Por volta do minuto 3:40, Trump diz no vídeo que não existe essa coisa de "otimista perspectiva para mortes, uma morte é morte demais". Bom, isso deveria estar na cabeça de todos, neste momento.
Mas seria contradição ele falar isso no momento em que apresenta um plano para reabrir a economia?
Isso vai depender do plano que ele apresenta. A vida é o elemento fundamental, o plano deve ser estabelecido a partir desse ângulo.
Deve-se buscar um equilíbrio entre vida e economia? Esse equilíbrio deve mostrar um desequilíbrio em favor da vida. Acho que quase nada na vida é 50%/50%, há sempre uma assimetria, em linha com meu post de ontem.
O plano de Trump é na verdade apenas diretrizes (guidelines) para abrir a economia em três fases, cada fase é ultrapassada a partir de dados sobre a incidência e mortalidade do vírus chinês. Conforme cai a incidência, passa-se de fase, as escolas são abertas, mais viagens são liberadas, mais negócios voltam ao trabalho. Sendo diretrizes não se trata de lei rígida, sujeita-se a avaliação de governadores e da população. O plano dar liberdade para que líderes estaduais avaliem. A ocorrência do vírus é também muito desigual entre os estados.
Claro que essa desigualdade tem efeito. Se um estado reabre a economia, isso tem efeito nos outros estados, as populações se movem entre eles, com impacto na distribuição da doença. Alguns já anunciaram a abertura da economia até maio ou no início de maio.
Qual vai ser o resultado disso?
Até lá o vírus já retrocedeu?
Encontramos um remédio eficaz que evita completamente ou bastante as mortalidades?
Os EUA já atingiram o pico?
Não se tem resposta definitiva para isso ainda.
Também acho que as pessoas também são capazes de avaliar se podem ou devem voltar ao trabalho. Não se pode esperar que o governo tenha respostas para sua vida.
Você pode ver o arquivo sobre a descrição do plano clicando aqui.
Em todo caso, sim, me parece ótimas diretrizes do governo Trump.
4 comentários:
Saudações. Esse cenário econômico pós pandemia realmente é difícil de prever. Provavelmente, vários países adotarão planos de normalização da atividade econômica em etapas, como esse explicado na matéria. Contudo, penso que seria uma ótima oportunidade para a implementação de modelos econômicos que não o capitalismo corporativista, que em minha visão junta o pior de todas as teorias econômicas. Mas com a ilusão do 'sucesso' do modelo da China vermelha e mais uma 'crise do capitalismo' quase tornando-se realidade, acho que vai ser difícil. Especialmente no Brasil, onde a preocupação dos políticos é derrubar Bolsonaro; ingênuo é aquele que acha que os presidentes da Câmara e do senado, os ministros do STF, governadores e prefeitos se importam com a saúde do povo. Eu mesmo tenho minha utopia sobre como um país deveria funcionar, política e economicamente, mas como minha visão tira poder dos políticos e entrega aos cidadãos, dificilmente haverá uma escola de pensamento baseado no que penso. Afinal, quem tem poder, sempre vai querer manter o que tem e aumentar ainda mais e lógico, às custas da perda por parte dos outros. Portanto, acredito que em todo o mundo haverá uma maior ação estatal na economia, infelizmente.
Talvez você tenha que ler mais sobre Distributismo, meu caro Horácio. Uma abordagem econômica mais Católica. Ou ler sobre Familiarismo, a minha própria abordagem econômica.
Tudo isto está no meu livro, Ética Católica para Economia.
Abraço,
Pedro Erik
Com certeza Professor. Eu já pesquisei sobre Distributismo e sobre a Doutrina Social da Igreja, mas nunca me aprofundei. Ao terminar a graduação, que está próxima do fim e por isso demanda mais tempo, irei comprar seu livro e outros que abordem a visão católica da economia.
Você escreve muito bem, seus comentários, meu caro. Tenho certeza que completará com louvor sua graduação.
Abraço,
Pedro Erik
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