Não sei se essa informação saiu nos jornais e sites brasileiros, mas o site The Intercept vazou diversos documentos sobre o conluio entre o Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland Security) - DHS e Big Techs (Facebook, Twitter, Google...) para controlar informações nos Estados Unidos.
Esse vazamento está sendo motivo de análise em vários sites dos EUA, como aqui.
Basicamente, se você está escrevendo sobre Covid, sobre vacina, sobre a saída desastrada dos Estados Unidos do Afeganistão, ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia, sobre fraudes eleitorais, sobre racismo, o DHS vai determinar o que você pode escrever.
As Big Techs criaram departamentos especiais para ouvir e seguir o que dizia o DHS.
Isto é, os Estados Unidos criaram o "Policiais da Verdade". Eles têm a verdade e você não pode escrever nada que contradiga isso.
O Brasil teve uma amostra explícita desse tipo de polícia durante as últimas eleições.
O ser humano nunca teve acesso a tanta informação, os jornais e revistas nunca foram tão desimportantes, mas os poderosos, que historicamente controlaram os jornais, não estão gostando.
O relato do conluio feito pelo The Intercept diz coisas como (traduzo):
"De acordo com um rascunho da Quadrennial Homeland Security Review do DHS, o relatório principal do DHS descrevendo a estratégia e as prioridades do departamento nos próximos anos, o departamento planeja direcionar “informações imprecisas” em uma ampla gama de tópicos, incluindo “as origens da pandemia de COVID-19, a eficácia das vacinas COVID-19, justiça racial, retirada dos EUA do Afeganistão e a natureza do apoio dos EUA à Ucrânia”.
“O desafio é particularmente agudo em comunidades marginalizadas”, afirma o relatório, “que muitas vezes são alvos de informações falsas ou enganosas, como informações falsas sobre procedimentos de votação direcionados a pessoas de cor”.
A inclusão da retirada dos EUA do Afeganistão em 2021 é particularmente digna de nota, uma vez que os republicanos da Câmara, caso obtenham a maioria nas eleições de meio de mandato, prometeram investigar. “Isso faz com que Benghazi pareça um problema muito menor”, disse o deputado Mike Johnson, R-La., membro do Comitê de Serviços Armados, acrescentando que encontrar respostas “será uma prioridade máxima”.
Como a desinformação é definida pelo governo não foi claramente articulada, e a natureza inerentemente subjetiva do que constitui desinformação fornece uma ampla abertura para os funcionários do DHS fazerem determinações politicamente motivadas sobre o que constitui discurso perigoso."
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