sábado, 23 de março de 2013

Por que Economistas deveriam ensinar sobre casamento?


Eu acho muito interessante este tipo de análise, gostaria que todos os meus colegas economistas lessem sobre o assunto. Se as pessoas casadas são mais ricas materialmente e vivem mais, por que os economistas apenas defendem que as pessoas tenham faculadade para que fiquem ricas e não que se casem?

É um texto de Megan Mcardle.

Diz ela (traduzo em azul):

Ter curso superior melhora suas perspectivas de ganhos. Ser casado também. Maior nível educacional aumenta a probabilidade de viver mais tempo. O casamento também. No entanto, enquanto economista vocalmente apoiam iniciativas de que as pessoas consigam nível superior, muito poucos deles vocalmente favorecem iniciativas para conseguir mais pessoas casadas. Por que isto acontece? Pascal-Emmanuel Gobry tem uma resposta: 

"...economistas com a "perspectiva cosmopolita" não se sentem bem com a idéia de políticas públicas que possam interferir com as escolhas pessoais (imaginando que se casar é uma "escolha pessoal" de uma forma que ir para a faculdade não é). A maioria dos economistas acha que o governo não deve interferir ou ter uma postura de uma maneira ou de outra com as decisões intimas das pessoas. Isso é um completo juízo de valor. E é defensável. 

Mas, no nível da profissão de economista, isso leva a um viés:. Muita mais análise é feita sobre o prémio salarial da faculdade do que sobre o prémio salarial do casamento Um é mais elogiado e interpretado de uma certa maneira, enquanto o outro é ignorado. E, claro, a coisa que a economia acadêmica foca tem um efeito sobre o debate de elite e de políticas públicas, especialmente quando os socialmente liberais se alinham com o resto da elite."
 

Tenho lá minhas explicações de por que isto acontece. Podemos pensar que é mais fácil conseguir professores universitários para ensinar classes técnicas do que ensinar que os cônjuges se tratem bem.
 

Podemos não querer fazer as pessoas se sentirem mal por não serem casadas, já que muitos delas provavelmente já se sente muito mal com isso. 
Por outro lado, existem grandes buracos nessas histórias. Economistas que passam muito tempo falando sobre como trazer as pessoas para a faculdade não passam muito tempo falando sobre como melhorar os ensinos nas faculdades. E enquanto é verdade que algumas pessoas não gostam do casamento, ou tem má sorte em encontrar bons parceiros, elas vão se sentir pior ainda pior se falarmos que elas se tornarão menos felizes, ricas, e viverão menos, em média, do que as pessoas casadas, também é verdade que algumas pessoas não gostam de faculdade, ou optam por cursos ruins, e sofrerão as consequências disso. Elas também não se sentiriam mal se dissermos a elas que ter nível superior é fantástico? 

O que me faz gravitar em torno de uma explicação mais parcimoniosa: ... Todos os economistas são, por definição, muito bom na faculdade. Mas nem todos os economistas são bons em casamento dizendo que mais pessoas deveriam ir para a faculdade vai fazer  0% de seus colegas se sentirem  mal dizendo que mais as pessoas devem se casar e permanecer casados fará uma fração significativa dos seus colegas se sentirem mal. E, em geral, a maioria das pessoas têm uma aversão a temas que são susceptíveis de desencadear um rancor pessoal em um colega de trabalho.

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Concordo plenamente com as explicações do texto, mas acho que falta a crítica da idéia de que o secularismo é bom, que discutir aspectos religiosos não é permitido. É o preconceito contra a religião. É o preconceito também contra a família domina o mundo hoje, tornando as pessoas mais tristes e também mais pobres.


(Agradeço o texto de Megan Mcardle ao site Culture War Notes. Vou publicar este post no meu outro blog Bloco 11, Cela 18)

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