sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Coréia do Norte e Cuba - Monarquias?



O comunismo foi um desastre político, econômico e principalmente humano. Quantas vidas foram destruídas? Milhões e milhões. E continua sendo em Cuba e na Coréia do Norte, últimos bastiões dessa lógica destruidora do homem.

No post anterior, falei sobre os princípios ocidentais e disse que o individualismo está presente nos três princípios que relatei. No comunismo, a primeira coisa que ocorre é a destruição do indivíduo. Você não existe individualmente, existe apenas para justificar um partido, um líder, um grupo ou um estado.

Mas apesar da destruição do individualismo, paradoxalmente, o comunismo sempre resulta no culto a um indivíduo. Se observamos todos os exemplos, veremos que isso é verdade: Stálin, Pol Pot, Lenin, Castro, Tito, Kim Il Sung, Kim Jong Il...Isso torna o regime comunista idêntico a qualquer outra ditadura. Há uma necessidade do culto à personalidade do líder para eliminar ou reduzir as críticas.

Aliás, este resultado do comunismo foi didaticamente mostrado por George Orwell no seu, pequeno em tamanho e enorme em explicações, livro chamado Revolução dos Bichos. O porco Napoleão de Orwell representa todos esses ditadores, que se estabelecem com o discurso de salvação de um povo, de formação de uma nova era, mas que elegem uma elite militar para silenciar os divergentes.

Hoje, as duas resistências comunistas estão às voltas com problemas de sucessão, especialmente na Coréia do Norte. Nas duas, o efeito do individualismo comunista estabelece uma monarquia hereditária para a transição de poder. Em Cuba,  Fidel Castro vai aos poucos passando o poder para seu irmão Raul Castro e na Coréia, ainda não se sabe para qual dos filhos Kim Jong Il passará o poder.

Mas, na Coréia do Norte, ninguém sabe de nada. Não se sabe nem se Kim Jong Il está vivo (há livros que contam que ele já morreu em 2003 de diabetes. O que parece na televisão é apenas sósia.). Há ainda chances de que o cunhado de Kim Jong Il, Chang Sung Taek, assuma.

Essa é outra característica dos regimes comunistas: o segredo. Ninguém sabe de nada. Tudo é feito às escondidas e com extremo controle da informação. É o próprio medo do outro que faz com que muitos regimes comunistas e ditatoriais se tornem monarquias hereditárias.

No dia 28 de setembro próximo era para ocorrer a primeira reunião em 30 anos dos membros do Partido dos Trabalhadores Coreanos (KWP) que iria decidir qual dos filhos iria suceder Kim Jong Il. Mas a reunião foi adiada sem qualquer explicação. A maior possibilidade é que o filho mais novo, Kim Jong Un que é filho da segunda mulher de Kim Jong Il, seja declarado o novo líder. Pois o filho mais velho já deu problemas diplomáticos com o Japão e a China e é filho da primeira esposa. Supostamente, a segunda esposa é mais querida pelo pai.

Na Coréia do Norte, há um extremismo exacerbado no culto à personalidade.

Kim Il Sung, que esteve no poder desde a fundação da nação em 1948 até a sua morte em 1984, é chamado de Grande Líder. Seu filho, atual líder, Kim Jong Il, é o Querido Líder. A mãe do fundador, Kang Ban Suk, é a Mãe da Coréia, a esposa dele, Kim Chong Suk é a Mãe da Revolução, e o seu irmão, Kim Chol Ju é o Guerreiro Revolucionário. A foto acima, do site da revista britânica The Economist, mostra uma visão idealizada de Kim Il Sung no cavalo com o filho Kim Jong Il e seu irmão Kim Chol Ju.

Como será chamado o novo Deus na terra comunista?

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