sábado, 30 de abril de 2011

Por Que João Paulo II foi Beatificado?



O primeiro papa não italiano depois de 456 anos vai ser beatificado amanhã. Dos 263 papas na história da Igreja Católica, 81 são santos (30,8%) e 9 são beatos. O último papa a ser beatificado foi João XXIII. O que João Paulo II fez para merecer?

Peggy Noonan do Wall Street Journal falou ontem do impacto da eleição de João Paulo II sobre a sua Polônia comunista em 1979. A população sob regime comunista gritou para o Papa: "Nós queremos Deus, Nós queremos Deus!!". O papa respondeu: "A exclusão de Cristo da história do homem é um ato contra o próprio homem". Depois em uma missa para três milhões de pessoas disse: "Nunca perca sua liberdade espiritual". Apesar da grande missa, a TV estatal comunista não mostrou nada. A foto abaixo mostra a cerimônia em Varsóvia em 1979, que a TV não mostrou.


Ninguém fez mais do que João Paulo II para vencer o comunismo. Para isso contou com o decisivo apoio de "Tear Down This Wall" Ronald Reagan e da Dama de Ferro Margareth Thatcher.

No dia 13 de maio (dia de Nossa Senhora de Fátima) de 1981 foi baleado na Praça São Pedro. A bala por milímetros não o matou. Curado, honrou o nome de Fátima como sua salvadora, beatificou Jacinta e Francisco (duas das crianças que viram a virgem em Fátima em 1917), consagrou o mundo ao imaculado coração de Nossa Senhora (para cumprir o segundo segredo, em que a virgem pediu a consagração da Rússia ao imaculado coração dela) e visitou e perdoou o atirador na prisão.

João Paulo II foi o papa na história que mais canonizou e beatificou. Foram 81 canonizações e 1.338 beatificações. Dentre os santos há uma escrava (Josephina Bakita), um índio (Juan Diego), 119 mártires chineses que morreram defendendo a fé cristã entre 1648 e 1930 e Madre Teresa de Calcutá.

No dia da morte do papa, depois de passar por um longo período doente, quatro milhões de pessoas foram se despedir em Roma. A população gritava "Santo Subito" (santifiquem logo).

O Vaticano divulgou ontem que o papa Bento XVI avaliou a canonização imediata de João Paulo II, mas rejeitou-a. Preferiu dar um perdão especial para que não se esperasse cinco anos, como é normal, para iniciar o processo, mas que seguisse o andamento normal, passando pelas exigências da beatificação (é necessário um milagre por intercessão do avaliado). O milagre aconteceu, o papa vai ser beatificado amanhã depois de cumprir o primeiro passo para se tornar santo. Será a primeira vez, em quase 1000 anos, que o papa beatifica o antecessor.

Abaixo, a explicação da Rome Reports para o processo de beatificação de João Paulo II. Traduzo as principais informações do vídeo após, em azul.



"Para declarar João Paulo II um beato, o papa não pegou uma estrada fácil. Aqueles que estavam analisando a "Vida e os Milagres" tinham que documentar os fatos meticulosamente mostrando que ele era um santo. O processo incluiu 114 pessoas, que eram tanto a favor como contra sua beatificação.

O grupo incluiu 35 cardeais, 20 bispos, 11 padres, 5 religiosos, 3 freiras, 36 leigos católicos, 3 não-católicos e 1 judeu. Cada um teve de responder 129 questões.

Havia também um grupo de seis historiadores que passaram 16 meses recriando cuidadosamente a vida do papa desde que se tornou padre. As conclusões preencheram seis volumes que os especialistas do vaticano revisaram antes de propor a beatificação do Papa João Paulo II.

O Cardeal Amato disse que o processo consistiu de estudar a vida de uma pessoa e examinar suas virtudes heróicas, especialmente as três virtudes teológicas: esperança, fé e caridade, assim como as virtudes éticas e morais: prudência, temperança e perseverança.

Também foi investigado o milagre que era necessário para a beatificação, a cura inexplicável do mal de Parkinson da freira francesa Marie Simon-Pierre. A freira já tinha abandonado o trabalho por causa da doença quando foi curada em 2005, depois de apelar para João Paulo II. A doença desapareceu completamente."

João Paulo II foi o homem do século vinte, o século que mais matou cristãos em todos os tempos, o século do comunismo que foi vencido pela vontade de Deus do povo que o papa levou. João Paulo II levou Deus pessoalmente para 149 países em 26 anos de pontificado. Quantas pessoas no mundo viram o papa pessoalmente? Você viu? Eu vi, graças a Deus.

João Paulo II tinha defeitos, o maior deles foi resistir a expulsar padres pedófilos, preferindo afastá-los momentaneamente. Ele não era perfeito, mas quem foi que disse que santos são perfeitos?  Santos são seres humanos que tiveram uma vida heróica exibida com virtudes teológicas, defendendo o cristianismo, sofrendo por sua fé, e realizando caridades extremas. A santidade está aberta a todos.

Abaixo a música que o compositor polonês Henryk Górecki fez para o Papa e que vai ser tocada na cerimônia de beatificação. O título da música é o lema do Papa: Totus Tuus (Todo seu) em tributo a Nossa Senhora.



Continuamos sedentos por Deus, mas o mundo continua negando Cristo. Falei acima que a TV estatal comunista na Polônia não mostrou a cerimônia do primeiro papa polonês da história. Mas hoje vi a capa da Revista Veja e ela não traz nenhuma menção a beatificação do Papa João Paulo. Engraçado, o casamento de Kate e William mereceu capa total na semana passada.


sexta-feira, 29 de abril de 2011

No Irã: Cachorros, Hipocrisia e Impeachment



Eu li ontem três notícias reveladoras sobre o Irã. Vamos começar pela engraçada (mas estúpida), depois falamos da hipocrisia dos países que se relacionam com o Irã e finalmente falamos sobre a briga subterrânea entre Ahmadinejad e Khamenei, que pode levar ao impeachment do presidente.

Bom, a engraçada mas estúpida é que os parlamentares do Irã querem proibir que as pessoas tenham cachorros nos país, acham que cachorros são sujos e anti-islâmicos e que são influências da mente ocidental nojenta, que os iranianos assistem nos filmes. Foi Azadevi Moaveni da Time que deu a notícia. A lei proposta prevê punições para quem "caminhar com e manter animais impuros e perigosos". Há multa de até 500 dólares e não se estabelece o que será feito dos cachorros, mas deve ser a morte deles, já que são impuros. O pior é que nós ocidentais também somos.

O podcast do The Young Turks discute essa estupidez com humor, veja abaixo:


A segunda notícia é que os países europeus que deveriam evitar negócios com o Irã, por causa das sanções impostas ao regime daquele país, esquecem tudo isso quando sentem o cheiro do dinheiro. É o que noticia Ken Timmerman do Newsmax.


Centenas de empresas do ramo petrolífero do mundo inteiro, inclusive do Brasil (deve ser a Petrobrás, eu suponho),  se encontraram em Teerã no último sábado para discutir negócios com o país, fazendo chacota das sanções aprovadas nos Estados Unidos e na Europa. Uma coalizão de organizações em favor dos direitos humanos e contra as armas nucleares no Irã condenou os países europeus por serem hipócritas. Ao que parece companhias americanas evitaram o vexame.

O pior exemplo veio da Alemanha, com maior número de participantes do governo e de empresas presentes entre os europeus, enquanto a primeira ministra Angela Merkel se apresenta em favor das sanções. Mas Itália, Espanha, França e Reino Unido também estavam presentes. A China levou o maior contingente de participantes.

A última notícia foi divulgada pelo jornal inglês The Guardian, que fala que um racha entre o presidente Ahmadinejad e o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, pode provocar impeachment do presidente. Alguns parlamentares pedem a cabeça de Ahmadinejad e desde sexta-feira o presidente não é visto em público.

Segundo a reportagem o principal motivo é a influência de Esfandiar Rahim Mashaei (foto abaixo atrás do presidente), que é pai da esposa do filho de Ahmadinejad.

Mashaei foi primeiro vice-presidente, cotadíssimo para assumir a presidência depois que Ahmadinejad deixasse o poder. Mas Khamenei pediu a cabeça dele, Ahmadinejad tirou Mashaei do cargo de vice-presidente, mas o colocou como chefe de governo.  Mashaei tem um visão mais nacionalista, menos teocrática, com menos controle social, mas Khamenei que manter a teocracia forte, é a fonte de poder dele.


Há outros problemas além de Mashaei. No dia 17 de abril, sob pressão do presidente, o ministro da inteligência, Heydar Moslehi, pediu demissão, mas Khamenei mandou ele voltar ao cargo e ele assim o fez. Constitucionalmente não há poderes para Khamenei, mas todo mundo sabe quem manda. E ele provou isso para Ahmadinejad.

Khamenei apoiou publicamente Ahmadinejad durante as eleições de 2009, mas parece que se arrependeu, vendo que o presidente tenta aumentar seu poder de comando.

Bom, o mundo vai tateando na política iraniana, de cachorro a possível impeachment. Ninguém sabe muito bem o que há por lá. Todos meio perdidos, como cachorros em dia de mudança.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quais Países Acreditam no Aquecimento Global?



Instituto Gallup fez uma pesquisa perguntando às pessoas o que explica o aquecimento global: ação humana, fatores naturais ou os dois. O resultado, no geral, mostra que o mundo não acredita muito na mudança climática como ação humana, enquanto 35% acha que é ação humana, 36% não tem certeza que ocorra aqeucimento global, 14% acha que são apenas causas naturais e 13% ambos. Gallup também fez divulgação por países. É bem interessante pois pode-se ter uma idéia de onde vem principalmente a crença no efeito antropogênico (ação do homem) no clima.

A pesquisa ouviu 111 países, e os números revelam bastante. Por exemplo, eu sempre achei que o país que mais forçava a mão para defender o efeito antropogênico era o Reino Unido. O país sempre esteve a frente das negociações propondo metas ambiciosas de redução de emissão. Supus que se tratava de apoio popular a isso, mas vejo que ou a população passou a não acreditar nisso ou muito era pensamento do governo Blair e Brown, sem base popular. Pois os resultados mostraram que a maioria da população acredita que são efeitos naturais (39%), contra 37% em efeito humano no clima. A Grécia e a Alemanha são os países europeus com populações mais crentes na ação humana.

Também não esperava o baixíssimo apoio da China, da Índia e da África do Sul (países dos BRICS junto com o Brasil) a idéia de efeito humano no clima, pois estes países tendem a receber recursos internacionais nas negociações sobre o clima. Na China apenas 31% da popualção acredita nisso, enquanto 35% acha que não existe aquecimento global. Na Índia apenas 18% crêem em mudança climática antropogênica. Na África do Sul é pior ainda, apenas 15%.

Além disso, os países pobres tendem a não acreditar na mudança climática antropogênica. O site Watts Up With That acha que a razão para isso é que mudança climática é uma coisa fabricada pela mídia e por governos, e eles não têm acessos a muita informação e têm pouca presença de governo. Apesar de grande dependência em relação aos frutos da natureza, a população desses países não relaciona aquecimento global com ação humana.

Por outro lado, fiquei surpreso com o alto índice de crença em mudança climática antropogência dos países (regiões) ricos da Ásia (Japão, Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan). O que explica isso? Não consigo imaginar uma boa razão.

Eu já esperava um apoio grande da população brasileira. Aqui, no geral, não se discute o assunto com profundidade, ficamos apenas nos discursos do Greenpeace e do WWF, que dependem financeiramente da crença na ação humana sobre o clima. O Brasil é o sétimo país que mais acredita em mudança climática antropogênica, 67% da população acredita nisso, apesar de termos um alto índice de desconhecimento em relação ao assunto (18%).

Vejam abaixo os quinze primeiros países que mais acreditam na ação antropogênica e os dezesseis que menos acreditam:

Quais são os fatores que explicam o Aquecimento Global?

países que mais acreditam na ação humana:



países que menos acreditam:



quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eu Fui Campeão da Formula 1. Você Sabia?



Eu já ouvi muitas coisas idiotas em matéria de política e de relações internacionais, muitas das vezes saíram das bocas de PhDs, mas essa foi demais. Ryan Lizza da Revista New Yorker entrevistou um membro do governo Obama e ele disse que a doutrina de Obama para política externa é "leading from behind". Poderíamos traduzir isso literalmente por "liderar vindo de trás" ou "liderar depois dos outros". Mas para sermos mais precisos deveríamos traduzir por não liderar, porque essa doutrina é uma completa idiotice. Quer dizer o Obama abandona os valores norte-americanos e espera os outros países fazerem algo (que podem não lembrar esses valores) e depois tenta (sabe Deus como) liderar o que não fez.

Aqui vai a parte do texto que fala da doutrina do Obama (é o último parágrafo do artigo que tem dez páginas de internet), traduzo em seguida:

Nonetheless, Obama may be moving toward something resembling a doctrine. One of his advisers described the President’s actions in Libya as “leading from behind.” That’s not a slogan designed for signs at the 2012 Democratic Convention, but it does accurately describe the balance that Obama now seems to be finding. It’s a different definition of leadership than America is known for, and it comes from two unspoken beliefs: that the relative power of the U.S. is declining, as rivals like China rise, and that the U.S. is reviled in many parts of the world. Pursuing our interests and spreading our ideals thus requires stealth and modesty as well as military strength. “It’s so at odds with the John Wayne expectation for what America is in the world,” the adviser said. “But it’s necessary for shepherding us through this phase.”

(Todavia, Obama pode estar movendo-se para algo que lembra uma doutrina. Um dos seus conselheiros descreveu as ações do Presidente Obama na Líbia como "liderando por trás".  Este não é um slogan projetado para a campanha de 2012, mas ele realmente descreve com fidelidade o equilíbrio que Obama parece que encontrou agora. É uma definição diferente de liderança que a America não conhece, e vem de algumas crenças não declaradas: que o poder americano está decadente, enquanto rivais como a China aumentam seu poder, e que os Estados Unidos é criticado em muitas partes do mundo. Perseguir nossos interesses e divulgar nossos ideais requer assim agir nos bastidores, com modéstia e também com força militar. "É completamente diferente do comportamento do tipo John Wayne, disse o assessor. "Mas é necessário para nos conduzir para a próxima fase".)

Acho que este blog é o primeiro blog ou mesmo mídia no Brasil a noticiar esse longo texto de Lizza e a bobagem do "leading from behind" (mas nunca se tem certeza com a internet), mas você pode ver  várias críticas a essa baboseira aqui (John Poderetz, New York Post),  aqui (Nile Gardiner, The Telegraph) ou  aqui (End of the Modern World blog).

No mesmo artigo de Lizza, Zbigniew Brzezinky, ex-conselheiro de Segurança Nacional do governo Jimmy Carter (também do partido democrata como Obama), disse que Obama não tem estratégia, ele tem apenas sermões:

"Brzezinski, too, has become disillusioned with the President. “I greatly admire his insights and understanding. I don’t think he really has a policy that’s implementing those insights and understandings. The rhetoric is always terribly imperative and categorical: ‘You must do this,’ ‘He must do that,’ ‘This is unacceptable.’ ” Brzezinski added, “He doesn’t strategize. He sermonizes.

(Brzezinski também se tornou desiludido com Obama: "Eu admiro muito seus insights e seu entendimento. Eu não acho que ele tenha realmente uma política externa que está implementando estes insights e entendimentos. A retórica é sempre terrivelmente imperativa e categórica: "Você deve fazer isto", "Ele deve fazer aquilo", "Isto é inaceitável". Brzenzinski completa, "Ele não faz estratégia, faz sermões".)

A revista New Yorker é um bastião da esquerda, mas Lizza revela outras coisas ridículas sobre Obama no artigo, como o fato dele, quando era senador, estar mais preocupado em banir o brinquedo "yo yo water ball" (foto abaixo):


Em matéria de política externa, depois de criticar o idealismo de Bush e dos Clintons (marido e mulher), Obama coloca justamente Hillary Clinton para cuidar de política externa. A promessa de fechar Guantanamo (a primeira promessa de política externa como presidente) ele não cumpriu. E não vamos nem comentar que o suposto realismo de Obama significou abandonar os manifestantes que lutam contra o regime do Irã e não pedir pelos direitos humanos na China, o que fez com que Dalai Lama saísse pelos fundos da Casa Branca, no meio do lixo, para não melindrar a China (foto abaixo).


Certa vez, eu estava em uma estação de trem no exterior passando por um período muito difícil na minha vida e eu li a seguinte frase na estação: "Na vida, ou você é passageiro ou você é motorista". Eu me senti muito bem naquele momento, pois eu estava ali pelas minhas próprias forças e tinha orgulho disso. Eu era motorista, estava guiando meu destino, enfrentando os problemas. Obama quer ser apenas passageiro.

No blog de Nile Gardiner, eu comentei que, seguindo a doutrina do "leading from behind" do Obama, devíamos dizer ao Lewis Hamilton, ao Felipe Massa, ao Sebastian Vettel que a melhor posição era a última. Que melhor ainda é ficar em casa e não fazer nada. Neste sentido, eu posso dizer que, pelo modelo do Obama, eu sou campeão de Fórmula 1, pois nunca cheguei nem perto de um carro de Fórmula 1, nunca fui a nenhum autódromo. Estava bem atrás, bem "behind", liderando. Só perco para quem nunca nem ouviu falar de Fórmula 1. Não posso falar de futebol, vôlei, natação ou basquete porque pratiquei (e bem) esses esportes. Mas Fórmula 1, sou campeão.

Na verdade, seriamente, para mim, Obama é um cara com uma formação muito ruim sobre qualquer coisa e sem experiência em nada, como também revela Lizza. As dificuldades dele com política externa também aparecem quando se discute qualquer assunto. Ele "faz apenas sermões" imperativos, não tem nenhuma idéia de como se resolve as coisas. 

Eu, além de ser campeão de Fórmula 1 (pela lógica do Obama), posso me orgulhar dizendo que Obama nunca me enganou. Tenho até uma camisa em casa de apoio a McCain na campanha, e olha que não gosto muito do McCain, mas isso é outro post.


terça-feira, 26 de abril de 2011

A Teoria do "Eu ou o Caos" da Síria



Todos têm medo da Síria, isto é, todos têm medo do resultado dos levantes na Síria. É o que argumenta o site Stratfor, por isso o regime de Bashar al-Assad (o pequeno da esquerda acima), filho de Hafez al-Assad (o senhor da foto) continua atacando seus compatriotas e recebendo apenas alguns sussurros de oposição da comunidade internacional. A família Assad da foto está no poder desde 1971 e o país ficou de 1962 até a semana passada sobre regime de emergência que suspende os direitos democráticos dos cidadãos (Assad tirou o regime para tentar aplacar as manifestações).  

Bashar Assad usa a Teoria do "ou Eu ou o Caos" para calar o mundo, como se ele fosse capaz de conter maiores problemas. Mas já há muito caos no país. No entanto, ninguém até agora disse que Assad deve deixar o poder, nem a ONU, nem os Estados Unidos, ninguém.

Abaixo a foto de Assad com Lula que está no link dele no Wikipedia:


Segundo Stratfor, os principais manifestantes são sunitas fundamentalistas (que fazem parte da maioria da população), mas ninguém sabe qual é a posição dos manifestantes sobre a política externa. A Síria tem fortes laços com o Líbano (dominado pelo Hezbollah e pelo Irã, mas com grande população cristã), tem curdos no norte do país que podem se revoltar e agitar tanto os curdos da Turquia como os do Iraque (países que fazem fronteira com a Síria). Os sauditas têm muito receio de uma maior aproximação do país com o Irã. E Israel também não quer ver Síria mais próxima do Irã.

Outro texto do Stratfor diz que muita gente está nos protestos porque as tropas do governo mataram alguém que eles conheciam. Não se precebe claramente se há uma oprganização ou um líder por trás dos protestos.O governo afirma que as manifestações são feitas por "grupos terroristas", Enquanto outros esperam que o Habibna (como chamam Assad) faça reformas que parem a crise.

Enquanto isso, tanques avançam sobre cidades para acabar com os levantes, como revelou o New York Times ontem. Muita gente já compara com a ofensiva de hoje com a que o governo fez em 1982 que deixou milhares de mortos na cidade de Hama.

No meio das mortes, desordem legal  e do caos trazido pelo governo Assad, tem gente que já pede até intervenção de Israel, que é tão odiado pelos árabes.

Obviamente, o governo sírio provoca crime contra a humanidade, como diz Wlliam Harris do Weekly Standard, mas quem vai intervir?  Harris responde o que deve ser feito:

"O povo sírio não deseja uma intervenção externa. Eles precisam, no entanto, de algum sinal de solidariedade da comunidade internacional frente ao barbarismo da ação governamental. Os Estados Unidos, que têm reservas sobre a Corte Criminal Internacional (ICC) e não é signatário do Estatuto de Roma,  não têm opção moral a não ser endosar publicamente e imediatamente a mudança de regime na Síria e as demandas por democracia da população. O Reino Unido e a França, como sigantários do Estatuto de Roma, têm obrigação moral de patrocinar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU no modelo da Resolução 1593 de 2005, que levou a situação de Darfur para o ICC. Tal resolução usará o Capítulo VII da Carta da ONU para que se faça investigação sobre Bashar Assad e seus associados para procurar possíveis indícios de crime contra a humanidade"

Bom, concordo com Harris.


Abaixo, o vídeo sobre a crise do Stratfor:

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Por que Cristo não fala com os Papas?



Falei recentemente de uma criança japonesa que, antes de fazer um pergunta ao papa, faz supor que ele tem a resposta porque ele fala com Deus. Na verdade, Cristo e Nossa Senhora costumam falar diretamente não com papas, mas com pessoas muito mais simples, mulheres e crianças. É como uma tradição que remonta a primeira aparição de Cristo ressuscitado; Ele apareceu primeiro a Maria Madalena (quadro acima) e mandou que ela avisasse aos discípulos, que não acreditaram nela.

Muitos papas têm inveja disso. Recentemente, o Papa Bento XVI foi a Fátima e disse que tinha inveja das três crianças que viram Nossa Senhora.  O Papa Pio XI, que recebeu a mensagem de Fátima pela primeira vez, também lamentou que Cristo não mandou a mensagem diretamente a ele.

O blog Caterbury Tales falou disso e colocou alguns exemplos para provar que Cristo e Nossa Senhora preferem os bem mais humildes. Esses humildes depois têm de fazer um esforço sobre humano para que a Igreja aceite as palavras que Cristo e Nossa Senhora disseram a elas.

Aqui vão alguns exemplos:

1) Santa Catarina de Siena (1347-1380) que começou a ver Cristo ainda muito nova e insistiu para que o papa deixasse Avignon e voltasse para Roma. Foi proclamada santa em 1461 e doutora da Igreja quase 600 anos de sua morte, em 1970.


2) Santa Juliana de Liége (1193-1258) que teve visões para que a Igreja instituísse a comemoração de Corpus Christi. Após sua morte a comemoração foi instituída e foi beatificada apenas em 1869 (mais de 500 anos depois de sua morte);


3) Santa Catarina de Labouré (1806-1876) que teve várias visões de Nossa Senhora e instituiu a devoção a imaculada conceição e a medalha milagrosa (abaixo). Foi canonizada em 1947.


4) As três criancinhas de Fátima, Lúcia, Jacinta e Francisco, que tiveram várias visões de Nossa Senhora em 1917 e insistiram pela consagração da Rússia a Nossa Senhora pela Igreja. Até hoje, há controvérsias sobre se a Igreja cumpriu ou não os pedidos das crianças.


 5) Nossa Senhora de Guadalupe apareceu ao índio Juan Diego (1474-1548), que teve muita dificuldade para provar sua visão. No final, teve que mostrar um milagre na frente dos padres para que acreditassem nele.


Cristo ressuscitou e são os humildes que sustentam essa fé. 

Vejam abaixo um vídeo animado sobre a paixão de Cristo. Cristo ressuscitou (He is risen!).


domingo, 24 de abril de 2011

O Dia da Terra deve ser Dia da Vida Humana



O tal Dia da Terra caiu na Sexta-Feira Santa este ano. Já falei aqui muio sobre o tema, e qual deve ser a solução para o meio ambiente: cuidar do ser humano. A charge acima de Barry Farrington mostra com perfeição isso.

Só um ser humano livre da pobreza e que respeita o outro ser humano pode salvar o meio ambiente. Muitos ambientalistas, ao contrário, querem salvar a terra matando os seres humanos.

Vejam aqui vídeos de ambientalistas matando pessoas em campanhas publicitárias.

Aqui tem uma discussão do Dia da Terra na Sexta-Feira Santa.

Aqui a Igreja Católica versus ambientalistas na Austrália

Pesquisem no site sobre mudança climática e encontrarão muito mais.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Eu pergunto ao Papa que Fala com Deus"



Três mil perguntas foram enviadas para o Papa, pois, pela primeira vez na história, ele participaria de um programa de Perguntas e Respostas na televisão. Foram escolhidas 7. Sete difíceis perguntas.

A primeira foi de uma criança japonesa que queria saber do "Papa que fala com Deus" por que inocentes morrem em desastres naturais como o Tsunami. O papa disse que ele também se fazia a mesma pergunta, mas que ela soubesse que Jesus Cristo também morreu inocente e que Deus está presente com seu amor e paz durante as tristezas da vida. Eu já falei aqui do problema do mal na discussão teológica. Se vocês querem se aprofundar nesse debate, leiam.

Um casal de pais que tem um filho com esclerose múltipla perguntou se o filho deles tinha alma e se sentia. O papa ficou comovido com o caso deles e respondeu que o filho tinha sim e que podia  reconhecer o amor, a presença e a devoção dos pais.

Ele ainda respondeu sobres os cristãos que sofrem no Iraque, pediu diálogo entre Islã e cristãos, e clamou por paz na Costa do Marfim por meio de uma pergunta de uma muçulmana.

O programa vai ao ar hoje. Vejam abaixo a reportagem do Rome Reports.




FELIZ PÁSCOA!!

O "Hope and Change" Deprimiu.



Pois é o cara do Hope and Change trouxe tristeza aos Estados Unidos. Pesquisa do New York Times mostra que os americanos estão pessimistas como nunca com relação ao país e avaliam que Obama levou os Estados Unidos ao caminho errado.

Como diz Nile Gardiner, quando até o jornal mais importante para a esquerda norte-americana diz que Obama está em maus lençóis é porque o negócio está feio para o lado dele mesmo.

Aqui vão alguns resultados  da pesquisa do New York Times:

1) 70% acreditam que o país está no caminho errado (26%, caminho certo);

2) 57% acham que Obama está errando na condução da economia, 38% aprovam o presidente;

3) 59% acham que Obama erra na administração do déficit público;

4) 30% acreditam que a economia vai piorar, 38% consideram que vai ficar na mesma e 23% vai melhorar;

5) Quando perguntado sobre o efeito da política da oposição republicana de cortar gastos, 29% acham que resultaria em melhora do emprego, 27% acham que não teriam nenhum efeito, e 29% acham que cairia o emprego;

6) 58% acham que é melhor cortar gastos do que aumentar impostos;

O site Real Clear Politics mostra que depois de se recuperar, quando manteve os baixos impostos da era Bush, Obama voltou ao patamar negativo na aprovação popular no início desse mês, como mostra o quadro abaixo, em que vermelho é desaprovação (hoje em 49,4%), e preto aprovação (45,6%).


Já começou a eleição de 2012, espero que os republicanos não errem na escolha do seu candidato dessa vez. A principal mensagem para eles é: Nada de RINOs (Republican in Name Only). Todo mundo sabe quando eles escolhem um Rino, como McCain: os democratas vencem.

Vamos colocar Obama fora da Presidência? Yeah!!! (é o que diz essa montagem que peguei no site Weasel Zippers)



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Amigos podem levá-lo a Obesidade, ao Divórcio e até ao Suicídio

É muito batida a frase: diga-me com quem andas que direis quem és. Mas ela sempre prova estar correta. O grande Ed West, o melhor blog do jornal The Telegraph, mostrou que há um estudo que prova que ter amigos obesos (esses amigos inclui pais, irmãos e amigos, claro) aumentam em muito as chances de as pessoas também serem mais obesas. Outro estudo mostrou que ter amigos suicidas aumentam as chances de que você também provoque suicídio. Além disso, já é conhecido por diversas pesquisas que  a taxa de divórcio são maiores quanto mais é permitido o divórcio. E o  divórcio é contagioso, como fala uma outra pesquisa mostrada pelo jornal. Se um amigo próximo se divorcia, as suas chances de se divorciar aumentam em 75%!! Se é amigo de um amigo, as chances caem para 33%,  o que ainda é muito. O divórcio de um irmão faz as chances de seu próprio divórcio aumentar em 22%.

A partir daí, Ed West passa criticar a revolução sexual dos anos 60, que trouxe a liberação do divórcio e do sexo. O que os dados das pesquisas e nosso dia-a-dia mostram é o que os resultados dessa  revolução foram: crianças emocionalmente despreparadas, crianças com dificuldades para assimilar conhecimento, aumento nas taxas de criminalidade e nas taxas de alcoolismo. Isso tudo tem um custo econômico e social tremendo.

A liberação do aborto no final da década de 60 na Inglaterra liberou os homens do casamento se as namoradas engravidarem. Enquanto no passado boa parte das mulheres no dia do casamento estavam grávidas, hoje, se não casam, ou abortam  (com apoio do governo, muitas vezes) ou vão ser mães solteiras.  Hoje apenas metade das pessoas na Inglaterra acreditam naquela frase "engravidou tem de casar".

Outra pesquisa mostra que pessoas que se juntam (vão morar juntas, "juntam as escovas") e têm crianças são mais suscetíveis ao divórcio do que aquelas que são casadas.


Por que as pessoas fogem do casamento? Especialmente aquele da Igreja? Eu sempre considerei isso um sinal de respeito a Igreja, mas não gosto nem um pouco da idéia de juntar as escovas, para mim parece fuga de algo considerado maior. Vi ontem um excelente vídeo no site Aggie Catholics. É simples, direto, engraçado e ao mesmo tempo triste discutindo com humor o que é o ato de "juntar as escovas".

Acho que um blog ligado a jornal ou revista de grande circulação jamais colocaria esse vídeo, pois as pessoas poderiam ficar muito chateadas e sair xingando o meio de comunicação. Mas, espero que meus poucos mas ótimos leitores considerem o vídeo apenas como uma reflexão sobre o assunto.

Juntar as escovas, no vídeo, é basicamente egoísmo. Acho que faltou acrescentar o medo. Medo de várias coisas: de aceitação com os amigos, de perder a vida de solteiro(a), de gastar dinheiro, de ser pai (mãe), de parecer velho(a), de ser controlado(a), etc. Edmund Burke disse que "nenhum sentimento destrói tão efetivamente os poderes da mente para agir e raciocinar como o medo".

O vídeo está em inglês, não tive tempo de traduzí-lo para o blog:


Para agir contra todos esse medos e se afastar dos amigos que são péssimas companhias é preciso enfrentar a corrente da vida, ser uma pessoa que toma conta de suas atitudes e tem uma boa formação moral. Chesterton disse: "Uma coisa morta consegue ser arrastada pelas correntes, apenas aquilo que é vivo consegue ir contra".

Sem amizade não há vida saudável, mas deve-se escolher os amigos com muito cuidado e ter forças para se afastar deles se eles você levam a uma caminho errado. E também devemos lembrar de que devemos ajudar os amigos, se eles entendem que foram para o caminho errado. Para tudo isso, só uma boa formação moral.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Problemas Econômicos e Políticos na China



O modelo de crescimento chinês está ficando insustentável. O site Stratfor tem analisado por meio de diversos textos a atual situação econômica e política chinesa, e vê que há uma grande possibilidade do fim da era Deng Xiaoping. Atualmente, o governo chinês enfrenta duas opções: ou mantém a economia crescendo a taxas elevadíssimas por meio de créditos, acelerando ainda mais a inflação, ou contém a inflação diminuindo o crescimento. Os dois movimentos podem acelerar a revolta Jasmim, estimulada por estudantes, artistas e ativistas que desejam maior liberdade política. Já falei aqui dessa revolta na China.

Politicamente, em 2012, os atuais líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) devem se aposentar e a quinta geração de líderes vai assumir. A mudança vai alterar profundamente o principal orgão de governo na China, o Politiburo. Sete dos noves membros do Politiburo serão trocados.  A transição política chinesa acontece nos bastidores, ninguém sabe o que acontece, há muita incerteza, não há uma sistema institucional para mudança de comando, nem Mao Tse-Tung, nem Deng Xiaoping, nem Jiang Zemin, nem o atual Hu Jintao conseguiram estabeler um processo político para eleição de um líder, assim as lutas internas são intensas.

O site Straffor estabele duas principais facções na China. A primeira é liderada pelo líder do PCC, Hu Jintao, que tem uma posição centralizadora, concentração do poder em Beijing, e um viés mais social de distribuição de renda, com desejo de manter o controle social. A segunda facção é liderada pelo antecessor de Jintao, Jiang Zemin, que é mais elitista (com a presença de filhos de ex-líderes), mais regionalista, que procura dá mais liberdade para as diversas regiões chinesas (há 33 províncias governamentais, além de Taiwan) se desenvolverem mesmo com apoio internacional, reduzindo o controle do poder central em Beijing. Mas, não há expectativa de que a próxima geração de líderes reduza o poder do PCC, todos se juntam no compromisso de manter o poder do Partido. Isto é, a ditadura, para qualquer facção, deve continuar.

Deng Xiaoping (fot abaixo), que foi líder de 1978 a 1992, depois do desastre da Revolução Cultural chinesa de Mao, realizou a reforma econômica chinesa com base em três pilares: 1) pragmatismo econômico, permitindo o comércio internacional; 2) Negociação com países de diversas matizes políticas desde que eles reconhecessem a China como nação; 3) Primazia do PCC. Não haveria reforma política. Manifestações políticas seriam suprimidas cruelmente.


O modelo econômico liderado pelas exportações com base em crédito barato de Xiaoping chegou ao ponto de saturação, mas Hu Jintao não consegue desvencilhar a China disso. A sua política de favorecer o consumo interno para ter uma economia mais equilibrada não deu resultado. O alto nível de investimentos na China não se reflete no consumo, a economia é voltada para o exterior, as famílias chineas não consomem o nível desejado pelo governo no mercado interno. Há ainda fortes disparidades regionais na China, com Beijing, Xangai e Tianjin (áreas vermelhas do mapa do Stratfor, acima) se destacando, mas o interior do país ainda muito pobre (áreas verdes do mapa, acima).

Os problemas econômicos e políticos da China têm quatro fontes: 1) Queda na demanda internacional; 2) aumentro do custo do insumos e da mão-de-obra; 3) Aumento do poder dos militares que procuram uma atitude mais ativa para aumentar a influência chinesa internacionalmente; e 4) Falta de reforma política, o que favorece a corrupção e as disparidades regionais.

As opções da China, segundo Stratfor são: a) continuar empurrando com a barriga as mudanças necessárias; b) fazer reformas políticas e econômicas que podem arruinar o regime comunista; e c) sacrificar a economia para manter o poder do PCC.

Para mim, a opção b está fora de possibilidade no médio prazo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

"A Europa é a Fé, e a Fé é Europa"



A frase que dá título a este post é do grande Hilaire Belloc (foto abaixo). Ele estava falando que a decadência européia começou a partir da reforma protestante que iria destruir a fé cristã na Europa. Hilaire Belloc foi um escritor profícuo, reconhecido, definiu qual seria a teoria econômica da Igreja Católica (Distributivismo) e foi um grande amigo de Chesterton. Certa vez, ele quis ser parlamentar inglês. No seu primeiro discurso, desafiou os anglicanos e toda a história britânica contra o catolicismo, ao levar um rosário para o palanque. Chegou e disse: "Isto aqui é um rosário, sou Católico, se vocês não votarem em mim porque sou Católico, eu ficarei muito honrado em não receber seus votos".



Por que eu lembrei de Belloc?

Por causa de uma história que li ontem. Um eletricista, chamado Colin Atkinson, de 64 anos, que trabalha para uma empresa que recebe financiamento público na Ingalterra, chamada Wakefield and District Housing, foi chamado pela empresa porque ele usa uma pequena cruz no carro em que trabalha. A empresa declara que aceita que seus empregados usem burkas, mostre símbolos do hinduísmo e vistam camisas do Che Guevara, mas ao receber uma reclamação de que a cruz era ofensiva, chamou Colin e pediu que ele retirasse a cruz. Colin não aceitou e disse:

I have worked in the coal mines and served in the Army in Northern Ireland and I have never suffered such stress...The treatment of Christians in this country is becoming diabolical. It is political correctness taken to the extreme"

(Eu trabalhei em minas de carvão e servi no exército da Irlanda do Norte, mas eu nunca sofri tanto estresse...O tratamento aos Cristãos  neste país está se tornando diabólico. É o politicamente correto no seu extremo").

Colin disse também que não se importa em perder seu trabalho, mas não deixará de usar a cruz.

O genial Belloc está certo. A Europa é a fé cristã, e a fé cristã é a Europa, se Europa perde a fé, perde-se o que é a Europa. A luta de Colin é muito maior do que ele pensa. Que Deus o abençoe, Colin.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Onde Estão os Refugiados do Clima? E a Campanha da Fraternidade.



A ONU disse, em 2005, que em 2010 haveria 50 milhões de refugiados por causa da Mudança Climática!! Cadê esses refugiados? Vendo o erro absurdo de previsão o que a ONU fez? Apagou os resquícios de sua previsão em seu site. Apagou até o mapa que colocava os pontos do planeta que a ONU  julgava serem os mais críticos. Mas o site "Watts Up With That" conseguiu recuperar o mapa.

Também deixo aqui registrado abaixo o mapa que a ONU quer esconder. Cliquem aqui para terem uma visão mais nítida.


Nos pontos mais críticos apontados pela ONU o que ocorreu em 2010 foi aumento da população. Isto é, não só a população não fugiu do local, mas permaneceu, procriou e recebeu mais gente. Quem alertou para o erro da ONU e o que realmente aconteceu foi Gavin Atkins do Asian Correspondent.

Enquanto isso, eu fui a missa e tive de ouvir a Campanha da Fraternidade da CNBB desse ano. Já falei aqui das palavras que o Papa Bento XVI disse sobre esse campanha no Brasil. Ele ressaltou a "ecologia humana", a defesa da vida humana para que haja defesa do meio ambiente. Mas muitos dos nossos padres preferem ler jornalistas ao próprio Papa.

Nos Estados Unidos, pelo menos os católicos reagem aos padres ou bispos que seguem o caminho errado. Vejam abaixo vídeo de Michael Voris mostrando que uma Earth Day Network, apoiada por Al Gore, Leonardo di Caprio, e outros artistas e políticos querem que os bispos católicos deixem de falar na crucificação e ressurreição de Cristo durante a páscoa para falar sobre o Dia da Terra que cai na sexta-feira santa. Michael Voris lembra que boa parte desse negócio de Mudança Climática é defesa de controle populacional e aborto e sugere que se o padre falar disso na principal semana do catolicismo, o crente não deve contribuir com nada para a paróquia e procurar outra. Ótima sugestão.

Mas no Brasil teríamos que rasgar metade do texto da Campanha da Fraternidade, se não abandonar completamente a Campanha. Além disso, fico pensando onde eu iria achar uma paróquia brasileira em que eu não ouvisse bobagens como as da ONU.

sábado, 16 de abril de 2011

Os Trapalhões do Governo - Qualquer Governo



Ontem, Daniel Hannan colocou no seu blog o homem que lê mais rápido no mundo tentando ler o código de imposto de renda do Reino Unido. Vejam o vídeo:


A legislação de imposto de renda da maioria dos países é esse absurdo, não se restringe ao Reino Unido. O governo sempre tenta eliminar todas as formas de evasão fiscal. Mas acontece que quanto mais escreve mais chance aparece para evasão fiscal. São Tomás de Aquino escreveu no século XIII e disse que a realidade é muito mais ampla que qualquer legislação consiga alcançar, por isso é muito mais sábio melhorar o homem para que não tente realizar ilegalidades.

Não sou defensor da escola austríaca de economia que acha que o governo deve ficar fora de qualquer instância de decisão, mas entendo que todo governo deve reconhecer a Lei de Parkinson que falei no outro post abaixo e lutar contra.

Todo governo tende a extrapolar suas funções e a construir uma burocracia enorme, com todos os seus trapalhões. Mas a gente sempre encontra alguém dizendo que o governo está certo, até o ponto em que o governo atinge os interesses do cara,  como mostra o grande Mussum abaixo:



Mussum morreu muito cedo. Deixou muitas saudades.



sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lei de Parkinson - Criação de Ministérios Para Solucionar Problemas



Por que os governos tendem a criar  ministérios para cuidar de assuntos que muitas vezes já eram cuidados pelo próprio governo? Isso é um tendência mundial, especialmente em governos de esquerda que tendem a achar que o Estado é a solução para os problemas e não parte dos problemas. A charge acima de Steven Kelly faz chacota da sugestão que o Obama deu para reduzir o déficit público ontem: criar uma secretaria para cuidar da evasão fiscal feita por meio de furos na legislação. Uma atribuição que o governo já tinha. 

Ontem, vi no Jornal Nacional que o Instittuo de Pesquisa de Análise Econômica (IPEA) acha que 10 aeroportos brasileiros não devem ficar prontos para Copa do Mundo em 2014. A resposta do governo foi a criação de uma Secretaria para cuidar disso, sendo que já existia pelo menos um Ministério com essas atribuições.

Vocês conhecem a Lei de Parkinson? Parkinson mostrou que a burocracias tendem a se expandir por duas razões: 1) os gerentes gostam de ter subordinados; 2) Gerentes criam trabalhos para eles mesmos. Parkinson mostra que uma burocracia tende a se expandir sozinha sem que haja aumento de atribuições.

Toda vez que vejo essa tendência, generalizada mundialmente mas muito fincada no modelo administrativo brasileiro, eu também me lembro do Monty Python e da sua sugestão de criar um Ministério para Caminhadas Estranhas (Ministry of Silly Walks) para dar apoio a quem faz movimentos estranhos quando caminha. O cara tem de provar para o governo que realmente seus movimentos são estranhos para receber o apoio. É um clássico do Monty Python, que mostra John Cleese em sua melhor forma e detona a tendência de ciração de ministérios. Vocês podem assistir o Ministry of Silly Walks no youtube clicando aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sem Braços, Sem Pernas, Mas Vivo, Muito Vivo



Não há o que falar, e mesmo se você não sabe inglês vai entender o vídeo abaixo que peguei no site Aggie Catholics. Nicholas Vujicic, australiano, mostrando o que se pode fazer da vida.


Já falei aqui do filme Soul Surfer, sobre a vida de Bethany Hamilton e de sua fabulosa família. Pois Nick também foi se encontrar com ela e mostrou a felicidade de estar com Bethany e enfrentar ondas. Vejam abaixo, o cara só consegue dizer I Love You e pedir um abraço:



Este blog procura tratar de economia, política internacional e gosta de discutir questões religiosas, mas certas pessoas mostram que grande parte do debate sobre esses assuntos é pequeno frente ao valor da vida que Nick mostra.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Genética e Igreja Católica



Caros, li dois excelentes artigos de Rebecca Taylor, do site Mary Meets Dolly, sobre biotecnologia (uso de engenharia genética em seres humanos). Rebecca é especialista em biologia molecular e estuda os ensinamentos da Igreja Católica sobre o assunto.Ela escreveu esses dois artigos no site Creative Minority Report.

O objetivo dos artigos é clarear as definições da genética, mostrando a visão católica. Ela faz isso de forma magistral. Vou relatar aqui apenas de forma resumida as definições e as posições da Igreja. Mas, se conseguirem ler em inglês, recomendo fortemente que leiam os dois artigos dela. Para o primeiro clique aqui, e para o segundo, aqui.

São quatro definições:

1) Terapia Genética (gene therapy) - É a colocação de uma cópia de um gene normal nas células de um paciente com genes defeituosos para curar ou diminuir o avanço de uma doença. O gene adicionado irá produzir uma proteína que estava faltando nas células do paciente.A Igreja Católica aprova a terapia genética, pelo simples motivo que é usada para salvar vidas.

2) Melhoramento Genético (genetic enhancement) - É uso da genética para aprimorar pessoas normais. Isto é, a pessoa não está doente, ela quer apenas ser mais forte, mas inteligente, mais rápida, etc. Isso pode ser definido como doping genético. A Igreja é contra o melhoramento genético, pois considera que tende a reduzir o humano, ampliando certas características do homem, tornando-o outra coisa. O melhoramento destrói a identidade humana.

3) Modificação Somática  (somatic modification) - É o uso de células não reprodutivas, como células musculares, do coração, do cérebro, etc, exceto áquelas do óvulo ou do esperma. A Igreja aprova a modificação somática desde que seja usada para curar doentes.

4) Modificação do Embrião - (germ-line mofication) É o uso de células reprodutivas. A grande diferença com relação às células somáticas é que alterações nas células reprodutivas serão passadas para a próxima geração. Isto é, se altera-se as células reprodutivas de uma pessoa, aquela alteração continuará nos filhos, netos, etc. dessa pessoa. Em teoria, a Igreja Católica aprovaria o uso de modificação no embrião para curar doenças. Se a cura é boa em uma pessoa, melhor ainda se a cura é passada para as próximas gerações dessa pessoa. Mas a modificação do embrião é feita por manipulação em laboratório. A Igreja não aceita manipulação de células reprodutivas em laboratórios. Além disso, a Igreja não aceita a manipulação do embrião para fazer melhoramento genético (definição 2).

5) Riscos - Rebecca diz que atualmente a grande maioria da engenheira genética é feita com células somáticas. Mas se tem observado vários efeitos colaterais na biotecnologia, como o câncer e mesmo mortes. 

Rebecca conclui:

Widespread human genetic engineering is not yet a reality, but someday it will be. And it falls on us to make sure that it doesn't destroy our humanity. Luckily we have the teachings of the Church to guide us. (O uso amplo da engenharia genética humana ainda não é uma realidade, mas será um dia. E cabe a nós que isso não destrua a humanidade. Temos a sorte de termos os ensinamentos da Igreja Católica para nos guiar).

Achei muito instrutivo os textos. Aprendi bastante.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Jesuítas Pró-Aborto e Jovens Pró-Vida?



Tenho duas notícias, uma péssima e a outra ótima. Começo pela péssima. Nada me entristece mais do que ver católicos, especialmente jesuítas (símbolo acima), sendo vistos do lado errado, do lado da morte, defendendo ou protegendo quem realiza abortos, contradizendo o ensinamento mais supremo da religião católica: a defesa da vida.

Estudei em colégio jesuíta durante cinco anos, sou devoto do grande fundador da congregação, Santo Inácio de Loyola, e um admirador do grande jesuíta Padre Antonio Vieira, sem falar da grande colaboração que essa congregação fez para a ciência, para a educação e para a evangelização cristã no mundo todo.

Mas hoje li uma pesquisa feita pelos próprios católicos da Cardinal Newman Society sobre a relação de faculdades católicas nos Estados Unidos com clínicas pró-aborto, que critica especialmente as universidades jesuítas. Isso é pior do que o Padre Vieira de repente defender a escravização dos índios, porque assim desejava os colonos do Maranhão.

O relatório da Cardinal Newman Society (CNS) mostra que mais de 150 faculdades católicas nos Estados Unidos têm conexões com a Planned Parenthood, a maior organização de aborto dos Estados Unidos. Diz o relatório:

"Apesar do ensinamento inequívoco da Igreja Católica sobre aborto e contracepção, nós descobrimos encaminhamentos para serviços de saúde na Planned Parenthood, estágios e bolsas de estudo com Planned Parenthood,  aparentes elogios a empregados que trabalharam com a Planned Parenthood, e outras conexões com esta e outras associações pró-aborto. Os problemas estão espalhados por dezenas de instituições, com concentração em instituições altamente secularizadas como Georgetown University e Seattle University, duas das instituições jesuítas mais importantes".

Você pode ler o relatório completo em inglês na página da CNS. Disso, depois de arrancar os cabelos de raiva, como disse o site Creative Minority Report, só se tira uma coisa para se alegrar: os próprios católicos combatem e divugam seus próprios (grandes) problemas.

Mas a ótima notícia que tenho para divulgar é que os americanos estão cada vez mais do lado pró-vida nos Estados Unidos e, mais ainda, jovens se reúnem para defender, assistir palestras e ler sobre o movimento pró-vida. Vejam o vídeo abaixo que peguei no Blog do Patrick Madrid. Sensacional.


God bless this youth.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

"Sou um Cientista, fui Alarmista, mas agora sou Cético" sobre Mudança Climática



David Evans, cientista membro tempo integral de 1999 a 2005 do Escritório Australiano de Gases de Efeito Estufa (Australian Greenhouse Office), tempo parcial de 2008 a 2010, que modela a emissão de carbono em plantas, destroços, solos, florestas e produtos agrícolas, escreveu um artigo no Financial Post que começa dizendo: "sou um cientista, estive no trem da alegria do carbono, fui alarmista, mas agora sou cético quanto ao aquecimento global". Parece que as coisas estão esfriando no mundo científico, como diz Anthony Watts do site Watts Up With That.

Por que ele se tornou um cético? Aqui vão as razões deles, muitas delas, eu e muita gente, que não têm a formação dele, já falávamos há pelo menos dois anos:


- A idéia de que o dióxido de carbono é a principal causa do aquecimento global é baseada em suposições e é falseada pela evidência empírica.

- O trem da alegria da mudançaa climática é muito grande e involve muitos empregos, empresas, lucros, carreiras políticas e a possibilidade de controle do mundo. Assim governos e seus cientistas domesticados ao invés de admitirem que estão errados mantém a ficção que o carbono é um poluente perigoso.

- A questão não é se dióxido de carbono aquece o planeta, mas quanto ele aquece, dado a reação do planeta a emissão do carbono.

- Nos anos 80,  os alarmistas suposeram que com a emissão de carbono, a reação do planeta seria no sentido de aumentar o aquecimento.Essa é a idéia central de todo modelo de aquecimento global. Para cada porção de dióxido de carbono, três porções de aquecimento são geradas. Os modelos amplificavam o suposto efeito por três, por causa da umidade do ar. Um terço seria efeito do carbono e dois terços seria do vapor d'água. Todos os desacordos provém dessa equação. O caso alarmista é baseado no umidade da atmosfera, mas simplesmente não há evidência desssa amplificação.

- Pelo contrário, os balões metereológicos não tem encontrado ar quentes como os alarmistas previam. Nenhuma vez. Os modelos de mudança climáticas são fundamentalmente falhos e têm superestimado o aumento da temperatura por causa do dióxido de carbono;

- Quando isto ficou claro, nos anos 90, "a ciência do clima deixou de ser ciência", pois as evidências foram abandonadas para manter a versão oficial. Não é por acaso que todas as previsões alarmistas sobre o clima do mundo têm provada serem falsas. E eles repondem reduzindo o aumento de temperatura que esperam. Era 0,3 graus celsius por década em 1990, 0,2 graus em 2001 e agora é 0,15 graus.
 
- O que se tem provado é que a Terra responde a emissão de carbono reduzindo o aquecimento, reagindo a qualquer distúrbio como qualquer sistema que tende a estabilidade, de outra forma seria explosivo.

- Há um vasto número de medidores de temperatura próximos a fontes de aquecimento.

- A Terra está aquecendo desde o poço da Pequena Era do Gelo por volta de 1680. Emissões de carbono antes de 1850 eram mínimas, então o ser humano não causou essa tendência. Dentro da tendência há fases de aquecimento e esfriamento que duram entre 25 e 30 anos, devemos ter esfriamento nas próximas duas décadas.


- Concluindo:  "carbon dioxide is a cause of global warming, but it’s so minor it’s not worth doing much about." (carbono é fonte de aquecimento global, mas é tão irrisória que não vale o debate).

domingo, 10 de abril de 2011

Israel e Hamas...e Egito, Síria, Turquia, Irã, Iraque, Bahrein...


Desde a semana passada, o Hamas começou novamente a lançar mísseis sobre Israel. No dia 7 de abril um deles atingiu um ônibus escolar (foto abaixo), Israel retaliou e já matou, segundo o site Stratfor, 4 comandantes do Hamas. Começa um novo conflito entre Hamas e Israel, em que são exibidas vítimas civis dos dois lados.


Mas agora, o negócio pode descambar para um conflito muito mais amplo, especialmente porque o Egito pode deixar de ser um ponto de paz, com a saída de Mubarak. O exército do Egito já enfrenta manifestantes, pode-se perder o controle da Irmandade Muçulmana que já declarou apoio ao Hamas em várias ocasiões.

Outros pacíficos com Israel também enfrentam levantes populares como Arábia Saudita, Jordânia e Bahrein. A situação não é tranquila também nos inimigos de Israel. Síria e Turquia (que está ficando cada vez mais inimiga) enfrentam manisfestacões populares que procuram destituir o governo. Nunca se sabe o resultado disso.

Outros interessados no conflito Israel-Hamas também têm problemas, como Iraque e Irã. Sendo que o Irã parece querer que os levantes nos países de maioria ou domínio sunita se intesifiquem para aumentar seu poder na região. O Irã procura destabilizar especialmente o Iraque e o Bahrein, dois países que são dominados por uma minoria sunita, com grande população muçulmana xiita, a facção religiosa do Irã.

O líder muçulmano xiita iraquiano Moqtada al-Sadr (foto acima), que é influenciado pelo Irã (morou lá e costuma ir ao Irã para "continuar seus estudos"), há muito tempo é contra a presença dos Estados Unidos no Iraque e recomeçou suas ameaças usando a mesma linguagem de Ahamadinejad. Ele disse ontem.

"Se os americanos não deixarem o Iraque conforme previsto, vamos aumentar a resistência e retomar as atividades do Exército de Mahdi".

Mahdi seria o redentor do islamismo, que viria a Terra para punir os infiéis e fazer o islã dominar o mundo.  Ahmadinejad usou esse mesmo Mahdi em vários discursos, com destaque para o que fez na ONU em 2009. Eu sei, os dois são xiitas, mas não são todos os xiitas que têm fixação em Mahdi.

Como os Estados Unidos e o mundo ocidental conseguirão combater essa avalanche de domínio cultural que favorece o confronto dentro do Iraque e em toda a região do Oriente Médio?