segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Poluição Verde

 


Imaginem uma situação em que a produção de um material para a geração de energia (supostamente) limpa destrói o meio ambiente. Eu vou chamar isso de Poluição Verde. O caso foi descrito pelo jornal The Daily Mail.

A cidade de Boutou, China, na fronteira com a Mongólia, tem aproximadamente 90% das reservas do mundo de um metal raro, o neodinum, o elemento é essencial para fazer os magnetos das turbinas eólicas, para produção de energia. Veja a explicação acima na foto acima.

Acontece que a produção de neodinum gera um impacto extremo no meio ambiente, como total envenenamento de lagos, destruição da produção agrícola e prejuízo para a saúde das pessoas. Sem falar no impacto da propria torre de geração de energia eólica que precisa de muita terra para ser disponibilizada e  muito concreto para se manter de pé.

Vejam fotos abaixo da produção de neodinum em Baotou:



A estatal Baogang Group, que opera a maioria das fábricas em Baotou, diz que investe dezenas de milhões de libras em proteção ambiental e processamento de despejos. O Departamento de segurança e meio amboente da empresa disse que 7 milhões de despejo já foram jogados no lago, que já está 100 pés mais cheio e aumentando 3 pés por ano.

Ambientalista respondem que energia éolica produz menos problemas que o carvão, o gás e a energia nuclear. E advogam que o usos de neodinum e concreto seja o mínimo. Mas outros lembram que não há certeza de quanto de poluição, emissão de gás carbono, é gerada na geração de energia mais limpas.

No entanto, os dois maiores problemas da chamada energia verde são a pouca geração de energia, frente às outras fontes, e o custo social em impostos, taxas e subsídios para satisfazer os desejos dos ambientalistas. Calcula-se que 2020 a regulação ambiental adicionará 31% nas contas de energia. O aumento do custo de energia é extremamente danoso para toda a economia de um país, e um fator para aumento da pobreza, sem falar nos riscos de morte causados pelo frio se a pessoa não poder pagar pela conta de energia.

Há no Reino Unido 3.153 turbinas, com uma capacidade máxima de apenas 5.203 megawatts. A demanada de energia no Reino Unido chega a 60 mil megawatts, a máxima capacidade de todas as turbinas não chega a 10%. E o pior, em dezembro passado, quando se alcançou aquela demanda, os ventos fracos fizeram com que as turbinas gerassem apenas 140 megawatts, o que significou apenas 0,2% da necessidade do país. Os produtores de energia éolica ainda não conseguiram usar nem 25% de sua capacidade e, pela volatilidade dos ventos, não se pode contar com a capacidade máxima das turbinas. Mas há planos ambiciosos para instalação de centenas e outros planos para condenar a produção de energia considerada poluente.

Atualmente, 71% da energia no Reino Unido vem de combustíveis fósseis e 16% de energia nuclear, somados alcançam 87%. Por aí tem-se uma boa idéia dos riscos econômicos que o país enfrenta em tentar mudar totalmente  sua produção energética. Além da poluição verde fora e dentro do Reino Unido, temos os extremos custos econômicos e sociais em mundo de forte competição.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Rezando Contra Própria Igreja





A Cardinal Vaughan Memorial School é uma importante e famosa escola católica de Londres, ela tem um excelente histórico de formar ótimos alunos que conseguem vagas nas principais universidades da Inglaterra, como a Universidade de Oxford e a Universidade Cambridge.

Mas a escola por meio da própria Diocese de Westminster e do próprio Arcebispo, Vincent Nichols, está sendo destruída, e pode se transformar em uma escola comum, a chamada comprehensive school (escola que admite qualquer nível e cultura do aluno, pelo bem do multiculturalismo)

Mais especificamente, a Vaughan tem um processo rígido que é o segredo de seu sucesso e da ética dos alunos. A Diocese e o Arcebispo querem destruir isso.  A escola admite os alunos usando critérios como atendimento nas missas católicas e participação em programas voluntários de caridade. Ela não observa se o pai é rico ou pobre ou a capacidade acadêmica do aluno.

A Diocese está querendo eliminar os critérios de admissão que selecionam preferencialmente católicos, em nome de uma suposta igualdade. Isso alterará completamente a ética da escola. É isso mesmo, a Diocese está agindo para reduzir o número de católicos na própria escola.

O problema está sendo tratado por alguns importantes jornalistas na Inglaterra, como Damian ThompsonCristina Odone.  Odone explica muito bem o problema, a Igreja está cedendo para os esquerdistas que tentam dominar a ideologia das escolas:

"The school’s critics are ideologues who see education as a tool for social engineering: teachers should not cater for their brighter charges, but lower their sights to include all students equally; if this means lowering standards, or using simpler texts and dropping more challenging subjects, then so be it – all’s fair in class war. Incredibly, these ideologues are not the beards-and-sandals atheists who stuff the teachers’ unions; they are Catholic educationalists who enjoy top jobs within the Church’s education bureaucracy. Such is their enthusiasm for equality and sameness, they cannot abide the idea of a school intake that is overwhelmingly Catholic; to them, this smacks of exclusion, just as a rosary offends the sacred spirit of multiculturalism."

(Os críticos da escola [Vaughan] são ideólogos que vêem a educação como uma ferramenta de engenharia social: professores não deveriam exigir o máximo, mas procurar incluir todos os estudantes igualmente; se isto significa reduzir o nível ou simplesmente usar textos mais simples e abandonar tópicos mais desafiadores, então farão isso - tudo é possível na guerra das aulas. Incrívelmente, esses ideólogos não são os de ateístas barba e sandálias que enchem os sindicatos dos professores; eles são educadores católicos que têm empregos de líderes dentro da burocracia educacional. Tal é o entusiasmo deles por igualdade e mesmice, que eles não podem suportar a idéia de um processo de admissão que é favorável aos católicos; para eles, isto é exclusão, assim como o rosário ofende o sacrado espírito do multiculturalismo)

Quem irá salvar a escola se os própios donos estão destruindo? Possivelmente, os pais e os próprios alunos.

Eles estão programando uma vigília para a próxima quarta-feira, com a colaboração do filhos que irão tocar hinos durante a vigília. Eles têm, inclusive, um site de apoio.


Vocês podem dizer: e daí? Isso é problema dos ingleses. Eu responderia que não, é um problema da humanidade. Vivemos uma guerra cultural nas escolas, nos governos, na literatura, na imprensa, etc. É o santo da diversidade e do multiculturalismo contra os verdadeiros santos.

Rezo pelos pais e pelos estudantes, contra a minha própria Igreja, que está caindo frente ao santo errado.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A População Muçulmana no Mundo


O Pew Forum sobre Religião e Vida Pública  divulgou uma pesquisa no dia 27 passado, na qual analisa qual é e qual será a população muçulmana em 2030, mantidas as atuais condições. 

Isto é importante? Devemos nos preocupar com o crescimento populacional de uma religião? Claro que é importante, a estrutura moral e ética de uma religião fundamenta as sociedades no mundo. Basta olhar para os debates que estão acontecendo em países como Bélgica e França que têm grande população muçulmana, 6% e 7,5% da população respectivamente em 2010. Se você acha que é pouco 7% da população,  lembre que a distribuição da população é desigual, há uma forte concentração em algumas cidades. Na Inglaterra, Ed West, que também tratou do assunto, diz que cidades como Oldham, Bradford, Blackburn e mesmo Birmingham terão maioria muçulmana em 2030.

O primeiro gráfico abaixo mostra que em 1990 a população muçulmana constituía quase 20% da população mundial, 1 em cada 5. Em 2010, essa população passou a representar 23,4% e a expectativa é que em 2030 ultrapasse 25% da população mundial, 1 em cada 4. Temos, então, um crescimento de 35% em 20 anos. A população muçulmana vai crescer duas vezes mais do que a não-muçulmana, apesar de que a taxa de crescimento nos próximos 20 anos será menor do que nos 20 anos anteriores, como mostra o segundo gráfico.

Participação dos Muçulmanos na População Mundial, 
1990 - 2030



Taxa de Crescimento Populacional entre 
Muçulmanos e Não-Muçulmanos


 Os fatores que explicam o aumento da população muçulmana no mundo são: maior taxa de fertilidade, melhores condições de saúde nos países que já possuem maioria dessa população, grande parte da população está em idade fértil (15 a 29 anos) e aumento da expectativa de vida.

Mantida as condições de hoje, sem alteração nas políticas migratórias, 79 países do mundo terão uma população muçulmana acima de 1 milhão de habitantes, contra 72 países hoje. Paquistão deve superar a Indonésia como o país que tem maior população muçulmana.

Essa população permanecerá relativamente pequena nas Américas e na Europa, mas estarão aumentando sua participação nessas regiões em relação a população total.  Nos Estados Unidos, os muçulmanos devem dobrar de tamanho até 2030, passando a ser do tamanho da população de judeus e terão uma maior quantidade de muçulmanos que qualquer país da Europa.

Na Europa, os muçulmanos deve aumentar por volta de 1/3 nos próximos 20 anos, e se aproximarão de uma participação de dois dígitos. No Reino Unido, devem passar a representar 8,2% da população (hoje é de 4,6%), na Suécia, 9,9% (hoje é 4,9%), na Bélgica e França terão uma participação acima de 10%. E ainda no mesmo continente europeu, em 2030, Kosovo terá 93,5% da população sendo muçulmana, Albânia, 83,2%, Bósnia-Herzegovina, 42,7%,  Bulgária,15,7% e Rússia, que enfrenta ameaças terroristas de regiões de maioria muçulmana, 14,4% da população total terá essa crença. E o país continuará a tendo a maior população muçulmana da Europa.

Uma consideração geopolítica extremamente importante é a relação entre a população sunita e a xiita muçulmanas. Os sunitas continuarão sendo a grande maioria em 2030 (de 80 a 90% da população), a população xiita deve declinar principalmente pela baixa taxa de fertilidade no Irã, onde mais de um terço da população xiita vive.

No Brasil, 0,1% da população é muçulmana, segundo a pesquisa, e continuará sendo assim em 2030.
Considerando o restante dos países da Tríplice Fronteira, região problemática em assuntos relacionados ao terrorismo mundial, a Argentina tem hoje 2,5% de sua população com crença  muçulmana. Em 2030, essa participação será de 2,6%. No Paraguai, a pesquisa identificou que hoje a população muçulmana constitui menos de 0,1% da população, e, em 2030, dobrará de tamanho, mas não alcançará 0,1%.


Crescimento da População Muçulmana por Região


Há muçulmanos seculares, sunitas, xiitas, etc. A pesquisa considerou todos os que se declaram muçulmanos mesmo que não sigam a religião. Células terroristas de maioria muçulmana podem ser formadas por pessoas que simplesmente detestam o status quo ou odeiam o capitalismo ou simplesmente querem matar o presidente de um país. O aumento da população muçulmana é uma informação bem relevante para a cultura, a ética, a democracia e a moral dos países, mas há outros fatores a serem considerados quando se discute o terrorismo islâmico.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Dia dele





Enquanto o Egito entra em erupção, vejam post abaixo, hoje é dia de honrar São Tomás de Aquino. O nome desse blog homenageia este que é o maior doutor da Igreja Católica, o "Boi Mudo que mugiu tão alto que preencheu o mundo", como disse Santo Alberto Magno.

O papa homenageou Aquino hoje e a Rome Reports TV fez um vídeo que vai acima. O papa ressaltou dois aspectos importantes de São Tomás, a crença na lei moral natural disponível a todos, cristãos ou não, e a defesa de que tanto a razão como a fé levam a verdade e a Deus. Ele disse:

"A convicção de Tomás de que nós somos naturalmente hábeis para reconhecer os princípios da lei moral natural permanece viva, uma vez que a lei, fundamentada na verdade da natureza humana, é a base do respeito à dignidade e aos direitos humanos."

"A insistência de Tomás na harmonia entre fé e razão respeitou a autonomia e a complementaridade desses dois caminhos para conhecer o que no final tem origem nas Palavras de Deus."

Se quiserem saber mais sobre São Tomás pelo próprio papa, acessem um texto do papa do ano passado clicando aqui. Também podem ler um dos melhores e mais inteligentes livros sobre São Tomás, escrito por Chesterton.

Que São Tomás abençoe este blog e seus leitores!

O Que é a Crise no Egito? E no que vai dar?

Hoje deve ocorrer um megaprotesto no Egito, boa parte dele convocado pela Irmandade Muçulmana (emblema acima), contra o governo de Hosni Mubarak. A Irmandade é o maior grupo político radical muçulmano e o mais antigo, foi fundado em 1928 por Hassan al-Banna. Atualmente a Irmandade é ilegal no Egito, mas o governo tolera e sabe quem são os líderes. Já prendeu alguns membros tentando evitar os protestos de agora. 

Pelas condições sociais do Egito, nas quais 60% da população vive com até 2 dólares por dia, sou completamente cético dessa história de que é possível adotar reformas políticas e econômicas no Egito pacificamente sem que ocorram protestos violentos e mesmo riscos elevados para a comunidade internacional. Mas Hillary Clinton e Obama não pensam assim, ou apenas dizem que não pensam assim da boca pra fora, por obrigações do cargo.

Eles ressaltam a importância do Egito para manter a paz no Oriente Médio durante os quase 30 anos de governo Mubarak, que assumiu o poder depois que assassinaram Anwar Sadat, que assinou a paz com Israel. Mas Clinton e Obama pedem que o governo abra as portas para negociar com aqueles que protestam e evite fechar a internet e as comunicações no país. Há indícios que o governo já fechou a internet e os telefones celulares.

A primeira leitura da crise no Egito é que ela segue aquilo que ocorreu na Tunísia, em que a população foi às ruas para afastar o presidente Zine Ben Ali, que estava no poder por 25 anos, e no qual a família da esposa dele, Leila Ben Ali, dominava de forma extrema os negócios formais e escusos no país. Até agora não se sabe o que vai resultar a crise na Tunísia, não se tem certeza se será bom ou não. A população tunisiana ainda não está pacificada com a queda de Ben Ali.

Mas no Egito parece que os protestos são movidos por uma crise de sucessão. Mubarak, aparentemente, deve apresentar seu filho Gamal Mubarak para sucedê-lo em 2012. Lee Smith, um grande articulista do Weekly Standard, acha que é aí que mora o problema. Gamal não tem experiência com os militares que asseguram a paz no país, pois na realidade não existe um regime Mubarak, quem domina são os militares. O exército estaria usando os protestos para mostrar que quer dominar a sucessão.

Mas Smith ressalta que ninguém sabe o que são os protestos e por que eles acontecem. Ele diz que há aqueles que odeiam o regime porque ele prende e tortura, há aqueles que querem guerra com Israel e também há aqueles que estão cheios que querem democracia, pois nunca viram outro regime que não aquele de Mubarak.

Mas quais desses grupos têm mais poder? Acho que esta resposta não cabe dúvida: aqueles que se sustentam na doutrina muçulmana da Irmandade, que está trincada no Egito há muitas décadas.

Não sei se o exército vai conseguir controlar os protestos e acho que a ida de El Baradei não estava nos planos. Não tenho certeza que a ida dele é uma boa coisa, nem para o próprio Baradei que está longe do país há muito tempo. A Irmamdade talvez não queira competição. Mas acima de tudo, em suma, ninguém sabe responder bem as perguntas que dão título a este post.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mudança Climática - BBC versus James Delingpole





Imaginem que vocês comecem a pesquisar um assunto e, no decorrer do tempo, se tornem especialistas reconhecidos no debate, a ponto de ganharem prêmios internacionais de reconhecido valor, mesmo não sendo academicamente formados na matéria em debate. Agora imaginem que esse assunto envolve muito, muito dinheiro. Isso quer dizer que envolve empregos, prestígio e poder de muita gente no mundo. E que sua posição seja que na verdade o assunto é uma fraude, que é movido a interesses escusos que o mundo deveria esquecer esse assunto. Finalmente, imaginem, que a principal televisão do seu país que tem alcance mundial (isto é, é bem maior do que a Globo)  resolva contratar um ganhador do Prêmio Nobel e  presidente da principal associação de cientistas do seu país para lhe confrontar durante uma entrevista de 3 horas (!), no qual apenas poucos minutos irão para o ar e sua entrevista será editada.

Este é o caso de James Delingpole, que além de ser jornalista, escreveu vários livros de sucesso e é o ganhador do Prêmio Frederic Bastiat de jornalismo do ano passado, sobre o qual eu mesmo falei aqui neste blog. James Delingpole é um crítico reconhecido mundialmente da idéia de que o homem provoca mudança climática, o chamado efeito antropogênico no clima, ao emitir gás carbônico ou outros gases considerados de estufa.

Delingpole, além de mostrar, com ajuda de cientistas de renome internacional, que a idéia de efeito antropogênico é bastante falha, há inumeros fatores científicos que não sustentam a teoria, ele ressalta que  precocupação com mudança climática tem sido grandemente exagerada "pelo número de grupos de interesses que têm poder: cientistas em busca de trilhões para financiamento; agências de caridade ecológicas que dependem de estórias assustadoras para conseguir doações; esquerdistas usando ambientalismo para desenvolver sua agenda anti-capitalista; verdes que acreditam que o homem é lixo na terra e que ele deveria ser punido por meio de impostos e regulações; governos  e ONGs que vêem o efeito antropogênico como uma maneira de aumentar impostos e elevar o controle, sendo vistos como resolvendo problemas populares; corporações cínicas que desejam  "limpar com verde" suas imagens para receber dinheiro barato do governo para fazer fazendas de produção de energia eólica que não produzem quase nada de energia; e por aí vai."

A BBC contratou Sir Paul Nurse, prêmio Nobel de Química de 2001 e presidente da Royal Society (RS), a mais antiga sociedade de cientistas do mundo, do qual Isaac Newton já fez parte, para lhe entrevistar. Quem não ficaria pressionado? Imaginem sendo entrevistados pelo cara durante 3 horas.

Eu já falei aqui da relação Mudança Climática e Royal Society em um post de 29 de maio do ano passado. Expliquei que depois da reação de muitos cientistas ligados a academia de ciências, a Royal Society passou a ter uma atitude mais cética em relação a idéia de efeito antropogênico no clima, passou a dizer que não há consenso científico sobre o assunto.

Acho que por causa dessa mudança de atitude da Royal Society que Delingpole aceitou a entrevista, uma vez que a BBC continua sendo uma defensora da idéia de que há consenso, mas Sir Nurse é um cientista da RS. Delingpole deixou claro sua surpresa quando a entrevista foi revelando que na verdade o próprio Nurse acreditava no consenso.

O programa gerou um grande estardalhaço por causa de uma simples pergunta de Nurse a Delingpole. E qual foi a pergunta?

Para quem já viu o vídeo acima e entende inglês já percebeu. Lá pelos 2 minutos e 20 segundos, depois que Delingpole deixou claro uma verdade incontestável - ciência não trabalha com consenso - Nurse diz que quer fazer uma analogia.

Nurse diz mais ou menos assim: "olhe se você tiver cancer você vai querer que os médicos tratem você com os medicamentos e métodos em que há consenso para tratar seu cancer, então a ciência tem consenso". Delingpole ficou meio sem fala com a pergunta e depois de alguns minutos (editados) respondeu que a comparação não valia. Esses minutos foram suficientes para que os inimigos de Delingpole dizerem que ele foi pego.

Na verdade, a comparação foi realmente idiota.

A pesquisa médica é feita em mercado aberto com resultados discutidos amplamente, enfrenta pressões do mercado e do governo, há grande fiscalização e os resultados são bem reais. Além disso, que Delingpole esqueceu de mencionar, também nunca há consenso, há o melhor tratamento disponível dentre os diversos fatores, mas as pesquisas sempre continuam.

O tal "consenso" do efeito antropogênico, como o próprio Delingpole esclarece, foi construído politicamente, e aos poucos ficou completamente fechado ao debate científico como o Climategate (liberação de emails entre cientsitas que procuravam "hide the decline" (esconder a queda na temperatura) e proibir publicações de papers que fossem críticos a mudança climática) mostrou. A mudança climática virou um instrumento de poder da ONU, da União Européia e daqueles querem controlar os "ricos países capitalistas". A ciência, como a própria Royal Society reconheceu no ano passado, ficou para trás. E os cientistas para conseguir apoio para as pesquisas tiveram de aceitar o "consenso".

Isso sem falar que não há consenso em nada em matéria de mudança climática. Eu já mostrei aqui alguns papers como um de um brasileiro que mostram isso, e outro que discute o que realmente sabemos sobre mudança climática.

Quem saiu ganhando com a pergunta de Nurse? Os cientistas saberão que a pergunta foi imbecil, os fãs de Delingpole ficarão ainda mais críticos com relação a RS e a BBC, mas a aparente falta de resposta de Delingpole alimentará os verdes. O debate continua, mas hoje, a idéia de efeito antropogênico está em mais sério debate e aos poucos a ciência vai voltando a se mover pela dúvida, não pelo consenso.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Obama - Antítese de Reagan





Há uma grande expectativa para uma mudança de tom no governo Obama, acho até que a sua reeleição depende disso.

A grande maioria dos americanos espera que Obama abandone suas posições extremamente esquerdistas, de elevado gasto público, tentativas de redistribuição de riqueza e elevados impostos, e se mova para o centro, contendo os gastos e reduzindo impostos. No final do ano passado, ele manteve a contragosto a política de impostos baixos do governo Bush depois de muita pressão da imprensa e dos republicanos, depois ele se mostrou menos radical no memorial das vítimas do atentado de Tucson, quando disse que o país precisa ser mais civilizado na discussão política, de certa forma calando aqueles que acusavam a oposição de incitar o ódio.

A mudança, mesmo que hesitante, para o centro melhorou a avaliação dele, revertendo uma tendência negativa. Atualmente a aprovação do governo Obama está por volta de 50% e a desaprovação em torno de 41%.

Acho que a resistência do Obama a se adequar aos desejos da população americana ainda vão tirar dele a reeleição. Ele continua se comportando como se fosse professor do povo, como se soubesse a verdade e a população é que não entende isso. Se a eleição fosse hoje, as pesquisas mostram que Obama tem boa chance de perder para alguns líderes da oposição, como Mike Huckabee ou Mitt Romney.

Ontem, ele fez o seu segundo State of the Union discurso (todo ano o presidente discursa no Congresso para mostrar as conquistas e as propostas do governo). E as avaliações que li sobre o discurso não são boas. Aqui vão algumas avaliações do discurso dele, que mostram que ele não conseguiu convencer:

Kevin McCullough escreveu sobre os destaques do discurso. Aqui vão alguns:

O mais hipócrita (pois Obama resistiu muito a aprovar): "Thanks to the tax cuts we passed, Americans’ paychecks are a little bigger today." (Graças ao cortes nos tributos, os Americano recebm mais hoje nos seus contracheques).

O mais honesto: "We need to take responsibility for our deficit, and reform our government." (Nós assumimos a responsabilidade pelo nosso défiti e por reformar nosso governo).

O mais ridículo: "This is our generation’s Sputnik moment." (Nossa geração vive o momento do Sputinik).

Sputinik (foto acima) foi um satélite russo lançado em 4 de outubro de 1957, que, de certa forma, assustou os americanos que não esperavam que os russos tivessem tecnologia para isso. Em janeiro de 1958, menos quatro meses depois, os Estados lançou o Explorer e inicou a guerra espacial. Obama quer dizer que os Estados Unidos enfrentam de novo uma situação em que está atrás na corrida tecnológica. Acho que a comparação foi ruim, pois não há nenhum país tecnologicamente superior aos Estados Unidos no momento e, no passado, o modelo Sputinik depois se mostrou inadequado.

O mais supreendente: "Some folks want wind and solar. Others want nuclear, clean coal, and natural gas. To meet this goal, we will need them all  (Alguns desejam tecnologia solar ou por eólica. Outros querem nuclear, por carvão limpo e gás natural. Para alcançar nossos objetivos, nós precisamso de todas).

Obama parece abandonar a lógica da mudança climática que quer investir apenas em tecnologias consideradas verdes (sol, ventos, ondas, etanol, etc.).

Nile Gardiner deu nota F para o discurso, especialmente, pela falta de elaboração de política externa e pela ausência da defesa aos direitos humanos no mundo. Gardiner ainda disse:

"In every respect, Barack Obama’s leadership is the antithesis of Ronald Reagan’s...Instead of projecting US power and values abroad, President Obama has been content to engage and appease America’s enemies, while paying scant attention to traditional allies...statements that increasingly resemble the words of a European Union bureaucrat rather than the leader of the most powerful nation on earth."
(Em todos os aspectos, a liderança de Barack Obama é a antítese da de Ronald Reagan...Ao invés de projetar o poder e os valores americanos no exterior, Presidente Obama tem se contentado em se relacionar e ceder aos inimigos dos Estados Unidos, enquanto dando pouca atenção aos aliados tradicionais...As palavras de Obama cada vez mais lembram as de um burocrata da União Européia ao invés de um líder da maior potência mundial).

George Friedman do site Stratfor também se concentrou nos problemas de política externa e ressaltou um grande problema que não foi lidado por Obama no discurso: aumento da influência do Irã no Iraque, no Líbano e na Palestina.  Friedman, inclusive, disse qual é a diferença entre a guerra no Afeganistão e a guerra no Iraque: Irã.

"The difference between Afghanistan and Iraq is that a wrenching crisis can be averted in Afghanistan simply by continuing to do what the United States is already doing. By continuing to do what it is doing in Iraq, the United States inevitably heads into a crisis as the troop level is drawn down."
(A diferença entre Afeganistão e iraque é que uma crise turbulenta pode ser contida no Afeganistão simplesmente continuando a fazer o que os Estados Unidos estão fazendo. Continuando a fazer o que estão fazendo no Iraque, os Estados Unidos inevitavelmente enfrentarão uma crise enquanto suas tropas saem [por causa da influência iraniana]"
 
Janet Daley disse que o discurso de Obama foi medíocre e teve recepção morna. E também foi ambíguo no principal problema do país: déficit público.

"His message on the deficit was ambiguous: there was a promise to be responsible about reducing national debt and making government more efficient but also a wholehearted commitment to further stimulus spending, without any attempt to reconcile the obvious contradiction between the two. A freeze on discretionary spending does not seem to suggest the kind of urgency that the terrifying level of debt requires." (Sua mensagem sobre o déficit foi ambígua: houve a promessa de ser responsável para reduzir a dívida nacional e fazer o governo ficar mais eficiente mas se mostrou comprometido em ampliar os gastos de estímulo a economia, sem qualquer tentativa de conciliar as duas políticas. O congelamento de gastos discrecionários (que obama prometeu por cinco anos) não parece considerar a urgência e o terrível nível da dívida).

Muitos não assistiram ao discurso de Obama, fizeram muito bem.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

41% É Raro?

Por vezes, acho que para um blog que deve tratar em sua maior parte com política e economia internacional, eu trato muito sobre questões religiosas, como aborto. Não sei nem quantos posts eu escrevi sobre assunto. São muitos, mas aqui vai mais um, perdão, mas este assunto me incomoda profundamente e blog é uma coisa muito pessoal, especialmente quando não se tem muitos leitores, nem o blog é ligado a alguma publicação pública.

Aqui vão dois vídeos sobre aborto.

O primeiro é do Padre Barron discutindo um número perturbante: 41% das gravidezes acabam em aborto em Nova Iorque. Ele lembra no vídeo que os políticos costuman dizer que querem que aborto seja "seguro, legal e raro" e o método usado para alcançar isso é distribuição de preservativos do lado de pirulitos em qualquer mercearia e educação sexual para as crianças nas escolas. O padre pergunta: 41% é raro? E o número fica ainda pior se é observado apenas a população negra: 60% acaba em aborto!!! Quer dizer, a minoria negra está destruindo sua população.



O outro vídeo é do Deputado republicano por Indiana Mike Pence, durante a Marcha PelaVida, que ocorreu ontem. Mike Pence ressalta, com felicidade, que maioria dos deputados da Câmara Federal hoje é pró-vida, está na hora de reverter as políticas que favorecem o aborto. E ontem, eu vi no Programa Bill O'Reilly que a maioria da população americana também é pró-vida no momento, revertendo uma tendência história (50% pró-vida e 42% pelo aborto).

Aqui vai tradução de parte do discurso dele, depois o vídeo:

"Estamos atravessando um momento difícil, nossa economia está vacilando e nosso governo está em mar de dívidas. Em meio a essas condições adversas, alguns tendem a focar suas energias na busca por emprego e no corte de gastos públicos".

"Mas nós não devemos ficar calados quando grandes batalhas morais estão sendo feitas. Aqueles que nos dizem para ignorar essa batalha pela vida esquecem as lições da história."

"Uma nação que não fica em pé pela defesa da pela vida não ficará em pé por muito tempo." (A nation that will not stand for life will not stand for long.)

"Não há prosperidade sem uma base moral na lei de um país"

"Nós lutaremos pelos por nascer e pelos corações partidos"



Como eu comentei no site que peguei esses dois vídeos (www.creativeminorityreport.com), Nova Iorque é a capital do Santo Por Nascer (Saint Unborn) e esse santo é negro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Revista Veja - O Problema do Mal





A Revista Veja dessa semana traz uma pergunta muito antiga, mas intrigante feita por Roberto Pompeu de Toledo no texto chamado "Claro Enigma" (infelizmente não está aberto pela revista para que eu mostre o link do texto).

Essa pergunta, apesar de ser muito velha, remonta séculos e séculos, é ainda muito usada pelos ateus. Ela é conhecida como o Problema do Mal. Mas ela pode ser é explicada com certa facilidade. Aqui vou a mostrar a solução, que pode ser lida em alguns textos ou livros dos filósofos Peter Kreeft (primeira foto), William Lane Craig (abaixo a direita) e Alvin Plantinga (abaixo a esquerda). Recomendo qualquer livro desses autores. São brilhantes.

Mas Toledo pergunta: "Se Deus existe e se é bom, como explicar castigo como infligido a Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, ou antes ao Haiti, ou antes do Haiti à costa asiática dos tsunamis, ou muito antes ainda a Lisboa, por ocasião do devastador terremoto de 1755?"

Bom, para provar que a pergunta é antiga, basta dizer que São Tomás de Aquino já tratou dela no século 13 e a considerava como uma das grandes objeções para se acreditar em Deus. Pode-se também ver que o argumento resultou em morte na história. Pesquisem o nome do padre Gabriel Malagrida. Ele, que viveu muito tempo no Brasil catequizando os índios, tinha uma péssima relação com o Marquês de Pombal e disse que o terremoto de Lisboa eram uma mensagem de Deus contra os portugueses. Pombal mandou enforcá-lo e queimá-lo na fogueira.

Como responder a pergunta?

Kreeft começa dizendo que "o mal" não é uma coisa. Deus criou todas as coisas e as coisas são boas, como diz o Gênesis. O mal é real, mas não é uma coisa, é uma escolha errada. A fonte de criação do mal não é Deus, mas as criaturas, que se envolvem com o pecado. Os santos não se envolveram com o pecado, mas sofreram muito pelos pecados dos outros. Deus é fonte da vida e do amor, a fonte do mal é o livre arbítrio dado por Deus. Deus não nos quis robôs, ele queria que o bem brotasse de nós mesmos. Estar no inferno é enfrentar o mal eterno, mas o inferno também é consequência do livre arbítrio. Nós livremente escolhemos o inferno.  Deus mostrou qual é solução contra esse mal eterno: Jesus Cristo. Em termos filosóficos, para responder a pergunta de Toledo, Kreeft diz que ao fazê-la estamos supondo que os homens são bons. Pecadores dizem que são santos e santos sabem que são pecadores. Jesus Cristo disse: "Ninguém é bom a não ser Deus". Outra coisa, como saberemos que o mal é o mal? Qual o nível de conhecimento humano para entender todo amor do eterno Deus? O filósofo Sócrates foi declarado o homem mais sábio da Terra pelo Oráculo de Delfos porque Sócrates entendeu que ele não sabia de nada.

Craig usa argumentos lógicos para responder a pergunta. Ele diz que a pergunta sugere que há uma incompatibilidade entre Deus e a existência do mal. Se Deus existe, então o mal não pode existir. Como o mal existe, então Deus não existe, dizem os ateus. Craig mostra que a coexistência de Deus e do mal é logicamente possível. Primeiro, nós não estamos em boa posição para dizer que Deus pode permitir ou não o mal. Nós somos finitos em tudo (vida, inteligência, etc.), Deus é eterno (sempre existiu). Algo que nos parece ser mal, pode não ser.  A doutrina cristã estabelece a coexistência de Deus e do mal, ao dizer por exemplo que a) humanidade se rebelou contra Deus (buscou o mal); b) o propósito da vida não é a felicidade, mas conhecer o amor infinito de Deus; c) o conhecimento de Deus é eterno; e d) o conhecimento de Deus é incomensuravelmente bom. Craig também lembra que deve-se observar não apenas o mal no mundo, mas também as maravilhas, a bondade e a caridades humanas. No final, Craig ressalta que sem Deus não existe moral objetiva, não se pode estabelecer o que é certo ou errado objetivamente. Nietzsche mesmo escreveu que sem o cristianismo nasce o niilismo, nasce o nada, um quadro branco para ser preenchido, tudo é permitido, o mal pode virar o bem. Nietzsche morreu louco tentando encontrar uma base moral objetiva sem Deus.

Craig ainda disse: Jesus foi crucificado e não fez nada apenas nos amou. Quando a gente compreende o amor de Deus e seu sacrifício por nós, temos uma nova perspectiva do problema do mal. O mal passa a ser nosso problema, nós temos que destruí-lo seguindo os ensinamentos de Deus.

Alvin plantinga concentra-se no livre arbítrio para rebater a argumentação dos ateus.  Deus seria benevolente se não nos desse o livre arbítrio?

Eu mandei uma email para a Veja comentando o texto de Toledo, não sei se eles vão publicar, mas aqui vai parte de minha mensagem:

" ...onde estaria a livre vontade humana e o pecado, se Deus é incompatível com o mal? Qual seria o propósito da vida humana se não há o mal? Como deveria ser o homem se ele não é livre para praticar o bem ou o mal? Deus não teria suficientes razões para permitir a existência do mal?

E os desastres naturais? Como deveria ser o planeta para que não ocorram variações em suas condições? Completamente estático? Como seria permitido ao homem alterar o planeta?"


Finalmente, cabe dizer, para quem está interessado no debate e entende inglês, que pode-se ver Craig discutindo o tema do Problema do Mal no youtube aqui.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Marcha pela Vida - O Caso Roe vs Wade





Eu costumava ser um zigoto, você não? É o que diz a imagem do boton acima. Zigoto é  a célula resultante da união do gameta masculino ao feminino, em estágio anterior ao da divisão celular para formação da vida humana. Se todos fomos um zigoto, a vida de todos começou aí, ou não?

O papa Bento XVI disse, certa vez, que se a Igreja Católica é para defender os desamparados, quem é mais desamparado que um feto humano?

Ontem, ocorreu o aniversário de 38 anos da decisão do caso Roe vs Wade.  Foi uma decisão da Corte Suprema americana que, usando o argumento da 14o emenda da Constituição do país, disse que, pelo direito à privacidade (?) e cidadania (?), a mulher tinha o direito de praticar o aborto. 

Todos os anos, nessa época, os Estados Unidos mostram sua divisão em relação ao assunto. O Obama mostrou novamente que defende o aborto. Ele disse: 

Today marks the 38th anniversary of Roe v. Wade, the Supreme Court decision that protects women's health and reproductive freedom, and affirms a fundamental principle: that government should not intrude on private family matters. (Hoje marca o 38º aniversário da decisão Roe vs Wade da Suprema Corte que protege a saúde da mulher e a liberdade de reprodução, e afirma um princípio fundamental: o governo não deve interverir nos assuntos privados).

Interessante, reparem, toda vez que alguém defende o aborto, nunca se fala do feto. Obama repetiu o mesmo mantra. Ele esqueceu de quem é mais desamparado, como disse o papa. E ainda disse que o governo não deve interferir nos assuntos privados. O feto é igualado a quê? Animal não é, pois existem várias associações de defesa dos animais, às plantas não é, muitos defendem a flora. O feto é considerado inexistente, não é nem assunto privado. É assunto de quem? Público? Então o público deve defendê-lo.

Mas os Estados Unidos, graças a Deus, têm bastante gente que é contra o aborto, a maioria da população é e sempre ocorre a Marcha para Vida no dia de aniversário da decisão Roe vs Wade, pedindo a revogação dessa decisão (foto abaixo):


Agora, que as eleições parlamentares elegeram um número recorde de parlamentares pró-vida, os grupos que lutam contra o aborto estão ainda mais forte.

Força para eles, eu estou do lado deles, ninguém tem o direito de matar outra pessoa, nem mesmo a mãe. Defendo o sagrado ventre materno.

Aqui vão os princípios da Marcha Pela Vida, destacando os pontos 7 e 8:

1- Todos os seres humanos são criados iguais e são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre eles o direito à vida e, portanto:

2 - A vida de cada ser humano deve ser preservada e protegida por todos na sociedade e pela sociedade como todo;

3 - A vida do ser humano deve ser protegida deste o início quando o esperma do pai se encontra com o óvulo da mãe;

4 - A vida deve ser preservada e protegida desde o começo até o fim natural por todos os meios possíveis e esforços;

5- A vida de cada ser humano deve ser preservada em cada estágio de sua existência na mesma medida, sem considerar seu estado de saúde ou condição de dependência;

6- A vida de cada ser humano deve ser preservada e protegida na mesma medida em qualquer ser humano sem considerar sua condição de saúde e dependência;

7 - Quando há dúvida se existe vida humana ou não, esta dúvida deve ser resolvida em favor da existência humana;

8 - Quando dois humanos estiverem na situação em que a vida de ambos estiverem em perigo mutuamente, todos os meios e esforços possíveis devem ser feitos para preservar a vida dos dois;

A Marcha Pela Vida, então, defende a adoção imediata do que chama de HUMAN LIFE AMENDMENT (Emenda da Vida Humana) na Constituição dos Estados Unidos. 

No governo Obama vai ser difícil, o cara segue o esquerdismo contra a vida, mas que os Estados Unidos adotem, revertendo o caso Roe vs Wade, e que todos os países o sigam, é o que defende este blog.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Iranium - O Filme




Está sendo lançado com muita dificuldade o documentário canadense Iranium- Obsessão e Terceira Jihad (trailer acima). É  um filme sobre a ameaça nuclear iraniana. Raphael Shore (produtor), Micah Smith (editor) e Alex Traiman (diretor) entrevistam diversos especialistas sobre o assunto. Veja a lista de quem eles entrevistaram aqui. O site também mostra um sumário das ameaças que um Irã nuclear traz para o mundo.

Importante: vejam no site que no dia 8 de fevereiro o documentário poderá ser visto pela internet. 

A apresentação do filme no último dia 18 na National Library and Archives, em Ottawa,  teve de ser cancelada, por causa de ameaças ao evento. Mas o ministro do patrimônio canadense, James Moore, garatiu que o filme será exibido.

O ministro disse que "Canada does not accept attempts from the Iranian Embassy to dictate what films will and will not be shown in Canada" (O Canadá não aceita tentativa da Embaixada Iraniana para ditar que filmes serão ou não exibidos no Canadá).

O produtores do filme ressaltam que as ameaças ao mundo ocidental estão plenamente estabelecidas na própria constituição iraniana que surgiu na revolução islâmica de 1979:

An Ideological Army in the formation and equipping of the country’s defense forces, due attention must be paid to faith and ideology as the basic criteria. Accordingly, the Army of the Islamic Republic of Iran and the Islamic Revolutionary Guards Corps are to be organized in conformity with this goal, and they will be responsible not only for guarding and preserving the frontiers of the country, but also for fulfilling the ideological mission of jihad in God’s way; that is, extending the sovereignty of God’s law throughout the world (this is in accordance with the Koranic verse “Prepare against them whatever force you are able to muster, and strings of horses, striking fear into the enemy of God and your enemy, and others besides them” [8:60]).”

(Um Exército Ideológico na formação e equipagem das forças de defesa do país, atenção apropriada deve ser dada na fé e na ideologia como critérios básicos. De acordo com isso, o Exército da República Islâmica e o Comando da Guarda Revolucionária Islâmica devem ser organizados em conformidade com este objetivo, e eles serão responsáveis não apenas pela guarda e preservação das fronteiras do país, mas também pela execução da missão ideológica da Jihad de Deus; isto é, estendendo a soberania da lei de Deus no mundo (isto está de acordo com os versos do Corão: "Preparem-se contra eles com qualquer força vocês consigam produzir, e manejar cavalos, lançando medo nos inimigos de Deus e em seus inimigos, e outros que estejam do lado deles [8:60])

Estou ansioso para assistir ao filme. 


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Governo Não É Solução, Governo É O Problema"




Se há uma coisa bastante comum ao redor do mundo é deficit público. No Brasil, há cada vez mais desconfiança quanto aos métodos de cálculo das contas públicas, usos de disfarces contábeis são cada vez mais comuns. Na Argentina, há muito tempo ninguém confia nos dados públicos. Na Europa, os países do continente lutam para reduzir seus enormes déficits. Na China, não se tem muita segurança nos dados divulgados e a inflação já começa a assustar por lá. Nos Estados Unidos, o governo Obama bate recordes de dívida pública a cada mês. Em apenas sete meses, de junho de 2010 a janeiro de 2001, a dívida aumentou em 1 trilhão de dólares (ver gráfico acima), atingindo 14 trilhões de dólares e subindo no "debt clock" (relógio da dívida). Já se fala em default no país. 

Os americanos, então, voltam a ouvir o discurso de posse de Reagan de 30 anos atrás. O foco do discurso foi como se deve voltar a reativar a economia. Solução de Reagan: Reduzir o gasto público e os impostos. É o chamado modelo econômico do lado da oferta (supply side economics). Em 1981, Reagan estabeleceu quatro passos para tirar o país da inflação e do desemprego: 1) Restrição monetária; 2) corte de 25% nos impostos (The Economic Recovery Tax Act of 1981); 3) contenção dos gastos públicos; 4) reduzir a regulamentação governamental.

Dos quatro passos, Reagan executou com louvor os dois primeiros e de certa maneira falhou no terceiro. O déficit orçamentário cresceu nos anos iniciais do governo Reagan, atingindo o pico em 1983 (6,3% do PIB) e depois caiu para 2,9% no final do governo. Reagan também pode se defender dizendo que o crescimento do gastos públicos domésticos foi bem menor com ele do que com os presidentes anteriores e posteriores. Mas os gastos com defesa duplicaram de 1981 a 1989 e foi a principal causa de não contenção dos gastos nos anos Reagan. Por outro lado, isso acabou sendo um dos principais fatores da derrocada do comunismo, que ele, graças a Deus, tanto deplorava.

Em termos de crescimento do PIB real, os anos de Reagan foram os melhores desde o governo dele. Há controvérsia na comparação com o governo Clinton, dependendo do ano inicial (usa-se o primeiro ano de governo ou o ano em que as políticas de governo foram aprovadas e surtiram efeito. A redução dos impostos só entraram em vigor no final de 1981), ou do cálculo de PIB real. Mas os números são muito próximos, então pode-se argumentar por pelo menos empate entre os dois. Deve-se ressaltar, no entanto, que crescimento econômico não é uma obra feita apenas por governos, há circunstâncias internacionais, próprias do mercado e tecnológicas. Por exemplo, o crescimento brasileiro durante o governo Lula foi mérito ativo ou passivo do governo? Eu diria que foi muito mais passivo.

Mas, voltando a Reagan,  o governo dele foi um sucesso amplo. Vejam gráfico abaixo, os resultados dos anos Reagan (1981-1989) para inflação (linha rósea), desemprego (vermelho escuro), pobreza (vermelho vivo), crime (preto), PIB per capita (marrom esverdeado), renda disponível pessoal (verde vivo):


O discurso de posse de  Reagan é um primor para a defesa da liberdade econômica, política e do ser humano. Reagan disse frases que ficaram célebres neste discurso, traduzo algumas:

"Os Estados Unidos estão enfrentando uma aflição econômica de grandes proporções. Nós sofremos com o mais longo e um dos piores processos inflacionários de nossa história...Indústrias inativas têm demitido seus empregados, trazendo miséria e indignidade."

"Na crise atual, governo não é a solução; governo é o problema. De vez em quando, nós somos tentados a pensar que a socieade tem se tornado complexa demais para ser deixada ao sabor de cada indivíduo, que o governo de uma elite é superior para governar para e pelo povo. Bem, mas se ninguém entre nós é capaz de se governar sozinho, então quem entre nós tem a capacidade de governar outras pessoas?"

"Nós somos uma nação que tem governo - não o contrário."

"Nós somos uma nação submissa a Deus, e eu acredito que Deus deseja que sejamos livres. Seria adequado e bom, eu acho, se nos próximos anos cada dia de posse seja declarado dia de oração."
    
Aqui está a íntegra do discurso e abaixo o vídeo:


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Haiti, Rio e Austrália - Doações Para Quem?



Doações não são a solução para as pessoas ou países, elas servem para salvar vidas imediatamente e aliviar as dificuldades, mas não como solução. E se a região onde se procura ajudar há incidência forte de corrupção, pode-se esperar que um terremoto ou inundação não derrotará essa mazela. Parte das doações irá parar em bolsos errados.

Nos Estados Unidos, depois de um ano após o terremoto do Haiti, discute-se onde está o dinheiro das doações. O programa mais assistido no país, The O'Reilly Factor, discutiu na terça-feira passada, especificamente, onde está o dinheiro criado por dois ex-presidentes americanos (George Bush e Bill Clinton) que arrecadou 53 milhões de dólares para o Haiti. O país inteiro doou 1,5 bilhão de dólares.

A rede de televisão CBS News resolveu fazer uma pesquisa entre os principais recebedores de recursos de doações para o Haiti. Apenas o Fundo Bush-Clinton não respondeu às perguntas da emissora. Na pesquisa observou-se que a organizações de ajuda humanitária gastaram muito pouco até agora do dinheiro recebido, por volta de 10%.

Recursos Arrecadados (em escuro) e Gastos (azul claro) 
no Haiti por Organização de Caridade



As organizações têm auditores independentes e alegam que estão pensando no longo prazo. Mas quem visita o Haiti só ver muita pobreza, lixo, barracas e nenhuma construção sendo levantada (foto acima).

Realmente temos de considerar que o dinheiro tem de ser bem gasto com muito cuidado para evitar desvios. Além disso, em uma situação de crise humanitária não dá para pedir nota fiscal em todo gasto. Isso não deve ser fácil diante de tanto desespero. Mas é sempre essencial divulgar uma lista de ações que estão sendo executadas que mostram como a organização está trabalhando. Transparência é essencial. A não divulgação dos gastos e resultados só afastará doadores.

No Rio de Janeiro, ocorreu no início deste ano o maior desastre ambiental da história, quase 800 pessoas morreram. Falta de planejamento urbano é a principal causa da catástrofe. Muitas pessoas e organizações estão ajudando com diversas doações. Não há uma certa centralização de doações como há no Haiti para que se controle melhor aquilo que foi dado de forma caridosa aos moradores das cidades serranas do Rio, mas a população e a imprensa também deve se preocupar para que suas doações chegue a quem realmente precisa.

Na Austrália, o departamento de Queensland, que foi muito atingido pelas inundações, mostra transparência com o dinheiro arrecadado no seu site , vejam que há amostra da ajuda financeira, emocional e divulgação de como ajudar.  No site do Estado do Rio não há isso, apenas informações gerais. Apesar da frequência das inundações na região, não estamos preparados para ajudar. Quase 800 cadáveres no Brasil contra mais ou menos 25 na Austrália, que choveu muito mais e atingiu um área que equivale a dois estados do Texas, muito maior que a região serrana do Rio.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sarah Palin - Um Vento Frio do Alasca com Princípios


Eu gosto de Sarah Palin. Respeito-a muito.

Os adversários dela dentro do seu próprio partido dizem que falta "gravitas" (aparência de seriedade) a ela. Se for aquela aparência que esconde mentiras, subterfúgios, corrupcão ou maquinações políticas, eu diria que está ótimo que seja assim. Os inimigos do partido democrata e a imprensa esquerdista chamam-na de estúpida, de burra.

Sarah Palin escreveu um livro que foi best seller (atualmente está com outro entre os primeiros), é comentarista de política para a Fox News, faz discursos quase diariamente, fez um programa na televisão que procurava incentivar o turismo no Alasca que foi um sucesso de audiência, sem falar que muitos candidatos só se elegeram com o apoio dela. Ronald Reagan, talvez o melhor presidente americano de todos os tempos, também era chamado de estúpido diariamente e ele expulsou o comunismo da história humana. George W. Bush até hoje é chamado de estúpido. Obama viria para acabar com as burrices de Bush, como o uso de Guatanamo para terroristas e as guerras do Iraque e do Afeganistão. Até agora, depois de metade do mandato, não fez nada disso. E maioria do povo americano já descobriu que foi estupidez eleger Obama.

Os esquerdistas ofendem Sarah Palin em qualquer ocasião. Recentemente, um louco matou seis pessoas e a culpa era dela por defender princípios conservadores. Ela ficou ofendida, obviamente, e se defendeu publicamente. Na defesa, usou a expressão "blood libel" (acusação sangrenta) que tem um significado histórico. O termo refere-se a um acusação contra os judeus, de que eles matavam crianças para usar em rituais. Os esquerdistas pegaram no pé dela por isso.  Mas acusar alguém de incentivar o assassinato de seis pessoas, incluindo uma criança, é um acusação sangrenta. Ou não é? Como o povo americano não é burro, não ouve mais esses esquerdistas.

Sarah Palin é simples, tem fala simples, não parece político profissional. Reagan também não parecia.

Ela divide opiniões nos Estados Unidos, e isso dificulta ganhar eleições para presidente. Pode não ser viável sua candidatura em 2012, mas qualquer candidato republicano terá que conseguir o apoio dela e seguir seus princípios: liberdade, cristianismo, defesa dos valores americanos, não intervenção governamental, baixos impostos. O partido republicano sabe disso. Está nas mãos dela. Ela pode não convencer ainda a maioria do povo americano, mas está entre os principais candidatos, e, sem ela, ninguém ganha dos democratas. Ela divide com o Tea Party, a maior força eleitoral americana hoje, os mesmo princípios, por isso lidera informalmente o grupo.

Reagan também demorou a dominar os corações da maioria americana, desejo que Sarah Palin tenha o mesmo caminho.

O povo gosta dela, vejam esse vídeo simplíssimo abaixo. A música é conhecida para quem frequenta igrejas no Brasil e a letra também é simples. Vejam a letra depois do vídeo:


She’s a cold blast from Alaska
Ingrained with common sense
She’s not a Harvard lawyer, but she knew what the Founders meant

A cold blast from the North
That freezes Congress in their tracks
With God and the Tea party, she’s gonna take it back

Sarah Palin, she won’t listen to their bunk
Sarah Palin’s comin’ south to hunt some skunk
Sarah Palin, she’ll throw ‘em all in jail
And when she gets to Washington, it’ll be cold as hell

Sarah has the wisdom to walk through an open door
She’s stomping out the wretches where the evil lies in store
She will scrub the floors and sweep the riff-raff into cracks
With God and the Tea party, she’s gonna take it back

Sarah Palin, she won’t listen to their bunk
Sarah Palin’s comin’ south to hunt some skunk
Sarah Palin, she’ll throw ‘em all in jail
And when she gets to Washington, it’ll be cold as hell

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Pax Americana




O genial Edward Gibbon, autor de O Declínio e Queda do Império Romano, mostrou que os romanos seguiam a seguinte fórmula para manter a paz no império: "se você deseja paz, prepare-se para a guerra".

O Secretário de Defesa, Robert Gates, resistiu, falou sobre o que chama de "peace dividend" (vultosos gastos militares quando ocorre uma guerra provocados por cortes no orçamento militar do período de paz), mas não teve jeito, teve de apresentar um orçamento de defesa com cortes substantivos, por causa da pressão para conter a espiral do enorme déficit público americano.

A reação foi imediata. O partido Democrata do presidente Obama deseja maiores cortes nos gastos militares, achou pouco. Em geral, os democratas gostam de aumentar os gastos públicos com vinculações orçamentárias e de reduzir gastos com defesa. O partido Republicano, de oposição, ao contrário, achou que os cortes na defesa foram exagerados e deseja reduzir essas vinculações. Mas está pressionado, pois o discurso do partido está fortemente voltado para conter o déficit gerado pela era Obama.

O debate está bastante nebuloso também devido a questões ideológicas, sobre se os Estados Unidos devem intervir militarmente no mundo ou não e como.

Eu dou graças a Deus pela intervenção americana. Acho que uma redução drástica no orçamento militar dos Estados Unidos pode ser catastrófico. Que país tem apoio popular, formação cultural e religiosa, e condições econômicas para defender os três princípios deste blog (capitalismo, cristianismo e civilização)? A Europa não tem apoio popular, a Ásia não tem nem apoio, nem formação. E faltam os três fatores na América Latina e na África.

Robert Kagan, no Weekly Standard, escreveu sobre o assunto e mostrou por que precisamos da Pax Americana.

Primeiro, ele disse que não os gastos militares são bem pequenos em relação aos gastos das vinculações para manter os estado do bem-estar social e que esses gastos com defesa também ajudam na criação de emprego. Para ver que isso é verdade, basta a gente lembrar do efeito benéfico da Segunda Guerra na economia americana.

Depois ele mostrou a importância do poderio militar americano no mundo:

1) Terroristas querem matar americanos nos Estados Unidos e constantemente estão a procura de um país que os proteja para planejar seus ataques (Paquistão, Afeganistão, Irã, Somália, Iêmen, Paraguai, etc.). Até agora, os Estados Unidos têm evitado um novo 11 de setembro com intervenções no mundo afora.

2) A China está aumentando seus gastos militares e procura se mostrar como império entre os vizinhos, tentando eliminar a influência americana na Ásia.

3) A Coréia do Norte tem armas nucleares, ameaça o Japão e a Coréia do Sul e tem apoio da China.

4) O Irã procura ter armas nucleares, influencia a política no Iraque, na Síria, no Líbano e na Palestina e ameaça destruir Israel.

5) A Turquia tem uma relação ambígua com o ocidente e está cada vez mais próxima do Irã.

6) Países como Egito, Tunísia e Arábia Saudita tem problemas domésticos sérios que ameaçam desestabilizar todo o planeta.

Robert Kagan não falou, aliás acho que mundo não presta atenção na América Latina, mas há problemas sérios de segurança por aqui, como o aumento das relações entre Venezuela e Irã, a influência da Venezuela no Equador, na Bolívia e na Nicarágua, os terroristas islâmicos abrigados na  Tríplice Fronteira (Brasil Paraguai, Argentina), e os grupos terroristas armados como as FARC.

Mas Kagan mostra que os Estados Unidos empreenderam bastante intervenção militar na América Latina desde 1898. Das 25 intervenções, 12 foram na região: Cuba, 1898, Filipinas, 1898-1902, China, 1900, Cuba, 1906, Nicarágua, 1910 e 1912, México, 1914, Haiti, 1915, República Dominicana, 1916, México, 1917, Primeira Guerra, 1917-1918, Nicarágua, 1927, Segunda Guerra, 1941-1945 , Coréia, 1950-1953, Líbano, 1958, Vietnã, 1963-1973, República Dominicana, 1965, Granada, 1983, Panamá, 1989, Primeira Guerra do Golfo, 1991, Somália, 1992, Haiti, 1994, Bósnia, 1995, Kosovo, 1999, Afeganistão, 2001-presente, Iraque, 2003-presente.
Nessas intervenções globais, todo tipo ideológico de presidente americano estava como chefe das forças armadas, e foram usados variados discursos para determinar a intervenção, então não se pode determinar uma doutrina ou ideologia únicas para elas.

Em resumo, hoje os Estados Unidos estão em forte crise financeira. Alguns analistas dizem que o país tem de 2 a 3 anos para evitar o colapso total do dólar, por isso os cortes de gastos públicos são tão importantes. Mas deve-se focar naquilo que pesa muito e não traz nenhum ganho econômico ou social, não é o caso dos gastos militares.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Falso Índio, Falso Mexicano, Falso Americano, Falso Xamã, Falso Católico...




Vocês podem perguntar: Que diabo de título é esse?

Pois é, o assunto é realmente estranho, mas atesta como está a cultura mundial pelo reflexo das universidades.

A Universidade do Arizona chamou um médico chamado Carlos Gonzalez (foto), que tem mãe mexicana e pai Yaqui (tribo indígena), para oferecer uma benção aos mortos pelos tiros de Jared Loughner, que matou seis pessoas e feriu gravemente uma deputada. A Universidade não chamou nenhum padre, rabino, ou pastor para fazer uma oração ou uma benção, apenas o tal Carlos Gonzalez.

Na benção, o cara não citou Deus, apenas o que chamou de criador e homenageou os pontos cardeais (ou algo parecido, ele chamou de sete direções) e a "mãe terra" e o "pai do céu".

Ao final, o cara deu uma explicação para a CNS News dizendo que na verdade ele é católico. Pois, supostamente a tribo dele tinha se convertido há muito tempo. E se você pensa que ele iria pelo menos exaltar a religião indígena, ele falou que na verdade a benção dele não deve ser vista como uma religião, é apenas "espiritualidade".

O que é o cara, então? Por que uma Universidade se presta a um papel tão ridículo?  

Convida uma cara que não se pode dizer com certeza que ele é mexicano, indígena, americano, xamã ou católico. O cara é "fake" em qualquer aspecto. Não tem qualquer cultura nacional, nem religiosa.

Será isso que queremos para o mundo? Um "melting pot" (mistura) sem qualquer vínculo cultural ou religioso.

Para mim, isso é o caminho para a escuridão.

Estou lendo um livro de um dos maiores especialista em inquisição do mundo, Edward Peters. O livro se chama Inquisition e acho que até o momento não há versão em português.  Ainda não acabei de ler, mas já passei da metade. É um livro difícil, pois é bastante técnico e exige pesquisas para entender, mas recomendo fortemente.

Inquisição é um assunto bastante complexo, envolve várias seitas teológicas que remontam séculos, além de teorias jurídicas, política nacional e internacional, poder, moral e cultura.  O autor fala sobre os fatos e também sobre os mitos da Inquisição. Peters diz que o fim da Inquisição trouxe um novo princípio humanista, a tolerância religiosa. Mas fico pensando o que Voltaire, que era um dos grande críticos mais ácidos da Inquisição, pensaria ao ver o suposto índio, suposto mexicano, suposto católico, suposto xamã...

E o pior, como não havia ninguém nem remotamente indígena entre os mortos, fico imaginando o que os parentes das vítimas acharam disso.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Os recordes de João Paulo II




Foi anunciado a beatificação de João Paulo II para o dia 1 de maio. Foram analisados 251 supostos milagres por intercessão do papa. O postulador da causa de beatificação, o sacerdote polonês Slawomir Oder, elegeu entre eles a cura de uma freira francesa.

Ainda devo ler mais sobre este papa, considerado por muitos, católicos ou ateus, o homem do século XX. O feito mais importante de João Paulo II, sem dúvida, foi o combate incessante ao comunismo. Acho que seu maior milagre foi construir a queda do comunismo sem derramar nenhuma gota de sangue. Quem poderia supor isso desde a formação da União Soviética em 1917?

Mas abandono um pouco as minhas férias, apenas para relatar alguns recordes de Karol Wojtyla:

1) Apenas São Pedro  e Pio IX tiveram um pontificado mais longo do que João Paulo II, que permaneceu quase 27 anos como papa;

2) Foi o papa que mais viajou na história. Muita gente viu o papa no mundo. Ele deixou o Vaticano 1.500 vezes, visitando 129 países.

3) João Paulo escreveu o equivalente a 200 volumes de 500 páginas, incluindo 3.500 discursos.

4) João Paulo II beatificou e santificou mais que qualquer papa na história.

5) Ele foi o primeiro papa a entrar em uma sinagoga moderna, em uma igreja protestante e em uma mesquita.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Será só eu?


Ontem, assisti com espanto uma reportagem do Jornal Nacional que dizia que três bombeiros morreram soterrados em Friburgo dentro do próprio carro da corporação.

Será só eu que ficou espantado com a reportagem? Será que não  faltou pelo menos dizer os nomes dos bombeiros? Vão ocorrer homenagens a eles?

Isso certamente não ocorreria nos Estados Unidos. Qualquer um que salve uma vida ou morra tentando salvar tem seu nome divulgado pela imprensa com tanta repetição que até achamos exagerado, mas não é. Parece que o Brasil está acostumado com o descaso, mesmo em relação a própria vida das pessoas.

Em um país que o poder público "viaja de férias" durante calamidades, em que os serviços básicos não são prestados e em que a população realiza ocupações irregulares muitas vezes com apoio do próprio poder público, salva-se apenas os bombeiros. Soldados silenciosos (não vi ninguém entrevistando eles) que enfrentam todos os perigos para salvar vidas ou pelo menos entregar corpos às famílias.

Não vale dizer que é a obrigação deles, pois no Brasil o próprio poder público não cumpre com as suas obrigações. E o pior, quando um governante faz qualquer melhoria usando dinheiro público cumprindo apenas obrigação constitucional  se comporta como se tivesse gastado do próprio bolso fazendo algo fora do comum.

Que Deus Abençoe Esses Bombeiros Anônimos!! Vai aqui a minha homenagem.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

E Sobre o Atirador do Arizona?



 O melhor artigo que li sobre o atirador do Arizona Jared Loughner foi escito por Patrick Archbold.

Ele diz:

Quando atiraram em Kennedy eles culparam a conspiração para derrubá-lo.
Quando atiraram em Martin Luther King a culpa era do racismo.
Quando atiraram no Reagan eles culparam a posse de armas.
Quando Oklhahoma city foi bombardeado, eles culparam a ideologia.
Quando atacaram o World Trade Center, alguns culparam os muçulmanos e outros culparam o próprio Estados Unidos.
Quando um muçulmano disparou contra colegas em uma base do exército a culpa também era dos Estados Unidos.
Quando um homem atira em um juiz, em uma criança e em uma deputada americana, eles culparam...todo mundo.

Esquecem de culpar o próprio atirador. Quando foi a última vez que olhamos para o próprio agente que praticou o mal? Quando voltaremos a ver o pecado das pessoas?

A culpa do tiro nas pessoas no Arizona é do atirador Jared Loughner. Jared rejeitou Deus e fez culto satânico (foto acima de parte da casa de Jared). O site do jornal Daily Mail faz uma descrição da casa dele.  A culpa das mortes é dele, não é de mais ninguém. A deputada Gabrielle Giffords ganhou as eleições parlamentares nos Estados Unidos recentemente no Arizona, em uma mente assassina que queria causar impacto, ela era uma vítima potencial. Ele ainda não se conteve e atirou até em uma criança.

Volto para as minhas férias. Retorno dia 17.

O Que Há de Errado com as Previsões Econômicas? O Mundo é Quase Razoável.

Caros, interrompo as minhas férias para comentar um artigo do Wall Street Journal. Por que esse artigo me chamou a atenção?

Porque tem muito a ver com a minha tese de doutorado. Além disso, o artigo me deu um presente. O autor entrevistou um agente do mercado financeiro e ele citou Chesterton. Pois é, Chesterton também tem muito a falar sobre previsões do mercado financeiro.

O artigo se chama Making Sense of Market Forcasts. Pode-se traduzir o título por: O Que Está Por Trás das Previsões de Mercado. Mas na verdade o autor fala sobre por que as previsões econômicas falham tanto. O autor Jason Weig aponta as causas:

1) Há surpresas não previstas por ninguém;
2) Os economistas não entendem o mercado completamente;
3) Os economistas tendem a manter os resultados do passado ou serem muito extremados;
4) Eles muitas vezes têm diferentes análises frente aos mesmos dados econômicos;
5) Usam muitas informações subjetivas;
6) Quando erram tendem a supervaloriar o erro nas futuras previsões;
7) Os agentes econômicos não observam os erros estatísticos;

Acho que o autor não foi exasutivo nas causas e tão pouco considerou as doutrinas econômicas que já falaram nos erros de previsões, como a escola autríaca de economia fundada no século 19 por Carl Menger, apesar do texto citar Hayek, e a teoria da racionalidade limitada de Herbert Simon. Mas é um boa leitura.

No final, ele diz:

In the end, of course, no approach can make all forecasts hit the target. The late investment consultant Peter Bernstein was fond of quoting a passage from G.K. Chesterton, the novelist and essayist: "The real trouble with this world of ours is not that it is an unreasonable world, nor even that it is a reasonable one. The commonest kind of trouble is that it is nearly reasonable, but not quite. … It looks just a little more mathematical and regular than it is; its exactitude is obvious, but its inexactitude is hidden; its wildness lies in wait."

(No Final, lógico, nenhuma abordagem acerta o alvo em todas as previsões. O consultor de investimento Peter Berstein goat de citar Chesterton, o romancista e ensaísta: "O problema real com este nosso mundo não é a sua falta de razoabilidade, nem mesmo a sua razoabilidade. O problema mais comum é que ele é quase razoável, mas não muito...Ele parece um pouco mais matemáticoe regular do que realmente é, mas sua inexatidão está escondida; sua selvageria está a espreita).