segunda-feira, 18 de abril de 2022

Relatório Econômico de Biden: Inflação LGBT. E a "Ciência" de Hoje.

Que loucura este título de post, não é? Mas acontece que o governo Biden publicou seu Relatório Anual Econômico na última quinta-feira. Os Estados Unidos vivem atualmente a maior taxa de inflação dos últimos 40 anos. Mas o destaque o do relatório foi a ideologia de gênero. O Relatório mencionou "gênero" 127 vezes, enquanto a inflação foi mencionada míseras 87 vezes, perdeu em 40 vezes. É a inflação LGBT de Biden. O termo "emissões" ligado à preocupação com mudança climática também superou a menção de inflação, chegou a quase 100 vezes.

Claro que essa tendência ignóbil de governos está refletida nas universidades. Há muito tempo que as áreas humanas (sociologia, filosofia, ciência política, economia, relações internacionais, geografia, antropologia, história) e mesmo as áreas naturais (física, agronomia, climatologia, astronomia, química, medicina...) estão se sujeitando a ideologia política gayzista, feminista e ateia. 

Há uns 10 anos eu fui almoçar com meu orientador de doutorado e perguntei como estava a universidade. A resposta dele foi: está devastada pelo feminismo e pelo gayzismo presentes em muitas teses e dissertações.  

Eu publiquei no Reino Unido um artigo sobre distopias (literatura que procura prever o futuro, tipo "1984" de George Orwell e "Admirável Mundo Novo" de Huxley). No artigo eu disse que a melhor distopia que li foi a do padre Robert Benson, chamada "O Senhor do Mundo", que escreveu uns 30 anos de Huxley, e conseguiu prever a bomba nuclear. No entanto, no artigo, eu comentei um erro de Benson. Ele achava que as universidades seriam contra o programa do anticristo, porque defenderiam a  liberdade de opiniões. 

Muito pelo contrário, vemos hoje em dia. 

Ontem, eu li um artigo chamado "Why Academia is Preying Freethinkers" (Por que as Universidades estão Destruindo  os Livres Pensadores).

O que o texto mostra é que nos Estados Unidos, país mais rico do mundo,  e único país do Ocidente que tem verdadeiramente um partido político minimamente de direita, um coisa não há nas universidades de lá: diversidade de opiniões. O texto relata que  a percentagem é  a seguinte nas universidades americanas: para cada 20 professores lá, 1 vota na direita republicana. 20 para 1.

Na Europa, eu chutaria que essa taxa é de pelo menos 50 para 1 (eu fiquei assustado com o domínio cego ao esquerdismo quando trabalhei como professor visitante em Cambridge no Reino Unido).

Na América Latina,  a gente ainda nem sabe o que significa ser de direita. A chamada direita no Brasil, por exemplo, é muito semelhante a esquerda. Nas Universidades, um professor realmente de direita vai ficar perambulando em silêncio em um ambiente tresloucado.


4 comentários:

Horácio Ramalho disse...

Saudações Professor! Feliz Páscoa para o senhor e sua família!

Eu andei pensando sobre a "inflação" esses dias e gostaria de compartilhar a minha opinião com o senhor, pois sendo um economista, pode avaliar se faz sentido.

Creio que um dos maiores truques de mágica do milênio foi a mudança na definição de inflação, especialmente após o a II Guerra e o colapso de Bretton Woods.

Eu sou um adepto da definição que assevera inflação como sendo: o aumento da base monetária de um país, tendo o aumento dos preços como consequência.

Já a "nova definição", coloca inflação como sendo sinônimo de aumento de preço dos produtos e serviços.

Na minha opinião, quando se muda a definição de um fenômeno, é possível também mudar-se a causas deste mesmo fenômeno, ou especificamente, os causadores.

Na primeira definição, temos como causa a ação irresponsável de governos, via BC e sistema bancário, motivados mais por aspectos políticos do que econômicos. Por tal definição, a maneira de se evitar o mal da carestia seria um governo responsável nos gastos e na política monetária.

Já a segunda definição, em minha visão, põe a causa do aumento de preços nos agentes econômicos, que se relacionam na dinâmica de oferta e demanda.

Ora, pela segunda definição, fica escancarada a porta para o governo agir com o fim de "corrigir o problema", tomando as mais variadas decisões que geralmente beneficiam uns poucos e cria ciclos econômicos artificiais, além de abrir a oportunidade para aberrações como a Teoria Monetária Moderna e o relatório da publicação feita pelo senhor.

Que Cristo Ressucitado nos ajude!

Pedro Erik Carneiro disse...

Bom, acho que há problemas sérios nas duas definições, Horacio. Para primeira seria o caso de se criar um lastro para a emissão de moeda, como era o ouro no passado. Isso costuma controlar a emissão da moeda, mas pode criar mercado negro e piorar recessões. Não invalida erros das autoridades monetárias pois pode-se alterar o lastro. A segunda tem os problemas que você já disse além das dificuldades de se definir a cesta de bens para o cálculo da inflação.

Em suma, a economia não é perfeita e nenhum sistema evita os "erros que saem do coração dos homens".

Abraço,
Pedro Erik

Anônimo disse...

Prezados Pedro e Horário, Feliz Páscoa para vocês e suas famílias!

Ótima observação do Horácio, parabéns.

E Pedro, como sempre mostra onde está o x da questão: "Em suma, a economia não é perfeita e nenhum sistema evita os "erros que saem do coração dos homens".

Nossas universidades, infelizmente, pensar virou algo raro. No tempo de mestrado e doutorado, quando argumentava algo ou quando um colega tinha uma opinião divergente era silenciado pelos professores. Triste realidade.

Viva Cristo Rei!

Emanoel

Horácio Ramalho disse...

Obrigado, irmão. Terminei a graduação em Relações Internacionais em 2021 e para evitar problemas, apenas mantive o silêncio de Nossa Senhora, com raríssimas intervenções em sala de aula.

O nosso sistema educacional precisa de uma reforma profunda em conteúdo e metodologia mas, especialmente, para demonstrar que fé e ciência não são antagônicas ou excludentes. E sim que a segunda é uma ferramenta que nos foi dada pelo Deus que cremos com a primeira, como forma de melhor conhecer a Sua criação.

Abraço!

Viva Cristo Rei e Nossa Senhora Rainha e Sede da Sabedoria!