino na 60 Sloane Avenue.

Mas essa história, por mais popular que seja, não está certa.

O acordo de Londres pode estar no centro do julgamento, mas as acusações, acusações e evidências remontam a anos antes da conclusão do acordo e até os meses seguintes.

A aquisição do prédio pela secretaria em 2018 foi uma confusão, para dizer o mínimo.

E foi a compra do prédio que iniciou a investigação que deu origem ao presente julgamento.

E foi a complicada estruturação da compra que gerou acusações de extorsão e outros crimes aos réus, principalmente o empresário Gianluigi Torzi.

Mas o cardeal Becciu insistiu que não teve nada a ver com a compra do edifício londrino e que o negócio foi feito depois que ele deixou a Secretaria de Estado em junho de 2018 e foi administrado por seu sucessor como substituto, o arcebispo Edgar Peña. Parra.

Nisso, Becciu tem razão. Ele não teve, até onde mostram as evidências disponíveis, nada a ver com a decisão de comprar o prédio imediatamente, ou com a aprovação dos detalhes que deixaram o Vaticano aberto a (supostas) fraudes e extorsões.

Ainda assim, isso é apenas parte da história.

A compra do prédio – que fez o Vaticano perder mais de 100 milhões de euros – fez parte de um acordo apressado, já que a secretaria cortou relações com o financista Raffaele Mincione, com quem havia investido cerca de 200 milhões de euros em 2014.

Esse investimento inicial foi aprovado por Becciu, assim como seu financiamento e a forma incomum como foi registrado nos balanços do Vaticano. E essas ações fazem parte do caso da acusação - embora o cardeal tenha insistido que não consegue se lembrar muito do que aprovou, ou explicar suas razões, mesmo quando apresentado a documentos com sua assinatura.

E como foi relatado desde antes do início do julgamento, quando a recém-criada Secretaria de Economia e Auditoria Geral tentou examinar os livros da Secretaria de Estado para uma auditoria em toda a cúria em 2015-16, foi Becciu quem liderou a resistência ao escrutínio.

Segundo relatos da época - e posteriormente confirmados pelo cardeal George Pell, primeiro prefeito da Secretaria de Economia, e Libero Milone, primeiro auditor geral - a secretaria sob a liderança de Becciu usou práticas contábeis proibidas para ocultar efetivamente todos os 200 milhões de euros de investimento com Mincione de auditores, juntamente com os empréstimos bancários utilizados para financiar o investimento.

Becciu fez várias reivindicações em sua própria defesa desde então. Ele disse, em diferentes momentos, que nunca se recusou a cooperar com Pell e Milone; que os departamentos de Pell e Milone nunca tiveram autoridade para auditar a Secretaria de Estado; e que ele agiu para proteger os investimentos específicos do escrutínio porque eles eram algum tipo de fundo papal discricionário secreto fora das leis financeiras do Vaticano.

Além de Pell (que morreu no início deste ano) e da insistência de Milone de que nenhuma dessas defesas é verdadeira, o texto simples dos estatutos de ambos os antigos departamentos - emitido pelo Papa Francisco - parece claramente dar-lhes acesso total e supervisão de todos os departamentos e fundos do Vaticano, sem exceções.

Embora grande parte da atenção da mídia no julgamento tenha se concentrado na compra do prédio de Londres, igualmente significativo é o motivo pelo qual a Secretaria de Estado estava tão ansiosa para romper os laços com Mincione, perdendo milhões e obtendo o prédio (sobrecarregado com uma montanha de dívida) no processo.

Depois que Becciu deixou o departamento em 2018 e foi substituído, Peña Parra disse que revisou o investimento e decidiu que a Secretaria de Estado precisava sair, e rapidamente.

Essa decisão provavelmente foi informada pelo fato de que Mincione usou fundos do Vaticano para investir em seus outros negócios e projetos e para conceder empréstimos sem penalidade a seus negócios, ao mesmo tempo em que cobrava do Vaticano milhões de euros em taxas de desempenho e administração.

Ele também investiu dinheiro do Vaticano em produtos de dívida comercializados pelo empresário Gianluigi Torzi, inclusive em um título envolvendo uma empresa com ligações com a máfia, e em dois hospitais católicos sob investigações de fraude italianas.

Esses investimentos e o processo de aprovação de Becciu foram examinados quando a investigação sobre a compra do prédio em Londres começou. E embora Becciu possa razoavelmente alegar que não foi responsável pela separação do Vaticano de Mincione, ele foi responsável por envolver a Secretaria de Estado com Mincione em primeiro lugar.

Mais especificamente, de acordo com os promotores, quando a investigação começou, Becciu agiu para encerrá-la - principalmente ao enfrentar uma oferta em 2020 de um consórcio de empresários obscuros para comprar o prédio de Londres de volta, aparentemente com a esperança de que isso pudesse fazer todo o problema desaparece.

Becciu fez isso enquanto supostamente não tinha nada a ver com os investimentos do Vaticano ou com o funcionamento de seu antigo departamento, que ele havia deixado anos antes.

Referindo-se à oferta de Becciu para a recompra do prédio, o Papa Francisco escreveu a Becciu em 2021 dizendo: “Recordo que esta proposta imediatamente me pareceu estranha em termos de conteúdo, formas e tempos escolhidos”.

“Devo acrescentar também”, escreveu Francisco, “que minha perplexidade original foi ainda mais reforçada quando entendi que a iniciativa em questão visava, entre outras coisas, interferir, com efeitos impeditivos, nas investigações do Gabinete do Promotor de Justiça."

Embora Becciu tenha, a maioria dos observadores do tribunal provavelmente concordaria, se absolvido da responsabilidade pelo próprio negócio imobiliário de Londres, o que ele fez antes e depois da compra do prédio dará aos juízes muito o que considerar.

Longe de questões de altas finanças, o cardeal Becciu também enfrenta acusações de desvio de centenas de milhares de euros em fundos da Igreja e os entregou a membros de sua família.

Uma transação importante são 250.000 euros enviados por Becciu para contas bancárias controladas por seu irmão, Antonio Becciu, que dirige a Spes Cooperative, uma instituição de caridade católica na Sardenha.

O cardeal disse durante o julgamento que autorizou um empréstimo inicial de 100.000 euros, posteriormente convertido em uma doação de 50.000 euros da Conferência Episcopal Italiana, porque estava “emocionado” com o trabalho de caridade de seu irmão que, segundo ele, o fez “corar , como sacerdote”.

Questionado sobre mais dois pagamentos, um dos quais foi feito de uma conta da Secretaria de Estado, que foi para a conta bancária pessoal de seu irmão e totalizou 130.000 euros, Becciu insistiu que é prática comum que os fundos do Vaticano sejam depositados com indivíduos, incluindo familiares membros, para fins de caridade.

No entanto, tanto os promotores do Vaticano quanto os italianos questionam o quão caridosos eram os propósitos dos irmãos Becciu.

A polícia financeira italiana identificou recibos falsos de entrega de quase 20 toneladas de pão, que supostamente foram entregues às paróquias pela Spes para distribuição aos pobres.

Em novembro do ano passado, os promotores do Vaticano disseram ao tribunal que seus colegas italianos encontraram os recibos falsos entre quase 1.000 páginas de papelada que examinaram.

Quando a papelada para as supostas entregas foi produzida, ninguém conseguiu reconhecer as assinaturas nos documentos, disseram os promotores, e a polícia financeira italiana concluiu que as faturas foram criadas apenas algumas semanas antes das buscas policiais e foram fabricadas para cobrir supostas entregas que datam de 2018, para o qual não existem outros registros.

Tanto o irmão do cardeal Becciu, Antonio, quanto o diretor local da Caritas, pe. Mario Curzu, estão sob investigação pelas autoridades italianas na Sardenha como parte de seu inquérito sobre o assunto. Ambos se recusaram a comparecer durante o julgamento do Vaticano, apesar de repetidas intimações.

Fontes próximas à promotoria disseram anteriormente ao The Pillar que o padre e o irmão de Becciu se recusaram a comparecer ao tribunal porque estavam preocupados em enfrentar a escolha de se envolver em atividades criminosas ou fazer declarações falsas, que poderiam ter sido usadas contra eles por promotores italianos.

Um dos aspectos mais estranhos do caso da promotoria contra o cardeal Becciu diz respeito ao relacionamento do cardeal com Cecilia Marogna, uma autointitulada analista geopolítica e agente de inteligência privada.

Marogna e Becciu são ambos acusados de peculato, sobre os mais de meio milhão de euros que ele fez a Secretaria de Estado pagar a ela por meio de sua empresa de fachada na Eslovênia.

Becciu insistiu que os pagamentos a Marogna faziam parte de uma operação supersecreta aprovada pelo papa para negociar a libertação de uma irmã religiosa sequestrada no Mail em 2017.

Mas há alguns problemas com essa narrativa.

Para começar, as agências de inteligência italianas negaram que Marogna tivesse algo a ver com seus esforços para garantir a libertação da freira em 2021 (depois que Becciu e Marogna foram acusados).

Registros financeiros também mostram que o dinheiro enviado a Marogna por Becciu foi gasto em produtos de grife, viagens de luxo e resorts cinco estrelas.

Também um problema para Becciu é que as mensagens de texto produzidas pela promotoria mostram que ele ainda estava autorizando pagamentos a ela muito depois de deixar a Secretaria de Estado, o que de certa forma argumenta contra o fato de o emprego dela fazer parte de uma operação oficial, mas secreta, dentro do departamento.

A própria Margona também declarou publicamente que, além de supostamente trabalhar em “casos diplomáticos delicados” para Becciu, ela também agia como uma espécie de espiã pessoal do cardeal, compilando por instrução dele dossiês sobre as falhas morais privadas de outros altos funcionários da Igreja. .

Enquanto Becciu insistiu que seus pagamentos a Marogna foram todos sancionados e oficiais, seu ex-adjunto na Secretaria de Estado, Mons. Alberto Perlasca disse aos investigadores que Becciu frequentemente lhe ordenava que transferisse grandes somas ou entregasse dezenas de milhares de euros em dinheiro para pagamento a Marogna.

Em uma ocasião, disse Perlasca, foi-lhe dito para preparar um envelope de pagamento com quase 15.000 euros em dinheiro para o cardeal, mas que ele não sabia a quem o dinheiro se destinava - apenas que Becciu lhe disse que um pagamento havia sido aprovado pelo Papa Francisco pessoalmente.

Perlasca também disse aos promotores que, depois de discutir pela primeira vez os pagamentos de Marogna com os investigadores em 2019, ele relatou a Becciu sobre o que foi discutido, preocupado com a possibilidade de o cardeal ter sido fraudado pela mulher.

“Mas quando fui vê-lo, ele disse: ‘Não! Eu a conheço muito bem'”, disse Perlasca.

Perlasca também disse que Becciu “ficou muito zangado comigo” por discutir as transferências de dinheiro com os investigadores e o repreendeu por não encobrir os pagamentos.

“Ele me perguntou: 'Por que você não eliminou as transferências [dos registros da secretaria]?

Apesar da repetida insistência de Becciu de que não havia nada de irregular em sua autorização de pagamentos secretos a Marogna (durante e após seu mandato como sostituto), as transferências, totalizando 575.000 euros, foram sinalizadas pela Interpol, alertando a polícia nacional da Cidade do Vaticano.

Quando questionado em 2020 sobre o dinheiro por oficiais da polícia do Vaticano, Becciu se ofereceu para reembolsar todos os fundos de sua conta bancária pessoal.

Ao longo da investigação e julgamento, o cardeal Becciu afirmou repetidamente ser um servo leal do papa que nunca, de fato não poderia, cometeria uma quebra de confiança com Francisco, muito menos um crime.

No início desta semana, Becciu insistiu no tribunal que “rejeito com indignação e repulsa as sentenças insinuantes e ofensivas sobre minha vida sacerdotal e como servidora do papa. Um homem que se orgulha de trabalhar em nome do papa não pode cair em tal baixeza”.

Mas, além de suas transações financeiras, os juízes também terão que considerar as alegações do cardeal de aprovação supostamente próxima e pessoal do Papa Francisco para suas ações.

Becciu iniciou o julgamento insistindo que não poderia responder a perguntas sobre seus supostos crimes, especialmente seu trabalho com Marogna, porque fazia parte de uma iniciativa confidencial aprovada pessoalmente por Francisco e coberta por segredo de Estado.

O papa respondeu renunciando a qualquer alegação de sigilo de estado.

Como Becciu continuou a argumentar no tribunal por dois anos, que seus pagamentos a Marogna foram sancionados pessoalmente por Francisco, o papa divulgou publicamente uma troca de cartas com o cardeal de 2021, escritas pouco antes de Becciu ser acusado pelos promotores.

Nessa troca, Becciu repetidamente exigiu que Francisco assinasse declarações isentando o cardeal de irregularidades e afirmando que ele, o papa, sabia e aprovava tudo o que estava fazendo.

Francisco recusou categoricamente e negou ter qualquer conhecimento ou dar qualquer aprovação para ações que, disse ao cardeal, “como você bem sabe, são caracterizadas por atribuições extemporâneas e imprudentes de recursos financeiros desviados dos propósitos típicos e destinados… inclinações voluptuosas pessoais”.

Becciu respondeu, por escrito, ameaçando chamar Francisco como testemunha se ele fosse levado a julgamento e exigindo que o papa assinasse uma declaração isentando-o do processo criminal.

“Evidentemente e surpreendentemente, fui mal interpretado por você”, respondeu Francis. “Portanto, lamento informá-lo [novamente] que não posso atender ao seu pedido.”

Apesar dessa resposta concisa do papa, Becciu continuou durante todo o julgamento a implicar o papa em suas ações.

Em 2021, Becciu chegou a gravar secretamente um telefonema com o papa, poucos dias antes do início de seu julgamento criminal na Cidade do Vaticano.

A gravação foi descoberta pela polícia financeira italiana em um celular pertencente à sobrinha de Becciu, que foi apreendido durante uma série de buscas realizadas a pedido do Vaticano na ilha natal do cardeal, a Sardenha, em conexão com o suposto desvio de fundos para sua família lá.

No telefonema de 24 de julho de 2021, Becciu pode ser ouvido tentando, sem sucesso, fazer Francisco concordar que aprovou as negociações do cardeal com Margona. Becciu também pode ser ouvido afirmando que todo o assunto era segredo de estado e não poderia ser divulgado a ninguém - apesar de sua sobrinha ouvir e gravar a ligação sem o conhecimento de Francis, o que é, tecnicamente, um crime.

Pouco depois de sua eleição em 2013, Francisco emitiu uma mudança na lei da Cidade do Vaticano após o chamado escândalo Vatileaks envolvendo o ex-mordomo papal de Bento XVI. A nova lei tornou punível com até 8 anos de prisão a divulgação de “informações e documentos relativos aos interesses fundamentais ou às relações diplomáticas da Santa Sé ou do Estado”.

Com a promotoria pronta para concluir seus argumentos finais em 27 de julho, o tribunal entrará em recesso em agosto. Quando o julgamento recomeçar no outono, os advogados de Becciu terão sua vez de responder às evidências de maneira sistemática e - eles esperam - de maneira convincente.

Embora eles ainda possam apresentar argumentos para influenciar os juízes, eles terão que fazer melhor do que as afirmações gerais de inocência do próprio cardeal.

Por mais que Becciu possa alegar que o caso da promotoria está separado das evidências e da realidade, ele ainda tem um caso a responder.

domingo, 23 de julho de 2023

Padre da Opus Dei Acusa Papa de Heresias

 


O Padre Jesusmary Missigbeto, de Benim, é da Opus Dei, ele foi suspenso em Março 2021, por criticar o papa Francisco.

Agora ele escreveu carta aberta acusando o papa Francisco de ser heretico, além de mencionar diversos cardeais como heréticos. Ele tem a coragem de milhares de clérigos.

Aqui vai a carta dele divulgada no Life Site News. 

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Would you allow me, in my love for Jesus (Eternal Truth of the Father), for the Church and for you, to write this open letter to draw your attention, once again, to the fact that you have not yet corrected the errors and heresies of your magisterium that have changed Christian morality and doctrine through relativism and situational ethics (cf. Code of Canon Law 751; Robert Spaemann, interview of 29 April 2016 with Anian Christoph Wimmer of Catholic News Agency)?

Sincerely, we should be grateful to you because your pontificate has drawn attention to the place of the heart and tenderness in relations with one’s neighbor, the care of the poor and marginalized, the mercy and understanding of pastors towards sinners, etc…

We should also mention the beautiful pages of encyclicals, exhortations, letters and homilies that contain precious texts such as the passage from Amoris laetitia on St. Paul’s hymn to charity.

Pope St. John Paul II taught us to pray with the soul. Pope Benedict XVI taught us to think with our heads. And Pope Francis wanted to teach us to love with the heart. Has he succeeded? No.

In reality, since 2016, various errors have appeared in the official teaching of the Church and have created a crisis of confidence of the Catholic faithful in you, because to truly love God and their neighbor, their hearts need the truth as the light of intelligence and prayer as the nourishment of the soul. Are you aware of your errors? If the answer is NO, is there not a lack of humility on your part in listening to the filial correction (cf. Galatians 2:11-14; Saint Thomas Aquinas, Summa Theologica II-II, q.33, a.4 ) of many sons of the Church (bishops, priests, university professors and experts in theology and morals) who have drawn your attention to these various errors (cf. Open Letter to the College of Cardinals, July 2016, 45 signatories; Filial Correction to Pope Francis, July 2017, 62 signatories; Open Letter to Bishops, April 2019, 20 signatories; my filial correction, 29 June 2023)?

If the answer is YES, why do you refuse to correct errors that urgently need to be corrected to prevent the Catholic faithful from committing seriously immoral acts? With this letter, I am not calling on the Christian people to rise up, but on the Christian pope to rise up in humility…

On 19 March 2016, on the subject of remarried divorcees, you stated that “in such situations, many people, knowing and accepting the possibility of living ‘as brothers and sisters’ which the Church offers them, point out that if certain expressions of intimacy are lacking, ‘it often happens that faithfulness is endangered and the good of the children suffers’” (Amoris laetitia note 329).

On 5 September 2016, with the bishops of the Pastoral Region of Buenos Aires, you affirmed that “the commitment to live in continence can be proposed. Amoris laetitia does not ignore the difficulties of this option… the mentioned option may not, in fact, be feasible.” 

Since when has a pope affirmed that the virtue of chastity is an option and present fidelity and the good of children as excuses for committing adultery or fornication, acts that are intrinsically and morally evil? Never! You have thus allowed certain Catholics to receive the Holy Eucharist without repenting of their serious sins. You have fallen into three heresies: rejection of the universality of the sixth commandment (cf. Catechism of the Catholic Church 1956, 1958); rejection of the absolute character of the sixth commandment (cf. Exodus 20:14; Mark 10:11-12); rejection of the resolution to struggle to avoid sin, which is an absolutely necessary condition for receiving the Sacrament of Confession (cf. Council of Trent, Doctrine on the Sacrament of Penance, 14th session, 25 November 1551, DS 1676 and 1678; Catechismo di San Pio X, Della Dottrina Cristiana, Parte IV, 731; Catechism of the Catholic Church 1451; Compendium of the Catechism of the Catholic Church 303; John Paul II, Familiaris consortio 84; Document of the Congregation for the Doctrine of the Faith, 14 September 1994; Tradimento della sana dottrina attraverso “Amoris laetitia”, Tullio Rotondo, March 2022; my 2nd open letter). 

On 10 December 2018, together with Cardinal Luis Francisco Ladaria Ferrer SJ (Prefect of the Congregation for the Doctrine of the Faith) and Archbishop Giacomo Morandi (Secretary), you authorized hysterectomy (removal of the uterus) on the pretext of the agreement of medical experts who would ensure that no future pregnancy could come to term. Since when has a pope accepted such a practice? Never! As the state of the uterus poses no present or future danger to the woman’s health, you have allowed direct sterilization, an intrinsically and morally evil act (cf. Humanae vitae 14; Document of the Congregation for the Doctrine of the Faith, 31 July 1993), now taught in Catholic universities and practiced in Catholic hospitals. It is also the first anti-natalist measure of the Catholic Church and the first error of the Congregation for the Doctrine of the Faith (cf. my 3rd open letter). You have fallen into a heresy: rejection of the divine law on procreation (cf. Genesis 1:28; 38:9-10). 

On 4 February 2019, in the United Arab Emirates, you and Ahmed el-Tayeb, Imam of Al-Azhar, signed a declaration on human brotherhood containing the following sentence: “The pluralism and the diversity of religions, color, gender, race and language are a wise divine will, by which God created human beings.” This sentence confuses God’s permission with God’s will. To say that God has permitted the existence of a diversity of religions is true because God respects human freedom even when it errs by creating a religion that is not the one God intended. However, it is not true to say that God has willed that there should be a diversity of religions.

In fact, some religions practice evil, for example idolatry or sacred prostitution. But God cannot will evil. Since when has a pope made such a statement? Never! You have thus accepted a religious relativism that puts all religions on the same level and denies the specificity of Christianity as the supreme religion willed by God (there is no salvation apart from Jesus Christ). This is why you have taken part in the idolatry of three pagan ceremonies (4 October 2019 with the Pachamama, 25 and 27 July 2022 with the autochtones of Canada), an intrinsically and morally evil act (cf. my 5th open letter). You have fallen into two heresies: rejection of the goodness of God’s will (cf. Genesis 1:31); rejection of the uniqueness of Christ’s saving mission (cf. John 14:6; Dominus Iesus 13). 

On 21 October 2020, in the international documentary Francesco (available on Discovery+ Channel from 28 March 2021), you publicly called for homosexual civil cohabitation laws, saying: “What we have to do is a civil coexistence law; they have the right to be covered legally. I defended this.” You agreed to this documentary being made by your friend Evgeny Afineevsky, a militant homosexual who in 2009 made a film promoting homosexuality (Oy Vey! My son is gay!).

On 15 September 2021, 5 February 2023 and 10-11 March 2023, you called for these same laws on the pretext of the legal sharing of socio-economic benefits. Since when has a pope acted in this way, asking humanity to adopt homosexual cohabitation laws? Never! You have thus committed the most publicized papal error and “a gravely immoral” act (Document of the Congregation for the Doctrine of the Faith, 3 June 2003), by authorizing an intrinsically evil sexual cohabitation.

In fact, you have eliminated three important aspects concerning homosexuals. The first is the distinction between “cohabitation laws” and “protection laws.” 

Cohabitation laws are linked to LGBTQ ideology, while protection laws are linked to human discrimination. There are protection laws for children, women, the disabled, migrants, prisoners and so on. All these people are entitled to consideration and humane treatment, which does not require sexual cohabitation laws (cf. my 1st open letter).

The second aspect is that homosexuals can have recourse “to the common law to protect legal situations of mutual interest” (Document of the Congregation for the Doctrine of the Faith, 3 June 2003), which does not require sexual cohabitation laws.

The third aspect is the moral principle of avoiding close occasions for sin and keeping them far away (cf. Ecclesiasticus 21:2; Matthew 5:29-30; Mark 9:43-48; Catechism of the Catholic Church 2340, 2359 ; Adolphe Tanquerey, The spiritual life: a treatise on ascetical and mystical theology 36, 83, 215, 262, 326, 333, 362, 587, 636, 638-641, 706, 745, 755, 827, 876, 878-879, 912, 919, 957-958, 963, 1026, 1107-1108, 1111, 1336).

You have fallen into two heresies: rejection of the divine law on marriage between man and woman (cf. Genesis 2:24; 18:20); rejection of the resolution to avoid occasions of sin, which is an absolutely necessary condition for receiving the Sacrament of Confession (Catechismo di San Pio X, Della Dottrina Cristiana, Parte IV, 735, 738-739). 

On 15 September 2021, on the pretext that “Communion is not a prize for the perfect” (press conference on return from trip to Slovakia), you authorized all publicly pro-abortion politicians to receive the Holy Eucharist without the need for them to reject their attachment to abortion (cf. my 4th open letter).

Since when has a pope given such authorization? Never! You have thus allowed certain Catholics to receive the Holy Eucharist without repenting of their serious sins and have failed in your duty as pastor to form the conscience of Christians to the moral good (Lumen Gentium 25, Code of Canon Law 749).

You have fallen into two heresies: rejection of the necessity of the Sacrament of Penance for access to the Eucharist in the case of grave sin (cf. 1 Corinthians 11:27-29; Code of Canon Law 915, 916, 1347§2); rejection of the moral gravity of abortion, an intrinsically and morally evil act (cf. Exodus 20:13; Deuteronomy 19:10). 

Having completed this reminder, I humbly and respectfully make the following accusations before the College of Bishops and every bishop, the College of Cardinals and every cardinal, the Episcopal Conferences of every country, the Supreme Tribunal of the Apostolic Signatura, the Tribunal of the Roman Rota, the Dicastery for Bishops and the Dicastery for the Doctrine of the Faith.

I accuse Pope Francis, Cardinal Luis Francisco Ladaria Ferrer SJ and Archbishop Giacomo Morandi of having caused the first error of the Congregation for the Doctrine of the Faith, by authorizing direct sterilization by hysterectomy. I accuse Pope Francis of failing to recognize that certain acts (adultery, sterilization, idolatry, homosexuality, abortion) are intrinsically evil and can never be morally acceptable because of extenuating circumstances or because they contain “positive elements” (cf. Catechism of the Catholic Church 1756; Thomas Aquinas, Opuscula Theologica II 1168; John Paul II, Veritatis splendor 81-83).

I accuse Pope Francis of having changed Christian morality and doctrine through relativism (moral, sexual, religious) and situation ethics and of having fallen into the heresies mentioned above.

I accuse Pope Francis of wanting to continue this in-depth change with the next Synod on Synodality (October 2023 and 2024), having given the right to vote to several participants in favor of contraception, fornication, adultery, in-vitro fertilization, abortion, homosexual cohabitation laws, blessing of homosexual couples, euthanasia, marriage of priests and priestly ordination of women.

How else can we understand why the eminent Cardinal Robert Sarah, currently the best-known African bishop, who worked for many years in the Vatican and is opposed to relativism and the situation ethic, was not invited to the Synod?

I accuse finally the following cardinals, bishops and priests of having, like Pope Francis, a mentality that accepts relativism and the situation ethic and of having fallen into one or more heresies: Pietro Parolin, Walter Kasper, Francesco Coccopalmerio, Lorenzo Baldisseri, Christoph Schönborn, Agostino Vallini, Luis Francisco Ladaria Ferrer SJ, Matteo Maria Zuppi, Marcello Semeraro, Blase Cupich, Reinhard Marx, Óscar Maradiaga, Georg Bätzing, Helmut Dieser, Dieter Geerlings, Franz-Josef Bode, Peter Kohlgraf, Heinrich Timmerevers, Joseph Tobin CSsR, Wilton Gregory, Robert McElroy, José Tolentino de Mendonça, Jean-Claude Hollerich SJ, Peter Turkson, Mario Grech, Víctor Manuel Fernández, Américo Aguiar, Charles Scicluna, Giacomo Morandi, Michael Jackels, John Wester, Paul Dempsey, Johann Bonny, Franz-Joseph Overbeck, Bruno Forte, Marcelo Sánchez Sorondo, Sergio Alfredo Fenoy, John Stowe, Vincenzo Paglia, Joseph Maria Bonnemain, Timothy Radcliffe OP, Arturo Sosa SJ, Antonio Spadaro SJ, Thomas Reese SJ, James Martin SJ, Maurizio Chiodi, Philippe Bordeyne, Adriano Oliva, Roy Donovan, Gerry O’Connor, Tim Hazelwood, John Collins, Jorge Ignacio García Cuerva. 

In making these accusations, I am aware that I am exposing myself to sanctions from the Vatican. And I am voluntarily exposing myself.

In fact, these sanctions would be unjust and would constitute an abuse of power by the Vatican to silence the truth. I am obliged to publish the truth that all the Catholic faithful (1.3 billion) have a right to know.

I am obliged to obey the eighth commandment of the Decalogue by avoiding the sin of adulation (Catechism of the Catholic Church 2480).

As for the people I accuse, I do not know them, I have never seen them, I have no grudge or hatred against them. And the action I am taking here is merely a public means of hastening the explosion of truth and justice.

Indeed, if Vatican justice is truly just, it is these accused persons who should be punished, in accordance with the Code of Canon Law, because they have spread moral and doctrinal errors in the Church (1364), scandalized the world with these errors (1339), and used an international documentary to encourage humanity to adopt homosexual cohabitation laws (1369).

Jesus said: “Let your ‘Yes’ mean ‘Yes’, and your ‘No’ mean ‘No’. Anything more is from the evil one” (Matthew 5:37). If the accused refuse the accusation, let them agree to answer publicly YES or NO to the following five questions:

1) Is it morally right to affirm that “the commitment to live in continence” is an “option”?

2) Is it morally right to perform a hysterectomy (removal of the uterus) when the condition of the uterus poses no present or future danger to the woman’s health?

3) Is it morally right for a Christian, a priest, a bishop or a pope to take the initiative of calling for homosexual cohabitation laws?

4) Is it morally right for a Christian to take part in pagan rites?

5) Is it morally right to give the Sacrament of the Eucharist to all publicly pro-abortion politicians who do not renounce abortion?

Obviously, the answer to these five questions is NO. All faithful Catholics know this. Even the last baptized person with a minimum of orthodox Christian training knows it. Even non-Catholics with a minimum knowledge of natural moral law and Catholic teaching know this. If the answer of those accused is also NO, then let them explain publicly why they have said and done things contrary to that answer.

I have only one passion, the love of Jesus and Mary, of the Church, of the Pope and of humanity. My fiery protest is simply the cry of my soul. Let them dare to bring me before a canonical tribunal and let the judgement take place in broad daylight (cf. John 3:19-21)! I am waiting.

Please accept, dear father, the assurance of my profound respect and my daily prayers that you will finally agree to respond to the Dubia of Cardinals Walter Brandmüller, Raymond Leo Burke, Carlo Caffarra and Joachim Meisner (19 September 2016), as well as to the five questions I have just asked. 

Cotonou, 16 July 2023 

Feast of Our Lady of Mount Carmel 


sexta-feira, 21 de julho de 2023

Teólogo Martin: Liguem os Pontos e Concluam Quem é Francisco


Eu tenho muitos defeitos e também qualidades na graça de Deus. Dentre minhas qualidades tem uma que eu a considero a maior delas, e que muitas vezes foi uma cruz na minha vida: eu identifico muito rápido se uma pessoa é boa ou ruim. Vejo isso seja no jeito de se portar, ou no jeito de falar, ou na escolha de palavras, ou no silêncio diante de algo, ou na escolha de amigos dela.

Isso já me levou a ser amigo de pessoas que muitos desprezavam, pois vi que não tinha nada de errado com elas,  e isso também, por outro lado, já me levou a me afastar de muita gente e mesmo a perder oportunidades de trabalho pois vi rapidamente que estava diante de um chefe imbecil ou antiético. Por vezes, me perguntavam porque eu não gostava de uma pessoa, e depois que eu respondia mostrando alguns detalhes, muitos não me escutaram e diziam que era besteira, por conta da rapidez de minha conclusão.

Com relação ao Papa Francisco, ele assumiu o pontificado no dia 13 de março de 2013, o meu primeiro post em que eu desconfiava dele foi apenas 6 dias depois. Muitos teólogos que eu admiro ou admirava na época demoraram anos para concluir o que eu conclui ainda em 2013. Meu professor de teologia, por exemplo, Dr. Taylor Marshall, demorou dois anos para dizer que Francisco não respeitava a Doutrina da Igreja. A imensa maioria demorou muito mais que Marshall. 

Em 2016, oito anos atrás. eu acumulei todas as minhas criticas a Francisco e as coloquei em um e-book, chamado Papa Francisco: dos Sapatos Pretos a Heresia?

Hoje, vi o vídeo acima do renomado teólogo Ralph Martin, penosamente "ligando os pontos" e mostrando como Francisco defende heresias e escolhe heréticos ao seu lado.

Eu acompanho Ralph Martin há um bom tempo, não é de hoje que ele mostra os erros grosseiros de Francisco, mas o ponto que ele chegou hoje de dizer que não há nenhuma ambiguidade em Francisco, que está claríssimo o caminho herético que ele percorre, eu já dizia isso há muito tempo.

Vejam o vídeo de Martin. Entre os pontos que ele liga estão coisas que este blog já mostrou: 1) o efeito terrível sobre as almas da frase "quem sou eu para julgar os gays"; 2) Os rodapés heréticos do Amoris Laetitia; 3) O desprezo de Francisco aos cardeais que pediram esclarecimentos a Francisco no Dubia; 4) O Sínodo da Amazônia que exaltava o paganismo e despreza completamente a evangelização; 5) A proteção que Francisco ofereceu a abusadores sexuais;6) A ideia de Francisco de que a lei moral de Deus é arbitrária e contra a felicidade das pessoas;  e principalmente a 7) A escolha de Francisco desde sempre por heréticos, defensores do casamento gay ou da destruição do valor da Eucaristia, para dominar a hierarquia da Igreja.

Deus me deu uma enorme graça para identificar pessoas, mas isso muitas vezes foi uma cruz, e desde o começo foi uma cruz mostrar às pessoas quem eu achava que era Francisco e ainda é uma enorme cruz ver Francisco no poder da Igreja. 

Rezemos, lutemos, denunciemos as heresias e confiemos no Espírito Santo.

Cristo está conosco. ICXC NIKA.




quinta-feira, 20 de julho de 2023

Peter Seewald e Magister: Morte de Bento XVI Radicalizou Ainda Mais Francisco



Em termos doutrinários,  Francisco é fruto de pelo menos um século de modernismo e ateísmo dentro da hierarquia da Igreja.  Mas em termos práticos,  tudo que passamos desde 2013 é culpa da renúncia de Bento XVI. 

E hoje li dois artigos que adiciona ainda mais o peso da renúncia de Bento XVI no que passamos hoje.  Ratzinger renunciou, mas se portou como papa, viu em vida Francisco destruir parte do legado dele e agora,  após a morte de Bento XVI, Francisco tenta destruir o legado que faltava. 

O autor Peter Seewald, que escreveu diversos livros e biografias de Bento XVI,  e o jornalista italiano Sandro Magister disseram exatamente isso: com a morte de Bento XVI,  a "barragem rompeu" ("the dam burst") e Francisco se sente sem freios para seu radicalismo modernista.

Eles dizem que Francisco está limpando ("clearing up") qualquer doutrina ou cardeal que lembre Bento XVI. 



terça-feira, 18 de julho de 2023

Por um Tempo, Papa e Bispos Foram Heréticos. Quem Salvou a Igreja e a Doutrina?

 


Esse é um post de esperança e fé para esses tempos tão terríveis de pontificado de Francisco.  Mostro aqui uma comparação entre o pontificado de Francisco com o pontificado do herético papa Liberio (352-366). E também a opinião do Cardeal Newman sobre o momento da história em que um papa e muitos bispos foram declaradamente heréticos. 

A Igreja nunca adotou heresias, pois a Igreja não é apenas o papa, bispos, mas também os leigos,  o povo de Deus. 

Mas um papa junto com muitos bispos já adotaram heresia explícita e perseguiram parte do clero e leigos que discordavam da heresia. 

Será que veremos isso se repetir ainda este ano no Sínodo da Sinodalidade?

No passado, a heresia assinada pelo papa Libério, ocorreu no tempo em que se diz que só havia um bispo lutando contra a heresia: Santo Atanásio. Atanasio foi excomungado pelo papa Liberio, foi perseguido por imperadores e seus asseclas, foi condenado em sínodos, e morreu como excomungado.

Clero ortodoxo sendo perseguido pelo poder hierárquico da Igreja e também por líderes políticos? Estou vendo muito isso hoje em dia.

E a heresia da época era simplesmente sobre a divindade de Cristo.  Todas as heresias são tenebrosas  e relacionadas,  mas se há alguma heresia mais terrível para um cristão esta é a negação da divindade de Cristo. Tudo desmorona.

Pois sim, por um momento,  o papa e boa parte dos bispos adotou essa heresia,  a heresia de Arius, o arianismo. No arianismo, Cristo não é coeterno com Deus, ele foi gerado posteriormente.  Teria havido um tempo sem Cristo. Assim, Cristo seria uma criatura, superior aos anjos, mas inferior a Deus. Arius queria conciliar a unidade de Deus com a encarnação de Cristo, abandonando a doutrina da Trindade. Cristo não teria o mesmo ser de Deus, nem teria a mesma essência de Deus. 

As implicações disso são tremendas. Deus não tinha sido morto crucificado, nem os ensinamentos de Cristo seriam os ensinamentos de Deus. 

O Concílio de Nicea já tinha definido o arianismo como heresia em 325, bem antes do pontificado de Libério.

Hierarquia da Igreja aceitando heresias já condenadas pela Igreja? Estou também vendo muito isso hoje em dia.

O papa Libério até que resistiu ao imperador que era herético e também aos heréticos do clero.  Chegou a ser preso. Mas acabou aceitando um tipo de arianismo, assinou em defesa da heresia e excomungou Atanásio.

O site New Advent descreve a vida de Atanasio e conta um pouco sobre o papa Libério dizendo:

"O Papa Júlio morreu no mês de abril de 352 e Libério o sucedeu como Soberano Pontífice.  Por dois anos Libério foi favorável à causa de Atanásio;  mas finalmente levado ao exílio, ele foi induzido a assinar uma fórmula ambígua, da qual a grande doutrina nicena, o homoöusion, havia sido cuidadosamente omitido.  Em 355, um concílio foi realizado em Milão, onde, apesar da vigorosa oposição de um punhado de leais prelados entre os bispos ocidentais, uma quarta condenação de Atanásio foi anunciada ao mundo.  Com seus amigos dispersos, o santo Hosius no exílio, o Papa Libério denunciado por concordar com os formulários arianos, Atanásio dificilmente poderia esperar escapar.  Na noite de 8 de fevereiro de 356, durante os serviços religiosos na Igreja de São Tomás, um bando de homens armados irrompeu para garantir sua prisão.  Era o início de seu terceiro exílio de Atanásio.

A gente nem pode dizer que Francisco atualmente resiste as ordens políticas globalistas de nossa época. Muito pelo contrário. 

E sim há documentos heréticos assinados por Francisco,  como o documento de Abu Dhabi.

Ok. Então,  como a Igreja sobreviveu à heresia assinada pelo papa Libério e defendida por tantos bispos da época e por alguns imperadores?

Pelo poder dos leigos, que amavam Atanásio e principalmente a Cristo. 

O filósofo Edward Feser nos trouxe a análise de São John Henry Newman sobre o momento da Igreja com o pontificado de Libério,  no qual uma doutrina contra a divindade de Cristo foi defendida pela hierarquia da Igreja por seis décadas.

A tese de Newman é que com Libério o Magistério da Igreja foi suspenso.

Teremos o mesmo com Francisco? Ou pior do que isso?

Traduzo abaixo o texto de Feser:

Cardeal Newman, Arcebispo "Tucho" Fernandez e a tese do “Magistério suspenso”

St. John Henry Newman notoriamente observou que durante a crise ariana, “o corpo governante da Igreja falhou” na luta contra a heresia, e a ortodoxia foi preservada principalmente pelos leigos.  “O povo católico”, diz ele, “eram os defensores obstinados da verdade católica, e os bispos não”.  Até mesmo o Papa Libério cedeu temporariamente à pressão para aceitar uma fórmula ambígua e condenar Santo Atanásio, o grande campeão da ortodoxia.  Newman escreveu:

"O corpo do Episcopado foi infiel à sua comissão, enquanto o corpo dos leigos foi fiel ao seu batismo...  eles não deveriam ter dito ou feito o que obscurecia e comprometia a verdade revelada;  enquanto, por outro lado, era o povo cristão, que, sob a Providência, era a força eclesiástica de Atanásio, Hilário, Eusébio de Vercellae e outros grandes confessores solitários, que teriam falhado sem eles."

Como enfatizou Newman, isso é perfeitamente consistente com a afirmação de que o papa e os bispos “podem, apesar desse erro, ser infalíveis em suas decisões ex cathedra ”.  O problema não é que eles fizeram pronunciamentos ex cathedra e de alguma forma erraram.  O problema é que houve um longo período durante o qual, em suas declarações e ações não ex cathedra (e, portanto, não infalíveis), eles falharam persistentemente em cumprir seu dever.  Em particular, Newman diz:

"Houve uma suspensão temporária das funções da ‘Ecclesia docens’ [Igreja docente].  O corpo de bispos falhou em sua confissão de fé.  Eles falaram de várias maneiras, um contra o outro;  não houve nada, depois de Nicéia, de testemunho firme, invariável e consistente, por quase sessenta anos."

Newman continua deixando claro que não está dizendo que o papa e os bispos perderam o poder de ensinar, e de uma forma que foi protegida do erro quando exercido de forma ex cathedra .  Em vez disso, embora retivessem esse poder, eles simplesmente não o usaram.

Nos últimos anos, alguns tomaram emprestada a linguagem de Newman e sugeriram que, com o pontificado do Papa Francisco, estamos mais uma vez em um período durante o qual o exercício do Magistério ou autoridade docente da Igreja foi temporariamente suspenso.  Agora, esta tese do “Magistério suspenso” não é correta como uma descrição completa do pontificado de Francisco.  Pois há claramente casos em que ele exerceu sua autoridade magisterial - como quando, agindo sob autorização papal, a Congregação para a Doutrina da Fé sob seu atual prefeito, Cardeal Ladaria, emitiu vários documentos de ensino.

Para ter certeza, pode haver casos particulares em que a caracterização de “Magistério suspenso” é plausível.  Considere a acalorada controvérsia que se seguiu sobre Amoris Laetitia e, em particular, as dubia emitidas por quatro cardeais pedindo ao papa que reafirmasse vários pontos da doutrina irreformável com a qual Amoris parece entrar em conflito.  Como o Pe.  John Hunwicke observou, porque o Papa Francisco se recusou persistentemente a responder a essas dúbias, pode-se dizer plausivelmente que ele pelo menos nesse ponto suspendeu o exercício de seu Magistério.  Novamente, isso não significa que ele perdeu sua autoridade de ensino.  A questão é que, na medida em que ele se recusou a responder a essas cinco perguntas específicas que lhe foram feitas, ele não exerceu efetivamente essa autoridade, pelo menos no que diz respeito a essas perguntas específicas.  Como o Pe.  Hunwicke observa, ele poderia fazê-lo a qualquer momento, para que sua autoridade de ensino permaneça.

Novamente, porém, não se segue que a tese do “Magistério suspenso” esteja correta como uma descrição geral do pontificado do Papa Francisco até agora.  No entanto, recentemente houve um novo desenvolvimento que, a meu ver, poderia tornar a tese mais plausível como uma caracterização do restante do pontificado de Francisco.  O papa anunciou que o cardeal Ladaria será substituído em breve pelo arcebispo Víctor Manuel "Tucho" Fernandez como prefeito do que agora é chamado de Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF).

Fernandez é uma figura controversa, em parte porque acredita-se que ele tenha escrito Amoris como escritor-fantasma.  O que é relevante para o presente ponto, no entanto, é o que o Papa Francisco e o próprio arcebispo disseram sobre a natureza de seu papel como Prefeito da DDF.  Em uma carta divulgada publicamente a Fernandez descrevendo suas intenções, o papa escreve:

"Confio a você uma tarefa que considero muito valiosa.  Sua finalidade central é guardar o ensinamento que brota da fé para “dar razões de nossa esperança, mas não como um inimigo que critica e condena.

O Dicastério que você presidirá em outros tempos passou a usar métodos imorais.  Eram tempos em que, mais do que promover o conhecimento teológico, perseguiam-se possíveis erros doutrinários.  O que eu espero de você é certamente algo muito diferente…

Vocês sabem que a Igreja “cresce na interpretação da palavra revelada e na compreensão da verdade” sem que isso implique a imposição de uma única forma de expressá-la.  Pois “As diferentes correntes de pensamento em filosofia, teologia e prática pastoral, se abertas a serem reconciliadas pelo Espírito no respeito e no amor, podem permitir o crescimento da Igreja”.  Esse crescimento harmonioso preservará a doutrina cristã com mai eficácia do que qualquer mecanismo de controle…

A mensagem deve se concentrar no essencial, no que há de mais belo, grandioso, atraente e ao mesmo tempo necessário”.  Vocês bem sabem que existe uma ordem harmoniosa entre as verdades de nossa mensagem, e o maior perigo ocorre quando questões secundárias acabam ofuscando as centrais."

Há vários pontos a serem observados aqui.  Primeiro, o papa deixa claro que deseja que o DDF sob o arcebispo Fernandez opere de uma maneira “muito diferente” do que no passado.  Em segundo lugar, ele indica que parte do que isso implica é que o DDF deve se concentrar em questões “essenciais” e “centrais” em vez de “questões secundárias”.  O Papa Francisco não explica exatamente o que isso significa, mas o contexto indica que ele considera muitas das questões com as quais a CDF lidou no passado como “secundárias”.  Em terceiro lugar, quando o DDF trata de um assunto, não deve fazê-lo como um “mecanismo de controle” que “busca[s]… possíveis erros doutrinários” ou “impõe[es]… uma única forma de expressar” a Fé.  Quarto, deve falar “não como um inimigo que critica e condena”.

Em uma entrevista recente, o arcebispo Fernandez comentou sobre sua própria compreensão de seu papel como chefe do DDF, e suas observações ecoam e se expandem sobre as do papa.  Fernández diz:

"Então você pode imaginar que ser nomeado neste lugar é uma experiência dolorosa.  Esse dicastério que vou liderar foi o Santo Ofício, a Inquisição, que até me investigou…

Houve grandes teólogos na época do Concílio Vaticano II que foram perseguidos por esta instituição…

[O papa] me disse: 'Não se preocupe, enviarei uma carta explicando que quero dar um significado diferente a este dicastério, ou seja, promover o pensamento e a reflexão teológica em diálogo com o mundo e a ciência, que  é, ao invés de perseguições e condenações, criar espaços de diálogo.'...

O arcebispo continuou dizendo que deseja que o DDF evite:

Todas as formas de autoritarismo que buscam impor um registro ideológico;  formas de populismo também autoritárias;  e pensamento unitário.  É óbvio que a história da Inquisição é vergonhosa porque dura, e profundamente contrária ao Evangelho e ao próprio ensinamento cristão.  É por isso que é tão assustador…

Mas os fenômenos atuais devem ser julgados com os critérios de hoje, e hoje em toda parte ainda existem formas de autoritarismo e imposição de um pensamento único.

Aqui também há vários pontos a serem observados.  Primeiro, como o papa, o arcebispo indica que deseja que o DDF se afaste do tipo de atividade que o ocupou no passado, mas é um pouco mais específico do que o papa.  Ele cita, como exemplos, investigações de teólogos na época do Vaticano II, e a investigação que a CDF fez de suas próprias opiniões (que, como a entrevista deixa claro, tinha a ver com algumas coisas que ele escreveu sobre  o tema da homossexualidade).  Então, ele não tem em mente a história do passado, mas a atividade recente do CDF.  Além disso, ele critica até mesmo esse tipo de investigação (e não apenas os métodos severos associados à Inquisição) como uma espécie de "perseguição".

Em segundo lugar, o arcebispo diz que o que o papa deseja é que o DDF não apenas evite tais “perseguições” de indivíduos, mas também se abstenha de “condenar” seus pontos de vista.  No lugar de tais perseguições e condenações, ele quer “diálogo”.  Em terceiro lugar, ele entende que isso implica que o DDF se absterá da “imposição de uma única maneira de pensar”.

Levar em consideração todos os comentários do Papa Francisco e do Arcebispo Fernandez resulta no seguinte.  O DDF, que até agora foi o principal órgão magisterial da Igreja:

(a) concentrar-se-á no futuro em assuntos doutrinários centrais e essenciais e prestará menos atenção aos secundários;

(b) quando tratar de tal assunto, não o abordará por meio de desvendar erros doutrinários ou impor um único ponto de vista;

(c) enfatizará o diálogo com pensadores individuais em vez da investigação, crítica e condenação de seus pontos de vista;

(d) deve, em todos esses aspectos, ser entendido como desempenhando um papel muito diferente daquele desempenhado pela CDF nas últimas décadas.

Em suma, este principal órgão magisterial da Igreja não estará mais exercendo sua função magisterial.  Emitirá declarações sobre temas centrais da Fé, mas não prestará mais tanta atenção a questões doutrinárias secundárias, não perseguirá mais a identificação e condenação de erros, não investigará mais teólogos rebeldes ou advertirá sobre suas obras, e  em geral promovem o diálogo em vez de impor uma visão única.  Portanto, não fará mais o tipo de trabalho que fez sob os papas João Paulo II e Bento XVI, muito menos o trabalho que Newman diz que os bispos falharam em fazer durante a crise ariana.  E observe que, seguido de forma consistente, isso significa que o ensinamento do próprio Papa Francisco (sem falar no depósito da Fé que é seu trabalho salvaguardar) não é algo que a DDF está no negócio de impor.  Também seria simplesmente mais um conjunto de ideias sobre as quais dialogar.

As implicações dessas observações recentes são, portanto, bastante dramáticas.  E embora seja possível que as observações sejam esclarecidas e qualificadas após a posse do arcebispo Fernandez, a tendência do pontificado de Francisco é precisamente evitar o esclarecimento e a qualificação de declarações teologicamente problemáticas.  Mas, enquanto no passado essa evasão dizia respeito a um punhado de questões específicas, agora parece que está sendo elevado ao nível de política geral do DDF.

Se assim for, esperemos que esta “suspensão temporária das funções da ‘Ecclesia docens’” não dure sessenta anos, como a anterior.  St. John Henry Newman, ora pro nobis.

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Peçamos que tenhamos a força de Santo Atanásio.

Deus do céu.  Que tempos!



sábado, 15 de julho de 2023

Francisco Odeia a Tradição Católica. Enquanto Chesterton...

Tradição é um dos pilares do Catolicismo. Os católicos têm duas principais fontes para conhecer Deus: a Sagrada Escritura e a Tradição (ensinamentos dos santos e apóstolos e fatos relacionados a Igreja), que completa a Sagrada Escritura. A importância da Tradição é defendida na própria Bíblia em várias passagens, como  João 21:25; 1 Cor 11:2; Atos 2:42; 2 Pedro 3:16; 2 Pedro 1:20-21; 2 Joao 1:12. O uso da Tradição diferencia o catolicismo do protestantismo. O Catecismo explora muito bem a importância da Tradição entre os parágrafos 75 a 78. 

E a Tradição não é importante apenas para a Igreja,  como mostra a imagem acima.

Mas o papa Francisco vive perseguindo os católicos que exaltam os ensinamentos milenares da Igreja, que exaltam a própria Bíblia junto do que escreveram doutores da Igreja,  como Agostinho, Tomás de Aquino, Pedro Damião, ou mesmo outros papas, como Leao XIII e Pio X.  Esses católicos são os inimigos preferidos dele.  Enquanto, os padres sodomitas são exaltados no pontificado de Francisco. 

Recentemente teve outra declaração dele contra esses verdadeiros católicos. Vejam abaixo:


E a recomendação que ele deu para o arcebispo "Tucho", novo chefe da doutrina da Igreja,  foi justamente para apoiar o "progresso" da Doutrina.

Um dos primeiros posts que escrevi sobre Francisco, logo que ele foi eleito,  foi que o nome do Cardeal Bergoglio estava entre os membros da Sociedade Chesterton da Argentina. 

Nada mais estranho e averso a Chesterton do que o ódio a Tradição da Igreja Católica. 

Abaixo,  vai um pouco do que Chesterton escreveu sobre isso.

The Church has defended tradition in a time which stupidly denied and despised tradition. But that is simply because the Church is always the only thing defending whatever is at the moment stupidly despised. It is already beginning to appear as the only champion of reason in the twentieth century, as it was the only champion of tradition in the nineteenth. We know that the higher mathematics is trying to deny that two and two make four and the higher mysticism to imagine something that is beyond good and evil. Amid all these anti-rational philosophies, ours will remain the only rational philosophy. In the same spirit the Church did indeed point out the value of tradition to a time which treated it as quite valueless. The nineteenth-century neglect of tradition and mania for mere documents were altogether nonsensical. They amounted to saying that men always tell lies to children, but men never make mistakes in books. But though our sympathies are traditional because they are human, it is not that part of the thing which stamps it as divine. The mark of the Faith is not tradition; it is conversion. It is the miracle by which men find truth in spite of tradition and often with the rending of all the roots of humanity.

 GK Chesterton, The Catholic Church and Conversion (1926)