quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Fertilização em Vitro, Trump, Pró-Vida Católico, Feministas e DDE


Trump cumpriu outra promessa de campanha ontem. Assinou uma medida que frustou tanto os pró-vida (apenas os católicos) como as feministas.

Trump, com a medida, ajuda a reduzir os custos da fertilização em vitro. 

Os pró-vida católicos, sustentados pelo Catecismo da Igreja, pelas palavras de João Paulo II e Bento XVI, em geral, não gostaram da medida, apenas vi um padre que é muito pró-Trump, dizendo que a medida é em favor da vida em um país em decadência reprodutiva. Os católicos respondem, em geral, a lembrar que a fertilizaçao em vitro despreza a relação conjugal e gera vida em apenas 7% dos embriões, mais de 90% é descartado ou congelado. Isto é, a fertilização em vitro é muito mais morte do que vida.

As feministas se frustraram com Trump também com a medida, mas por outro motivo. Em geral, as feministas apoiam a fertilização em vitro pois para ter filhos não precisa da relação conjungal.  Elas diziam que Trump iria proibir a fertilização em vitro. Ele fez o contrário.

No momento, faço tese de doutorado no qual lido especialmente com uma doutrina de Tomás de Aquino, a Doutrina do Duplo Efeiito (Artigo 7, Questão 64, parte II-II, da Suma Teológica), DDE.

A DDE tem quatro critérios, mas basicamente diz que devemos intencionar o bem e que os fins não justificam os meios.

A fertilização em vitro é um assunto complexo para ser tratado pela DDE, pois a intenção é ou parece boa, gerar vida, mas os meios não parecem válidos. Poderíamos dizer que a fertilização em vitro não passaria no teste.

No entanto, há ilustres pensadores católicos, como Elizabeth Anscombe, que tomaram uma posição ética em favor da DDE e em alguns tipos de dilemas morais pareceu aceitar um comportamente de que não se deve matar ninguém para poupar mais gente, então, a análise não é tão simples. A DDE não é calculista, não se analisa contando pessoas.

Minha popsição? Ora, eu sou católico, acho que Trump deveria entender que a fertilização em vitro é péssimo para a verdadeira família, além de ser eticamente desprezível pelo descarte das vidas. Eu fico com a ética católica. Trump errou.

Aqui vão algumas reações dos católicos sobre a medida de Trump.










segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Guerra da Ucrânia: EUA Manda Questões Para Europa Responder Antes de Negociar com Rússia.



Reuters diz que o Governo Trump enviou aos governos europeus um conjunto de perguntas que eles precisam responder antes que EUA negocie o fim da guerra da Ucrânia com a Rússia.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que Washington "deixou claro que esperamos que os parceiros europeus assumam a liderança no estabelecimento de uma estrutura de segurança durável e aguardamos suas propostas".

A última pergunta sobre "terceiro países" que apoiam a Rússia pode atingir China, Coreia do Norte, e mesmo Brasil.

Aqui vão as questões:

1) O que você vê como uma garantia ou garantia de segurança apoiada pela Europa que serviria como um impedimento suficiente para a Rússia, ao mesmo tempo em que garantiria que esse conflito terminasse com um acordo de paz duradouro?

2) Quais países europeus e/ou terceiros você acredita que poderiam ou participariam de tal acordo?

Há algum país que você acredita que seria indispensável?

Seu país estaria disposto a enviar suas tropas para a Ucrânia como parte de um acordo de paz?

3) Se forças militares de terceiros países fossem enviadas para a Ucrânia como parte de um acordo de paz, qual você consideraria ser o tamanho necessário de tal força liderada pela Europa?

Como e onde essas forças seriam enviadas e por quanto tempo?

4) Quais ações os EUA, aliados e parceiros precisam estar preparados para tomar se a Rússia atacar essas forças?

5) Quais, se houver, requisitos de suporte dos EUA seu governo consideraria necessários para sua participação nesses acordos de segurança?

Especificamente, quais recursos de curto e longo prazo você acha que serão necessários dos EUA?

6) Quais capacidades adicionais, equipamentos e opções de sustentação de manutenção seu governo está preparado para fornecer à Ucrânia para melhorar sua mão de negociação e aumentar a pressão sobre a Rússia?

O que mais seu governo está preparado para fazer para aumentar suas sanções à Rússia, incluindo aplicar sanções mais rigorosamente e mirar também terceiros países que estão capacitando a Rússia globalmente?


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Europa Não Tem Nenhuma Força Internacional Mais

 

Recentemente, o atual Secretário de Defesa de Trump, Pete Hegseth, fez um discurso na OTAN. Na mesa, liderando os membros da OTAN, estava o representante do Reino Unido.

Hegseth falou coisas como: "vocês, europeus, têm que pagar pela própria segurança. Os Estados Unidos não vão mais fazer isso por vocês. Temos nossos próprios problemas". Ou "Os Estados Unidos não tinham nenhuma razão de dá 3 vezes mais do que os europeus deram para sustentar a Guerra da Ucrânia, nós nem fazemos fronteira com eles. Acabou o dinheiro, e queremos recuperar o que gastamos".

Do lado europeu, víamos aquele sorriso amarelo, formal, de quem não tem nenhum poder para revidar as aftimações de Hegseth. Sentia-se no ar a fragilidade europeia. Hegseth parecia um adulto e o resto, crianças que fizeram muito besteira no passado em silêncio ouvindo. 

Hoje vi um vídeo do vice-presidente dos Estados Unidos, em Munique, destruindo o modelo econômico esquerdista da Alemanha. Falou que a Alamanha se desindustrializou e destruiu suas fontes de energia em nome do esquerdismo climático. Sobre como a Alemanha se autodestruiu, com desindustrilaização, abertura de fronteiras, e quedas nas taxas de fertilidade, temos também um vídeo recente do historiador Victor Hanson.

Hoje também vi um vídeo de Hegseth falando que não adianta a Europa arrotar "valores" se não tem armas para se proteger

Os europeus ouvem e escondem o rabo entre as pernas. Os  europeus só esperneiam desesperados, querendo justificar presença na conferência de paz que Trump quer fazer com Putin e Zelensky.

Zelensky não pode sustentar a guerra com a sinalização de valores europeus. Ele sabe disso, Putin sabe disso, o mundo sabe disso.

Truste Europa, abanonou suas origens cristãs e gregas, que ensina si vis pacem, para bellum (se queres paz, se prepara para guerra), entregou suas defesas a um  terceiro país (Estados Unidos) e foi investir em fraudes climáticas,  em defender desordem moral e sexual, e apoiar o Islã, que historicamente sempre quis destruir a Europa. 

Europa colocou a corda no pescoço e pulou.

Quem vai proteger a Europa do ditador Putin, com esses líderes europeus imbecilizados?



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Francisco, o Apocalíptico

 


Francisco silenciou frente ao extremista abortista e gayzista de Joe Biden, que chegou a colocar uma bandeira LGBT dentro do Vaticano (na Embaixada dos Estados Unidos). Silenciou quando Obama deportou quase 3 milhões, número recorde, até hoje não batido. Silenciou agora ao não louvar dezenas de medidas de Trump em favor da vida e das mulheres. 


Na Carta dirigida especialmente aos Estados Unidos, como se apenas os Estados Unidos, tivessem leis de imigração contra imigrantes ilegais, Francisco disse que é contra considerar imigrantes ilegais como criminosos, e embora admintiss que os Esados Unidos têm o direito de se proteger contra criminosos,  disse que "o ato de deportar pessoas que, em muitos casos, abandonaram suas terras por motivos de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição ou grave deterioração do meio ambiente, fere a dignidade de muitos homens e mulheres, e de famílias inteiras, e os coloca em um estado de particular vulnerabilidade e indefesa."

Pela lógica, a exceção de criminosos (definidos por quem?), todos os países (não apenas os Estados Unidos devem abrir as fronteiras para todos.

Sobre o vice-presidente, Francisco, foi ainda mais cruel. 

Em uma entrevista JD Vance lembrou a doutrina da Igreja Católica, diagnosticada na Bíblia, em Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, etc., do "ordo amoris". Existe uma ordem no que a gente ama, amamos primeiro os mais próximos (esposa, filhos, parentes, amigos, conterraneos, depois os estranhos). Francisco, na Carta, disse que ordo amoris era melhor diagnosticada na parábola do Sanaritano, as pessoas deveriam amar a todos de forma universal igualmente. 

Francisco, apesar de parecr insípido, para quem não sabe o que está acontecendo, foi cruel e errado.

Foi plenamene globalista. na lógica globalista destruidora, apocalítica. Por conta disso, R.R. Reno, um renomado católico, disse que Francisco possui "sonhos apocalípticos". Clique aqui para ler.

A Carta de Francisco recebeu comentários e memes em toda a internet.


Tivemos vários comentários no X. Aqui vão alguns:









É um triste pontificado, tenebroso. 



terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Agricultura Católica Vira Tendência


Novamente trago artigo sobre tendência de católicos em se estabelecer no campo e trabalhar na agricultura. Dessa vez é um artigo do jornal Crisis Magazine, chamado The Trendy Peasant (O Camponês Está na Moda), publicado ontem. Novamente, assim como o outro artigo, esse também ressalta o Distributismo de Chesterton, que tratei no meu livro Ética Católica para Economia (no Brasil, Gustavo Corção foi um grande intelectual que defendia isso).

Destaco que esse artigo traz 4 princípios do Catholic Land Moviment (Movimento Católico da Terra). Muito importante. E traz também o site e como contactar o Movimento (estou a pensar em questões para contatá-los, para trazer coisas mais especificas).

O artigo trata da tendência atual de muitos se voltarem para o campo. Por mim, essa tendência nunca morreu. Detesto cidade grande, acho que esvazia o ser humano, assim como o modernismo esvazia a alma, destrói o sagrado. Viva a Terra! Viva Cristo Rei!

Traduzo abaixo o artigo:

 O Camponês Está na Moda

A agricultura familiar virou moda, mas o Movimento Católico da Terra a defende há décadas.

Por Julian Kwasniewski

Tendências são coisas engraçadas. Frequentemente, eles promovem novidades insípidas como "legais", levando a rajadas de popularidade para meias até o tornozelo, maiôs feios e imodestos ou releituras de memes específicos. Mas às vezes as tendências são realmente ocupadas com coisas que valem a pena. A diferença é que elas tendem a esconder ou reformular as coisas velhas e saudáveis ​​sob uma nova luz, esperando que ninguém perceba a falta de novidade da tendência. Afinal, se não é novo e estranho, por que se preocupar?

Um exemplo marcante disso é a agricultura familiar ou vários movimentos de "volta à terra", especialmente entre os católicos. Admitidamente não é uma "tendência" no sentido pleno do significado dessa palavra, que normalmente associaríamos às mudanças de moda nas mídias sociais, parece algo que todos recentemente se conscientizaram e, de fato, estão promovendo, enquanto esperam que ninguém perceba que é o que os tradicionais, distributistas e amish têm defendido o tempo todo.

Um primeiro indicador da maneira como o agricultura familiar ou de subsitência (em inglês, homesteading) começou a "virar tendência" é a multidão de periódicos e sites dedicados ao homesteading católico ou cristão que surgiram recentemente. Parece que me deparo com um novo a cada poucas semanas. Há o trimestral Hearth & Field (primeira edição impressa em 2024, embora seu site já estivesse ativo antes disso), a revista mensal Homestead Living (primeiras edições em 2023), o trimestral Plough administrado pela Bruderhof e publicações mais estabelecidas, embora menos modernas, como Grit, Small Farm Canada e Acres. Ao mesmo tempo, comecei a notar publicações católicas tradicionais como a OSV publicando artigos sobre homesteading. E o National Catholic Register acaba de publicar um artigo meu sobre o Catholic Land Movement.

A Crisis Magazine já apresentou vários artigos nesse sentido, mas hoje eu quero falar mais sobre esse Movimento Católico pela Terra. Já mencionei isso de passagem antes.

As principais figuras do movimento original foram os autores G.K. Chesterton e Hilaire Belloc, junto com um frade dominicano, o Pe. Vincent McNabb. Inspirados pela Rerum Novarum de Leão XIII (entre outros documentos da Igreja), esses pensadores notaram nas décadas de 1920 e 1930 o quão importante é um "meio de produção" na aquisição de riqueza. Com a Revolução Industrial arrancando a classe trabalhadora da terra e reassentando-a em fábricas, Leão XIII ensinou especificamente que as famílias têm direito à propriedade produtiva para se sustentarem.

Essencialmente, isso significa possuir os "meios de produção" em pequena escala. Um dos slogans do Movimento Católico pela Terra era "Dois acres e uma vaca", uma referência a como cada família deveria ter terra suficiente para uma vaca leiteira. Um apoiador do movimento, Chesterton fez uma caricatura de si mesmo e de uma vaca com a mesma legenda — talvez pudéssemos chamar isso de um meme pré-internet!

Ter meios de produção nas mãos de cada família “é essencialmente um baluarte contra ideologias anticatólicas como o comunismo”, ressalta Andrew Ewell. Ewell é o codiretor da refundação moderna do Catholic Land Movement original, e recentemente tive o prazer de falar com ele e Michael Thomas, o atual diretor do Catholic Land Movement.

Thomas afirma:

Hoje, outra revolução se desenrolou e motivou a revitalização do Movimento Católico pela Terra. Como a Revolução Industrial, a tecnocracia médica e global aparente durante a Covid consolidou o poder. Como a resposta à Revolução Industrial, isso deu origem a um novo populismo e pessoas retornando às ideias de distributismo... desejando moralidade, teologia, economia e cultura saudáveis, e percebendo a necessidade de uma expressão prática de vida integrada.

Belloc comenta nessa linha quando afirma que "Se não restaurarmos a Instituição da Propriedade, não podemos escapar da restauração da Instituição da Escravidão; não há um terceiro caminho." Quanto mais a escravidão se agigantava, maior o desejo pela liberdade que a propriedade traz.

Não é de surpreender que o movimento tenha crescido rapidamente nos últimos cinco anos e sedia várias conferências regionais. Com workshops sobre abate, colheita e construção, celebração da Missa Latina e do Ofício Divino, e famílias desfrutando da comunhão, as conferências têm sido repetidas a cada verão com crescente comparecimento — e crescente apoio diocesano. 2024 viu a participação do bispo local de Albany. 

"Não tomamos nenhuma posição pública sobre a Liturgia", diz Thomas. Não é nosso foco ou especialidade, mas muitos de nós frequentamos a Liturgia Antiga, e é apenas parte do fenômeno — não intencional, mas apenas acontecendo organicamente. Não somos um grupo exclusivo, convidamos e aceitamos todas as liturgias válidas, mas o que você encontrará em nossas conferências é que o Ofício Divino está na Forma Antiga, porque os fundadores do movimento tinham essa liturgia. Como disse o Papa Bento XVI, "O que as gerações anteriores consideravam sagrado, continua sagrado e grande para nós também".

Já apaixonado pela ideia de homesteading católico, eu queria falar com alguns dos líderes regionais do movimento. Um deles, Mark Mannerino, é o colíder do Capítulo da Pensilvânia Ocidental e Ohio Oriental do Catholic Land Moviment.

“Vivemos em um pequeno terreno no leste de Ohio e levamos nossos 1,5 acres ao máximo”, ele diz.

Criamos galinhas poedeiras, grandes jardins, frutas vermelhas, um porco; e alguns frangos de corte estão chegando nesta primavera. Nosso objetivo é, eventualmente, cultivar uma grande área de terra em comunidade com outras famílias do Catholic Land Movement. Minha esposa e eu sempre preferimos ser mais autossuficientes e estávamos regularmente tentando novas maneiras de nos afastar da cultura do consumo. Sonhamos com um estilo de vida para nós e nossos filhos, onde pudéssemos produzir, não apenas consumir; onde pudéssemos abraçar o trabalho duro e incutir valores semelhantes em nossos filhos, e onde pudéssemos manter nossa fé católica no centro de tudo. Pensávamos que éramos os únicos com esse sonho até descobrirmos o CLM.

Parece uma história familiar. Mannerino explica:

Nosso capítulo do Catholic Land Moviment e a revitalização do movimento na América estão em sua infância, mas o ímpeto de seu crescimento é surpreendente. Os quatro princípios do movimento falam aos nossos corações e alimentam nossas almas; eles satisfazem o anseio que tantas pessoas tiveram e representam, o que me parece, um verdadeiro chamado de Nosso Senhor.

Esses quatro princípios, ou pilares, do Movimento Católico da Terra são:

1.) a restauração da propriedade rural católica por meio de propriedades rurais católicas produtivas e comunidades rurais;

2.) educação e formação para ajudar as famílias a formar uma verdadeira cultura católica em suas propriedades;

3.) companheirismo e apoio entre comunidades e famílias proprietárias; e, o mais importante,

4.) a glorificação de Deus.

Mannerino comenta que

esses pilares e esse estilo de vida satisfazem um dos desejos mais profundos e fundamentais do homem, pois remetem ao primeiro mandamento de Deus para nós no Jardim do Éden: Cuide do jardim, cultive o solo, seja frutífero e multiplique-se.

Outro membro do Catholic Land Moviment com quem conversei foi Chris Horan. Ele e sua esposa ouviram falar do movimento pela primeira vez na Abadia de Clear Creek. Pe. Francis Bethel, um biógrafo de John Senior, sugeriu que Horan lesse o trabalho de Senior. The Restoration of Christian Culture, de Senior, levou Horan por um caminho repleto de realidades rurais — contemplação de estrelas, dança de celeiro, admiração.

Não é de surpreender que Horan tenha se tornado um oblato de Clear Creek. “O estilo de vida beneditino combinou bem com amigos se mudando para a terra. Isso me fez querer sair dos subúrbios. Lá, podíamos ter até doze galinhas, mas estávamos procurando mais.” Horan finalmente encontrou uma casa com 62 acres fora de St. Louis, Missouri, e agora passou de três para trinta galinhas. “Desde então, nós as criamos para carne e ovos. Meus pais se mudaram para perto de nós e criaram cabras leiteiras. Então, nós criamos leitões e os criamos no ano passado, tudo desde o processo de abate... uma experiência e tanto!” Este ano, seu pomar de frutas deve estar pronto para produzir pela primeira vez. Com quatro filhos com idades entre dez e dois anos, os Horans não são apenas gratos por seus filhos terem um trabalho significativo para ajudar, mas também por poderem sair de casa livremente para o lindo ar livre.

As histórias dos Horan e Mannerino são como as de muitos membros. O Catholic Land Movement está presente em quase todos os estados, com mais de 20  regionais nos Estados Unidos. Qualquer pessoa que esteja lendo este artigo e tenha interesse em saber mais deve acessar o site do movimento e enviar um formulário de contato para obter informações sobre o capítulo mais próximo.

Com o apoio do bispo local, Ewell, Thomas e outros proponentes do CLM puderam visitar Roma recentemente e apresentar seu trabalho ao Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral. Em outra reviravolta encantadora, os colonos tradicionais foram recebidos no Vaticano e apresentaram sua visão, que recebeu apoio. Eles esperam que o crescente reconhecimento do Vaticano por seu trabalho leve a uma maior capacidade de trabalhar com dioceses para formar capítulos, realizar workshops e, em geral, espalhar seus recursos entre outros católicos que anseiam por um modo de vida semelhante.

Assim como os vegetais e as árvores frutíferas de seus membros, parece que os princípios do Movimento Católico da Terra estão criando raízes profundas — e estão prontos para enfrentar a chuva ou o sol. Como o dominicano Vincent McNabb disse há cem anos, nos primeiros anos do movimento original: "A defesa natural da liberdade é o lar e a defesa natural do lar é o lar".



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Parceiros no Crime: Biden e Igreja Católica

 


O jornal City Journal publicou uma reportagem mostrando como a Igreja Católica se tornou a principal agente de Biden para a liberação total aos imigrantes ilegais

Receber imigrantes em si é uma obrigação de caridade da Igreja e dos católicos. Mas nem a Igreja, nem qualquer cidadão pode burlar as leis do estado ao fazer isso. Um imigrante ilegal é, só pelo fato de ter entrado sem consentimento do estado, um criminoso, em qualquer país do mundo. Ele não precisa fazer mais nada para ser assim considerado.

Mas muitos partidos de esquerda no mundo desenvolvido viram que os imigrantes ilegais servem de base eleitoral para eles. Como eles dependem totalmente do estado para continuarem nos países que invadem, sem falar que podem receber inúmeras ajudas sociais. Eles votam em quem os protege e financia.

Na prática, durante vários governos dos Estados Unidos, especialmente de esquerda (mas não apenas) e especialmente no último governo Biden, a Igreja se tornou comparsa de um crime, ajuda os imigrantes ilegais a permanecer nos Estados Unidos e assim serve de apoio à base eleitoral para a esquerda. A Igreja recebeu milhões e milhões, bispos e leigos enriqueceram com isso.  

O governo Biden aumentou em mais de 10 vezes o que os EUA davam para a Igreja Católica para lidar com imigrantes (passou de 14 milhões para 200 milhões). Dinheiro dado para  Conferência de Bispos e para grupos católicos de caridade ligados à Igreja 

Assim, a Igreja se torna parceira no crime com imigrantes ilegais, apoia crime eleitoral e apoia crime financeiro.

Sem falar, que alguns imigrantes ilegais são criminosos, alguns extremamente perigosos e outros usam até crianças para se manterem nos Estados Unidos. Quantos crimes foram facilitadios pela ajuda da Igreja?

Não foi só a Igreja Católica. Vi, por exemplo, que instituições luteranas também receberam milhões. Mas os bispos católicos parecem que são os principais beneficiários e colaboradores de Biden na imigração ilegal.

Traduzo abaixo o texto do jornal.

Como a Igreja Católica se tornou uma defensora das fronteiras abertas de Biden

Grupos religiosos cresceram enormemente com o financiamento governamental para os controversos programas de imigrantes e refugiados que Trump está cortando agora.

por Steven Malanga


O vice-presidente J. D. Vance surgiu como um dos defensores inabaláveis ​​do governo Trump em muitas questões. Uma de suas réplicas mais amplamente citadas aos críticos ocorreu na edição de 26 de janeiro do Face the Nation da CBS. Vance estava respondendo a declarações da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA condenando como "profundamente preocupantes" as ações de execução do governo contra estrangeiros ilegais e sua pausa nos programas de reassentamento de refugiados financiados pelo governo. Como católico, Vance disse que as críticas o deixaram "de coração partido". 

Então ele atacou a igreja por seu papel em arrecadar centenas de milhões de dólares em contratos federais para atender imigrantes nos últimos anos. “Acho que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA precisa realmente se olhar um pouco no espelho e reconhecer que, quando recebem mais de US$ 100 milhões para ajudar a reassentar imigrantes ilegais, eles estão preocupados com questões humanitárias? Ou estão realmente preocupados com seus resultados financeiros?”

A Igreja Católica realmente surgiu como uma das maiores contratadas governamentais de serviços de imigração. No processo, ela não apenas expandiu rapidamente seu papel como uma organização sem fins lucrativos apoiada pelos contribuintes, mas também se tornou uma das principais facilitadoras da política de fronteiras flexíveis do governo Biden. Esse relacionamento tem incomodado muitos políticos e outros críticos, que temem que a redução da fiscalização nas fronteiras tenha piorado vários problemas sociais, incluindo o tráfico de pessoas. “Acredito que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, se eles estão preocupados com os custos humanitários da fiscalização da imigração, deixe-os falar sobre as crianças que foram vítimas de tráfico sexual por causa da fronteira aberta de Joe Biden”, disse Vance na entrevista do Face the Nation. Ele continuou a criticar os líderes da igreja por não serem bons parceiros na “fiscalização da imigração com bom senso”.

A Igreja Católica há muito se posiciona como defensora dos imigrantes pobres e fornece serviços a eles nos Estados Unidos. Mas por décadas, incluindo durante as grandes ondas de migração do final do século XIX e início do século XX, grande parte do trabalho da igreja era de natureza caritativa, financiado por contribuições de paroquianos. Nos últimos 50 anos, no entanto, organizações afiliadas à Igreja Católica, especialmente a Catholic Charities, tornaram-se contratadas pelo governo com uma participação em um crescente estado de bem-estar social. Mesmo antes dos últimos quatro anos de imigração explosiva, a Catholic Charities em todo o país obtinha mais de seis em cada dez dólares de receitas de contratos governamentais. A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA e a Catholic Charities estão entre os maiores beneficiários.

Agora, com Trump mudando o foco da imigração para a fiscalização da fronteira e deportação, a maioria dos programas de Biden que ajudaram no reassentamento de imigrantes estão sendo restringidos, junto com seu financiamento. Essa mudança de política pode representar uma crise existencial para organizações sem fins lucrativos dependentes de contratos governamentais, incluindo dezenas de filiais da Catholic Charities em todo o país. Esse conflito de interesses torna mais difícil para os líderes católicos reivindicarem a superioridade moral sobre a imigração.

O governo Biden usou mudanças radicais nas políticas de imigração, especialmente por meio do chamado programa de liberdade condicional, para justificar uma vasta expansão dos gastos federais em serviços para migrantes. Sob o plano de Biden, aqueles que buscavam entrar na América recebiam datas para comparecer ao tribunal de imigração, geralmente meses no futuro, e então eram liberados no país, geralmente sem meios para se sustentar. Para atender ao número crescente de imigrantes não estabelecidos, incluindo um aumento acentuado no número de candidatos ao status de refugiado, o governo Biden e o Congresso expandiram drasticamente os gastos em serviços de imigração. O financiamento para refugiados e outros "entrantes" aumentou quatro vezes ao ano, de US$ 2,2 bilhões em 2021 para US$ 8,9 bilhões em 2022 e depois para US$ 10 bilhões em 2023. Os maiores aumentos foram no financiamento anual para menores desacompanhados, de US$ 1,7 bilhão para US$ 5,5 bilhões — sugerindo a magnitude do problema que a política de fronteiras abertas de Biden facilitou. Os serviços médicos para refugiados e outros cresceram quatro vezes, de US$ 225 milhões para US$ 1 bilhão. Grandes parcelas desse dinheiro foram para organizações sem fins lucrativos como subsídios discricionários do Escritório Federal de Reassentamento de Refugiados, que aumentaram de US$ 33 milhões em 2021 para US$ 400 milhões em 2022 e depois US$ 616 milhões em 2023, de acordo com a Open the Books.

Grupos católicos estavam entre os principais beneficiários desse dinheiro. O total de subsídios e contribuições federais feitos à Conferência dos Bispos Católicos dos EUA e suas organizações afiliadas para programas de assistência a refugiados aumentou de US$ 14,6 milhões sob o primeiro governo Trump em 2019 para US$ 122,6 milhões em 2022, de acordo com demonstrações financeiras auditadas. Em apenas três anos sob Biden, esses subsídios totalizaram mais de US$ 200 milhões. Um programa federal de assinatura, Preferred Communities, tenta integrar imigrantes em comunidades locais. Em 2023, a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA foi a principal beneficiária desses subsídios, arrecadando US$ 66,5 milhões, relata o Open the Books. Ao longo de três anos, grupos católicos receberam cerca de US$ 110 milhões somente deste programa.

Esse dinheiro federal, muitas vezes fortemente complementado por contratos do governo local, levou a um crescimento surpreendente em grupos como Catholic Charities em todo o país em apenas quatro anos. O banco de dados ProPublica dos registros financeiros de organizações sem fins lucrativos lista 234 entidades da Catholic Charities nos EUA. As 25 principais tiveram receitas de pouco mais de US$ 2 bilhões em 2023, o último ano em que os registros estão disponíveis para todos os grupos. Isso é um aumento de quase 50%, um ganho de cerca de US$ 660 milhões, em quatro anos. Alguns desses grupos foram totalmente transformados. A Catholic Charities Fort Worth se tornou um dos maiores grupos católicos locais do país, com receitas de US$ 289 milhões em 2023, em comparação com apenas US$ 32 milhões em 2020. E como tantos grupos religiosos de serviços sociais hoje, a instituição de caridade existe quase inteiramente com fundos do governo. O formulário federal 990 de 2023 da Catholic Charities Fort Worth, que as organizações sem fins lucrativos devem arquivar, lista US$ 270 milhões em subsídios governamentais totais. Grande parte desse dinheiro aparece na forma de subsídios de repasse para organizações locais para "assistência de gerenciamento de casos de refugiados", como um subsídio de US$ 29,7 milhões concedido a uma YMCA local.

O crescimento foi especialmente notável em estados fronteiriços, onde o governo Biden liberou muitos de seus presos em liberdade condicional para grupos locais. A Catholic Charities Dallas registrou US$ 188 milhões em receitas de 2021 a 2024, em comparação com apenas US$ 64 milhões nos quatro anos anteriores. Da mesma forma, a Catholic Charities San Diego viu suas receitas locais dispararem para US$ 70 milhões em 2023, ante US$ 12 milhões em 2020, com US$ 64,9 milhões desse dinheiro na forma de subsídios governamentais. Em Phoenix, enquanto isso, a Catholic Charities registrou quase US$ 47 milhões em receitas em 2023, ante US$ 33 milhões em 2019. Quase 80% eram em dinheiro do governo.

Como os contribuintes observam cada vez mais esses orçamentos crescentes, as organizações atraíram mais críticas. Poucos dias depois de Vance responder aos bispos na televisão, surgiram relatos de uma Catholic Charities em Milwaukee divulgando em seu site um vídeo de um advogado de imigração orientando imigrantes ilegais sobre como lidar com invasões de locais de trabalho por autoridades de imigração e recomendando não cooperar com as autoridades, entre outras estratégias. Outros incidentes semelhantes ocorreram nos últimos anos. No final de dezembro de 2022, o governador do Texas, Greg Abbott, pediu investigações sobre relatos de que um grupo católico estava usando fundos do contribuinte para ajudar imigrantes ilegais.

Grupos católicos apoiados pelo governo também foram criticados por fazer lobby por benefícios para ilegais. Por exemplo, a Catholic Charities de Trenton, Nova Jersey, um dos 20 maiores grupos católicos financiados por contribuintes, promoveu uma campanha para conceder carteiras de motorista a ilegais, incluindo a organização de marchas de protesto no Garden State. Autoridades católicas tentaram justificar seu trabalho como uma "questão de segurança" para motoristas estaduais — mas isso é desonesto, porque governos locais que fornecem aos ilegais acesso a programas governamentais como carteiras de motorista ou seguro-desemprego (como Nova Jersey fez durante a Covid) encorajam os ilegais a virem para sua área, aumentando a carga sobre os serviços públicos e levantando pedidos de maior financiamento governamental.

Embora alguns democratas e comentaristas liberais tenham criticado o escrutínio republicano dos contratos de imigração da igreja, as administrações democratas também encontraram falhas na Catholic Charities e outras organizações afiliadas à igreja no passado. Agências de adoção católicas, por exemplo, viram contratos revogados por governos estaduais controlados pelos democratas por se recusarem a facilitar adoções por casais gays. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo Obama retirou um contrato para ajudar vítimas de tráfico sexual de um grupo católico porque não fornecia preservativos às vítimas.

Como sugerem os comentários de Vance, o papel da Igreja em ajudar a executar as políticas de reassentamento de imigração inegavelmente controversas do governo Biden é potencialmente divisivo dentro do próprio catolicismo, porque parece estar em desacordo com o que a congregação católica americana apoia amplamente. Dentro dos bancos, há um descontentamento crescente, refletido nas críticas de Vance, do que alguns frequentadores regulares da igreja chamam de "católicos profissionais" — isto é, a classe administrativa que organiza e executa a missão de bem-estar social de grupos como Catholic Charities e faz lobby por políticas sociais liberais para apoiar seu trabalho. Pesquisas sugerem que eles estão fora de sincronia com os católicos comuns. Uma pesquisa da Pew no ano passado mostrou que 55% dos que se identificaram como católicos apoiaram Trump. Até mesmo os católicos hispânicos estavam quase igualmente divididos em seu apoio aos candidatos. Os católicos que disseram que frequentavam a igreja regularmente eram ainda mais favoráveis ​​a Trump. Esses resultados foram parte de um amplo apoio entre os eleitores religiosos a Trump. Em contraste, cerca de sete em cada dez eleitores que alegaram não ter nenhuma afiliação ou crença religiosa disseram que apoiavam Biden.

Em sua entrevista Face the Nation, Vance se descreveu como um católico "praticante" — ou seja, alguém que frequenta a igreja regularmente. Embora as pesquisas sugiram que até 20% dos adultos americanos, ou cerca de 50 milhões de pessoas, se identificam como católicos, apenas cerca de 28% deles, ou 14 milhões, dizem que vão à igreja com frequência. Antigamente, os paroquianos financiavam a missão social da igreja, suas contribuições eram um voto de confiança neste trabalho. Mas, como os números nos bancos diminuíram ao longo dos anos, a igreja se voltou para o estado em busca de apoio; doações individuais de frequentadores da igreja agora representam uma parcela minúscula de seu financiamento para o trabalho social. Essa dinâmica produziu uma igreja cuja liderança e missão parecem cada vez mais fora de sintonia com seus próprios fiéis.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Trump Expõe Corrupção e Globalismo de Francisco


A quantidade de ações feitas por Trump que são extremamente benéficas à etica católica são impressionantes e sem precedentes,  desde libertar cristãos presos por defender a vida, retirar apoio dos EUA ao aborto, acabar com a praga "woke" e "DEI", se afastar do paganismo ambientalista , até fechar a torneira da corrupção de bispos envolvidos com imigração. Sem falar que em muitos postos importantísssimos Trump nomeou católicos, como o vice-presidente (JD Vance) o Secretário de Estado (Marco Rubio), o diretor da CIA (John Ratcliff), o diretor da agência imigração (Tom Homan) e a sua porta-voz (Karoline Leavitt).

Papa Francisco sempre se posicionou contra Trump, e continua a fazer isso. Por que?

O jornalista inglês Edward Pentin publicou artigo a mostrar como Francisco se alinhou aos globalistas ao ponto de desprezar ensinamentos centrais da Igreja, como a defesa da vida, da família e da Eucaristia.  O artigo relata o que disse o professor italiano Stefano Fontana.

Traduzo o texto de Pentin abaixo:

As primeiras decisões de Trump expõem os danos causados ​​pela cumplicidade do Vaticano com o globalismo comandado pelos democratas, diz acadêmico italiano

por Ed Pentin

Apenas quinze dias após a presidência de Trump, os danos causados ​​pelo Papa e pelo Vaticano se aliarem muito de perto ao globalismo comandado pelos democratas esquerdistas em uma variedade de questões morais estão se tornando claros, disse o chefe de um think tank da Igreja italiana.

Em um comentário de 29 de janeiro intitulado "Trump e o Vaticano: Guerra em andamento", o professor Stefano Fontana escreveu que as primeiras decisões políticas do governo Trump expuseram até que ponto o alinhamento próximo do Vaticano com uma agenda globalista progressista causou "grandes danos" ao enfraquecer sua voz em uma série de questões morais sérias.

Fontana é diretor do Observatório Internacional Cardeal Van Thuan sobre a Doutrina Social da Igreja, uma organização de pesquisa fundada em 2003 que enfatiza a fidelidade ao ensinamento social estabelecido pela Igreja. O bispo Giampaolo Crepaldi, ex-secretário do Pontifício Conselho para Justiça e Paz, ajudou a fundar o observatório e é um colaborador regular.

Descrevendo o globalismo como um sistema "totalitário" e "elitista pós-democrático", Fontana disse que ele reuniu uma ampla gama de instituições poderosas administradas pelo Partido Democrata dos EUA e incluindo grandes empresas de tecnologia, corporações de mídia, academia, instituições "filantrópicas", governos, agências internacionais e líderes da União Europeia. Algumas das principais questões que ele promoveu foram imigração ilimitada, ideologia de gênero e uma agenda verde radical.

A existência desse sistema, ele disse, agora foi confirmada pelo fato de que muitos de seus parceiros estão mudando a direção de algumas políticas após o retorno de Trump ao poder. Ao mesmo tempo, Fontana acredita que o novo governo Trump "abriu as portas para um contrasistema".

Quanto ao papel da Igreja, ele acredita que há “muitas razões” para argumentar que seus líderes “contribuíram para esse sistema totalitário” e destacou “muitas convergências”, como os objetivos do governo Biden, do Fórum Econômico Mundial, da Comissão Europeia e da OMS “só para citar alguns da camarilha”.

Significativamente, ele escreveu que os líderes da Igreja Católica falharam em libertar a Igreja desse "poder ideológico dominante" e "das malhas de um sistema". Ao mesmo tempo, ele disse que eles falharam em apoiar os bispos que estavam dispostos a resistir, por exemplo, negando a Sagrada Comunhão a políticos católicos pró-aborto, como Present Biden ou Nancy Pelosi.

Em vez disso, ele disse, o Vaticano enviou "mensagens de apoio e bons votos" a Klaus Schwab, o fundador do Fórum Econômico Mundial, argumentando que o WEF "poderia fazer muito pelo bem comum". Fontana apontou o que ele vê como uma discrepância entre servir ao bem comum e defender a imigração descontrolada, o "totalitarismo da saúde" durante a pandemia da COVID e promover a ideologia climática que "carece de fundamentos científicos e traz pobreza às massas trabalhadoras".

“Tudo isso e muito mais demonstra uma linha de subserviência da Igreja de Francisco ao atual sistema de controle social”, escreveu Fontana, acrescentando que as políticas que a Igreja apoiou, “seja propondo-as ela mesma ou permanecendo em silêncio sobre seus aspectos negativos, causaram grandes danos”.

Fontana destacou, como mais exemplos dessa cumplicidade, a voz fraca da Igreja quando se trata de aborto e ideologia de gênero. “Sua voz se tornou fraca e quase ausente, preferindo intervir em imigrantes e no meio ambiente”, escreveu ele. “Enquanto isso, no entanto, o sistema liberal global estendeu o direito [ao aborto] ao nascimento, consagrando-o na Constituição como na França, declarando-o um direito humano como no Parlamento Europeu, e muitos países legalizando a distribuição de pílulas abortivas pelo correio”.

Quando, graças às nomeações feitas por Trump em seu primeiro mandato, a Suprema Corte aboliu a legislação anterior como inconstitucional e devolveu a competência no assunto aos Estados, o Vaticano simplesmente tomou nota”, escreveu Fontana. “Agora Trump está libertando os pró-vida que estão presos, mas a Igreja não mobilizou nenhum protesto em sua defesa. Nenhuma palavra foi ouvida.”

Ele acrescentou que nenhum bispo expressou arrependimento por ter fechado igrejas e santuários em obediência à OMS durante a pandemia, “por ter apoiado as mentiras egoístas de virologistas pagos” e por ter forçado padres de sua diocese a tomar a vacina.”

Além disso, Fontana observou que o Papa Francisco não corrigiu seu slogan de que ser vacinado contra a Covid era "um ato de amor" e acrescentou que, para ele, ações e declarações da Igreja sobre ideologia de gênero mostram que a Igreja "não está disposta a lutar nenhuma batalha sobre o assunto".

"A homossexualidade agora é aceita como algo natural — 'Deus nos ama como somos'", escreveu ele, citando palavras recentes do Papa Francisco a uma pessoa transgênero e citando Fiducia Supplicans que permite bênçãos não litúrgicas de casais do mesmo sexo.

Fontana também observou o "reconhecimento legal de casais homossexuais" pela Igreja, que até então era proibido, e o Cardeal Blase Cupich dizendo que é a favor da adoção por casais do mesmo sexo.

Em suma, Fontana disse que o alinhamento da Igreja com essas políticas de globalismo resultou em danos à sociedade, crises econômicas, tensões sociais e um enfraquecimento do ensinamento da Igreja sobre questões morais importantes.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Dia de São João Bosco. O Que Ele Disse Sobre o Islã?


Hoje é dia do santo educador São João Bosco. Você sabia que ele também escreveu contra o Islã? Está no seu livro de 1853, por vezes conhecido em inglês como The Well-Instructed Catholic.  Em italiano, o original, o livro se chama Il Cattolico Istruito Nella Sua Religione. Não sei se há versão em português. Não encontrei. É um livro em que um pai ensina ao filho sobre a religião católica, pois, para Dom Bosco, ensinar religião era mais importante que todas as outras disciplinas. 

Hoje, vi um vídeo em inglês com as passagens do livro em que Bosco fala do Islã (ou mohamedismo). Mas eu também encontrei a parte do livro sobre o Islã na internet

Abaixo, vocês têm o vídeo e logo depois minha tradução ligeira do texto do livro.

São João Bosco sobre o islamismo

Pai: Antes de falar com você sobre as religiões separadas em um certo ponto da Igreja Católica Romana, quero chamar sua atenção para as religiões que não têm as características da divindade nelas e que chamamos de falsas religiões. Elas vão do judaísmo à idolatria, do islamismo às seitas cristãs professadas pelos gregos cismáticos, valdenses, anglicanos e protestantes.

Sobre a idolatria, acho que não há necessidade de discutir isso com você, pois hoje em dia ela não existe, com exceção de pouquíssimos países onde a luz do Evangelho ainda não penetrou.

Sobre o judaísmo, acho que já falei o suficiente na primeira parte dessas conversas.

Se quiser, vou falar agora sobre as outras, começando pelo islamismo.

Filho: Sim, sim, antes de tudo, diga-nos o que significa islamismo?

Pai. O islamismo é uma coleção de máximas extraídas de várias religiões, que, se praticadas, causam a destruição de todos os princípios morais.

Filho. Em quais países esse islamismo é professado?

Pai. Ele é professado em grande parte da Ásia e também em parte da África.

Filho. Quem iniciou o islamismo?

Pai. O islamismo foi iniciado por Mohamed.

Filho. Oh! Gostaríamos muito de ouvir sobre esse Mohamed. Conte-nos tudo o que você sabe sobre ele.

Pai. Levaria muito tempo para contar todas as histórias sobre esse famoso impostor. Mas eu lhe contarei quem ele era e como ele veio a estabelecer sua religião.

No ano de 570, Mohamed nasceu em uma família pobre, de mãe judia e pai gentio, em Meca, uma cidade árabe não muito longe do Mar Vermelho. Em busca de glória e desejoso de melhorar suas condições, ele vagou por vários países e conseguiu em Damasco se tornar o agente da viúva de um comerciante que depois se casou com ele. Ele era astuto o suficiente para tirar vantagem de suas enfermidades, bem como de sua ignorância, para estabelecer uma religião. Sofrendo de epilepsia, caducifólio masculino, ele alegou que suas quedas frequentes eram êxtases em que ele tinha conversas com o anjo Gabriel.

Filho. Que impostor para enganar as pessoas assim! Ele também tentou fazer milagres para apoiar sua predicação?

Pai. Mohamed não conseguiu fazer milagres para apoiar sua religião, pois ele não foi enviado por Deus. Deus é o único autor de milagres. No entanto, como ele se alegou maior que Jesus Cristo, ele foi solicitado a fazer milagres da mesma forma [que Jesus]. Ele arrogantemente respondeu que os milagres [já] tinham sido feitos por Jesus Cristo e que ele [ele mesmo] tinha sido chamado por Deus para restabelecer a religião pela força.

Com tudo isso, ele alegou ter feito um milagre. Ele disse que tinha sido capaz de restaurar um pedaço da lua depois que ela caiu em sua manga; para comemorar esse milagre ridículo, os muçulmanos fizeram da meia-lua seu emblema.

Vocês riem, amados filhos, e estão certos em fazê-lo, já que um homem desse tipo [simplesmente] tinha que ser considerado um charlatão, não o pregador de uma nova religião. Por essa razão, seus concidadãos queriam prendê-lo e matá-lo, já que sua reputação de impostor e perturbador da paz era amplamente conhecida. Mas ele conseguiu escapar e se retirou para a cidade de Medina junto com alguns libertinos que o ajudaram e o fizeram governante daquela cidade.

Filho. Em que exatamente consiste a religião maometana?

Pai. A religião de Maomé consiste em uma mistura monstruosa de judaísmo, paganismo e cristianismo. O livro das leis de Maomé é chamado de Alcorão, ou seja, o livro por excelência. Essa religião também é chamada de turca (otomana), pois é amplamente difundida na Turquia; Muçulmano [Musulmana] deriva de Mosul, o nome que os maometanos dão ao seu diretor de orações; islamismo, do nome de alguns de seus reformadores; de qualquer forma, ainda é a mesma religião que Maomé estabeleceu.

Filho. Por que Maomé juntou essa mistura de várias religiões?

Pai. Como os povos da Arábia eram em parte judeus, cristãos e pagãos, ele consequentemente selecionou uma parte da religião que eles professavam para induzi-los a segui-lo, escolhendo em particular, aqueles pontos que mais favoreceriam os prazeres sensuais.

Filho. Maomé deve ter sido um homem erudito?

Pai. Absolutamente não, ele nem sabia escrever; e ao compor seu Alcorão ele foi auxiliado por um judeu e um monge apóstata. Ao discutir coisas contidas na Sagrada Escritura, ele confundiu os fatos; por exemplo, ele atribui a Maria, irmã de Moisés, muitos fatos que dizem respeito a Maria, a Mãe de Jesus Cristo, além de muitos, muitos outros erros assustadores.

Filho. Isso parece difícil de acreditar: se Maomé era ignorante e não fez milagres, como ele poderia ter propagado sua religião?

Pai. Maomé propagou sua religião, não por meio de milagres ou palavras persuasivas, mas pela força militar. Em pouco tempo, essa religião que favorecia todo tipo de licenciosidade, permitiu que Maomé se tornasse o líder de uma tropa de bandidos. Junto com eles, ele invadiu os países do Oriente e conquistou o povo, não indicando a Verdade, não por milagres ou profecias, mas com um único objetivo: levantar sua espada sobre as cabeças dos conquistados gritando: acredite ou morra!

Filho. Que vilão! Esta não pode ser a maneira de converter as pessoas! Sem dúvida, Maomé sendo tão ignorante deve ter plantado muitas sementes de erro no Alcorão?

Pai. Poderíamos dizer que o Alcorão é uma série de erros, os mais enormes sendo contra a moralidade e a adoração ao Deus verdadeiro. Por exemplo, ele desculpa do pecado aqueles que negam Deus por medo da morte; permite a vingança; garante a seus seguidores um Paraíso cheio apenas de prazeres terrenos. Em suma, a doutrina deste falso profeta permite coisas tão obscenas, que a alma cristã fica horrorizada só de nomeá-las.

Filho. Qual é a diferença entre a Igreja Católica e a muçulmana?

Pai. A diferença é muito grande. Maomé estabeleceu sua religião com violência e armas; Jesus Cristo estabeleceu sua Igreja com palavras de paz usando seus pobres discípulos. Maomé incitou as paixões; Jesus Cristo ordenou a negação de si mesmo. Maomé não fez milagres; Jesus Cristo fez incontáveis ​​milagres em plena luz do dia e na presença de inúmeras multidões. As doutrinas de Maomé são ridículas, imorais e corruptoras; as de Jesus Cristo são augustas, sublimes e puras. Em Maomé nem uma profecia foi cumprida; em Jesus Cristo todas foram.

Para resumir, a religião cristã, de certa forma, torna o homem feliz neste mundo para elevá-lo ao gozo do céu; Maomé degrada e desonra a natureza humana e, ao colocar toda a felicidade nos prazeres sensuais, reduz o homem ao nível de animais imundos.


Abandone o Lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Catolicismo É Bem Melhor.

 


Um dia entrei uma escola católica apenas para ver meu filho competir no xadrex. Quando entrei, vi um enorme pintura escrito: Liberdade, Fraternidade e Igualdade. Este é o lema da Revoluao Francesa, que matou inúmeros padres e freiras, que fez guerra contra católicos (Batalha de Vendee), levou a um imperador (Napoleão) que sequestrou um papa (Pio VI), e foi fonte de inspiração tanto para o capitalismo sem ética como para o comunismo.

Também um dia vi um ilustre católico brasileiro exaltando Napoleão e a Revolução Francesa.

Fatos históricos já seriam mais do que suficientes para que os católicos detestassem a Revolução Francesa e seu lema, mas pode-se também destruir o lema filosoficamente. Nós, católicos, temos lemas e virtudes muito melhores, bem mais profundas e são divinas.

Foi o que mostrou o filósofo católico Edward Feser. Vou traduzir abaixo o artigo dele.

 Liberdade, igualdade, fraternidade?

por Edward Feser, 10/10/2017.

A Revolução Francesa e o mundo moderno em geral adotam liberdade, igualdade e fraternidade. Observe cuidadosamente como elas manifestam seus principais atributos. A liberdade satisfaz livremente seus desejos. A igualdade compartilha o que tem. A fraternidade olha com preocupação fraternal. E elas são todas idiotas.

“Certamente você não é contra liberdade, igualdade e fraternidade?!” você pergunta. Bem, não, não necessariamente — dependendo do que você quer dizer com esses termos. O problema é que, embora algumas das ideias que geralmente são rotuladas como boas, outras são muito ruins. Mas o bom e o mau frequentemente se misturam, de modo que se presume que se você aceita liberdade, igualdade ou fraternidade em um sentido, você tem que aceitá-las nos outros sentidos também.

Como desembaraçar a bagunça? E quais são exatamente os sentidos bons e ruins aos quais me refiro? O melhor lugar para começar é com a forma como os maiores pensadores clássicos e medievais entendiam a vida social. Esta é a visão de mundo da lei natural, que é, claro, a visão correta do mundo (ou assim eu diria, sendo eu mesmo um teórico tradicional da lei natural). A posição da lei natural é mais difícil de transmitir por meio de rótulos tão retoricamente poderosos quanto "Liberté, égalité, fraternité!" Mas então, o que torna esses termos retoricamente eficazes — eles são simplistas e ambíguos — é precisamente a fonte de sua inadequação filosófica.

Se você deve ter três palavras ou frases que resumem a posição da lei natural, elas seriam, eu suponho,: subsidiariedade; solidariedade; e família e patriotismo. Liberdade, igualdade e fraternidade, como geralmente entendidas, são distorções dessas três. Existem outras distorções opostas também. Por exemplo, tribalismo e nacionalismo são outras distorções muito diferentes de família e patriotismo. A melhor maneira de entender as distorções é entender do que elas são distorções, então vamos examiná-las. É melhor ir na ordem inversa.

Família e patriotismo

O homem é por natureza um animal social. Um novo ser humano é por muitos anos dependente de seus pais e irmãos tanto para seu bem-estar material quanto para sua compreensão básica de como é o mundo e como se comportar nele. Quando ele se torna adulto, ele se vê atraído em pouco tempo para se relacionar com outro ser humano, resultando em seus próprios descendentes para os quais ele deve prover material e espiritualmente. Quando ele fica velho, ele se torna dependente novamente, desta vez desses descendentes. Todo ser humano, não importa quão independente em outros aspectos, até certo ponto e por uma parte considerável de sua vida se encontra dependente e/ou responsável por outros membros da família de uma ou mais dessas maneiras.

A família é, portanto, o contexto fundamental dentro do qual manifestamos nossa natureza social. Também formamos amizades, é claro, mas elas são como extensões das relações familiares. Por isso dizemos que um amigo próximo é como um irmão para alguém, que um mentor confiável é como um pai para alguém, que um pupilo é como um filho para alguém, e assim por diante. Amizades ainda menos próximas são análogas a relacionamentos familiares na medida em que elas só se formam onde temos pelo menos algum pequeno grau de intimidade com o outro e pelo menos algum pequeno grau de afeição. Portanto, um local de trabalho amigável é frequentemente descrito como se sentir "como uma família". São os relacionamentos familiares que tendem a formar o modelo para a maioria dos outros relacionamentos que são importantes para nós, mesmo que a analogia às vezes seja muito frouxa.

Existem também, é claro, alguns relacionamentos que são muito remotos e impessoais plausivelmente para serem modelados em relacionamentos familiares. Por exemplo, o estranho na rua a quem você dá instruções, o vendedor de quem você compra regularmente seu jornal, o carteiro, etc. não são plausivelmente pensados ​​como "irmãos" da maneira que um amigo ou mesmo colega de trabalho pode ser. Mas esses tipos de relacionamentos não são a maneira fundamental pela qual manifestamos nossa natureza social. Eles só surgem depois de termos sido socializados ao crescer em uma determinada situação familiar. Além disso, mesmo esses relacionamentos são definidos por referência a relacionamentos familiares de forma indireta. Pensamos nas pessoas em questão como estranhos precisamente na medida em que não são membros da família ou o tipo de membros honorários da família que os amigos são.

As famílias nucleares naturalmente dão origem a famílias extensas e, historicamente, estas, por sua vez, deram origem a tribos e nações. A lealdade que naturalmente sentimos por nossas famílias naturalmente se estende a essas formações sociais maiores que cresceram a partir da família. O patriotismo é essencialmente a lealdade familiar em grande escala. E a ofensa que as pessoas tomam por atitudes ou ações percebidas como antipatrióticas deve ser entendida como análoga à ofensa que sentimos quando um membro da família demonstra deslealdade à família ou traz desgraça a ela. O patriotismo é, portanto, natural e bom, assim como a lealdade familiar é natural e boa. É tão necessário para a saúde de uma nação quanto a lealdade familiar é para a saúde de uma família e, portanto, a ausência dela é disfuncional em algo como a forma como uma família é disfuncional quando seus membros não sentem afeição ou lealdade por ela.

Observe que não há nada no patriotismo assim entendido que implique hostilidade ou desprezo por outras nações, assim como o amor especial que alguém tem pela própria família não implica hostilidade ou desprezo por outras famílias. O patriotismo também não implica nem mesmo uma mera falta de preocupação por outras nações. Pelo contrário, uma vez que a raça humana é essencialmente uma família extensa muito grande, os seres humanos são naturalmente obrigados a exibir algum grau de sentimento de camaradagem e preocupação por todos os outros seres humanos. No entanto, isso também é naturalmente improvável que seja tão forte quanto a preocupação especial que alguém tem pela própria nação, assim como a lealdade e a preocupação de alguém pela própria nação nunca serão tão fortes quanto a preocupação e a lealdade que alguém tem pela própria família imediata.

Os seres humanos, portanto, se relacionam naturalmente com os outros de uma forma que é ilustrada de forma útil por meio de círculos concêntricos. Nossas lealdades e responsabilidades imediatas dizem respeito aos membros de nossas próprias famílias nucleares e amigos. No próximo círculo concêntrico estariam os membros de nossas famílias estendidas, para com os quais também devemos um certo grau de lealdade e responsabilidade, mas onde a dívida não é tão grande quanto a devida à nossa própria família imediata. No próximo círculo além desse estão nossos compatriotas, a quem devemos lealdade e para com os quais temos alguma responsabilidade, mas onde estas não são tão grandes quanto a lealdade e a responsabilidade que devemos às nossas famílias estendidas, muito menos às nossas famílias imediatas. No círculo mais externo estão aqueles de outras nações e da raça humana em geral, a quem também devemos lealdade real e a quem temos responsabilidades reais, mas onde estas não são tão grandes quanto o que devemos às nossas próprias nações, muito menos às nossas famílias estendidas e imediatas.

É virtuoso, então, ter uma lealdade especial para com a família e ser um patriota, e não ter esses hábitos de pensamento e ação é, portanto, vicioso. Mas, como acontece com outras virtudes, há de fato dois vícios correspondentes aqui, um de excesso e um de deficiência. O vício do excesso se manifesta no tribalismo e no nacionalismo. Considere, por exemplo, o mafioso cuja lealdade ao seu clã é tão excessiva que ele acha que crimes e outras imoralidades são justificáveis ​​quando são feitos no interesse de sua família. Ou pense na pessoa que se identifica tão profundamente com o grupo étnico ao qual pertence que é hostil e paranoica com aqueles de fora desse grupo. Ou pense no nacionalista que acredita que seu país ou raça deve impor sua vontade a outros países e raças e explorá-los para seu próprio benefício.

O vício da deficiência é onde entra a fraternidade. Assim como alguém pode ser excessivamente apegado à própria família ou nação, também pode ser insuficientemente apegado a elas. Este vício é exibido por aqueles que acham melhor se considerar um "cidadão do mundo" ou membro da "comunidade global" em vez de ter qualquer lealdade especial ao próprio país. É a ideia de um "mundo sem fronteiras" e uma "irmandade dos homens" - daí a fraternidade construída como um ideal de fraternidade universal para substituir a lealdade familiar, o patriotismo e outras lealdades locais.

Para ter certeza, há um sentido em que todos os seres humanos são irmãos; como eu disse acima, somos todos membros da raça humana e, portanto, nesse sentido, todos membros da mesma família maximamente estendida. O problema surge quando a ideia de fraternidade é falsamente tomada para implicar que há algo suspeito sobre lealdades nacionais ou de outros grupos - quando é tomada para implicar que os compatriotas de alguém são seus irmãos em nenhum sentido mais forte do que qualquer outro ser humano.

Os relacionamentos familiares são tão próximos e profundos que é difícil para esse vício corroer as lealdades familiares da maneira como muitas vezes corrói o patriotismo. Mas mesmo aqui o vício tem impacto. Pense na maneira como os filmes e outros artefatos da cultura pop retratam a família biológica e nuclear como inevitavelmente disfuncional, e elogie, em vez disso, novos arranjos de “família” projetados pelos próprios indivíduos – “famílias de escolha” ou “famílias encontradas”, como às vezes são chamadas.

Os vícios extremos opostos que venho descrevendo tendem a se sobrepor. Portanto, tribalismo e nacionalismo às vezes surgem como uma reação exagerada contra o cosmopolitismo sem sangue da ideia de “comunidade global”, com sua tendência a colapsar em um individualismo alienante. Enquanto isso, o ideal de “comunidade global” se vende como a única alternativa ao nacionalismo e tribalismo, e seus proponentes tendem a ver esses vícios em cada expressão de patriotismo. Cada extremo tende a cegar seus adeptos para o meio termo sóbrio.

Solidariedade

A compreensão da sociedade pela lei natural é orgânica, pois considera que os membros de qualquer sociedade estão relacionados entre si de algo vagamente análogo à maneira como os órgãos de um ser vivo estão relacionados entre si. Assim como cada órgão desempenha um papel distinto e essencial na realização do bem de todo o organismo, também cada membro de uma sociedade desempenha um papel distinto e essencial na realização do bem dessa sociedade. E assim como um organismo cuida de nutrir e proteger cada uma de suas partes, também a sociedade deve ser organizada de tal forma que cada um de seus membros possa florescer (sujeito às qualificações implicadas pelo princípio da subsidiariedade, a ser discutido abaixo). As partes do corpo são solidárias umas com as outras, e assim também cada parte da sociedade deve ser.

O Papa Pio XI deu uma expressão clássica deste modelo orgânico aplicado à família em sua encíclica Casti Connubii. Ele fala de “este corpo que é a família”, no qual “o homem é a cabeça, a mulher é o coração, e como ele ocupa o lugar principal no governo, então ela pode e deve reivindicar para si o lugar principal no amor”. Naturalmente, isso é politicamente incorreto hoje em dia, mas qualquer um que veja nisso uma receita para a tirania patriarcal não está prestando atenção à força da analogia (para não mencionar “o lugar principal no amor” que Pio atribui às mães). Em um corpo literal, a cabeça funciona para o bem do coração e as outras partes, assim como as outras partes funcionam para o bem dele. Ou melhor, todas funcionam para o bem do todo, e o todo cuida de cada parte. E é assim que a família é entendida.

A autoridade política, na concepção da lei natural, era originalmente uma extensão da autoridade paterna, com os primeiros governantes sendo patriarcas ou pais de tribos e nações, análogos aos pais que governavam famílias nucleares. À medida que as nações se tornaram maiores e as relações entre os cidadãos menos pessoais, os chefes de países naturalmente passaram a parecer "pais" apenas da maneira mais frouxa, e o consentimento e a contribuição dos governados passaram a desempenhar um papel cada vez mais proeminente na governança. Isso é perfeitamente apropriado, dada a subsidiariedade (novamente, a ser discutida abaixo). Mas a natureza essencialmente orgânica da sociedade e a necessidade de cada parte ser solidária com as outras não mudam.

A solidariedade é incompatível com a noção de luta de classes. Em um organismo, o fato de que cabeça, coração, braços, pernas, olhos, ouvidos, etc. têm papéis e necessidades muito diferentes não significa que eles estejam em competição ou em desacordo uns com os outros. Pelo contrário, eles precisam e se complementam. Da mesma forma, capitalistas e gerentes de um lado e trabalhadores do outro, autoridades políticas e aqueles que governam, homens e mulheres, pessoas de diferentes grupos étnicos e assim por diante, não são coisas em desacordo e propósitos cruzados, mas também se complementam e trazem diferentes forças para a mesa. A saúde da sociedade requer, não a vitória de uma classe ou grupo sobre outro ou a eliminação completa das distinções de classe e grupo, mas sim o reconhecimento sóbrio de suas diferenças e respeito mútuo e cooperação entre eles.

A solidariedade também é incompatível com a noção de luta racial, que é essencialmente um reflexo do nacionalismo, a perversão do patriotismo. Por um lado, embora a solidariedade que devemos à raça humana em geral não seja tão forte quanto a solidariedade que devemos à nossa própria família ou país, nós a devemos. Todo ser humano é um irmão em um sentido estendido, e assim é errado considerar qualquer outro grupo racial ou étnico com hostilidade ou desprezo. Por outro lado, nações muito grandes são unidas não apenas pelo sangue, mas por laços de história, idioma, cultura compartilhados e assim por diante. Mesmo na ausência de laços de sangue, há algo análogo a uma conexão familiar adotiva entre cidadãos. Os compatriotas de qualquer raça ou etnia devem, portanto, a mesma lealdade.

Agora, essa concepção orgânica da sociedade tem dois componentes principais: a noção de sociedade como um todo que é análoga ao corpo de um organismo; e a noção dos membros da sociedade como análogos a partes distintas desse todo, correspondendo às partes distintas do corpo (olhos, ouvidos, coração, pernas, etc.). Distorções do ideal de solidariedade tendem a distorcer um ou outro desses componentes principais.

Portanto, o totalitarismo em suas várias formas (como o totalitarismo de classe do comunismo ou o totalitarismo de raça do nazismo) coloca tanta ênfase no todo do qual os membros da sociedade são partes que as partes essencialmente desaparecem. Os membros não são mais vistos como únicos, cada um tendo necessidades e dignidade próprias que todo o corpo deve respeitar (a maneira como seus olhos, braços, coração, pulmões, etc. são estimados e cuidados por um organismo). Em vez disso, os membros passam a ser vistos como fugazes, intercambiáveis ​​e facilmente substituíveis, como meras células, ou mesmo completamente dispensáveis, como resíduos ou aparas de cabelo e unhas. As desanalogias entre seres humanos individuais e partes do corpo — e nenhum teórico da lei natural negaria que há desanalogias, já que a analogia não é exata — passam a ser ignoradas. É em parte para remediar essa perigosa aplicação errônea da analogia orgânica que o teórico da lei natural insiste em equilibrar o princípio da solidariedade com o princípio da subsidiariedade.


Há outra maneira pela qual a solidariedade pode ser distorcida, o que nos leva à igualdade. Há um sentido claro em que as partes do corpo, e os membros da sociedade também, são de igual preocupação. Como São Paulo escreve:


O olho não pode dizer à mão: "Não tenho necessidade de você", nem novamente a cabeça aos pés: "Não tenho necessidade de você". Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são indispensáveis, e aqueles membros do corpo que achamos menos honrosos, vestimos com maior honra, e nossos membros menos respeitáveis ​​são tratados com maior respeito; enquanto nossos membros mais respeitáveis ​​não precisam disso. Mas Deus dispôs o corpo de tal maneira, dando maior honra ao membro inferior, para que não haja dissensão dentro do corpo, mas os membros tenham o mesmo cuidado uns pelos outros. Se um membro sofre, todos sofrem junto com ele; se um membro é honrado, todos se alegram junto com ele. (I Coríntios 12:21-26)


Mas igual preocupação por todos não implica preocupação de que todos sejam feitos iguais. Pois todos não são iguais em todos os aspectos significativos, e é para o bem do todo que eles não são. Os olhos e as pernas não são igualmente bons em ver ou igualmente bons em andar. Cada um tem seu trabalho, e cada um tem que fazer seu trabalho se todo o organismo deve florescer. Um organismo que não cuida de seus olhos e pernas será disfuncional. Mas um organismo que pensa que isso significa tentar forçar os olhos a andar e tentar forçar as pernas a ver também será disfuncional.


O igualitarismo moderno comete essencialmente esse erro. Em nome da preocupação igual para todos, ele resiste ou até mesmo rejeita a ideia de que diferentes membros da sociedade têm diferentes papéis, aptidões e necessidades. Daí a hostilidade do socialismo à própria existência de diferentes classes. Daí a hostilidade do feminismo aos papéis sexuais tradicionais dentro da família e à ideia de que homens e mulheres tendem naturalmente a diferir em traços psicológicos não menos do que fisiologicamente. Daí a insistência dogmática do liberal em ver diferenças persistentes em resultados econômicos e outros como resultado de discriminação injusta e engenharia social insuficientemente vigorosa. Daí a atitude rawlsiana de considerar os diferentes ativos naturais dos indivíduos como "arbitrários de um ponto de vista moral", de modo que a redistribuição dos frutos desses ativos variáveis ​​é necessária. Daí a constante e descarada confusão do igualitário da distinção entre ajudar os pobres (o que a solidariedade definitivamente requer) e equalizar os resultados econômicos (o que a solidariedade definitivamente não requer). Daí a fantasia ridícula de Marx em A Ideologia Alemã de:

sociedade comunista, onde ninguém tem uma esfera exclusiva de atividade, mas cada um pode se tornar realizado em qualquer ramo que desejar, [onde] a sociedade regula a produção geral e, portanto, torna possível que eu faça uma coisa hoje e outra amanhã, caçar de manhã, pescar à tarde, criar gado à noite, criticar depois do jantar, assim como eu tenho vontade, sem nunca me tornar caçador, pescador, pastor ou crítico.

Bem entendida, a solidariedade não só não implica igualitarismo radical, como o exclui positivamente. Pois o igualitarismo, não menos que o individualismo radical, é contrário à natureza orgânica da sociedade. O individualista radical nega que sejamos em qualquer sentido partes de um corpo social maior. O igualitário radical não necessariamente nega isso, mas nega que sejamos partes diferentes. Ele quer nos fazer todos olhos, ou todas pernas, ou todos corações.

É por isso que papas como Leão XIII e Pio XI foram extremamente duros com o socialismo e o igualitarismo, mesmo quando eles pediram à sociedade capitalista que se reformasse para melhorar as condições dos trabalhadores e dos pobres. Isso não foi inconsistência da parte deles, mas, pelo contrário, consistência perfeita, dada a concepção de lei natural orgânica da sociedade com a qual eles estavam trabalhando. O ensinamento dos papas, como o ensinamento da lei natural, é que o homem é um animal social e que ele não é um animal socialista.

Subsidiariedade

Um organismo não pode florescer completamente se for interferido - se você o enjaular, colocá-lo em grilhões, constantemente cutucá-lo e cutucá-lo, ou mesmo apenas se tornar um incômodo, como uma mosca faz. Ele precisa de espaço para respirar, liberdade de ação e a oportunidade de fazer uso de seus talentos e conhecimentos especiais.

Organismos sociais também são assim. Uma família tem uma preocupação com seus membros que é mais forte do que aquela da qual os de fora são capazes, e um conhecimento de suas necessidades que é maior e mais íntimo do que o dos de fora. A família deve, portanto, ser deixada para cuidar de seus próprios assuntos, tanto quanto possível, com agências externas auxiliando ou interferindo somente quando a família simplesmente não puder continuar a funcionar adequadamente. Mesmo assim, quando tal intervenção for necessária, deve, tanto quanto possível, ser aqueles mais próximos da própria família — a família estendida em primeiro lugar, depois as autoridades públicas locais quando absolutamente necessário, e assim por diante através dos círculos concêntricos mencionados anteriormente — que fornecem a assistência em questão.

O que vale para a família vale para outras organizações sociais. A presunção é que elas devem ser deixadas sozinhas por organizações sociais de nível superior, e essa presunção pode ser anulada somente quando a intervenção for necessária para restaurar a função adequada das organizações de nível inferior, e somente na medida e pelo tempo que isso for necessário. Este é o princípio da subsidiariedade da lei natural, dado expressão clássica pelo Papa Pio XI em Quadragesimo Anno:

Como a história abundantemente prova, é verdade que, por conta de condições alteradas, muitas coisas que eram feitas por pequenas associações em tempos passados ​​não podem ser feitas agora, exceto por grandes associações. Ainda assim, esse princípio mais importante, que não pode ser deixado de lado ou alterado, permanece fixo e inabalável na filosofia social: Assim como é gravemente errado tirar dos indivíduos o que eles podem realizar por sua própria iniciativa e indústria e dá-lo à comunidade, também é uma injustiça e, ao mesmo tempo, um grave mal e perturbação da ordem correta atribuir a uma associação maior e mais elevada o que organizações menores e subordinadas podem fazer. Pois toda atividade social deve, por sua própria natureza, fornecer ajuda aos membros do corpo social, e nunca destruí-los e absorvê-los.

Fim da citação. Assim como a concepção orgânica da sociedade consagrada no princípio da solidariedade, o princípio da subsidiariedade está em desacordo com o socialismo e qualquer outro programa político que, em nome da "justiça social", usurparia o que a iniciativa privada, as comunidades locais, as igrejas e, em geral, o que Edmund Burke chamou de "pequenos pelotões" da sociedade podem realizar.

É importante enfatizar que este é um princípio moral, e não meramente pragmático. A alegação não é meramente que um governo central pode optar por não se intrometer nos assuntos de instituições de menor escala se julgar que isso pode ser mais eficiente. É que ele não deve se intrometer, a menos que seja estritamente necessário fazê-lo. Portanto, suponha que seja possível fornecer assistência médica adequada para todos em um sistema privado suplementado por programas de assistência governamental para os necessitados que não conseguem adquirir assistência adequada no mercado livre. (Se esse é de fato o caso não é um debate em que estou entrando aqui — é apenas uma ilustração.) Então, nesse caso, não estamos meramente em uma situação em que é desnecessário para o estado socializar o sistema médico. De acordo com o princípio da subsidiariedade, estamos em uma situação em que o estado moralmente não deve fazê-lo — sob pena do que Pio XI chama de "injustiça", "mal grave" e "perturbação da ordem correta".

Portanto, o socialismo não pode ser justificado em nome da justiça social, porque a justiça social corretamente entendida é uma questão de solidariedade em vez de igualitarismo, e porque a solidariedade anda de mãos dadas com a subsidiariedade. Ambos os princípios são igualmente essenciais para o funcionamento adequado das instituições sociais. Assim, Pio XI ensinou na mesma encíclica que "ninguém pode ser ao mesmo tempo um bom católico e um verdadeiro socialista".

Como a caracterização de subsidiariedade de Pio indica, o princípio se aplica até mesmo no nível do indivíduo. Novamente, ele escreve que “é gravemente errado tirar dos indivíduos o que eles podem realizar por sua própria iniciativa e indústria e dá-lo à comunidade”. No entanto, a razão pela qual isso é errado é a mesma pela qual é errado interferir desnecessariamente na família e em outros “pequenos pelotões”. Cada uma dessas instituições de menor escala dentro da sociedade tem uma função especial própria – assim como, no corpo de um organismo, os olhos fazem a visão, as pernas fazem a caminhada e assim por diante – e precisa da liberdade para continuar a executá-la. Mas o mesmo acontece com o indivíduo. Em particular, ele precisa da liberdade para buscar o bem conforme definido pela lei natural. E embora as muitas diferenças entre talentos, interesses e circunstâncias individuais impliquem um grande grau de liberdade por parte dos indivíduos para descobrir o que é pessoalmente melhor para eles, a lei natural implica certos limites morais absolutos dentro dos quais essa liberdade pode ser exercida.

Em suma, a liberdade dos indivíduos e das famílias e outras formações sociais tem uma base teleológica. É fundamentalmente a liberdade de fazer o que é necessário ou adequado para que possamos realizar os fins para os quais somos direcionados pela natureza. (Eu expliquei a base teleológica dos direitos naturais em vários lugares, como meu artigo “Teoria Clássica do Direito Natural, Direitos de Propriedade e Tributação”, que foi reimpresso em Neo-Scholastic Essays.)

Isso nos leva finalmente à liberdade. Entendida como a liberdade dos indivíduos, famílias, igrejas e outros “pequenos pelotões” para perseguir os fins para os quais a lei natural os direciona, a liberdade é essencialmente a mesma coisa que a subsidiariedade e, sob circunstâncias contemporâneas, pode ser a mais negligenciada e urgente das exigências da ordem social enfatizadas pelo teórico social da lei natural.

No entanto, não é assim que a maioria das pessoas entende a liberdade hoje. Liberais, socialistas, libertários e até mesmo muitos autodenominados conservadores pensam em “liberdade” como essencialmente liberdade de restrições para fazer o que quer que se queira fazer, em vez de liberdade para buscar o que é de fato objetivamente bom. Eles discordam sobre exatamente o que o respeito pela liberdade assim entendida implica, mas todos tendem a divorciá-la de qualquer coisa como uma fundação teleológica objetiva de lei natural. O Juiz Anthony Kennedy resumiu essa concepção em uma famosa frase da decisão Planned Parenthood v. Casey: “No cerne da liberdade está o direito de definir o próprio conceito de existência, de significado, do universo e do mistério da vida humana.”

“Liberdade” entendida nesse sentido é a maior ameaça à ordem social como a teoria da lei natural a entende. Isso não é mais óbvio do que no caso da “liberdade” introduzida pela revolução sexual e o enorme dano que ela causou à instituição da família – ou seja, à instituição social fundamental.

No que a teoria da lei natural considera uma sociedade corretamente ordenada, a maioria das pessoas se casa, e o casamento normalmente resulta em filhos, e muitos deles. Isso, por sua vez, cria uma grande rede social de pessoas conhecidas pessoalmente — muitos irmãos e irmãs, primos, tias e tios, e assim por diante — a quem os indivíduos podem recorrer em momentos de necessidade. O divórcio é estigmatizado, de modo que as crianças geralmente têm lares estáveis ​​e disciplina, e elas e suas mães geralmente têm um provedor confiável. Os membros mais velhos da família são cuidados pela nova geração, assim como cuidaram daquela geração quando ela estava em sua infância. Os membros mais velhos também encontram um propósito contínuo em ajudar a criar seus netos. Em geral, o bem da família tem precedência sobre os desejos do membro individual. E essa subordinação do interesse próprio ao bem comum da família torna as pessoas mais sóbrias e realistas em suas expectativas, menos egoístas e mais capazes de alcançar um contentamento profundo e duradouro, mesmo que não seja tão excitante quanto correr para começar um segundo ou terceiro casamento.

Compare isso com a mentalidade contemporânea, que considera sexo e romance principalmente uma questão de autorrealização, em vez de ter autossacrifício pelo bem das crianças e da família como seu fim natural. Enquanto os arranjos tradicionais recomendados pela lei natural subordinavam os interesses de curto prazo do indivíduo à saúde de longo prazo da família, a mentalidade moderna subordina a saúde de longo prazo da família aos interesses de curto prazo do indivíduo. Naturalmente, a solidariedade é enfraquecida.

Como assim? Primeiro e mais dramaticamente, um número enorme de descendentes inconvenientes que resultam de relacionamentos sexuais agora não só não são cuidados, mas abortados — ou seja, para falar claramente, eles são assassinados por seus próprios pais. A solidariedade não fica mais fraca do que isso.

Mas mesmo isso é apenas o começo. Os filhos que as pessoas têm normalmente se encontram em famílias muito pequenas, com um ou dois outros irmãos no máximo. Divórcio, novo casamento e a consequente troca de filhos e separação geográfica muitas vezes também tornam os relacionamentos que existem entre irmãos (ou meio-irmãos) mais distantes. A fornicação e o divórcio generalizados deixam muitas mulheres sem provedores e seus filhos sem um modelo masculino. Com apenas um ou dois filhos para cuidar deles, os familiares idosos passam a ser vistos como um fardo maior. Tudo isso resulta em maior pobreza e, por sua vez, maior dependência do estado, bem como nos comportamentos antissociais (atividade de gangues, crime e coisas do tipo) aos quais os homens jovens são mais propensos a cair na ausência de disciplina paterna. Os homens, por sua vez, como podem facilmente encontrar gratificação sexual de curto prazo fora do casamento, tornam-se mais grosseiros e egoístas, mais propensos a usar mulheres e abandoná-las. O uso generalizado de pornografia os torna menos capazes de encontrar satisfação com uma mulher de verdade quando se casam, e contribui para a discórdia conjugal e maiores taxas de divórcio. Muitas mulheres, deixadas de lado quando homens "serialmente monogâmicos" decidem se casar com outra pessoa, são incapazes de encontrar maridos e, depois da meia-idade, enfrentam décadas de solidão e falta de filhos. Membros idosos da família são mandados para asilos e as crianças para creches, para serem cuidadas por funcionários pagos em vez de outros membros da família.

Então, há menos famílias nucleares, as que existem são muito menores e menos estáveis, o cuidado com crianças e idosos é muitas vezes amplamente impessoal e divorciado da própria família, e a família extensa desapareceu em grande parte como parte de segundo plano da vida cotidiana. As pessoas estão mais egocêntricas, menos dispostas a se sacrificar pelo bem até mesmo de sua própria carne e sangue. Elas também são mais solitárias e mais necessitadas e exigentes de assistência governamental. Em suma, a "liberdade" moderna mina a solidariedade, que promove a dependência do Estado, que mina a subsidiariedade ou a liberdade no sentido autêntico.

Ela também destrói a fidelidade a ordens sociais maiores. Se até mesmo a família em si é algo a ser desfeito e reinventado por capricho pessoal, ou mesmo abandonado completamente, em vez de sacrificado, não é de se surpreender que alguém passe a ver seu país como não tendo nenhuma reivindicação especial sobre sua lealdade.

Verdadeira justiça social

Aqui está uma ironia de proporções orwellianas. A moeda do termo "justiça social" originou-se na teoria social da lei natural tomista. É frequentemente atribuído ao grande teórico jesuíta da lei natural Luigi Taparelli. Tem a ver com a ordem justa ou correta da sociedade, conforme definida por famílias fortes e cooperação entre marido e mulher no desempenho de seus respectivos papéis em prol das crianças e dos idosos, solidariedade e cooperação entre classes econômicas e outros grupos sociais, e atenção escrupulosa à subsidiariedade no relacionamento do estado com os "pequenos pelotões" da sociedade.

O que hoje está sob o rótulo de justiça social — o que os autodenominados "guerreiros da justiça social" agitam — é precisamente o oposto de tudo isso. Implica libertinagem sexual e aborto sob demanda, a demonização feminista do "patriarcado" e dos papéis familiares tradicionais, a agitação incessante de tensões entre classes econômicas e grupos raciais (por exemplo, o diário Two Minutes Hate direcionado aos "um por cento", "privilégio branco", etc.), a difamação implacável do país e de sua história, medicina socializada e educação socializada, e assim por diante. Isso pode ser liberdade, igualdade e fraternidade, de certa forma, mas é a destruição da subsidiariedade, da solidariedade, da família e do país.

Quando a verdadeira justiça social será alcançada? Somente quando esse doppelgänger (fantasma sósia) maligno for derrotado. De fato, somos tentados a parodiar a famosa frase atribuída a Diderot e responder: somente quando o último socialista for estrangulado com as entranhas do último revolucionário sexual. Isso é uma piada, é claro. A sede de sangue revolucionária é em si mais um legado maligno da Revolução Francesa, que todo conservador e teórico da lei natural deveria condenar. Mas, mesmo assim: Écrasez l'infâme (esmague os infames).