Há uma música dos Rolling Stones, chamada Sympathy for the Devil, cuja letra acaba sendo muito boa em termos teológicos, para uma música de rock. Na música, o demônio se apresenta, como um "homem de bom gosto e rico" que, entre outras coisas, matou o Czar da Rússia (o comunismo nasceu com o assassinato do Czar Nicolau II em 1918).
A Doutrina Católica é uma vestimenta sem costura, é delicada. Durante, um tempo alguns defenderam o que se chamou de "casuísmo", ver caso a caso para saber se a pessoa merece o perdão ou não. Mas pensadores importantesviram o diabo nesse tipo de coisa, como o católico Blaise Pascal.
A Doutrina Católica se fundamenta nos dez mandamentos, não se pode matar, por exemplo, mas há casos sim que a morte é permitida (salvar a própia vida, salvar a família ou o próximo, ou mesmo em nome de Deus). A regra não se deve matar um inocente é quase absoluta, mas a morte de inocentes é meio que permitida em casos que essas mortes são previstas mas não desejadas (ver a Doutrina do Duplo Efeito de Tomás de Aquino). Como acontece ao se atacar fábricas de armamentos do inimigo em guerra, e cujo ataque acabe a matar inocentes. Nao se pode abortar, mas em casos de extrema gravidade em que a vida da mãe está em jogo, há possibilidade, desde que a mãe consinta, de se realizar o aborto.
E há ações que são proibidas absolutamente, não há circunstância que permita que sejam feitas, uma delas é a sodomia. Não há circunstância que permita sodomia. Aliás, a filósofa católica Elizabeth Anscombe, ao discutir quando se pode matar, usa justamente a sodomia para dizer que existem sim regras absolutas.
Mas a Doutrina Católica não é caso a caso, as circunstância em que se podem matar são muito limitadas e dificeis, ao ponto de que o mandamento continuar válido.
A Igreja, especialmente nos dias de hoje, deve ressaltar a regra e não os casos mínimos que se pode permitir uma ação maligna.
Mas o que fez o homem da foto, cardeal Victor Manuel Fernández, que lidera o organismo da doutrina da Igreja?
Ao falar sobre cirurgias de troca de gênero em crianças, disse, “há casos fora da norma, como fortes disforias que podem levar a uma existência insuportável ou até mesmo ao suicídio. Essas situações excepcionais devem ser avaliadas com muito cuidado.”
O que ele disse, para mim, revela simpatia pelo demônio, e não pela Igreja, ou pela Doutrina, ou por Deus.