São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, vesículos 19-23, diz:
"Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes. Onde está o sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo? Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem. Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria, mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos.
Eu tenho uma ótima formação formal, consegui doutorado e freqüentei importantes universidades do mundo. Mas não gosto do que chamo de sabedoria da academia. E tenho extrema dificuldade de conversar com os meus pares. Com muita freqüência fico muito mais tranqüilo em conversar com os primeiros da lista telefônica de qualquer cidade, para lembrar a frase de Wllimam Buckley Jr, que disse que preferia entregar o governo dos Estados Unidos aos 400 primeiros da lista telefônica de Boston do que à Universidade de Harvard.
Na academia, quando você respeita o que São Paulo diz você está "por fora". Eu não gosto do que o chamado "Iluminismo" trouxe para a humanidade. Não sou fã nem de Voltaire, muito menos de Rousseau. Para o mesmo período, Edmundo Burke era muito mais brilhante, ele sim viu no que ia dar a Revolução Francesa.
Muitas vezes, os intelectuais me parecem uns completos idiotas.
Por exemplo, estou lendo um livro que recomendo extremamente. Ele se chama History of Warfare e conta a história dos modos de guerra. Logo no primeiro capítulo, o autor, o genial John Keegan, fala da idiotice de alguns intelectuais que queriam, na guerra de independência da Grécia contra a Turquia, reviver a antiga Grécia de Platão e Aristóteles. Esses intelectuais depois viram, com dificuldade, que os gregos não eram nem de longe sábios como os filósofos.
Esses intelectuais esqueceram que tanto Platão como Aristóteles foram, em vida, perseguidos pelos seus próprios conterrâneos. Isto é, a Grécia antiga não era o que pensavam os intelectuais do século 19.
São Tomás de Aquino, o "Doutor Angélico", certa vez, diante de um crucifixo em Nápoles, ouviu estas palavras de Jesus: “Bem tem você escrito sobre Mim, Tomás, o que devo te dar em recompensa?" São Tomás respondeu: “Nada senão a Ti mesmo, meu Senhor". Em latim, São Tomás disse: Nil, Nisi Te, Domine. Em inglês: Naught save Thyself, O Lord.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Pew Research Center
Nos Estados Unidos, há pesquisas sobre tudo. Um centro de pesquisa que gosto particularmente é o Pew Reseach Center. Recentemente, o centro descobriu que boa parte dos americanos acha que o Obama é muçulmano (cerca de 20%) e não cristão, como ele de vez em quando argumenta. Sobre isso, acho que o problema é que na verdade o povo americano não sabe ainda quem é Obama. Para mim, ele é um teólogo de esquerda que tem um elevadíssimo conceito de si mesmo, por isso segue políticas que têm baixo apoio popular ou parece não ter preocupação com a estabilidade fiscal do país.
Mas uma pesquisa muito interessante do Pew Research é aquela em que se procura ver o que os americanos sabem sobre o processo político e a situação econômica do país.
No dia 28 de janeiro deste ano, Pew Research fez, por exemplo, as seguintes perguntas aos americanos (respostas entre parênteses e porcentagem de acerto em seguida):
1) Qual país que é o maior credor dos Estados Unidos (China) – 59% acertaram;
2) Quanto do petróleo que é consumido pelos Estados Unidos é importado (2/3) – 57% acertaram;
3) Quem é o líder do governo no senado (Harry Reid) – 39% acertaram;
4) Quantos senadores republicanos votaram pela reforma na saúde de Obama (nenhum) – 32% acertaram;
5) Quem é o líder do partido republicano (Michael Steele) – 32% acertaram;
6) Em que país foi treinado o terrorista que tentou explodir um avião no Natal de 2009 (Iêmen) - 50% acertaram;
Atualmente, há um teste no site do Pew Research em que se fazem perguntas sobre a atualidade e depois mostra se você está ou não bem informado, comparado com os que responderam as perguntas também. Fiz o teste e fiquei satisfeito com o meu resultado. Se quiserem, podem tentar vocês mesmos em: http://pewresearch.org/politicalquiz/
Eu gostaria muito de ver este tipo de pesquisa sendo feita regularmente no Brasil. Durante o processo eleitoral atual, muitos falaram que grande parte dos brasileiros não sabia que a Dilma Rousseff era a candidata do Lula. Fiquei assustado com isso. Quantos brasileiros saberiam responder então quem é o líder do Congresso, quem é o ministro da Fazenda, o que faz o STF, para que serve o TCU, qual a importância da agricultura para as nossas importações, o que produz a Vale, a quem pertence a Petrobras, o que é Mercosul...
Mas uma pesquisa muito interessante do Pew Research é aquela em que se procura ver o que os americanos sabem sobre o processo político e a situação econômica do país.
No dia 28 de janeiro deste ano, Pew Research fez, por exemplo, as seguintes perguntas aos americanos (respostas entre parênteses e porcentagem de acerto em seguida):
1) Qual país que é o maior credor dos Estados Unidos (China) – 59% acertaram;
2) Quanto do petróleo que é consumido pelos Estados Unidos é importado (2/3) – 57% acertaram;
3) Quem é o líder do governo no senado (Harry Reid) – 39% acertaram;
4) Quantos senadores republicanos votaram pela reforma na saúde de Obama (nenhum) – 32% acertaram;
5) Quem é o líder do partido republicano (Michael Steele) – 32% acertaram;
6) Em que país foi treinado o terrorista que tentou explodir um avião no Natal de 2009 (Iêmen) - 50% acertaram;
Atualmente, há um teste no site do Pew Research em que se fazem perguntas sobre a atualidade e depois mostra se você está ou não bem informado, comparado com os que responderam as perguntas também. Fiz o teste e fiquei satisfeito com o meu resultado. Se quiserem, podem tentar vocês mesmos em: http://pewresearch.org/politicalquiz/
Eu gostaria muito de ver este tipo de pesquisa sendo feita regularmente no Brasil. Durante o processo eleitoral atual, muitos falaram que grande parte dos brasileiros não sabia que a Dilma Rousseff era a candidata do Lula. Fiquei assustado com isso. Quantos brasileiros saberiam responder então quem é o líder do Congresso, quem é o ministro da Fazenda, o que faz o STF, para que serve o TCU, qual a importância da agricultura para as nossas importações, o que produz a Vale, a quem pertence a Petrobras, o que é Mercosul...
sábado, 28 de agosto de 2010
Blair e Brown
Eles são escoseses, dividiram o mesmo escritório e eram muito próximos. E, segundo alguns, decidiram não concorrer um contra o outro para serem líderes do partido trabalhista inglês. Tony Blair torunou-se primeiro ministro inglês em 1997, como o mais novo primeiro ministro desde 1812. Em seu governo, que durou 10 anos, levou seu partido mais para o centro, no que foi chamado de New Labour. E forneceu apoio para ações do governo Bush dos Estados Unidos na guerra contra o terror. Gordon Brown foi ministro das finanças de Blair (Chancellor of the Excherquer), mas a relação dos dois foi bastante tempestuosa.
Agora, o jornal The Sunday Telegraph revela que o governo americano alertou Blair que não gostou de Brown e não via com bons olhos que este o sucedesse. Brown havia se mostrado raivoso durante uma reunião em Washington com a Condoleezza Rice, em 2007. Brown está a esquerda de Blair ideologicamente e é menos inteligente e articulado do que Blair.
A partir daí, Blair passou a tentar se manter no poder até 2008 e procurou preparar David Milliband (seu ministro do meio ambiente), mas foi surpreendido pela eleição de Brown como líder em junho de 2007. Renunciou e, três dias depois, Gordon Brwon era o novo primeiro ministro.
Tony Blair vai lançar uma autobiografia chamada A Journey esta semana. Veremos se ele confirma a reação norte-americana a possível ascendência de Brown.
O governo de Blair procurou uma posição mais de centro para o partido trabalhista mas não executou reformas importantes e inchou o estado, aumentando em muito a burocracia. O governo Brown foi um desastre que durou três anos. No final do governo, durante a crise econômica, Brown, para mim, era um poço de más idéias. Acabou passando o poder para uma coalizão esdrúxula formada por conservadores e a extrema esquerda.
Durnate seu governo, Gordon Brown foi acusado de ameaçar servidores públicos e foi visto em plena campanha xingando uma eleitora de fanática quando ela perguntou sobre imigração. Depois teve que ir à casa da eleitora para se desculpar.
Parece que os americanos estavam certos. Não só eles, mas os ingleses também tiveram dificuldade para lidar com Brown.
Agora, o jornal The Sunday Telegraph revela que o governo americano alertou Blair que não gostou de Brown e não via com bons olhos que este o sucedesse. Brown havia se mostrado raivoso durante uma reunião em Washington com a Condoleezza Rice, em 2007. Brown está a esquerda de Blair ideologicamente e é menos inteligente e articulado do que Blair.
A partir daí, Blair passou a tentar se manter no poder até 2008 e procurou preparar David Milliband (seu ministro do meio ambiente), mas foi surpreendido pela eleição de Brown como líder em junho de 2007. Renunciou e, três dias depois, Gordon Brwon era o novo primeiro ministro.
Tony Blair vai lançar uma autobiografia chamada A Journey esta semana. Veremos se ele confirma a reação norte-americana a possível ascendência de Brown.
O governo de Blair procurou uma posição mais de centro para o partido trabalhista mas não executou reformas importantes e inchou o estado, aumentando em muito a burocracia. O governo Brown foi um desastre que durou três anos. No final do governo, durante a crise econômica, Brown, para mim, era um poço de más idéias. Acabou passando o poder para uma coalizão esdrúxula formada por conservadores e a extrema esquerda.
Durnate seu governo, Gordon Brown foi acusado de ameaçar servidores públicos e foi visto em plena campanha xingando uma eleitora de fanática quando ela perguntou sobre imigração. Depois teve que ir à casa da eleitora para se desculpar.
Parece que os americanos estavam certos. Não só eles, mas os ingleses também tiveram dificuldade para lidar com Brown.
O Estado como Babá e Perigo Moral
Quem no Brasil seria contra o estado brasileiro realizar as seguintes políticas:
1) Fazer seguro para quem mora em áreas de risco de enchentes ou desabamento;
2) Aumentar e ampliar o seguro desemprego;
3) Dar recursos financeiros para aqueles que não têm onde morar;
4) Fornecer seringas para viciados;
5) Fornecer clínicas ou medicamentos para abortos?
Eu seria contra. Acho que há limites para o Estado, ele não pode ser nossa babá e devemos assumir nossos erros e riscos.
Não podemos morar em encostas e receber seguro pago com dinheiro público. O seguro desemprego ajuda mas não deve desestimular a busca por emprego. Aquele que não tem onde morar deve ter um abrigo a disposição, mas não pode ficar confortável com essa situação (o argumento serve para o Bolsa Família). Os viciados não devem obter suporte para continuar no vício. E acima de tudo, o Estado deve defender a vida humana, seja ela de 20 anos ou ainda em gestação.
Nos Estados Unidos muitos estariam comigo, na Europa, menos, e no Brasil? Pouco se discute isso, e muitos se calam quando o Estado realiza políticas que avançam sobre a liberdade ou dão apoio para o erro.
Em termos de economia, podemos dizer, como Thomas Sowell argumenta, que o Estado, ao realizar aqueles tipos de política acima, estimula o chamado "perigo moral". Isto é, a pessoa se comporta mais ainda contra o que seria desejado. Por exemplo, quando você compra um seguro de um carro, você não se preocupa tanto em deixá-lo em uma vizinhança perigosa ou deixá-lo com as portas abertas. Quando você tem apoio do Estado se ocorrer um desabamento, por que vai deixar de construir uma casa em uma encosta? Se o Estado lhe fornece seringa para injetar droga, ele reduz o risco associado com o vício, e, assim estimula o vício. Se o Estado lhe dar todo o apoio para abortar, por que você vai se preocupar tanto com a possibilidade de engravidar?
1) Fazer seguro para quem mora em áreas de risco de enchentes ou desabamento;
2) Aumentar e ampliar o seguro desemprego;
3) Dar recursos financeiros para aqueles que não têm onde morar;
4) Fornecer seringas para viciados;
5) Fornecer clínicas ou medicamentos para abortos?
Eu seria contra. Acho que há limites para o Estado, ele não pode ser nossa babá e devemos assumir nossos erros e riscos.
Não podemos morar em encostas e receber seguro pago com dinheiro público. O seguro desemprego ajuda mas não deve desestimular a busca por emprego. Aquele que não tem onde morar deve ter um abrigo a disposição, mas não pode ficar confortável com essa situação (o argumento serve para o Bolsa Família). Os viciados não devem obter suporte para continuar no vício. E acima de tudo, o Estado deve defender a vida humana, seja ela de 20 anos ou ainda em gestação.
Nos Estados Unidos muitos estariam comigo, na Europa, menos, e no Brasil? Pouco se discute isso, e muitos se calam quando o Estado realiza políticas que avançam sobre a liberdade ou dão apoio para o erro.
Em termos de economia, podemos dizer, como Thomas Sowell argumenta, que o Estado, ao realizar aqueles tipos de política acima, estimula o chamado "perigo moral". Isto é, a pessoa se comporta mais ainda contra o que seria desejado. Por exemplo, quando você compra um seguro de um carro, você não se preocupa tanto em deixá-lo em uma vizinhança perigosa ou deixá-lo com as portas abertas. Quando você tem apoio do Estado se ocorrer um desabamento, por que vai deixar de construir uma casa em uma encosta? Se o Estado lhe fornece seringa para injetar droga, ele reduz o risco associado com o vício, e, assim estimula o vício. Se o Estado lhe dar todo o apoio para abortar, por que você vai se preocupar tanto com a possibilidade de engravidar?
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Madre Teresa
Ontem fez 100 anosde nascimento de Agnes Gonxha Bojaxhiu, que passou a ser conhecida na década de 30 como Madre de Teresa de Calcutá. Nascida na atual Macedônia, Madre Teresa morreu em 1997 e foi beatificada por João Paulo II em 2003.
No dia 10 de setembro de 1946, em uma viagem de Calcutá para Darjeeling, Madre Teresa recebeu um chamado de Jesus Cristo para que se dedicasse aos pobres e doentes. Deixou o convento e passou a entrar nas favelas de Calcutá para realizar o chamado de Cristo. Em 1950, fundou as Missionárias de Cristo que hoje está em 123 países. Fundou inúmeros centros de ajuda, que incluem orfanatos, hospitais para leprosos, hospitais para doentes terminais, escolas, lares para doentes de AIDS e para turbeculoses. Recebeu diversas comendas de diversos países em vida e, em 1979, recebeu o prêmio nobel da Paz.
Mesmo sendo uma pessoa que expressava extrema fé em Jesus Cristo, passou por muitos períodos de dúvida. Sentiu vazio, escuridão e falta de fé, o que é comum entre diversos santos, mas nos quais se perguntava por que trabalhava tanto, se Deus não existia. No entanto, manteve-se forte para espalhar suas instituições que levavam o amor a Jesus Cristo pelo mundo.
Mesmo durante sua vida, enfrentou ataques sobre o modo que administrava seus hospitais, sua Congregação e as doações que recebia.
Madre Teresa ajudou milhões de pessoas especialmente em países muito pobres. Em muitos deles o Cristianismo não é a primeira religião, como a Índia em que o Hinduísmo e Islamismo dominam. Nunca questionou a fé de ninguém e nem os intuitos daqueles que queriam ajudar nas suas missões. Ela era dedicada a servir os outros, mesmo em volta de suas dúvidas e de imensas dificuldades da pobreza e da ausência de Cristo nos corações dos doentes. Era uma santa.
No dia 10 de setembro de 1946, em uma viagem de Calcutá para Darjeeling, Madre Teresa recebeu um chamado de Jesus Cristo para que se dedicasse aos pobres e doentes. Deixou o convento e passou a entrar nas favelas de Calcutá para realizar o chamado de Cristo. Em 1950, fundou as Missionárias de Cristo que hoje está em 123 países. Fundou inúmeros centros de ajuda, que incluem orfanatos, hospitais para leprosos, hospitais para doentes terminais, escolas, lares para doentes de AIDS e para turbeculoses. Recebeu diversas comendas de diversos países em vida e, em 1979, recebeu o prêmio nobel da Paz.
Mesmo sendo uma pessoa que expressava extrema fé em Jesus Cristo, passou por muitos períodos de dúvida. Sentiu vazio, escuridão e falta de fé, o que é comum entre diversos santos, mas nos quais se perguntava por que trabalhava tanto, se Deus não existia. No entanto, manteve-se forte para espalhar suas instituições que levavam o amor a Jesus Cristo pelo mundo.
Mesmo durante sua vida, enfrentou ataques sobre o modo que administrava seus hospitais, sua Congregação e as doações que recebia.
Madre Teresa ajudou milhões de pessoas especialmente em países muito pobres. Em muitos deles o Cristianismo não é a primeira religião, como a Índia em que o Hinduísmo e Islamismo dominam. Nunca questionou a fé de ninguém e nem os intuitos daqueles que queriam ajudar nas suas missões. Ela era dedicada a servir os outros, mesmo em volta de suas dúvidas e de imensas dificuldades da pobreza e da ausência de Cristo nos corações dos doentes. Era uma santa.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
China - Uma nova URSS ainda mais forte?
O jornal The China Post disse hoje que a China está alertando seus vizinhos, Coréia do Sul e Vietnã, para que eles não se aproximem muito dos Estados Unidos. Pois os americanos não poderão socorrê-los se forem atacados, uma vez que está geograficamente muito longe e está em decadência econômica.
Tanto a Coréia do Sul como o Vietnã realizam exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos.
Para a Coréia, a China alerta que as manobras militares com os americanos apenas reforçaria o medo na Coréia do Norte e a faria realizar mais ações de risco. Bom que se lembre que esses exercícios militares acontecem DEPOIS que a Coréia do Norte afundou um navio sul coreano matando 46 tripulantes. Então, a lógica chinesa parece brincadeira: se for atacado melhor não reagir pois isso faria seu inimigo atacá-lo mais. Essa lógica não tem registro histórico de sucesso entre países. O não revide só reforça a sensação de potência do agressor.
Quanto ao Vietnã, que também passou a realizar manobras militares com os americanos, a China foi ainda mais beligerante.
A porta-voz do ministério das relações exteriores da China, Jiang Yu, disse que "se a China e o Vietnã entrarem em guerra, nenhum navio de guerra de outro país poderia assegurar a segurança do Vietnã" ("Should China and Vietnam truly come into military clashes, no aircraft carrier of any country can ensure it to remain secure") e que Hanoi não deveria superestimar a capacidade do Tio Sam de proteger. ("Hanoi might well overestimate the capacity of Uncle Sam's protective umbrella”)
A China também ressalta que os Estados Unidos estao em guerra no Afeganistão e no Iraque, e enfrenta uma forte crise financeira.
Poderia lembrar também que a China é o maior credor dos Estados Unidos. Uma coisa que a ex-URSS nunca foi. Hoje, o PIB russo é menor do que o do Brasil, o da China é o segundo maior do mundo.
Será que a China está abandonando a política de boa vizinhança para mostrar que manda na região?
Se quiserem ver o original, cliquem em:
http://www.chinapost.com.tw/commentary/the-china-post/frank-ching/2010/08/25/270009/China-warns.htm
Tanto a Coréia do Sul como o Vietnã realizam exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos.
Para a Coréia, a China alerta que as manobras militares com os americanos apenas reforçaria o medo na Coréia do Norte e a faria realizar mais ações de risco. Bom que se lembre que esses exercícios militares acontecem DEPOIS que a Coréia do Norte afundou um navio sul coreano matando 46 tripulantes. Então, a lógica chinesa parece brincadeira: se for atacado melhor não reagir pois isso faria seu inimigo atacá-lo mais. Essa lógica não tem registro histórico de sucesso entre países. O não revide só reforça a sensação de potência do agressor.
Quanto ao Vietnã, que também passou a realizar manobras militares com os americanos, a China foi ainda mais beligerante.
A porta-voz do ministério das relações exteriores da China, Jiang Yu, disse que "se a China e o Vietnã entrarem em guerra, nenhum navio de guerra de outro país poderia assegurar a segurança do Vietnã" ("Should China and Vietnam truly come into military clashes, no aircraft carrier of any country can ensure it to remain secure") e que Hanoi não deveria superestimar a capacidade do Tio Sam de proteger. ("Hanoi might well overestimate the capacity of Uncle Sam's protective umbrella”)
A China também ressalta que os Estados Unidos estao em guerra no Afeganistão e no Iraque, e enfrenta uma forte crise financeira.
Poderia lembrar também que a China é o maior credor dos Estados Unidos. Uma coisa que a ex-URSS nunca foi. Hoje, o PIB russo é menor do que o do Brasil, o da China é o segundo maior do mundo.
Será que a China está abandonando a política de boa vizinhança para mostrar que manda na região?
Se quiserem ver o original, cliquem em:
http://www.chinapost.com.tw/commentary/the-china-post/frank-ching/2010/08/25/270009/China-warns.htm
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Salvem a Europa, Esqueçam as Vidas Humanas
Reportagem do jornal Daily Express mostra que parece ser esta a mensagem da legislação européia: "O que importa é a Europa não os humanos". (ver em: http://www.express.co.uk/posts/view/195115/-Lives-at-risk-as-EU-bans-checks-on-foreign-nurses)
A União Européia alertou o Reino Unido que o país NÃO pode fazer testes nas enfermeiras vindas dos estados membros, porque isso seria discriminação. Essas enfermeiras podem trabalhar no Reino Unido sem realizar testes de capacidade ou mesmo de proficiência na língua inglesa.
Enquanto, as próprias emfermeiras inglesas e aquelas vindas de fora da União Européia são obrigadas a provar suas habilidades antes de se dedicar a profissão, aquelas provenientes da França, Alemanha, Polônia ou de Portugal não precisam.
Não há outro resultado para essa política estúpida: elevação do risco de morte.
A União Européia alertou o Reino Unido que o país NÃO pode fazer testes nas enfermeiras vindas dos estados membros, porque isso seria discriminação. Essas enfermeiras podem trabalhar no Reino Unido sem realizar testes de capacidade ou mesmo de proficiência na língua inglesa.
Enquanto, as próprias emfermeiras inglesas e aquelas vindas de fora da União Européia são obrigadas a provar suas habilidades antes de se dedicar a profissão, aquelas provenientes da França, Alemanha, Polônia ou de Portugal não precisam.
Não há outro resultado para essa política estúpida: elevação do risco de morte.
Israel, Palestina, Irã, Iraque, Afeganistão, Paquistão...
Com mundo imerso em uma situação que envolve: a) guerra no Afeganistão contra as milícias radicais do Talibã; b) inundação colossal no Paquistão em que perecem milhões de vidas; c) risco que Paquistão aumente seus laços com o Talibã no país vizinho; d) Iraque sem governo e possível aumento da influência do xiita Irã no país, com a saída das tropas norte-americanas; e) Rússia fornecendo combustível nuclear ao Irã; e f) Irã aumentando as tensões exibindo aviões teleguiados, os Estados Unidos querem iniciar um nova negociação de paz entre Israel e palestinos.
Mesmo que a gente elimine todos os problemas geopolíticos e militares citados acima, devemos considerar que essa negociação envolve:
1) Palestina dividida ideologicamente e geograficamente entre Fatah, na Cisjordânia, e Hamas, na Faixa de Gaza.
2) Oriente médio continua formado por países que querem ficar longe dos palestinos, por receio de problemas internos que possam mudar o status quo de várias ditaduras;
3) Israel, como é comum, sendo liderado por um governo de coalizão, o que enfraquece a negociação, e cheio de disputas internas entre os próprios judeus;
4) Um presidente americano que é olhado com desconfiança tanto por palestinos quanto por israelenses e em franca decadência.
Por que os Estados Unidos, então, querem chamar para negociação dois oponentes que já mostraram em tantas outras ocasiões que não cumprem as promessas de diversos acordos, mesmo estando em situações bem melhores do que se encontram hoje?
Para George Friedman a justificativa está em que os Estados Unidos não perdem nada com isso, e tanto para Palestina quanto para Israel é muito mais fácil aceitar o convite do que recusar, mesmo sabendo que qualquer acordo trará imenso risco político.
Friedman não discute o leque de condições internacionais que citei acima nem a relação da nova negociação com queda de popularidade de Obama, mas fez um ótimo artigo (em inglês) sobre o tema em http://www.stratfor.com/weekly/20100823_israeli_and_palestinian_peace_talks_again. Recomendo.
domingo, 22 de agosto de 2010
1940 - Serviço de Inteligência
Na sexta-feira passada, fez 70 anos que Churchill disse: “Never in the field of human conflict was so much owed by so many to so few" (Nunca na história dos conflitos humanos tantos deveram tanto para tão poucos). Essa frase mostra que Churchill entendeu e soube passar a seus compatriotas que a civilização humana estava em jogo na guerra contra o nazismo.
Do verão de 1940 (entre junho e setembro) até meados de outubro do mesmo ano, ocorreu a Batalha da Grã-Bretanha. Quando a força aérea alemã (Luftwaffe) tentou destruir a Royal Air Force (RAF) da Inglaterra. Foi neste período que Churchill disse aquela frase. Dois dias após o pior dia de combate (18 de agosto de 1940) entre as duas armadas aéreas. Os números acima retirados do site da BBC mostram que a RAF perdeu menos em aeronaves e em homens do que a Luftwaffe. A RAF perdeu 1.012 aeronaves e 537 pilotos, e a Luftwaffe, 1918 e 2.662, respectivamente. Os alemães não conseguiram vencer os ingleses e tiveram que abandonar a conquista da Grã-Bretanha.
Especialistas apontam que os principais problemas dos alemães foram provocados por falhas na inteligência, que subestimou o sistema de radar dos ingleses, não conhecia a divisão de comando da RAF e ainda supôs melhores condições climáticas.
Por falar em inteligência, ontem fez 70 anos de uma ação de inteligência: o assassinato de Leon Trotsky no México por um comunista espanhol, agente de Stálin, chamado Jaime Ramón Mercader del Río Hernández. Hernández, depois que saiu da prisão, foi condecorado tanto por Stálin como por Fidel Castro. Morreu em Cuba em 1978 e seu corpo está em Moscou.
Destaco o aspecto de que Stálin não precisou de um russo para matar um desafeto político. Aliás, o comunismo durante e após a Segunda Guerra conseguiu alavancar espiões dentro dos países capitalistas simplesmente pela ideologia. Entre tantos destaco os que ficaram conhecidos como Cambridge Five: Kim Philby (codinome: Stanley), Donald Duart Maclean (codinome: Homer), Guy Burgess (codinome: Hicks), Anthony Blunt (codinome: Johnson) e John Cairncross (codinome: Liszt).
Todos eram comunistas e foram membros da Universidade de Cambridge no Reino Unido na década de 30.
Realmente, não sei onde há mais comunistas se é nas universidades ou nos jornais, em qualquer lugar do mundo. No Brasil, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) entra forte na competição.
Como disse William Buckley Junior, com receio do comunismo nas universidades: "I'd rather entrust the government of the United States to the first 400 people listed in the Boston telephone directory than to the faculty of Harvard University". (Eu prefereria entregar o governos dos Estados Unidos para os primeiros 400 da lista telefônica de Boston do que à Universidade de Harvard).
Bom, só para lembrar, o Obama é de Harvard e uma das primeiras providências dele quando assumiu a presidência foi devolver o busto de Churchill que estava na Casa Branca para a Inglaterra.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Julgais que vim trazer paz à terra?
Li, hoje, dois artigos que me fizeram lembrar a discussão entre guerra e paz. A guerra é um mal em si? Ou ela pode ser justificada?
Os artigos são:
1) How to Win the Clash of Civilizations, de Ayaan Hirsi Ali, publicado no Wall Street Journal, ontem. Este artigo discute a necessidade da civilização cristã se defender. Ver em: http://online.wsj.com/article/NA_WSJ_PUB:SB10001424052748703426004575338471355710184.html
2) The Most Interesting Man Alive?, de Matthew Hanley, publicado no site The Catholic Thing, hoje. Este artigo fala sobre um autor chamado Theodore Dalrymple, que é ateu, mas escreveu sobre a necessidade do mundo ocidental se defender do barbarismo no livro chamado The New Vichy Syndrome. O artigo pode ser lido em http://www.thecatholicthing.org/
Para a tradição católica, a guerra não é um mal em si. Pelo simples fato que não foi tratada assim em toda a Bíblia, mesmo no Novo Testamento, em que há um abordagem mais pacífica trazida por Cristo. Cristo, por exemplo, não condenou a profissão do soldado (na passagem em que elogia a fé de um centurião) e agiu de forma agressiva com os mercadores do templo.
Aliás, o próprio Cristo disse que não veio trazer paz, Ele, em S. Lucas (12,51), diz: "Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação."
Cristo trouxe vários tipos de separação:
1) Entre os seus (judeus). Agora há os cristãos;
2) Entre o velho e o novo testamento. Cristo é a nova aliança; e
3) Principalmente, Cristo trouxe a separação ao dizer onde esta a verdade, a justiça e o bem;
Na defesa desses princípios, por vezes, é necessário usar a força. Pois o cristão tem de defender valores inegociáveis. Mas não é apenas na defesa desses princípios que a força é justificada.
São Paulo justifica o poder de policia do Estado na Carta aos Romanos capitulo 13: "Que todos se submetam às autoridades públicas, pois não existe autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade opõe-se à ordem querida por Deus, e os que se opõem receberão a condenação. É que os detentores do poder não são temidos por quem pratica o bem, mas por quem pratica o mal...Mas, se fazes o mal, então deves ter medo, pois para alguma coisa ela traz a espada. De fato, ela está ao serviço de Deus para castigar aquele que pratica o mal. É por isso que é necessário submeter-se, não só por medo do castigo, mas também por razões de consciência. É também por essa razão que pagais impostos; aqueles que têm de se ocupar disso são funcionários de Deus. Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto, a quem se deve o imposto; a taxa, a quem se deve a taxa; o respeito, a quem se deve o respeito; a honra, a quem se deve a honra."
Santo Agostinho e São Tomas de Aquino defenderam a guerra justa. São Tomas estabeleceu, inclusive, as regras para que se faça essa guerra: 1) Declarada por autoridade legítima; 2) Causa Justa; 3) Intenção correta (não deve ser feita por desejos territoriais, por exemplo).
Os artigos acima me lembraram esse debate importante. Pena que estão em inglês. Mas, infelizmente, não há esse tipo de discussão no Brasil. Alias, muitas vezes, acho que Cristo na America Latina é confundido com um hippie que defende "paz e amor". O hippie não quer o mal de ninguém, mas também não tem regras para o bem, para a verdade e para a justiça. A idéia hippie é uma completa escuridão moral.
Esse debate de guerra justa também sempre remete às Cruzadas que ocorreram a partir do século XI.
Para melhor conhecer esse assunto recomendo os livros de Jonathan Riley-Smith, editor, por exemplo, do livro da Universidade de Oxford sobre a história das Cruzadas. Ele tem muitos livros sobre Cruzadas, mostrando onde está o mito e a realidade das batalhas que envolveram cristãos e muçulmanos. Para saber mais sobre o autor: http://www.crusades-encyclopedia.com/jonathanrileysmith.html
Os artigos são:
1) How to Win the Clash of Civilizations, de Ayaan Hirsi Ali, publicado no Wall Street Journal, ontem. Este artigo discute a necessidade da civilização cristã se defender. Ver em: http://online.wsj.com/article/NA_WSJ_PUB:SB10001424052748703426004575338471355710184.html
2) The Most Interesting Man Alive?, de Matthew Hanley, publicado no site The Catholic Thing, hoje. Este artigo fala sobre um autor chamado Theodore Dalrymple, que é ateu, mas escreveu sobre a necessidade do mundo ocidental se defender do barbarismo no livro chamado The New Vichy Syndrome. O artigo pode ser lido em http://www.thecatholicthing.org/
Para a tradição católica, a guerra não é um mal em si. Pelo simples fato que não foi tratada assim em toda a Bíblia, mesmo no Novo Testamento, em que há um abordagem mais pacífica trazida por Cristo. Cristo, por exemplo, não condenou a profissão do soldado (na passagem em que elogia a fé de um centurião) e agiu de forma agressiva com os mercadores do templo.
Aliás, o próprio Cristo disse que não veio trazer paz, Ele, em S. Lucas (12,51), diz: "Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação."
Cristo trouxe vários tipos de separação:
1) Entre os seus (judeus). Agora há os cristãos;
2) Entre o velho e o novo testamento. Cristo é a nova aliança; e
3) Principalmente, Cristo trouxe a separação ao dizer onde esta a verdade, a justiça e o bem;
Na defesa desses princípios, por vezes, é necessário usar a força. Pois o cristão tem de defender valores inegociáveis. Mas não é apenas na defesa desses princípios que a força é justificada.
São Paulo justifica o poder de policia do Estado na Carta aos Romanos capitulo 13: "Que todos se submetam às autoridades públicas, pois não existe autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade opõe-se à ordem querida por Deus, e os que se opõem receberão a condenação. É que os detentores do poder não são temidos por quem pratica o bem, mas por quem pratica o mal...Mas, se fazes o mal, então deves ter medo, pois para alguma coisa ela traz a espada. De fato, ela está ao serviço de Deus para castigar aquele que pratica o mal. É por isso que é necessário submeter-se, não só por medo do castigo, mas também por razões de consciência. É também por essa razão que pagais impostos; aqueles que têm de se ocupar disso são funcionários de Deus. Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto, a quem se deve o imposto; a taxa, a quem se deve a taxa; o respeito, a quem se deve o respeito; a honra, a quem se deve a honra."
Santo Agostinho e São Tomas de Aquino defenderam a guerra justa. São Tomas estabeleceu, inclusive, as regras para que se faça essa guerra: 1) Declarada por autoridade legítima; 2) Causa Justa; 3) Intenção correta (não deve ser feita por desejos territoriais, por exemplo).
Os artigos acima me lembraram esse debate importante. Pena que estão em inglês. Mas, infelizmente, não há esse tipo de discussão no Brasil. Alias, muitas vezes, acho que Cristo na America Latina é confundido com um hippie que defende "paz e amor". O hippie não quer o mal de ninguém, mas também não tem regras para o bem, para a verdade e para a justiça. A idéia hippie é uma completa escuridão moral.
Esse debate de guerra justa também sempre remete às Cruzadas que ocorreram a partir do século XI.
Para melhor conhecer esse assunto recomendo os livros de Jonathan Riley-Smith, editor, por exemplo, do livro da Universidade de Oxford sobre a história das Cruzadas. Ele tem muitos livros sobre Cruzadas, mostrando onde está o mito e a realidade das batalhas que envolveram cristãos e muçulmanos. Para saber mais sobre o autor: http://www.crusades-encyclopedia.com/jonathanrileysmith.html
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Mercado Financeiro: 10 Razões para se Preocupar
Em um artigo no Wall Street Journal na sexta-feira passada, Brett Arends expõs 10 razões para que os investidores se preocupem com um possível crash (queda abrupta dos valores das ações) na bolsa americana. Este post, de certa forma, completa o que escrevemos no post chamado "Mau Agouro Hindenburg".
Como lembra Arends, não estamos prevendo o futuro, mas expondo as condições do mercado atualmente e mostrando o que ele aponta para o futuro.
Aqui vão as 10 razões de Arends:
1) O mercado já está caro. Os valores das ações não refletem proximidade com os riscos associados.
2) O Banco Central americano (FED) está nervoso com a deflação e aumenta a base mometária. Isso deve reduzir os juros de longo prazo.
3) Muita gente está na base compradora. Isto é, muita gente está achando que o mercado deve ser positivo no futuro. O tempor para comprar é quando muita gente está achando que o mercado vai cair.
4) Deflação já é um fato. Os preços ao consumidor está em queda o que afeta os preços de todos os ativos (casas, salários, etc.). Mas a economia americana está muito endividada. Deve haver dificuldades para honrar as dívidas.
5) As pessoas estão devendo muito.
6) O desemprego está muito elevado.
7) O mercado imobiliário está um desastre. Bancos aumentaram a retomada de imóveis não pagos.
8) Dia do Trabalho está chegando. Essa é uma razão psicológica. A maioria das crises nas bolsas americanas ocorreram entre setembro e outubro. O Dia do Trabalho nos Estados Unidos este ano cai no dia 6 de setembro.
9) A administração Obama não consegue estabelecer liderança, mostrar caminhos.
10) Todos os indicadores estão apresentando sinais pelo menos amarelos.
Arends conclui: "Diante de todas essas circunstâncias, eu ficaria feliz de comprar ações baratas se elas tivessem baratas, mas não se elas estivessem caras. Vê a razão 1 acima (In this environment, I might be happy to buy shares if they were cheap. But not so much if they're expensive. See No. 1 above.)
terça-feira, 17 de agosto de 2010
E Por Falar em Prenúncio de Desgraça
Abaixo falei do Hindenburg Omen que é prenúncio de desgraça no mercado financeiro. Mas há outro prenúncio bem pior anunciado hoje.
John Bolton, ex-embaixador americano na ONU, disse hoje que Israel tem três dias para atacar o usina nuclear do Irã de Bushehr (foto acima), antes que a Rússia forneça urânio ao país (ver meu post " Dia de Rússia" de sexta-feira passda).
Segundo Bolton, depois que houver fornecimento de urânio, a partir de sexta-feira que vem, qualquer ataque provocará vazamento de material radioativo com consequências terríveis para a populaçao civil.
Mau Agouro Hindenburg
Na semana passada, a ocorrência da sexta-feira 13 veio junto do Mau Agouro Hindenburg (Hindenburg Omen). Realmente não é uma boa junção de fatos.
O Hindenburg Omen é uma combinação de fatores financeiros que ocorrem na bolsa norte-americana de Nova Iorque, como um prenúncio para crash na bolsa (queda abrupta nos valores das ações). Os fatores indicados pelo Hindenburg Omen ocorreram em todos os crashes na bolsa desde 1987. Mas, felizmente, nem toda vez que ocorreram os fatores houve crashes. Analistas de mercado dizem que em 25% das chances que houve o Hindenburg Omen ocorreu crash.
O nome do fenômeno remete a um acidente ocorrido em Nova Jersey em 1937 com o dirigível nazista Hindenburg, quando 35 pessoas morreram. A foto acima mostra o momento do acidente.
O Hindenburg Omen foi criado em 1995 pelo matemático cego James Hikka e usa dados estatísticos que observam a ocorrência das últimas novas baixas e novas altas nas últimas 52 semanas, além de outros critérios. O prazo para o crash depois do Hindenburg Omen é de 40 dias. O site da Wikipedia oferece todos os fatores para que se registre um Hindenburg Omen (http://en.wikipedia.org/wiki/Hindenburg_Omen).
O Jornal Wall Street Journal entrevistou Mikka no sábado. Ele disse que não sabe se é uma boa hora para salvar o mercado e concluiu usando bastante humor: “Eu estarei dançando próximo da porta”. (I'll be dancing close to the door).
As medidas econômicas do Obama não estão surtindo efeito e as reações disso atingirão o mundo. Um crash na bolsa de Nova Iorque é um crash internacional. O Hindenburg Omen é um mau agouro para todos.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Neo e Velho Ateísmos
Constantemente, o biólogo Richard Dawkins fala muito mais de religião do que de sua especialidade. Especialmente depois que publicou um livro chamado “Deus, um Delírio” e depois de aparecer aprovando a campanha mostrada na foto acima, que defende que Deus não existe.
A frase no ônibus diz: “Deus Provavelmente Não Existe. Então, Pare de se Preocupar e Aproveite a Vida”.
Dawkins é considerado um membro do chamado neo-ateísmo, mas os problemas do velho ateísmo continuam. Por exemplo:
1) Como justificar que a religião é parte de qualquer civilização na história;
2) Como definir a moralidade humana sem Deus;
3) Se não há moral a ser seguida, de que forma deve ser “aproveitada a vida”;
4) Como justificar a grande evolução da humanidade com o advento do cristianismo;
5) Por que o efeito da retirada da religião nas civilizações resultou em milhões de mortes, como na revolução russa e na revolução francesa?
Além disso, Dawkins geralmente advoga que a religião só traz separação entre as pessoas, por isso deveria ser extinta. Mas, usando esse argumento, então, as pessoas não poderiam ser diferentes, todos teriam que ser atéias. Não poderiam "aproveitar a vida" de forma diferente.
Normalmente, Dawkins fica facilmente fragilizado no debate religioso. Tem de responder a muitas perguntas sobre as quais não tem a mínima formação teológica para defender. Por exemplo, ao ser perguntado se ele aprovaria o banimento do uso de burcas, como fez a França, Dawkins disse que não, pois ele é um liberal e, para ele, todos devem ter a liberdade de usar o que lhes apetece.
Os seus colegas ateus não gostaram. Pois, se é permitido usar a burca, por que não se pode usar um crucifixo ou seguir as orientações do Papa? Dawkins, por sinal, é contra a vinda do Papa para o Reino Unido no próximo mês de setembro.
Gerald Warner, que para mim tem o melhor blog do Reino Unido, o trata como uma piada. Eu o acho piada de péssimo gosto e perigosa. A escuridão é o que brota da ausência de Deus. É o homem sendo tratado como bicho. Aliás, Dawkins apóia o chamado Great Ape Project (Projeto do Grande Primata) que defende que os primatas devem ter os mesmos direitos legais e morais que os homens. Não riam, isso é sério. Tem muita gente no governo Obama, por exemplo, que defende isso. Ver Cass Sustein, por exemplo. Sem religião, muito da diferença entre homens e bichos desaparece mesmo.
Quem quiser ver uma amostra da fragilidade dos argumentos de Dawkins, sugiro William Craig. Pode-se ver Craig no youtube discutindo Dawkins em:
http://www.youtube.com/watch?v=rzJU5O7FNj4&feature=player_embedded
domingo, 15 de agosto de 2010
Escócia versus Estados Unidos
No dia 21 de dezembro de 1988, ocorreu um atentado terrorista em uma avião da Pan Am (vôo 103), que ia de Londres para Nova Iorque. O atenatdo ocorreu sobre a cidade escocesa de Lockerbie, por isso ficou conhecido como a Bomba de Lockerbie. Por sinal, além de todos os passageiros do avião terem morrido, 11 pessoas da cidade de Lockerbie também morreram com a queda do avião. No total, 270 pessoas perderam a vida.
Depois do atentado, muita investigação foi feita pela Grã-Bretanha e pelos Estados Unidos. O único que foi preso foi Abdelbaset Ali al-Megrahi, agente secreto da Líbia e chefe de segurança da companhia aérea desse país. Al-Megrahi recebeu a pena de prisão perpétua dos juízes escoceses, em 2001, mas foi solto no dia 20 de agosto do ano passado, porque ele está com câncer de próstata e, segundo os médicos, iria morrer logo, possivelmente em três meses. Os juízes da Escócia alegaram compaixão, soltaram o terrorista e o enviaram para Líbia, onde foi recebido com festa! Nesta semana, Al-Megrahi fará um ano de vida depois de solto pelos escoceses.
É aí que entra a briga entre Escócia e Estados Unidos.
O primeiro-ministro do Reino Unido (do qual faz parte a Escócia) David Cameron se posicionou a favor dos americanos, ao dizer que foi um erro soltar o terrorista. Os Estados Unidos convocaram Kevin MacAskill (secretário de justiça da Escócia) e Alex Salmond (primeiro-ministro da Escócia) para prestar esclarecimentos no Congresso americano. Os dois negaram a convocação. Depois, parlamentares americanos quiseram ir à Escócia se encontrar com eles, mas os escoceses negaram recebê-los. Os Estados Unidos também acusam a British Petroleum de ter participação na soltura de Al-Megrahi, para supostamente conseguir explorar petróleo na Líbia. A companhia nega.
O terrorista realmente não teve compaixão para com as 270 vítimas e seus familiares. Além disso, nem todos os médicos que avaliaram Al-Megrahi consideraram que ele morreria em três meses. Mas será que a Escócia agiu errado?
Quem levantou a voz em favor da Escócia, esta semana, foi o cardial católico escocês Keith O’Brien. Ele argumentou que preferia morar em um país em que a compaixão fizesse parte das leis, ao invés da vingança e da pena de morte.
A anistia internacional diz que os Estados Unidos é o quinto país em penas capitais, com 52 mortes em 2009. Perde para três islâmicos (Irã, Iraque e Arábia Saudita) e para a China (recordista extrema nessa prática) . Vejam números abaixo.
Eu acho que o cardeal está certo em sua crítica às penas de morte nos Estados Unidos e também ao modo de agir dos parlamentares americanos, mas acho que a Escócia deveria ter sido mais estrita, imposto mais dificuldades para libertar Al-Megrahi, procurado mais certeza médica. Não é apenas uma questão de vingança, mas de respeito às vítimas.
O pior, no entanto, e o que torna ainda mais difícil acreditar que muçulmanos desejam a paz no mundo, é a festa na Líbia para um assassino de 270 pessoas. Isso deveria ser o foco dos Estados Unidos. O papel de bobo na discussão fica com o David Cameron, deveria, pela sua posição, pelo menos ter trazido argumentos para defender a Escócia.
Execuções em 2009 -
fonte: Anistia Internacional
sábado, 14 de agosto de 2010
Para o Fim de Semana: Pró-vida
No post sobre Obama abaixo, eu falo do apreço dos americanos pelo cristianismo. Pois é, o sociólogo politico Alexis Tocqueville, quando viajou para os Estados Unidos no início do século 19, escreveu o livro Democracia na América em 1835, e disse:
"Os americanos combinam noção de cristianimso e liberdade tão intimamente em suas mentes, que é impossível conceber um sem o outro" (The Americans combine the notions of Christianity and of liberty so intimately in their minds, that it is impossible to make them conceive the one without the other).
Espero que continue assim.
Hoje há um texto muito bom no site The Catholic Thing (http://www.thecatholicthing.org/home.html). Texto de Austin Ruse e Cathy Ruse. Eles mostram que, normalmente, na discussão sobre o aborto, aqueles que defendem a sua prática reforçam a defesa da mulher e aqueles que são pró-vida centram sua defesa no feto.
Os autores mostram, no entanto, que é também em defesa da mulher que eles são contra o aborto. Eles mostram o que acontece com as mulheres que fizeram aborto, como elas reagem a isso (não mostram alívio, nem felicidade) e qual eram as justificativas delas para fazer o aborto:
1. "Eu queiria manter o emprego";
2. "Eu queria manter o namorado",
3. "Eu queria continuar meus estudos";
4. "Meus pais me obrigaram".
Em resumo, a razão delas é em torno de: "eu não tive escolhas". Elas tinham sim, mas talvez precisassem do apoio do trabalho, da escola, do namorado ou dos pais. Por isso, a defesa da vida é um luta de todos, não apenas da mulher. Neste sentido, os grupos em defesa da vida reforçam a necessidade de eliminar ou reduzir leis que facilitem o aborto.
Os autores falam de uma mensagem do grupo Feministas Pro-Life que diz: "Mulheres Merecem Mais do que Aborto". Isso resume tudo.
No cinema, recomendo assistir ao filme chamado Juno. Fala da gravidez na adolescência.
"Os americanos combinam noção de cristianimso e liberdade tão intimamente em suas mentes, que é impossível conceber um sem o outro" (The Americans combine the notions of Christianity and of liberty so intimately in their minds, that it is impossible to make them conceive the one without the other).
Espero que continue assim.
Hoje há um texto muito bom no site The Catholic Thing (http://www.thecatholicthing.org/home.html). Texto de Austin Ruse e Cathy Ruse. Eles mostram que, normalmente, na discussão sobre o aborto, aqueles que defendem a sua prática reforçam a defesa da mulher e aqueles que são pró-vida centram sua defesa no feto.
Os autores mostram, no entanto, que é também em defesa da mulher que eles são contra o aborto. Eles mostram o que acontece com as mulheres que fizeram aborto, como elas reagem a isso (não mostram alívio, nem felicidade) e qual eram as justificativas delas para fazer o aborto:
1. "Eu queiria manter o emprego";
2. "Eu queria manter o namorado",
3. "Eu queria continuar meus estudos";
4. "Meus pais me obrigaram".
Em resumo, a razão delas é em torno de: "eu não tive escolhas". Elas tinham sim, mas talvez precisassem do apoio do trabalho, da escola, do namorado ou dos pais. Por isso, a defesa da vida é um luta de todos, não apenas da mulher. Neste sentido, os grupos em defesa da vida reforçam a necessidade de eliminar ou reduzir leis que facilitem o aborto.
Os autores falam de uma mensagem do grupo Feministas Pro-Life que diz: "Mulheres Merecem Mais do que Aborto". Isso resume tudo.
No cinema, recomendo assistir ao filme chamado Juno. Fala da gravidez na adolescência.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Dia de Rússia
Não estamos mais na Guerra Fria, mas hoje a Rússia dominou o noticiário americano e internacional.
O país resolveu que vai fornecer combustível para a primeira usina nuclear do Irã (usina de Bushehr), apesar do Irã ainda não ter provado que sua estratégia de uso da energia nuclear é apenas para fins pacíficos. Além disso, hoje foi anunciado que a administração Obama está comprando helicópteros da Rússia para combate no Afeganistão ao invés de privilegiar a produção doméstica.
A fábrica de helicópteros americana Sikorsky protestou formalmente no Comando de Sistemas Aéreos Navais dos Estados Unidos (Navair) contra a compra de 21 helicópteros de ataque russos para uso no Afeganistão. A firma disse que os S-61 de sua produção são comparáveis aos Mi-17 russos. Especialistas disseram que os helicópteros são basicamente semelhantes. O Comando justificou dizendo que os pilotos afegãos tinham mais familiaridade com os russos.
Em todo caso, as duas notícias não ajudam Obama.
Hoje também eu li sobre uma pesquisa acerca da popularidade de Vladimir Putin. A pesquisa também avaliou o que os russos mais gostam em Putin.
Putin se tornou presidente russo em 2000 e cumpriu mandato até 2008, quando passou a presidência para Dmitri Medvedev, mas assumiu como primeiro-ministro. Todos reconhecem que é Putin quem manda no país ainda.
A popularidade de Putin está em alta, 59%, mas em queda, era 63% no ano passado. Os russos, na pesquisa, mostram que gostam de Putin principalmente porque ele aumentou o status da Rússia mundialmente, mas também avaliam que ele não derrotou nem a corrupção, nem o poder dos milionários russos.
Um fato bem interessante na pesquisa que destaco é que apenas 3% dos russos se preocupam com fato de Putin ter deteriorado a democracia do país, ao reduzir a liberdade de imprensa e tentar destruir a oposição.
Pela pesquisa, parece que os russos sentem saudade da força que o país tinha na Guerra Fria e não se preocupam com questões relativas ao estado de direito (corrupção, liberdade).
Se formos olhar o país economicamente, a Rússia não mete medo. Considerando apenas o chamado BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia), o PIB da Rússia de 2009 (1,22 trilhão de dólares) é o menor dos quatro países, apesar de que a expectativa é de que supere a Índia neste ano. A China tem o maior PIB (4,90 trilhões de dólares, só perde para os Estados Unidos e Japão). O Brasil vem em seguida (1,57 trilhão) e depois a Índia (1,23 trilhão). Mas militarmente a Rússia é ainda muito forte, pois possui o segundo maior número de ogivas nucleares, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O país resolveu que vai fornecer combustível para a primeira usina nuclear do Irã (usina de Bushehr), apesar do Irã ainda não ter provado que sua estratégia de uso da energia nuclear é apenas para fins pacíficos. Além disso, hoje foi anunciado que a administração Obama está comprando helicópteros da Rússia para combate no Afeganistão ao invés de privilegiar a produção doméstica.
A fábrica de helicópteros americana Sikorsky protestou formalmente no Comando de Sistemas Aéreos Navais dos Estados Unidos (Navair) contra a compra de 21 helicópteros de ataque russos para uso no Afeganistão. A firma disse que os S-61 de sua produção são comparáveis aos Mi-17 russos. Especialistas disseram que os helicópteros são basicamente semelhantes. O Comando justificou dizendo que os pilotos afegãos tinham mais familiaridade com os russos.
Em todo caso, as duas notícias não ajudam Obama.
Hoje também eu li sobre uma pesquisa acerca da popularidade de Vladimir Putin. A pesquisa também avaliou o que os russos mais gostam em Putin.
Putin se tornou presidente russo em 2000 e cumpriu mandato até 2008, quando passou a presidência para Dmitri Medvedev, mas assumiu como primeiro-ministro. Todos reconhecem que é Putin quem manda no país ainda.
A popularidade de Putin está em alta, 59%, mas em queda, era 63% no ano passado. Os russos, na pesquisa, mostram que gostam de Putin principalmente porque ele aumentou o status da Rússia mundialmente, mas também avaliam que ele não derrotou nem a corrupção, nem o poder dos milionários russos.
Um fato bem interessante na pesquisa que destaco é que apenas 3% dos russos se preocupam com fato de Putin ter deteriorado a democracia do país, ao reduzir a liberdade de imprensa e tentar destruir a oposição.
Pela pesquisa, parece que os russos sentem saudade da força que o país tinha na Guerra Fria e não se preocupam com questões relativas ao estado de direito (corrupção, liberdade).
Se formos olhar o país economicamente, a Rússia não mete medo. Considerando apenas o chamado BRIC (Brasil, Rússia, China e Índia), o PIB da Rússia de 2009 (1,22 trilhão de dólares) é o menor dos quatro países, apesar de que a expectativa é de que supere a Índia neste ano. A China tem o maior PIB (4,90 trilhões de dólares, só perde para os Estados Unidos e Japão). O Brasil vem em seguida (1,57 trilhão) e depois a Índia (1,23 trilhão). Mas militarmente a Rússia é ainda muito forte, pois possui o segundo maior número de ogivas nucleares, perdendo apenas para os Estados Unidos.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
10 Razões para Fracasso de Obama (acrescento 3)
O colunista Nile Gardiner do The Telgraph, jornal inglês, aponta hoje 10 razões para explicar a extrema queda de popularidade do governo Obama.
Alguém poderia argumentar logo de cara perguntando quem é esse Nile Gardiner para escrever sobre Obama e dizendo que não se deve confiar em jornal inglês. Eu diria que ontem mesmo vi na TV americana que os próprios americanos estão cada vez mais lendo jornais estrangeiros, porque não confiam na imprensa nativa. Ela estaria muito tendenciosa. Além disso, Nile Gardiner é um importange colunista de um prestigiado jornal britânico.
Por sinal, a maioria das notícias na imprensa americana continua favorável ao Obama, mas a popularidade continua caindo. Os americanos não estão confiando em seus jornais e se informam de outro jeito (livros, jornais estrangeiros, programs de rádio e TV);
Bom, vamos às 10 razões de Gardiner. Eu as comento usando parênteses e depois faço um comentário geral, quando acrescento três:
1) A administração Obama se mantém distante do eleitorado (eu já comentei isso, aqui. Obama parece não ser político, segue sua ideologia sem observar o fracassso de público. Parece um rei francês pré revolução francesa);
2) A maioria dos americanos não confia na liderança de Obama (acho que esta razão é decorrente de outras citadas mais adiante);
3) Obama falha em inspirar o eleitorado (um desastre para quem se elegeu fortemente baseado no marketing político);
4) Os Estados Unidos está se afundando em dívida (isso é decorrente das razões 5 e 6);
5) A política de Obama de aumentar a participação do estado na economia é um fracasso (para mim, este é o grande erro administrativo de Obama. Ele confia em pacotes de estímulos governamentais para criar empregos e despreza o mercado privado);
6) O apoio de Obama a um sistema de saúde público socializado foi um grande erro (atualmente é o fator que mais prejudica a avaliação do governo, pois as companhias de seguro já estão elevando os prêmios cobrados, antecipando o custo das medidas do governo);
7) O Obama falhou em mostrar liderança durante o vazamento de óleo no Golfo do México (Obama só se ateve ao problema duas semanas depois);
8) A política externa de Obama é uma bagunça (para mim, os conceitos que o própro Obama usa são a explicação da bagunça);
9) Obama é desorganizado e confuso em segurança nacional.
10 ) Obama não acredita na grandeza dos Estados Unidos (para mim, essa é fonte de todos os males)
Gardiner conclui dizendo que o presidente mais esquerdista da história dos Estados Unidos tem praticado uma política intervencionista na economia que atinge os príncípios da livre iniciativa e da liberdade individual, na nação mais livre do mundo. Isso enfraquece os Estados Unidos domesticamente e externamente e traz imenso perigo para o mundo.
Quem me conhece sabe que desde a campanha eu digo que Obama é o maior risco e, quando eleito, o maior desastre político dos Estados Unidos. Eu o considero o maior erro dos eleitores americanos em todos os tempos e isso é uma grande ameaça à segurança mundial. Os eleitores elegeram um líder que não gosta dos Estados Unidos.
Por isso, das 10 razões, eu colocaria a última em primeiro lugar. Mas eu adicionaria três outras:
*) O povo americano estuda e analisa cada iniciativa do seus políticos e reage prontamente;
**) O povo americano valoriza princípios cristãos, por isso reage se o presidente atinge valores que atentam contra o cristianismo, como ser a favor do aborto ou de casamento entre homossexuais;
***) Nos Estados Unidos, a oposição é forte contra qualquer governo. Isto é, lá eles valorizam a opinião contrária. Vejam o que comentei nos post chamado Espírito Cívico.
A guerra está perdida para Obama? Não, mas ele vai ter de rever muito a sua administração para conseguir se reeleger em 2012.
Alguém poderia argumentar logo de cara perguntando quem é esse Nile Gardiner para escrever sobre Obama e dizendo que não se deve confiar em jornal inglês. Eu diria que ontem mesmo vi na TV americana que os próprios americanos estão cada vez mais lendo jornais estrangeiros, porque não confiam na imprensa nativa. Ela estaria muito tendenciosa. Além disso, Nile Gardiner é um importange colunista de um prestigiado jornal britânico.
Por sinal, a maioria das notícias na imprensa americana continua favorável ao Obama, mas a popularidade continua caindo. Os americanos não estão confiando em seus jornais e se informam de outro jeito (livros, jornais estrangeiros, programs de rádio e TV);
Bom, vamos às 10 razões de Gardiner. Eu as comento usando parênteses e depois faço um comentário geral, quando acrescento três:
1) A administração Obama se mantém distante do eleitorado (eu já comentei isso, aqui. Obama parece não ser político, segue sua ideologia sem observar o fracassso de público. Parece um rei francês pré revolução francesa);
2) A maioria dos americanos não confia na liderança de Obama (acho que esta razão é decorrente de outras citadas mais adiante);
3) Obama falha em inspirar o eleitorado (um desastre para quem se elegeu fortemente baseado no marketing político);
4) Os Estados Unidos está se afundando em dívida (isso é decorrente das razões 5 e 6);
5) A política de Obama de aumentar a participação do estado na economia é um fracasso (para mim, este é o grande erro administrativo de Obama. Ele confia em pacotes de estímulos governamentais para criar empregos e despreza o mercado privado);
6) O apoio de Obama a um sistema de saúde público socializado foi um grande erro (atualmente é o fator que mais prejudica a avaliação do governo, pois as companhias de seguro já estão elevando os prêmios cobrados, antecipando o custo das medidas do governo);
7) O Obama falhou em mostrar liderança durante o vazamento de óleo no Golfo do México (Obama só se ateve ao problema duas semanas depois);
8) A política externa de Obama é uma bagunça (para mim, os conceitos que o própro Obama usa são a explicação da bagunça);
9) Obama é desorganizado e confuso em segurança nacional.
10 ) Obama não acredita na grandeza dos Estados Unidos (para mim, essa é fonte de todos os males)
Gardiner conclui dizendo que o presidente mais esquerdista da história dos Estados Unidos tem praticado uma política intervencionista na economia que atinge os príncípios da livre iniciativa e da liberdade individual, na nação mais livre do mundo. Isso enfraquece os Estados Unidos domesticamente e externamente e traz imenso perigo para o mundo.
Quem me conhece sabe que desde a campanha eu digo que Obama é o maior risco e, quando eleito, o maior desastre político dos Estados Unidos. Eu o considero o maior erro dos eleitores americanos em todos os tempos e isso é uma grande ameaça à segurança mundial. Os eleitores elegeram um líder que não gosta dos Estados Unidos.
Por isso, das 10 razões, eu colocaria a última em primeiro lugar. Mas eu adicionaria três outras:
*) O povo americano estuda e analisa cada iniciativa do seus políticos e reage prontamente;
**) O povo americano valoriza princípios cristãos, por isso reage se o presidente atinge valores que atentam contra o cristianismo, como ser a favor do aborto ou de casamento entre homossexuais;
***) Nos Estados Unidos, a oposição é forte contra qualquer governo. Isto é, lá eles valorizam a opinião contrária. Vejam o que comentei nos post chamado Espírito Cívico.
A guerra está perdida para Obama? Não, mas ele vai ter de rever muito a sua administração para conseguir se reeleger em 2012.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
União Européia - Tributação como próximo passo
Na charge acima, o homem pergunta à mulher se ela deseja sua tributação em alemão, francês ou flamengo. A charge faz referência a uma nova tentativa da UE de tributar diretamente os cidadãos dos países membros.
O comissário do orçamento da União Européia (UE), o polonês Janusz Lewandowski, anunciou que irá defender que a UE tribute e arrecade seus próprios tributos. Sugeriu ainda que esses tributos sejam sobre o uso de energia ou sobre transações financeiras.
A UE já elabora leis que devem ser seguidas pelos 27 estados membros (sem que os eleitores desses estados tenham sido consultados), já tem sua moeda, seu parlamento e sua corte de justiça. Mas ainda falta ter seu próprio exército e também arrecadar seus próprios impostos. As duas funções mais básicas e monopólio de qualquer governo são justamente a função de polícia e a capacidade de arrecadação de impostos sobre os seus cidadãos.
Caso a EU avance sobre os tributos, será uma grande pá de cal sobre a liberdade dos estados, pois a tributação que é feita em cada país está sujeita à aceitação dos contribuintes. Eles podem eleger líderes que reduzam a carga tributária. O modo de representação da UE não permite isso.
Em suma, os eleitores seriam tributados, mas não seriam representados pelos políticos que decidiriam. Isso, inclusive, como lembrou Mary Ellen Synon no seu blog, foi a causa da revolução americana de 1776: taxação sem representação.
Anteriormente, como afirmou Christopher Booker em seu artigo no Daily Mail, a UE já tinha proposto um tributo sobre as emissões de carbono para combater a mudança climática. Agora, a proposta de tributação usa outra crise - a financeira, para propor tributação sobre os bancos. Booker ressalta que o país que mais contribuirá com este imposto será a Inglaterra, porque possui o maior conglomerado financeiro do continente.
Será que os europeus aceitarão isso? Ou reagirão como os americanos? Acho que as respostas para essas perguntas definirão o futuro do continente.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Espírito Cívico
Uma idéia que é recorrente na política, mas que demonstra em si uma contradição, é a de que não é necessário oposição. Outro dia falei sobre o que disse Wyclef Jean e o primeiro post deste blog é sobre a união entre a extrema esquerda britânica e os conservadores na Inglaterra.
Fazer política é em grande parte lidar com o contrário, com a oposição. Não há política em uma ditadura, há tirania e desprezo pelo contrário.
Mas avalio que, para que a oposição exista e seja edificante para a democracia, é necessário que haja principlamente espírito cívico entre os cidadãos, isto é, que os eleitores estejam atentos às perturbações nos alicerces democráticos, defendam as leis, o estado de direito e a liberdade de pensamento. Não sejam eleitores que tenham foco exclusivamente no curto prazo ou apenas em si mesmos, do tipo que vota em um governo com justificativas como: "que importa a moral, o país está crescendo", "tive aumento salarial, então voto neste tirano", "consegui um cargo no governo, então, o governo é maravilhoso".
David Landes escreveu um livro tentando mostrar por que algumas nações são ricas e outras pobres. Suas justificativas sempre passam por questões culturais e geográficas. Não concordo com bastante coisa do que ele escreveu, mas entendo que, em um livro que pretende explicar a história, normalmente iriam ocorrer muitas falhas.
No capítulo sobre a América do Sul, ele ressalta a falta de espírito cívico na formação dos povos que compuseram os países da região. Uma justificativa para isso é que a colonização não foi baseada na família e, sim, em pessoas que vinham explorar para voltar aos países de origem. Concordo com esse argumento do autor, vemos, na região, na história, e mesmo atualmente, caudilhos que tentam suprimir a liberdade de expressão e a população não aparenta se importar muito com isso.
Voltando ao primeiro posto deste blog, a Inglaterra está tentando juntar a extrema esquerda com os conservadores e o problema dessa união, que tenta eliminar a oposição, já pode ser vista. A população já reage com desprezo. A coalizão não tem apoio nem da extrema esquerda nem dos conservadores. Hoje, apenas três meses depois das eleições, o blog de Janet Daley no The Telegraph mostra uma pesquisa em que 50% dos eleitores já se declararam contra a afirmação de que a Inglaterra está melhor com a coliazão do que estaria com apenas os conservadores ou os liberais no poder.
Toda democracia precisa da oposição tanto na política como na imprensa. Mas, principlamente, precisa de um povo atento.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Tamanho do Estado
A política econômica do Obama está falhando e isto tem incitado muitos analistas a rediscutir qual deve ser o tamanho do estado, uma vez que nunca o governo norte-americano esteve tão presente na economia dos Estados Unidos quanto agora. Críticas a isso são diárias. A charge acima de Steve Kelley do site Townhall mostra uma garçonete dizendo que depois que o peixe foi cheirado por um representante do governo ele já pode ser servido.
Hoje, li um texto de Martin Wolf, destacado articulista do Financial Times, que discute o assunto. Já fui mais fã de suas análises, agora as acho por vezes simplórias e politizadas. Em relação ao texto de hoje, dicordo da posição que ele demonstra no seu artigo (http://blogs.ft.com/martin-wolf-exchange/2010/08/08/what-is-the-role-of-the-state/).
Ele defende a presença do estado em muitos aspectos econômicos, com base na idéia de que o estado precisa "proteger" o cidadão.
A idéia de proteção está na fonte de justificativa do estado, é verdade. Basicamente em qualquer análise filosófica desde Platão ou Confúcio, como mostra o próprio Wolf, a busca por proteção justifica a criação do estado. Mas o problema é que essa justificativa pode ser usada para tudo.
Recentemente, vi um debate sobre um livro de Cass Sustein chamado Nudge, no qual ele sugere que, como as pessoas não podem saber tudo racionalmente, o estado tem de guiar as decisões delas em qualquer assunto. Seria o estado protegendo as pessoas de si mesmas.
Essa análise de Cass Sustein a que o Wolf dá certo suporte é completamente equivocada, pelo simples fato que o estado é formado por homens. Não é um ente acima da racionalidade comum. Reconheço a importância da idéia de racionalidade limitada nas decisões dos indíviduos, mas dizer que o estado terá melhores soluções é um salto equivocado.
Por esses dias, eu li um texto que explicava a evolução da teoria da segurança internacional. Neste texto, os autores diziam que a teoria surgiu nos Estados Unidos, após o fim da Segunda Guerra, e era usada para discutir a guerra, seus armamentos, orçamentos e estratégias. Mas atualmente dentro dessa teoria de segurança se discute fome, meio ambiente, AIDS, feminismo, etc. Os autores então definem a teoria de segurança internacional como teoria que deve cuidar daquilo que nos ameaça. Ora, tudo nos ameaça. A vida é um risco.
Então, tudo pode ser visto como propenso a ser analisado dentro da teoria de segurança, como também, se formos definir estado como quer Wolf, o estado também não terá limites.
sábado, 7 de agosto de 2010
O Rapazinho de Hiroshima
Hoje faz 65 anos que os Estados Unidos jogaram a primeira bomba nuclear contra um país. A bomba, na foto acima que tirei no Imperial War Museum de Londres, tinha o codinome de Little Boy (rapazinho) e foi jogada por Paul W. Tibbets Jr, piloto do avião Enola Gay. Li em um livro de John Keegan (Great Military Writings) que a escolha de Hiroshima foi por acaso, os pilotos procuravam uma cidade que pudessem visualizar melhor entre as nuvens.
Três dias depois, o Fat Man (homem gordo), bomba nuclear de plutônio, foi jogado sobre Nagasaki.
A Segunda Guerra Mundial já tinha acabado na Europa em maio, e o Japão resistia na Ásia, tendo, inclusive, rejeitado a Declaração de Potsdam de julho de 45, que pedia a sua rendição. A Segunda Guerra na Europa já tinha provocado quase 500 mil baixas entre os americanos.
Warren Kozak, no Wall Street Journal de hoje, nos diz que 120 mil pessoas morreram instantaneamente com as bombas nucleares. Mas, na época, o presidente Harry Truman teve de decidir entre jogar as bombas ou invadir o país militarmente. Seus conselheiros consideravam que uma invasão resultaria em um milhão de baixas entre os americanos e de, pelo menos, dois milhões de mortes japonesas. Kozak então afirma que em um estranho cálculo de guerra, as bombas nucleares salvaram vidas (!).
Isto pode soar absurdo e diabólico, mas o Japão demonstrou muitas vezes que não iria se render. O país vinha sofrendo muitos ataques com muitas baixas e não se entregava. E não havia muito apreço pelos japoneses em lugar nenhum do mundo, especialmente na Ásia. Durante a Segunda Guerra, estima-se que 17 milhões de asiáticos morreram nas mãos de japoneses.
O Japão só se rendeu depois de 6 dias da segunda bomba, no dia 15 de agosto.
Graças a Deus, depois das mortes de Hiroshima e Nagasaki, o ser humano nunca mais foi tão sórdido a ponto de usar uma bomba nuclear de novo. Mas a vigilância deve ser constante. Alô, Irã!!
Graças a Deus, depois das mortes de Hiroshima e Nagasaki, o ser humano nunca mais foi tão sórdido a ponto de usar uma bomba nuclear de novo. Mas a vigilância deve ser constante. Alô, Irã!!
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Um rapper no Haiti?
Haiti tornou-se o primeiro país do mundo a alcançar independência por meio de uma revolta liderada por escravos, em janeiro de 1804, durante os turbulentos anos do império napoleônico. Após a revolta, o general Jean-Jacques Dessalines se proclamou imperador, exilou e matou quem ele considerou inimigo (especialmente brancos). Mas foi assassinado em outubro de 1806.
Depois disso, ao longo de sua história de pouco mais de 200 anos, o Haiti sofreu mais de 30 golpes e milhares foram assassinados por questões políticas. Em janeiro deste ano, um terremoto devastou o país, que deve votar para novo presidente em novembro.
Esta semana, o rapper Wyclef Jean (na foto acima com a camisa da seleção brasileira) anunciou que vai concorrer à presidência do país. Ele nasceu no Haiti, mas mudou-se para os Estados Unidos quando tinha nove anos.
Confesso que rap está bastante longe de ser um dos meus ritmos preferidos. Só ouço se sou obrigado a tal. Por isso, não sei falar das qualidades do músico, mas suas palavars de lançamento da candidatura não me animaram muito. Por exemplo, ele disse que a razão do Haiti estar sempre em turbulência política é porque nunca houve uma pessoa que unisse todos os partidos e trabalhassem juntos. (The reason why is that there's never been one person who can unite all parties and get them to work together).
Eu não acredito nisso, não acredito em messianismo político e também não creio nesse negócio de eliminar a oposição para resolver problemas. Toda vez que ouço algo parecido com isso, eu tenho certeza que um desastre político se aproxima. Nada é tão comum quanto ouvir isto na América Latina ou na África. Ao que parece, a importância da oposição para democracia ainda não convenceu muitos líderes de países em desenvolvimento.
Para piorar meus receios, a fundação que ele criou para ajudar as vítimas do terremoto, Yéle Haiti Foundation, está sendo acusada de mal uso das doações.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Mesquita no Ground Zero e João Paulo II
O ataque às torres gêmeas do World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001, em Nova York, foi realizado por extremistas islâmicos. Grupos terroristas ao redor do mundo são em boa parte formados por estes extremistas. Há, no entanto, um anseio por parte dos muçulmanos de se afastar destes membros de sua religião, para mostrar que o Islã não é feito de terroristas.
O local do World Trade Center, depois da queda das torres, é conhecido como Ground Zero. E há planos para construir várias homenagens aos mortos daquele ataque no local.
Mas hoje, a grande discussão em Nova York é a construção de uma mesquita islâmica há duas quadras do Ground Zero. Parentes das vítimas não querem nem ouvir falar no assunto e os muçulmanos tentam justificar, dizendo que o local prestará uma homenagem às vítimas. Em alguns dias, a cidade de Nova York vai decidir sobre o caso.
O melhor texto que li sobre o assunto foi o de William McGurn, publicado hoje no Wall Street Journal. Ele lembra um caso mais ou menso semelhante que foi resolvido por João Paulo II.
Na década de 80, as freiras carmelitas adquiriram um prédio abandonado próximo a Auschwitz para rezar para as almas que sofreram naquele campo de extermínio. Os judeus reagiram, dizendo que Auschiwitz era um simbolo da Shoah e que estavam tentando cristianizar o local. Os políticos poloneses também reagiram, pois vários membros da resistência tinham sido mortos lá. As freiras se mostravam irredutíveis, dizendo que queriam apenas orar pelas vítimas. João Paulo II ouviu a todos e simplesmente pediu que as freiras fossem para outro convento.
McGurn, brilhantemente, finaliza dizendo que o papa reconheceu que ter legalmente o direito de fazer alguma coisa não significa que é certo fazer essa coisa. Em inglês, a frase de McGurn fica até mais bonita, porque se usa a palavra right tanto para direito legal como para certo:
"What [Pope John Paul II] did was recognize that having the right to do something doesn't mean it's the right thing to do".
Quem desejar ler o texto de McGurn, acesse:
http://online.wsj.com/article/SB10001424052748704271804575405330350430368.html?mod=WSJ_Opinion_carousel_3
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Para Lembrar - Iraque invade Kuwait
Há 20 anos, no dia 2 de agosto de 1990, o Iraque de Saddam Hussein invadiu o Kuwait. Uma medida desastrosa. Até hoje, o país paga reparações de guerra: 5% de sua receita de petróleo vão para um fundo das Nações Unidas de reparação ao Kuwait. O país já pagou 30,5 bilhões de dólares desde 1994, mas ainda deve 22,3 bilhões. As relações entre os dois países ainda é problemática, há, inclusive, questões de fronteira a serem resolvidas.
Hoje também o Obama anunciou o fim dos combates das forças americanas no Iraque para o dia 31 desde mês. A meu ver, no entanto, tudo pode mudar, a depender de diversos fatores, principalmente o maior envolvimento do Irã no Iraque. A vizinhança não ajuda muito, como se pode ver no mapa.
Aprovação de Obama
A caminho das eleições parlamentares em novembro, a aprovação de Obama despenca e continuamente vem atingindo níveis nunca alcançados desde a eleição. Atualmente, pela média das pequisas, 45,2% aprovam o governo e 49,5% desaprovam.
Hoje, há um editorial do Wall Street Journal sobre a falha de uma proposta do partido democrata sobre energia e mudança climática. O editorial finaliza dizendo que talvez a não aprovação dessa legislação, que era um carro chefe do Obama, pode, paradoxalmente, melhorar sua aprovação entre os leitores.
Em política, tudo pode mudar em questão de horas, mas as políticas liberais do governo Obama aprovadas no Congresso não estão dando resultado e os republicanos caminham para tomar a maioria, tanto na Câmara, como no Senado. Hoje, os candidatos democratas procuram se afastar do governo e o próprio Obama disse, em uma reunião com eles, que não vai participar da campannha para não atrapalhar.
Para mim, aí está o maior problema do Obama. Ele parece não se importar nem com os resultados de suas políticas nem com a queda na sua popularidade. É como ele achasse que ele tem razão e pronto, por isso vai continuar suas políticas sem observar os resultados, nem a aprovação dos eleitores. Dizia-se, nas eleições, que o Obama seria o presidente pós-racial e bi-partidário, o que não aconteceu. Agora, percebe-se que Obama se comporta como um presidente pós-política.
O que Maquiavel acharia disso? O resultado das urnas vai mostrar o que os eleitores acham e isso pode reverter o comportamento de Obama.
Abaixo, veja a evolução da aprovação do governo do Obama, desde o começo do governo. A fonte é o site Real Clear Politics: http://www.realclearpolitics.com/epolls/other/president_obama_job_approval-1044.html
Hoje, há um editorial do Wall Street Journal sobre a falha de uma proposta do partido democrata sobre energia e mudança climática. O editorial finaliza dizendo que talvez a não aprovação dessa legislação, que era um carro chefe do Obama, pode, paradoxalmente, melhorar sua aprovação entre os leitores.
Em política, tudo pode mudar em questão de horas, mas as políticas liberais do governo Obama aprovadas no Congresso não estão dando resultado e os republicanos caminham para tomar a maioria, tanto na Câmara, como no Senado. Hoje, os candidatos democratas procuram se afastar do governo e o próprio Obama disse, em uma reunião com eles, que não vai participar da campannha para não atrapalhar.
Para mim, aí está o maior problema do Obama. Ele parece não se importar nem com os resultados de suas políticas nem com a queda na sua popularidade. É como ele achasse que ele tem razão e pronto, por isso vai continuar suas políticas sem observar os resultados, nem a aprovação dos eleitores. Dizia-se, nas eleições, que o Obama seria o presidente pós-racial e bi-partidário, o que não aconteceu. Agora, percebe-se que Obama se comporta como um presidente pós-política.
O que Maquiavel acharia disso? O resultado das urnas vai mostrar o que os eleitores acham e isso pode reverter o comportamento de Obama.
Abaixo, veja a evolução da aprovação do governo do Obama, desde o começo do governo. A fonte é o site Real Clear Politics: http://www.realclearpolitics.com/epolls/other/president_obama_job_approval-1044.html
Aprovação do Governo Obama
domingo, 1 de agosto de 2010
The Catholic Times e o Censo
Há um jornal na Inglaterra de que gosto muito. Chama-se The Catholic Times. O jornal tem edição semanal e é possível comprá-lo nas igrejas católicas aos domingos. Os artigos do jornal são sensacionais, com muito ensinamento teológico e discussão dos problemas da atualidade. O Brasil, que é um país católico, ao contrário da Inglaterra, precisa de um jornal assim para espalhar a doutrina cristã. Nossos católicos não conhecem a teologia da sua religião, por isso mesmo têm dificuldade de defendê-la.
Hoje, no jornal, por exemplo, discute-se a libertação dos presos políticos cubanos, a teologia da transubstanciação, a história dos missionários cristãos no Zimbábue, a vida de John Newman, que vai ser beatificado pelo papa em setembro, e o problema dos abusos feitos às crianças por integrantes da igreja. Dentre os articulistas, o que mais gosto é o Padre Francis Marsden. Seus textos são fantásticos.
O problema é que o jornal não está disponível na internet. O que é uma grande pena. Mas, se quiserem, visitem o site que divulga a subscrição do jornal para se ter uma idéia: http://www.totalcatholic.com/tc/
Bom, há também uma articulista, chamada Alenka Lawrence, que é inglesa, mas mora nos Estados Unidos. Ela costuma escrever textos interessantes nos quais compara o comportamento dos dois países. Por exemplo, ela já destacou que nos Estados Unidos é muito mais fácil mobilizar pessoas para irem às ruas lutar contra o aborto. O que não acontece na Inglaterra, para tristeza dela e minha também.
Hoje, Alenka destaca a diferença entre o censo que é aplicado nos dois países. Ela diz que no censo norte-americano há apenas 10 perguntas, mas que os americanos detestam respondê-las, e reagem dizendo que os Estados Unidos não é um país comunista e que o governo não tem nada que ficar se metendo na vida deles. Os recenseadores sofrem para que as pessoas respondam a 10 perguntas, que versam apenas sobre quantas pessoas moram na casa ou se o imóvel é alugado ou comprado. Apesar de que neste ano, uma das perguntas é sobre a raça da pessoa (?). Na Inglaterra, ela diz, são 40 perguntas sobre tudo. Querem saber o estado civil da pessoa, se está saudável, se tem carro, quantos banheiros tem a casa, etc.
No Estado de São Paulo de hoje vejo que o censo brasileiro pode ter 108 quesitos. O jornal destaca: “Serão pesquisados até a quantidade e as condições dos banheiros e de quais materiais são feitas as paredes das casas. O questionário inclui ainda como é o deslocamento de casa para o trabalho e para o estudo, para identificar deficiências na infraestrutura de trânsito. Pela primeira vez, a pesquisa do IBGE vai investigar as línguas indígenas, assim como a cor e raça de toda a população e registro de nascimento.”
Os americanos fariam uma revolução contra isso.
Lembro-me de um personagem do Jô Soares que dizia “se hay gobierno soy contra”. Para mim, os americanos até que não são contra qualquer governo, mas qualquer governo é apenas um mal necessário. Os europeus e latino-americanos desejam mais a presença do estado. Mas acho que a independência dos norte-americanos é mais edificante.
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