Vários bispos, em diversas cidades dos EUA, já divulgaram notas dizendo que a missa tridentina em suas dioceses permanecem. Alguns disseram que vão avaliar mais de perto o documento do Vaticano, mas que as missas tridentinas "em benefício dos fiéis" estão mantidas.
Vi vários documentos desse tipo no blog do Padre Z (padre John Zuhlsdorf), que deu a seguinte opinião sobre o documento do Papa Francisco contra as missas em latim: "o documento não é apenas cruel, é escorregadio. E feito por pessoas que não sabem o que estão fazendo, não conhecem os documentos da Igreja sobre liturgias".
Pode se ter uma análise pior do documento?
Padre Z diz também que o draconiano aspecto do documento de Francisco que diz que os bispos não podem permitir celebração de missas tridentinas nas paróquias é uma lei disciplinar, os bispos não têm obrigação de seguir.
Vejam os documentos dos bispos que Padre Z disponibilizou:
16 comentários:
Muito boa análise: texto de altíssima qualidade.
Creio mesmo que não há motivos para muita balbúrdia da parte dos fiéis. Assisti ao vídeo de Dom Fernando Arêas Rifan e considerei suas palavras muito sábias.
Serenidade, sabedoria e firmeza de caráter são bons recursos para um diálogo. Violência, descontrole emocional, atitudes desrespeitosas, xingamentos e arrogância são atitudes imorais que devem ser evitadas. É preciso que os católicos e associações católicas se dirijam aos bispos de suas Dioceses e se esforcem por conduzir um bom diálogo. Que incentivem seus padres para o diálogo com os bispos.
Tenho certeza que os padres de sociedades religiosas irão convencer os bispos locais: a humildade e a boa diligência moral católica certamente serão elementos frutíferos. Além do mais, muitos bispos e padres no Brasil, já vêm observando os passos do papa desde aquele sínodo e sua Pachamama.
Rezemos, rezemos, rezemos.
Extraído do blog Fr. Z's Blog:
"Eu sei que pode ser perigoso alinhar eventos históricos em um determinado dia e ponderar seu significado, mas - dadas as circunstâncias especiais - vamos fazer assim mesmo.
Em primeiro lugar, 16 de julho.
Em 1945, a primeira arma nuclear foi detonada.
Em 1918, a família do czar da Rússia foi cruelmente massacrada.
Em 1045, o Cisma do Grande Leste-Oeste começou."
(acrescento: no fim do 'Tradittionis Custodes' do papa Francisco lemos: "Dado em Roma, em São João de Latrão, aos 16 de julho de 2021, Memória Litúrgica de NOSSA SENHORA DO CARMELO, IX do Nosso Pontificado)
"No dia 16 de julho celebramos a Festa de Nossa Senhora do Carmelo (que significa “jardim”). Carmelo é especialmente associado ao Profeta Elias. Elias matou centenas de sacerdotes do demônio Baal, no Carmelo. Jezebel buscaria vingança."
Caro Adilson,
A homilia de Don Rifan apenas demostra que ele continua a ser um membro contraditório (ou traidor) da Igreja.
Don Rifan entra em contradição com sua versão Padre Rifan, o mesmo que escreveu os "62 motivos para não assistir a Missa Nova". Padre Rifan era "perseguidor radical". O episcopado mudou ele, motivo que deixo a Deus o julgamento.
Seguindo a lógica da homilia de Dom Rifan, Dom Antônio de Castro Mayer e Dom Lefebvre foram "dois cabeçudos inimigos da Igreja".
Ele celebrando a Missa "com acólitas", ou concelebrando ritos carnavalescos dentro da Basílica de Aparecida é uma expressão nada coerente à sua versão do Padre Rifan.
Ou então, ao rezar Missa "em ação de graças" ao Rotary Clube (Maçonaria condenada) em 2017.
Para isso só existiria defesa se o pecado público cometido fosse reparado também publicamente, o que não ocorreu.
Mas, alguém pode achar que os argumentos acima são "muito ofensivos", que Don Rifan pode estar certo pois estaria em coerência com Bento XVI, portanto não haveria problema ele estar em contradição rezando Missa Nova (condenada por ele enquanto Padre).
Então vamos esquecer esses "detalhes" e vamos a outra contradição da homilia.
Don Rifan advoga a favor do Papa Francisco, coloca a culpa nos radicais, que agora é necessário pedir autorização dos Bispos. Mas lembre-se que nessa homilia ele se coloca como alguém que ama as riquezas da Igreja, citando o Concílio de Trento.
Vamos ver o que o Concílio Dogmático e Infalível tão amado pelo nada coerente Don Rifan diz:
8 - Além disso, em virtude de Nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: que, doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição seguir este Missal com permissão e poder de usá-lo livre e licitamente, sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa encorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para sempre.
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Incoerência jamais pode ser confundia com sabedoria.
O erro jamais será a verdade.
Caro Rafael, li teu comentário. Obrigado.
PARTE I
Rafael, já nos comunicamos várias vezes, como você bem sabe. ALiás, sempre admirei tua inteligência e conhecimentos tanto sobre a história da Igreja, da Sua Doutrina e especialmente sobre o caos moral e teológico em que o catolicismo hoje agoniza. São poucos os católicos assim. Inclusive você é um dos poucos que realmente se expõe nas análises críticas, tanto nesse blog como em outros canais.
Agora Segue minhas considerações.
-1- Eu mesmo já mudei minhas posições com relação a missas nova, que hoje assisto, mas sempre procurando aquelas onde há menos abusos. Por que fiz isso? Acredite: não foi de mim mesmo, mas (olha só!), a partir de TRES FONTES:
A) observando tanto os bons católicos e padres mais liberais (com o padre Paulo Riardo) ;
B) observando ainda mais os próprios católicos e clero e religiosos tradicionalistas. No caso destes últimos, aqueles que realmente se colocavam em ponta de pé em defesa da Tradição, como os padres Jorge, Neves e alguns de sociedades religiosas, como o padre Philippe Laguérie e outros;
C) observando os melhores e mais elevados modelos, ou seja, santos, as escrituras e a Doutrina Católica.
Certamente você já viu: já critiquei duramente o padre Paulo Ricardo, o papa Francisco, o clero, especialmente o brasileiro. Acredite: até não obtive nenhum fruto, nenhuma graça, nenhum retorno; nem mesmo algo que me tornasse mais ELEVADAMENTE CATÓLICO. Tudo que ganhei tristeza, desânimo, desespero, vazio, perda de fé e insegurança.
O PAPA FRANCISCO ATIÇOU A MAIS O APREÇO E APEGO À ENLEVANTE MISSA TRIDENTINA, TALVEZ RECUE - PARA SEU AZAR, TOMARA QUE SIM!
Algumas celebrações são tão ruidosas que, após a término, converso com o celebrante, a sós na sacristia, praticamente reclamando como concentrar-se nas orações num ambiente tão barulhento, ele no altar ainda dando força!
E funciona? Sim, a missa dominical seguinte adiante cessaram ao menos 80% a 90% dos ruídos; estava bastante menos dissipado e intolerável o ambiente!
Até certos instrumentos musicais desapareceram de cena!
PARTE II:
Fui orientado por padres tradicionalistas do IBP a frequentar a missa nova na falta de missa tridentina. Não a tenho em meu bairro. Se eu faltar a missa nova, estarei em pecado mortal.
Já ouvi padres do FSSPX orientando a faltar. Segui esse conselho e só me prejudiquei. Indaguei: esses homens tem essa autoridade? Eles tem esse poder? Eles são capazes de nos livrar do inferno ou do purgatário caso faltemos e nos confessemos depois?
Hoje entendo o que são os tais tradicionalistas radicais. De fato: tem até leigo pagando de conselheiro e guia espiritual. Mas quando se vê a vida deles só vemos: confusão, desprezo pelas virtudes, arrogância e presunção. Quando se referem aos santos é só para justificar suas arrogâncias. Essas gente sente calafrio só de ouvir sobre os sofrimentos que a virtude da humildade pode produzir. Humilhação é algo de que querem distância. Na cabeça dessa gente isso só para o santos. Estão sempre de cabeça elevada diante daqueles com quem não concordam: só querem honrar os que lhes agradam. Aos outros deve-se desprezar.
Por anos agi assim.
Sinto-me perdido diante de tudo isso. Não tenho outra saída, senão rezar, único lugar onde me sinto animado.
PARTE III
Eu desconhecia a vida de Dom Rifan. Parti daquilo do vi no vídeo. Hoje minha postura é esta: mesmo que eu o conhecesse não ousaria chamá-lo de traidor publicamente. Por vários motivos, entre eles o de que não sou um católico como deveria ser, pois não pratico a verdadeira religiosidade católica como gostaria. Coisa dificílima. Nem mesmo sabedoria tenho e não gozo de autoridade intelectual publicamente conhecida, reconhecida e honrada pelos homens.
Tirando algumas de tuas citações;
1- "Seguindo a lógica da homilia de Dom Rifan, Dom Antônio de Castro Mayer e Dom Lefebvre foram "dois cabeçudos inimigos da Igreja".
2- "A homilia de Don Rifan apenas demostra que ele continua a ser um membro contraditório (ou traidor) da Igreja."
Sim. A vida dele é complicada. Não apenas a dele. Acho que uma considerável parte de sacerdotes.
Onde encontraremos um G. K. Chestertonem nosso país?
Quando se é jovem, a irresponsabilidade é uma virtude. A falta de cálculo é um pulo no abismo. Há diferença entre um homem solteiro e um pai com filhos pra criar. Todos querem alguém para se colocar a frente de nós, enquanto nós mesmos ficamos atrás dele.
Onde estão os grupos organizados e as marchas de tradicionalistas de Terço nas Mãos diante das arquidioceses, como se faz na Europa ou nos EUA pedindo por missas? Eu aguardo até hoje. Parece que a TFP é uma das poucas sociedades que realizam movimentos nos lugares buscando apontar os erros de nossa sociedade. Aqueles jovens são bem corajosos.
Hoje, tenho mais de 50 anos, milhares de perguntas sem respostas e uma vontade grande e perturbadora de ser REALMENTE CATÓLICO tal como tenho lido e visto em muitos católicos. Depois que eu fechar os olhos enfrentarei algo de que não posso escapar. Detalhe: será eterno. E a única forma de eu enfrentar essa realidade é buscando a santidade nos ensinos que nos foram deixados por santos como Sto Afonso, e nos modelos de vida e de busca, como são padre Pio. Sinto-me perdido, pois percebo que essas coisas são caríssimas e difíceis de compreender, pois não temos modelos vivos. Tudo o que temos é balbúrdia.
Todos querem ensinar; todos querem apontar o caminho. Mas raramente vejoo caminho e a verdadeira sabedoria neles. Que sabedoria? A sabedoria que me faça enfrentar meus problemas e me eleve e aproxime da santidade.
Sinto mais paz e mais esperança quando me volto para o que Nossa Senhora disse em Fátima. Sinto mais vontade ser católico nisso que nas contradições do atual clero.
Tudo isso me faz indagar:
- isso nos dá autoridade para confrontar todos os bispos que agem como ele, e chamá-los de traidor?
- A quem ele (e muitos outros) está traindo? Ele fez algum acordo com algum grupo? Temos realmente autoridade para chamá-lo de traidor?
- Vemos na história apenas Dom Antônio de Castro Mayer e Dom Lefebvre enfrentando tudo isso de frente. Mas por que só eles? Pior: por que apenas Mons. Viganò ou aquele frei carmelita de São José hoje agem publicamente?
- Onde estão todas as sociedades religiosas, todas as associações, todas as Ordens, todos os arcebispos, todos os bispos, etc., que vem em os problemas? Por que não se manifestam? Por que, à moda dos progressistas socialistas internos, não escrevem publicamente e não falam em suas homilias?
FIM
Conclusão: entendi que o melhor caminho para enfrentar a questão da missa nova e toda essa balbúrdia entre tradicionalistas e progressistas são os modelos que vimos na vida dos santos e nos escritos que mais conduziram os católicos dentro da Religião Católica, como aquele livrinho a Imitação de Cristo e o que nos deixou são padre Pio.
Nunca vou ter um sacerdote tradicionalista especialista em direito canônico e na história da Igreja e da Missa perto de mim, para me orientar e me dizer como fazer diante de tudo isso que está acontecendo. Isso é caro de mais e raro de encontrar. Mas é fato: em qualquer lugar que eu estiver ou situação, sempre haverá os santos e a Divina Providência nos conselhos de Nossa Senhora para me apontar o caminho.
Já me irritei, me irei e desesperei com muitos padres pró CV II. Ataquei-os e exigi deles uma postura. Já os chamei de covardes, especialmente o padre Paulo Ricardo. Neste blog há comentários que provam esses meus erros.
Percebi que nada do que fiz me elevou; não me tornei melhor católico; não encontrei paz; não me capacitei a enfrentar melhor o pecado e pior: fiquei cada vez mais distante de uma vida realmente católica e próxima das virtudes que me façam capazes agradar Nossa Senhora, honrar e imitar os santos e de escapar do purgatório.
Por favor: se alguém tiver um caminho melhor para mim, aponte. Quero ser humilde para o aprendizado.
Adilson,
Hoje lia sobre a amizade e compartilho contigo.
Aristóteles faz a distinção da amizade em três tipos:
- Por utilidade (embora não verdadeira amizade);
- Por prazer (também falsa);
- Quando a similaridade consiste na bondade (a verdadeira).
Santo Tomás também define a amizade perfeita quando fundamentada na bondade, e complementa, onde: “têm-se o mesmo querer, e o mesmo não querer” (idem velle, idem nolle).
Então vamos aqui cultivar uma amizade na bondade pois ambos queremos a Salvação, e ambos denunciamos a crise da Igreja.
Da minha pessoa, moro em Joinville, Santa Catarina. Você aos 50 anos, eu aos 40.
Embora de família muito católica, inclusive com um irmão Sacerdote, minha conversão se deu tardiamente do ateísmo prático.
Diante do submundo que eu vivia, fui obrigado a dedicar-me ao estudo da Igreja para assim (como você também menciona) querer ser verdadeiramente católico.
Só Deus sabe como se deu esse processo, mas resumo dizendo que é extremamente dolorido morrer a si mesmo depois de tantos anos de pecados gravíssimos.
Por que te falo isso? Porque não concordo com sua descrição do que te deixaria apto ou não para verificar o erro em outras pessoas.
E aqui já exponho que vim do Inferno e hoje estou perseguindo o céu embora muitas vezes o pecado me arrasta novamente ao inferno.
Você não precisa ter um atestado de santidade para poder enxergar o erro. Cito como exemplo São Thomas More.
Ele foi Santo? Sim... um dos meus patronos, tenho forte admiração.
Porém ele escreveu Utopia que não é exatamente o livro mais católico.
E assim poderia citar inúmeros mártires que não tinham exatamente uma vida cheia de virtudes. Porém eles viram o erro, não aceitaram o erro, e deram a vida para proteger a Verdade.
O sangue derramado por eles lavou suas vestes e suas manchas do pecado foram totalmente apagadas. Por isso comemoramos os Santos Mártires.
Da mesma forma não existe necessidade alguma de um atestado de honraria pública sobre a sua autoridade intelectual.
Lembro aqui inclusive de uma passagem de uma Carta de São Paulo a Timóteo (1 Timóteo 4):
"Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te mode¬lo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade. Enquanto eu não chegar, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino."
Permita-me fazer essas considerações pois aqui visualizo 3 problemas: respeito humano (que é pecado), um senso errôneo de humildade, e uma necessidade da aprovação dos homens para falar a Verdade.
Fiz essa introdução pois é necessário esclarecer esses pontos. Do contrário tudo o que eu escrever posteriormente você poderia analisar com um viés por conta de algumas frases em seus comentários.
Obviamente, entendo que ao longo dos seus anos na busca de ser católico você pode ter se deparado com o mais variado tipo de pessoas.
Mas até aqui, no Blog do querido Pedro, ele não cessa de apontar a verdade e jamais cobramos dele um atestado de santidade.
Finalizando a introdução, submeto à Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima tudo o que vos escrever.
Conscientemente dos perigos de usar de vaidade/arrogância/mentiras, pois sei que isso será trazido em meu juízo particular.
Responderei os seguintes tópicos:
1) Padre Paulo Ricardo;
2) Don Rifan e os Movimentos Tradicionais;
3) Sobre o Preceito Dominical / Missa Nova;
4) Sobre o Desânimo.
Começo então já com um tema espinhoso.
1) Padre Paulo Ricardo:
Sim Adilson, já vi você fazendo inúmeras cobranças ao Padre Paulo Ricardo. Inclusive em algumas vezes eu tentei intervir, e aqui já deixo meu pedido de perdão caso nessas defesas de posição tenha faltado caridade de minha parte.
Suas cobranças não eram de todo modo erradas. Eventualmente apenas um jeito de se expressar mais exacerbado, porém muitas vezes você disse sim a verdade.
E eu já defendi muito o PPR (vou usar a sigla para facilitar). E enxerguei nele por um bom tempo o resumo do que seria um Padre Católico em sua totalidade.
Mas minha opinião começou a mudar em 2019, se aprofundou em 2020, e em 2021 não tenho escrúpulos para dizer que infelizmente ele é sim Padre Liberal.
E por ser liberal, é modernista.
Faço uma pausa aqui Adilson para uma pequena reflexão:
O liberalismo foi condenado? Sim
O modernismo foi condenado? Sim
Então por que devemos ter escrúpulos de apontar que o PPR está no erro?
Devemos olhar para suas qualidades (que sim são muitas) e fechar os olhos que seus erros fazem com que muitos sigam uma Igreja que não é a Católica?
Não seria inclusive falta de caridade não falarmos isso?
Se esperarmos ficarmos santos para dizer a Verdade será inclusive uma falta de caridade. [Fim da Reflexão]
Aqui Adilson, apontar o erro não é uma opinião subjetiva (o que seria pecado). Mas quando baseada na Verdade e realizada com caridade, não é.
Nossa Santa Igreja ao longo de mais de 2.000 anos criou um depósito da Verdade através do seu Magistério. Ali está a Verdade. E é através desse magistério que podemos olhar o Exercício da Autoridade do Padre Paulo Ricardo e afirmar sem escrúpulo algum que ele é sim um Padre Liberal/Modernista. Podemos igualá-lo a Bento XVI, ou seja: é um modernista moderado.
Mas não deixa de ser modernista.
Principalmente quando:
• Defende e elogia o CVII;
• Defende a Hermenêutica da Continuidade de Bento XVI;
• Reza e defende a Missa de Paulo VI;
• Quando diz que a Crise da Igreja é por conta de uma Crise Litúrgica (vai entender);
• Quando elogia os Papas Conciliares e alguns Teólogos muito problemáticos do CVII;
• Por conta da sua ligação com figuras estranhas, as mais conhecidas Olavo de Carvalho e Bolsonaro;
• Quando faz comentários soberbos, pejorativos e enganosos (documentado em livro) sobre quem defende a tradição.
Portanto, rompi completamente com o Padre Paulo Ricardo. Não posso depositar minha fé nas mãos de quem pode me levar ao erro.
Não posso detalhar aqui, mas tenha noção que ao romper com ele eu trouxe uma grave crise familiar. Porém não posso abdicar da Verdade por simples respeito humano.
Cito novamente São Thomas More. Imploraram para ele abdicar da Verdade. Retirariam todas as posses, deixariam sua mulher e filhos na miséria. E nem por isso ele abdicou da verdade.
Em nome da Verdade (minha conversão) eu perdi muita coisa menos minha saúde. Foram anos de sofrimento e purificação. Mas faria tudo novamente.
Devemos rezar pelo Padre Paulo Ricardo. Porque ele tem uma capacidade incrível, porém está no erro.
2) Don Rifan e os Movimentos Tradicionais:
Historicamente a linha de defesa da Tradição em oposição ao CVII é atribuída em maior parte a Dom Marcel Lefebvre. E diante da pressão de Paulo VI em abolir o Rito Romano (em curso com Francisco) Dom Marcel achou prudente criar a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (popular FSSPX).
Sua justificativa era a defesa da Tradição, principalmente da Santa Missa e consequentemente do Sacerdócio.
Implacável opositor do CVII e do Liberalismo. Cito em especial a obra “Do Liberalismos à Apostasia”.
Pessoalmente tenho grande estima pelo Monsenhor Lefebvre. Não podemos negar que ele foi um dos que garantiram estarmos vivendo essa discussão dos dias atuais.
Não sei o que seria da Igreja em 2021 sem o esforço heróico dele. Vejo que foi de fato a providência divina que levantou aquele homem.
E quando fui estudar a polêmica envolvendo as Sagrações e posterior Excomunhão, a própria Igreja (através do Magistério/Direito Canônico) aprova a atitude dele. Portanto, a excomunhão seguindo estritamente o direito canônico torna-se inválida. Aqui tomei um grande cuidado, jamais gostaria de comungar em uma Missa que houvesse a dúvida quanto à validade não somente da consagração, mas da própria ordenação do Padre em minha frente.
Então após um período de estudos vi que canonicamente estava tudo bem. Tanto é que Bento XVI levantou a suspensão dos 4 Bispos de Êcone.
Porém de Dom Marcel não.
Para mim é uma clara mensagem que levantando a suspensão de Lefebvre a Igreja atestaria que ele estava certo o tempo todo. E com isso, ruiria tudo o que foi construído a partir do CVII.
Não levantar a excomunhão seria então muito mais um ato político do que canônico.
Por que faço essa introdução toda? Porque embora Dom Marcel não fosse Papa (e sequer pretendia ser) ele como fundador ditou o que deveria ser a Fraternidade baseado na Tradição, o combate ao Liberalismo, à Missa Nova e aos Erros do CVII. Para isso ele perdeu muito, inclusive foi excomungado e morreu assim. Teve como fiel companheiro o saudoso Dom Antônio de Castro Mayer.
E o Leão de Campos tinha o jovem Padre Rifan como assistente, e posterior porta voz do movimento aqui no Brasil.
A constituição desse movimento teve como pilares os itens citados acima.
Mas acima de tudo: um movimento originado para defender os pilares da Igreja, contra as modernidades liberais/modernistas condenadas com Anátema por São Pio X.
Porque digo que Dom Rifan é traidor?
https://subireiaoaltardedeus.blogspot.com/2015/06/dom-fernando-areas-rifan-por-dom-tomas.html
e
https://fsspxportugal.wordpress.com/apresentacao/relacoes-com-roma/carta-do-pe-rifan-para-dom-rifan/
Hoje Dom Rifan está literalmente de abraços com o lado Modernista Liberal.
E como citei logo acima no comentário inicial, ele entra em contradição não somente consigo mesmo, mas com o próprio Magistério Infalível e Dogmático da Igreja.
Se negarmos a contradição diremos que aquilo que é dogmático e infalível não é tão dogmático e infalível assim.
A Escolástica que é o método de ensino oficial da Igreja (odiada pelos liberais/modernistas) não deixa existir duas verdades. É apenas uma.
4) Sobre o desânimo
Inicialmente ninguém aqui é ingênuo pois vivemos uma grave crise. Em todas as esferas.
Mas queria fazer uma pequena analogia:
Embora a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo tenha sido algo indescritível pois está ali a Nossa Salvação, não é lícito pensarmos em estar aos pés da cruz batendo palmas.
Cantamos com júbilo o Glória no Sábado de Aleluia! Porém na Sexta-Feira Santa batemos no peito pois foi na Cruz que Nosso Senhor Jesus Cristo assumiu os nossos pecados, Ele que não tinha mancha alguma de pecado, um inocente na morte mais ignominiosa que já existiu.
A Igreja vive nesse momento esse Calvário, cercada por inimigos.
Porém temos por obrigação colocarmos as nossas esperanças de que a vitória é certa. Não podemos ter dúvidas disso.
Que Maria Virgem Puríssima esmagará a cabeça dessa serpente. E que quanto maior for a aparente derrota, muito maior será a Glória!
Devemos diariamente meditarmos as bem-aventuranças. Pois nos alegraremos de uma forma que alegria alguma nesse mundo será comparável.
E nessa confiança depositada na Esperança Católica, devemos estar com o sorriso no rosto enquanto a lâmina da guilhotina se aproxima rapidamente de nossos pescoços.
Que matem nossos corpos! Nossa Alma é de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Sua Mãe Maria Santíssima. Ninguém (além de nós mesmos pelo pecado) pode retirar essa verdade.
Quero deixar especialmente três coisas (uma é pessoal, outras duas creio ser providência divina):
1) Abandone tudo que possa te entristecer sem necessidade (Política, Notícias do Mundo etc.). Tudo isso nos rouba algo muito precioso. O mundo que criou essa nova espécie de pecado, como se fôssemos obrigados a nos atualizarmos de tudo. É algo viciante e nos degrada. Se for necessário, torne-se um alienado. Melhor ser alienado rezando seu rosário pela salvação das almas que saber se existe uma nova variante x ou y do COVID;
2) Enquanto vos escrevia lembrei que dias atrás (17/07) comemoramos o dia das Beatas Mártires Carmelitas Descalças de Compiègne (+1794).
Invista um tempo caro Adilson: https://www.youtube.com/watch?v=kRt1X5SUx5Q
É isso que precisamos. Veja que alegria!
E elas viveram tempos muito piores do que os nossos.
3) Enquanto também escrevia, recebi (repito: Providência Divina) um e-mail da Editora Santa Cruz falando sobre um livro excelente que se chama “Tratado do Desânimo”:
https://www.stacruzartigoscatolicos.com.br/livros/tratado-do-desanimo-padre-jean-michel
Não creio ser uma mera coincidência. Tudo passa pela Providência Divina.
Rezarei por você nessa intenção.
Na confusão da madrugada (estava cuidando de minha filha mais nova, 1 mês apenas) esqueci de enviar o item 3:
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3) Sobre o Preceito Dominical / Missa Nova:
Aqui é um tema espinhoso pois mexe com questões complicadas. Necessariamente aqui é obrigatório um aconselhamento com um bom padre.
E aqui um novo problema: quem é o bom padre? Da tradição? Do CVII? Porque obviamente cada um vai levar para um lado.
E quanto ao IBP, não esqueça que eles rezam no Rito Romano, porém aceitam o CVII. São assim chamados de acordistas, diferentes dos Padres da Fraternidade.
Gosto muito deles, porém eles possuem questão complicadas.
Obs.1: assisto a Missa numa Missão da Fraternidade, embora eu não seja um defensor radical da Fraternidade;
Obs.2: A Fraternidade teve um início belo, conforme pontuei na mensagem anterior. Mas hoje sim tem seus erros e divisões. O que faço é não ficar colocando minha confiança em homens.
Gostaria apenas de pontuar duas questões:
“Eles são capazes de nos livrar do inferno ou do purgatário caso faltemos e nos confessemos depois?”
Eu não vou à Missa de Paulo VI, mesmo tendo um irmão Sacerdote (o qual amo profundamente) mas reza Missa Nova.
O preceito dominical diz respeito a Santificar o Domingo, e isso pode ser dar ouvindo uma Missa Católica. Na falta de uma Missa Católica existem outras maneiras de santificar o domingo.
E é na frase acima que se encontra a questão que é espinhosa.
Aqui levo em consideração um bom tempo da problemática envolvendo a fabricação do Rito da Missa de Paulo VI. Levando também em consideração nações que tiveram batismos iniciais via Missões, porém ficaram séculos sem Missas.
O que sigo está em sintonia com o sermão que o Dom Fleichman disse no sermão do último domingo:
https://www.youtube.com/watch?v=QmScbcuYJ9k
Caro Adilson, me desculpe por me intrometer na conversa entre o senhor e o irmão Rafael Pauli, pois achei muito bonita a forma como vocês travaram o diálogo. Faço isso pois compartilho a visão do Rafael sobre apontar os erros quando identificados, sendo isso um ato de caridade também. Apesar de não conhecer o irmão Rafael pessoalmente, a sinceridade de suas palavras para com ele me convencem e me levam a admitir como ele possui um conhecimento admirável sobre a história da Igreja e a Sã Doutrina. Também como o senhor, reconheço as minhas faltas quanto à formação intelectual sobre os assuntos de Fé quanto e o estado de minha alma, pois preciso urgentemente me confessar: não comungo a alguns Domingos por causa dos pecados e porque não quero receber a Cristo Jesus na mão. E também porque não encontro um sacerdote que me pareça santo. Isto posto, e imagino que o irmão Rafael poderá apontar a minha posição como um erro, e não duvido que de fato o seja em algum grau, mas me apoio no sobrenatural e na minha própria experiência de vida, menor que a do senhor e do Rafael, pois passei dos trinta a pouco tempo.
Moro em João Pessoa, na Paraíba e não tenho acesso à missa de sempre, mas ela ocorre todo dormingo, em Recife. Estou saindo da Universidade e sem emprego, ainda morando com a minha mãe e meu irmão. Esta condição foi por causa de decisões que tomei no passado, errôneas para o momento, mas não me arrependo delas, pois me levaram a voltar para a Igreja. Assim, se eu pudesse, proporcionado por um emprego, eu não hesitaria em ir todos os domingos para Recife, somente para participar da missa. No momento, não posso. Também como o senhor e o irmão Rafael (aproveito para dar os parabéns pela nova filhinha, desejo toda a fé e saúde para ela), observo na missa em que frequento e nas missas que minha mãe assiste na televisão, o resultado do atual estado de coisas nas homilias e nas celebrações de cada sacerdote.
Longe de mim querer ser um mestre da vivência católica, apenas quero apresentar o caminho que eu escolhi seguir, especialmente como cheguei nele com base no quê o senhor disse:
"Percebi que nada do que fiz me elevou; não me tornei melhor católico; não encontrei paz; não me capacitei a enfrentar melhor o pecado e pior: fiquei cada vez mais distante de uma vida realmente católica e próxima das virtudes que me façam capazes agradar Nossa Senhora, honrar e imitar os santos e de escapar do purgatório."
Como o senhor sabe, o Deus Uno e Trino que adoramos é onipotente, onisciente e onipresente. E apesar do que escreverei a seguir poder parecer cômico demais para a circunstância, eu pensei comigo mesmo: ser Deus não pode significar apenas ter responsabilidades e atender pedidos, deve ter alguma vantagem operacional.
E tem: a faculdade divina da onipresença permite, a meu ver, que Deus dedique a cada indivíduo um amor mais que infinito, particular, singular. Desse modo, sendo Nosso Senhor Jesus Cristo o único caminho que leva ao Pai, as formas como esse caminho existe para nós são únicas, de modo que cada um tem a sua cruz e cada um o seu juízo, de maneira a alcançar a salvação. Com isso, temos os santos do Antigo Testamento, que não conheceram Nosso Senhor, mas por ele foram levados ao paraíso; temos São Dimas, que alcançou a salvação em seu último suspiro na cruz, ao lado de Cristo, temos os santos doutores, que contribuíram da forma tal para a doutrina e temos os santos cuja forma que encontraram a salvação não sabemos (nem mesmo seus nomes) mas que no dia de todos os santos relembramos.
Então, o que EU faço: eu continuo a frequentar a missa de Paulo VI, mas mantenho o silêncio, não bato palmas nem olho para o lado; leio os textos das Escrituras para o domingo e medito a minha própria homilia no silêncio, com olhos fechados às vezes, enquanto o Padre faz a dele, retendo qualquer coisa que ele fale de útil; ajudo financeiramente a quem pede, tentando não fazer o mínimo do mínimo: se eu tenho na carteira duas moedas de 1 real e uma nota de 5, dou a nota de 5, pois gostaria que alguém fizesse o mesmo por mim; quando faço um favor, não espero nada em troca, nem se me oferecerem (e olhe que a tentação de aceitar é ENORME); rezar o Rosário todos os dias.
Essas coisas podem parecer como a parábola do fariseu que se exaltava diante do humilde cobrador de impostos, mas não o é. O bem da verdade, todas as vezes que ajudei alguém (algumas vezes sendo repreendido na minha própria família) digo para mim mesmo, como lembrança: isso não faz de você alguém melhor, apenas fez sua obrigação. Mas lembro também, caro Adilson, que o salmista diz que "permanece para sempre o bem que fez", e cumprir com meu dever pode aplacar a ira do Senhor sobre mim.
Por fim, eu lembro todos os dias da promessa de Cristo, representada
na parte final do Credo: "creio...na ressureição da carne e na vida eterna". O irmão Rafael já falou isso ao recordar as irmãs Carmelitas, mas quando nos concentramos nisso com todas as forças, Deus age providencialmente, fazendo concorrer para o nosso bem a realidade.
Então, só posso dizer ao senhor, meu irmão: marche, sem parar, fazendo o bem, rezando quando puder. Como Nosso Senhor Jesus Cristo, que continuou caminhando até o Gólgota, como os mártires, sabendo que ao final encontrariam a morte, eles continuaram. O Senhor Deus Onipotente há de ouvir as súplicas dos que Lhe pertencem. Manter essa disciplina em meio à dor, confusão e escândalos é difícil, mas aprendi que Deus surpreende. Quando o senhor menos esperar, esse mesmo Deus vai conceder uma visão apurada e o discernimento para ver tudo claramente. Falando por mim, continuarei a ir na "missa nova", complementando-a com a missa de sempre na internet, até quando puder viajar para Recife. Estarei me expondo ao erro? Sim. É pecado se colocar em situações que levem ao próprio pecado? Claro. Mas se em última instância, tenho Deus e ainda que esteja no mundo, não pertencerei ao mundo, como também o senhor, irmão Adilson. Continuarei fazendo o meu melhor em todas as coisas, o máximo que posso, com o máximo que tenho e isso é o máximo que se pode pedir de alguém. Observando os erros, como apontou o Rafael, mas mantendo o silêncio de Nossa Senhora, principalmente ao ficar calado sobre aquilo que não sei. Não sendo um conformista, mas olhando para o Crucificado, calando-me e seguindo em frente, vencendo o desânimo, o medo e tudo o mais. Afinal, só Deus nos basta.
Caros Horácio e Rafael:
Obrigado pelos comentários: desculpem a demora.
Afirmo diante de Deus, diante de vocês e do dr Pedro: meu coração permanece sereno e calmo. Agradeço a Deus por suas palavras. Continuarei sempre respeitando a sabedoria, inteligência e dedicação de vocês, principalmente do Rafael, que considero jovem de grande potencial até mesmo para ensinar sobre assuntos no campo teológico e histórico sobre a Igreja. Aprendi e aprendo muito com teus conhecimentos, pois me considero pobre nessas matérias.
Infelizmente, é fato: a CONFUSÃO e ausência de UNIDADE são uma tenebrosa atmosfera em que os católicos, especialmente no Brasil, estão inseridos. Foram décadas de destruição, mas é preciso trabalhar no presente visando o futuro, onde certamente havemos de deparar com o clímax dessa terrível batalha.
Viva Cristo Rei!
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